Coluna Esplanada

Arquivo : bancos

Em relatório de multinacionais, rombo do Governo é muito maior
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Leandro Mazzini

Meirelles e Jucá, ontem, na coletiva do anúncio do rombo. Foto: ABr

Meirelles e Jucá, ontem, na coletiva do anúncio do rombo. Foto: ABr

Um relatório confidencial elaborado por grandes multinacionais que operam no Brasil, cujos consultores tiveram acessos a dados da gestão federal em várias frentes, circula entre empresários de alto estirpe e aponta um rombo três vezes maior que os R$ 170,5 bilhões anunciado ontem à noite pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O Governo não está contabilizando as perdas da administração indireta de grandes órgãos como BNDES, Petrobras, Eletrobras e bancos oficiais.

Na coletiva de ontem, os ministros Meirelles e Romero Jucá (Planejamento) deram uma amostra: reconheceram que os dados da Eletrobrás ainda são uma caixa preta.

O relatório também projeta a Selic em tendência de alta e a inflação entre 8% e 12% nos próximos dois anos. No balanço do caos, como é titulado o documento entre os executivos, as multinacionais previam dólar a R$ 5 se a presidente Dilma continuasse, devido à crise de credibilidade do Governo – a entrada de Michel Temer aliviou o cenário, mas não é vista ainda como salvação.

Por fim, o documento mostra que o desemprego é muito pior no País. O Governo Dilma não contabilizava – e omitia em balanços – os que recebem seguro-desemprego, que são milhões.

A única notícia boa deste relatório é a previsão de alta do preço do barril, com indicação para acima de US$ 50.

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Bancos pressionam Governo pela empresa de avaliação de crédito
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Leandro Mazzini

A imponente sede do Banco Central em Brasília. Foto: BC

A imponente sede do Banco Central em Brasília. Foto: BC

Com o aumento da inadimplência nos últimos dois anos – mais 59 milhões de pessoas endividadas e 60% dos brasileiros não pagam contas em dia, segundo pesquisas – os grandes bancos cobram o Governo federal a antecipar a criação da empresa gestora de inteligência de crédito.

A previsão inicial é de quatro anos para implementar o sistema integrado – governo e instituições privadas – que visa “aprimorar a capacidade de análise e gestão de suas carteiras de empréstimos, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas”. Banco Central e Receita Federal atuam no projeto.

As vice-presidências de relações governamentais dos bancos discutem junto aos ministros do Planalto meios para viabilizar a operação da empresa o quanto antes.

Os ministros de Dilma reclamam dos banqueiros, que nunca lucraram tanto como agora. Eles seguram o crédito num momento em que o País mais precisa. Mas com essa alta inadimplência, todas as avaliações técnicas dos bancos indicam alto risco.

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Para bancos, Aécio será eleito e economia melhora
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Leandro Mazzini

Os bancos não perdem dinheiro. Ganham muito, todos os minutos. Daí o real e imediato interesse por indicações precisas de quem será o presidente do Brasil a partir desta noite, e que rumo a economia em recessão pode tomar – liberal ou sob intervenção do Estado.

Para tanto, três grandes bancos privados – um deles estrangeiro, com forte atuação no Brasil – encomendaram pesquisas não registradas, e não divulgadas, cujos resultados saíram na sexta à noite. Dois bancos são de varejo e outro administrador de carteira de investidores.

Ao contrário do que divulgam os grandes institutos, de acordo com estas sondagens Aécio Neves (PSDB) será eleito hoje presidente do Brasil, com 5% de vantagem sobre a presidente Dilma. Por isso as bolsas e ações se valorizaram na sexta.

A eventual eleição de Aécio neste domingo terá efeito imediato na Bolsa de SP nesta segunda. O tucano é apontado como liberal e contra a intervenção do Estado na economia. Esse perfil aliado ao nome de Armínio Fraga como eventual ministro da Fazenda pode fazer com que grandes empresas voltem a investir no Brasil.

Mas pesquisas não são as donas da verdade e do voto, apenas um ‘retrato do momento’, como repetem os políticos. E é fato. Só a vontade geral do povo, as urnas e o resultado oficial do TSE podem garantir o nome do(a) eleito(a).


Com manobra no Senado, Dilma afaga bancos em lei que prejudica devedor
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Leandro Mazzini

Atualizada Quarta, 13h03 – A mesma mão que pressionou a baixa do juro foi a que afagou os bancos, numa manobra discreta que passou pelo Senado.

Desde 15 de Maio, a Lei 12.810 sancionada pela presidente Dilma tirou direitos do cidadão ao mudar texto do Código de Processo Civil (CPC).

Agora, quem entrar em litígio com o banco sobre financiamento ou empréstimo, é obrigado a continuar a pagar as prestações, até a decisão da sentença – mesmo que a instituição esteja errada.

Pelo novo Parágrafo no Artigo 285-B, o cidadão deve destacar de parte do contrato quais os valores que pretende incluir em litígio, mas é obrigado a continuar a pagar os outros valores pré-acordados. Antes da mudança,  o cliente tinha o direito de suspender totalmente o contrato ou depositar em juízo, até a decisão judicial.

A mudança do CPC foi incluída em emenda pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), na MP 585/2012, que não tinha nada a ver com este assunto, convertida em lei. A MP liberou R$ 1,95 bilhão a estados e municípios exportadores para compensações pelas perdas de arrecadação da Lei Kandir.

O chamado ‘contrabando’ na MP passou ‘despercebido’ pelo Senado. Venceu o lobby da poderosa Federação Brasileira dos Bancos, que representa as instituições financeiras que mais lucraram na História do País.

Há um imbróglio jurídico nessa questão do ‘contrabando’ patrocinado por Jucá. O artigo 62 da Constituição, Parágrafo 1º, Item b, proíbe que se mude CPC por Medida Provisória. A brecha para a manobra ocorreu, porém, porque a MP foi convertida em lei na tramitação.

Procurados insistentemente pela coluna desde Sexta, nem o senador, tampouco o Palácio do Planalto e a FEBRABAN se pronunciaram.

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SEM SINAL

Cientes dos maus serviços, os presidentes das operadoras de telefonia fogem do debate e não deram sinal de vida no último convite. Hoje, as comissões de Fiscalização e Controle e de Integração Nacional da Câmara tentam nova audiência pública para desvendar um mistério: cadê os sinais 3G e 4G da internet, e as metas prometidas?

COLHEITA À VISTA

O senador Wellington Dias (PT), que disputará o governo do Piauí, atropelou o governador Wilson Martins (PSB) e entregou em Teresina os tratores do PAC II num evento sem a presença de outras autoridades. É que.. ninguém foi convidado.

(BAR)LIVARIANOS

Oficiais de alta patente da Venezuela têm sido vistos em badalados bares e restaurantes de Brasília nas últimas noites. A missão-chope é um mistério.

ALERTA AOS 171!

Tramita na Câmara Projeto de Lei (4523/12) do líder da Minoria, Nilson Leitão (PSDB-MT), que poderá mandar para a cadeia político eleito que não entrega o que promete na campanha. Trata-se de mudança do Código Penal, incluindo texto no Artigo 171. Mas antes terá de derrubar o famoso foro privilegiado.

FROUXIDÃO

Causou revolta nas redes sociais: No país da lei frouxa, juiz corrupto leva aposentadoria remunerada como ‘punição’. O Conselho Nacional de Justiça não pode punir com prisão, mas pode abrir caminho para ação penal. Basta querer.

NOVELA BOLIVIANA

Completou um ano o asilo do senador oposicionista Roger Pinto na Embaixada do Brasil em La Paz. Ele acusa o governo Evo Moralez de perseguição e pede asilo por aqui. Uma penca de parlamentares brasileiros já o visitou para cafezinho. E nada.

QUE SORTE

Após a confusão da Caixa com o Bolsa Família, a associação dos lotéricos faz piada na internet. Muda anúncio do banco do ‘26 de Maio – Dia do Empresário Lotérico’, para ‘Dia do Escravo Lotérico’. Por causa do sistema interligado, que vive ‘caindo’.

ILUSTRE TORCEDOR

Sergio Graça, um dos padrinhos do Garrinchão, recebeu mensagem de Miguel Jabour, conhecido promotor de eventos nacionais, que se passou por torcedor comum no Domingo para testar o estádio. Jabour fez questão de pegar metrô e ônibus, entrou na fila das catracas do Mané, rodou pelos bares da arena e observou o policiamento. Gostou de tudo. Fica a dica da coluna: falta mais sinalização e iluminação externas, e refletores para a arquibancada no anel superior da arena, que fica um breu à noite.

SOCO OLÍMPICO

Foi parar no The New York Times ontem a notícia do soco que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, deu num músico, em restaurante da cidade, após ser xingado pelo artista.

PONTO FINAL

Será que a presidente Dilma e a ministra Maria do rosário aprenderam que é ‘de uma maldade’ dar declarações precipitadas?


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