Coluna Esplanada

Arquivo : fevereiro 2013

Idealizadores da Ficha Limpa preparam projeto de Reforma Política
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Leandro Mazzini

Marlon Reis

Marcus Vinícius

Vem aí uma nova força tarefa popular para pressionar o Congresso a mudar seu modus operandi de acordo com as necessidades populares – como  deveria ser numa democracia – e não apenas pelas conveniências corporativas.

Em reunião em Brasília nesta sexta-feira, ficou decidido que o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o mesmo que concretizou a Lei da Ficha Limpa, vai lançar nova campanha, desta vez pela ampla reforma política – tema tabu para o Congresso. É coisa grande, pelo menos 20 entidades estão envolvidas num projeto de iniciativa popular, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

À frente do projeto está o juiz Marlon Reis, um dos idealizadores da Ficha Limpa. Uma comissão de relatores apresenta minuta do projeto até Abril. O presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, participou ativamente da reunião. Escalou pela Ordem os notórios Aldo Arantes e César Britto como representantes no grupo que esboçará o pacotão.

Segundo Marlon Reis, o “objetivo das entidades, integrantes do MCCE, é reunir todas as forças sociais para tirar o Congresso da imobilidade sobre a matéria”. Um ponto consensual já passa pela reforma eleitoral: Pessoas Jurídicas não podem ser doadoras de campanha. “A ideia é impedir que empresas interessadas em contratos públicos influenciem os processos eleitorais”.

Não é de hoje – digamos que desde que o Congresso é Congresso – que os nobres parlamentares evitam a todo custo e manobras votar algo que lhes prejudique em mandato conquistado: Foro, financiamento, formato de doações, fidelidade partidária etc. Em 2010, por duas vezes bateu na trave projeto que põe fim ao foro privilegiado: com a rapidez que entrou na pauta da Câmara, dela sumiu, reclamava o autor Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). Temas pontuais ou pacotes que tratam de reforma política esbarram na má vontade de comissões que os engavetam ou na falta de habilidade de relatores.

As malsucedidas tentativas de décadas até hoje – ou a falta delas – só pioraram a visão da sociedade para o Parlamento. A ponto de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa conversa de pé de ouvido com o recém-empossado presidente da Câmara, deputado Marco Maia, há três anos, ter dito a ele que só uma Assembleia Constituinte Exclusiva para reforma concretizaria o assunto. Num primeiro ensaio, Maia teve a fala atropelada pela trupe. E o assunto foi enterrado nos salões do Poder.

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Inquérito da Kiss sai em 15 dias. Polícia deve indiciar membros da Prefeitura e Bombeiros
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Leandro Mazzini

A Polícia Civil em Santa Maria (RS) trabalha com três linhas de investigação sobre a morte de 239 jovens na Boate Kiss. Além dos problemas estruturais no local, queima de material proibido e responsabilidade dos donos e banda, os delegados não descartam indicar membros da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros – estes, com mais certeza, ouviram parlamentares.

O inquérito deve ser concluído em 15 dias, informaram hoje as autoridades policiais aos deputados da Comissão Externa da Câmara Federal, que visitaram a cidade: Os parlamentares Paulo Pimenta (PT-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS).

O trio visitou a cidade nesta sexta e se reuniu também com representantes da prefeitura e dos bombeiros.

“A comissão chegou à conclusão de que há um consenso sobre a falta de uma lei articulada entre União, estados e municípios, o que causa um risco permanente de novas tragédias”, explica o deputado Goergen. “E isso dificulta, inclusive, a responsabilização das autoridades”.

Na terça, a comissão se reúne em Brasília e apresenta relatório preliminar.

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ANTT investiga vingança por vaga de garagem
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Leandro Mazzini

Criada para fiscalizar veículos em mau estado nos perímetros urbanos e nas estradas do país, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) investiga um caso inusitado envolvendo ciúme, vingança e chilique na própria sede.

O caso chegou à Comissão de Ética do órgão e os diretores não precisaram ir longe – apenas alguns metros, na garagem da sede em Brasília.

O episódio constrangedor causa polêmica nos corredores e sua protagonista é chamada de Madame Borracheira. Embora a assessoria preserve os nomes, a coluna apurou que há duas semanas uma servidora comissionada com cargo de gerente se estressou ao ver um outro carro na sua vaga.

Segundo relatos, o subordinado estacionou despercebido na vaga da chefe e levou a pior: teve os pneus esvaziados e foi alvo de chilique enfurecido. A assessoria se resumiu a informar que a “Comissão procedeu coleta de informações junto aos servidores envolvidos”, e os orientou “quanto ao uso correto das vagas/garagem”.

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SEU DINHEIRO VOA

A Aeroméxico, que voa com os Embraer 190 e Embraer 170, anunciou ontem lucro líquido recorde de 1,3 bilhão de pesos mexicanos, ou US$ 106,4 milhões. O lucro do 4º trimestre de 2012 foi de 612 milhões (US$ 48,9 milhões). Agora, o curioso: a aérea estrangeira é beneficiada pela linha de crédito do.. BNDES para a compra dos aviões.

POR AQUI

Enquanto isso, as aéreas brasileiras – que também se apoiam no BNDES – amargam prejuízo apesar das altas tarifas. O que está acontecendo? É o que pretende apurar a CPI do setor já protocolada. Com a palavra, o presidente Henrique Alves.

SOLIDÃO 

Desde que foi preso na operação da PF em 2010, o ex-governador do Amapá Valdez Góes está recluso numa chácara a 48km da capital, em baixo astral.

VEZ DE BOFF

A renúncia de Ratzinger como Papa faz brilhar novamente o brasileiro Leonardo Boff, um dos grandes nomes da Teologia da Libertação. Ex-aluno do cardeal alemão, Boff foi excomungado por ele, muitos anos atrás, numa inquirição de horas no Vaticano. O caso foi contado por detalhes pelo próprio Boff a Ziraldo, numa longa entrevista em 2006, publicado no extinto JB. Boff lembra que o debate, olho no olho, ocorreu na mesma sala onde foi julgado e excomungado Galileu Galilei.

CANELADA 

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, recuou e ‘mandou para o banco’ a ideia de ceder grandes terrenos para os centros de treinamento do Botafogo, Vasco e Fluminense, como publicamos ano passado. Ninguém entendeu.


Dilma tenta barrar candidatura do PDT ao Planalto
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Leandro Mazzini

Egressa do partido, a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o rumo do PDT na composição da base no Congresso e nas eleições.

Recebeu há poucos dias o presidente da legenda, Carlos Lupi – que ela demitiu do Ministério do Trabalho. Sem citar as eleições de 2014, indicou para ele o compromisso de aliança com o PT na sua campanha à reeleição. O recado ficou claro para Lupi.

Atualmente o PDT com 26 deputados e cinco senadores. Não é de se descartar no Congresso, mas não tem mais tanto peso como antes. O padrinho de Lupi para a audiência foi o ex-presidente Lula, apesar de o presidente do PDT dizer que “tem ótima relação com Dilma”, com quem conversou “umas cinco vezes já” desde que deixou o ministério.

Agora na linha independente, Lupi controla grande parte do partido e pretende lançar Cristovam Buarque ao Planalto. Nome de Dilma dentro do PDT, o ministro Brizola Neto, que sucedeu Lupi, tenta assumir o comando da legenda, mas não tem votos. Na versão de Lupi, “a presidente se mostrou preocupada com isso”. Nas entrelinhas, não é bom ter um ministro que não controla a bancada. O líder pedetista na Câmara é André Figueiredo (CE), recém-conduzido e afinado com Lupi.

Abre-se aqui um parêntese. O caso remete ao imbróglio que apeou do cargo o então ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP-BA), porque ele bateu de frente com a bancada do seu partido. O que dá fôlego a Brizola Neto, no entanto, embora não tenha maioria, é o respeito da agremiação política conquistado por ele próprio, não respaldado pelo sobrenome.

Dia 22 de março, o PDT vai rachado e em crise existencial para a escolha de seu novo presidente. Lupi quer a reeleição. Brizola Neto deve lançar um dos dois irmãos – Leonel, vereador no Rio, ou Júlia, deputada no Rio Grande do Sul, para honrar o sobrenome da família do saudoso fundador. Embora de olho nos rumos da legenda que a alçou à política, Dilma Rousseff ficará alheia e avisou a Lupi: “Eu não vou me meter nessa disputa”.

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Mais da Coluna Esplanada de hoje nos jornais:

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RESPEITO FOI PRA UTI

Flávio Dino está inconsolável com a indenização de R$ 10 mil pela morte do filho Marcelo por suposta negligência médica no Hospital Santa Lúcia. Não quer dinheiro, e sim Justiça – pente fino na rede hospitalar de Brasília. O mesmo hospital acaba de ser condenado no STJ a pagar R$ 100 mil a pais de bebê que morreu em 2007.

MEMÓRIA

A decisão é da Terceira Turma do STJ. Em 2007, a criança foi transferida com várias complicações de hospital público, que não dispunha de UTI, e de posse de liminar da Justiça os pais tentaram internação no Santa Lúcia, em vão.

MICO

Um repórter do L.A.Times perguntou ao porta-voz do Papa se o ato de renúncia de Bento XVI não poderia ser exemplo para futuros papas. Risada geral no Vaticano.

DA TOGA

Enquanto não conseguem certeza de que o Orçamento do Judiciário pode ser maior, os ministros do STJ vão ganhando afagos da presidente Dilma. Cada um deles vai ganhar mais dois assessores. Pela  Lei 12.762/12, sancionada no fim de Dezembro.

FOLIA MINEIRA

Ficaram apertados os corredores do MP Federal em Belo Horizonte, na quarta passada, com o desfile do bloco de testemunhas contra e a favor dos envolvidos no caso do “Mensalão Mineiro”.


Citação do Papa fez PT realizar “operação abafa” na campanha de Dilma
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Leandro Mazzini

A despeito da escolha do novo Papa, não será surpresa se a presidente Dilma Rousseff não for a Roma para sua posse.

Em 2010, ficaram abaladas as relações da então candidata do PT à Presidência com o Vaticano, quando o papa Bento XVI, a poucos dias da eleição, pediu à Igreja no Brasil que combatesse ideias sobre aborto.

À época, posições contraditórias da petista para a imprensa causaram desconforto na equipe de campanha e principalmente polêmica nas comunidades cristã e neopentecostal. Numa emergência eleitoral, o bancou o resgate de imagem junto a líderes religiosos.

Com o assunto em voga agora, descerra-se a cortina de uma operação abafa, confirmada pelos dois missionários incumbidos pelo ex-presidente Lula. Ele escalou os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Magno Malta (PR-ES) para a missão. Ambos evangélicos, eles viajaram no jatinho do ex-vice José Alencar e em poucos dias visitaram capitais para acalmar líderes religiosos e pastores. O discurso foi um só: Dilma era contra o aborto, e ponto. Além de pedir votos para a petista, evidentemente.

O ministro Gilberto Carvalho, católico e muito próximo da igreja, atuou junto à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que se posicionara com ceticismo quanto a Dilma.

Agora, a presidente pode ter uma justificativa caso não queira ir a Roma em Março ou Abril. A posse do futuro Papa é bem próxima à visita do novo pontífice ao Rio, em Julho, para a Jornada Mundial da Juventude.

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CAUSA E EFEITO

Não foi surpresa em Sergipe o governador Marcelo Déda (PT) ser vencido pela Assembleia na votação do Proinvest – a ajuda da União para obras de infraestrutura. Desde que assumiu, Déda tirou dos prefeitos verbas do estado para obras e passou a gerenciá-las. Isso causou uma gritaria constante também dos deputados. Enquanto estancou eventuais desvios, digamos,  de finalidades, Déda angariou gratuitamente a fúria discreta até de alguns aliados. Como gosta muito dele e soube da situação, a presidente Dilma dará outra chance: prorrogou prazo.


APOSTAS PAPAIS

De um ‘cardeal’ sem posto: Numa necessária virada histórica da Igreja, o Papa pode sair da África (o primeiro negro) ou do Brasil (o primeiro latino). A grande chance da Igreja, que vem perdendo fiéis nos dois continentes, está nas mãos dos votantes. A maioria dos cardeais votantes são da Europa, daí o favoritismo pender para arcebispo de Roma ou Áustria. Mas o nigeriano Francis Arinze lidera o rank.

MICO

Uma pertinente: na visita que o Papa Bento fez ao Brasil em 2007, a primeira-dama dona Marisa foi flagrada em foto beijando a própria mão ao pegar a do pontífice.

LÁ, COMO CÁ

Basta consulta online. Foi só a demanda para Roma aumentar que as aéreas europeias metem a mão no consumidor. As tarifas low fare que não passavam de 50 euros para a capital romana, de qualquer ponto do continente, já custam 300 euros.

BRASIL LÁ FORA

A Embratur mandou bem. A um ano da Copa, promoverá 13 feiras e workshops em nove países, entre eles Alemanha, EUA, Namíbia, Peru, Itália, Uruguai, México e Espanha, onde aliás os brasileiros ainda são muito mal vistos. Infelizmente.

PERIGO NA DISNEY

O alerta ontem do miniditador da Coréia do Norte, que testou bomba nuclear, é prova de que o falecido pai era quem segurava o ego dos seus militares. O garoto perdeu o controle e, porta voz dos generais, já ameaça guerra a EUA, Japão e Coréia do Sul.

BLOCO DOS LARÁPIOS

Pelo menos seis fotógrafos tiveram seus celulares furtados na Sapucaí do Rio. E só no sábado.

PONTO FINAL

Enfim, o ano começa hoje.


Eduardo Campos convoca bloco para folia eleitoral em Minas
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Leandro Mazzini

crédito – blogdonunoleandro.blogspot.com

Pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2014, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, vai colocar seu bloco eleitoral nas ruas de Minas Gerais.

Por ser reduto do também presidenciável Aécio Neves (PSDB), um eventual aliado, a investida será sutil, para não melindrar ou prejudicar o tucano.

Na primeira articulação, Campos vai chamar ao Recife após o carnaval o presidente do PSB mineiro, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, para traçar a estratégia do palanque no estado. O governador disse a interlocutor da coluna ter uma certeza: não pode abrir mão de Minas, terceiro maior colégio eleitoral do país.

Campos prepara seu desembarque em Minas com outra preocupação. O maior desafio começa pela capital Belo Horizonte: O prefeito, Marcio de Lacerda, apesar de filiado ao PSB, é mais aliado de Aécio do que o próprio Campos. A dúvida é saber de que lado ele vai ficar, com toda a máquina municipal preparada para uma campanha tucana ou socialista numa cidade com 2 milhões de eleitores.

Mas o esperado embate ultrapassa o quantitativo. Neste jogo entre os dois presidenciáveis leva a melhor quem mostrar poder de persuasão política. Em termos políticos: com quem vai Lacerda e sua trupe de cabos eleitorais.

Engana-se no entanto quem aposta numa dobradinha de chapa entre Aécio e Campos, independentemente da cabeça. Embora não revelem, nenhum deles aceita ser um vice do outro. Fato é que ambos se incomodam, apesar de amigos. Campos o cobre de elogios. Aécio, indagado um dia pelo repórter no plenário do Senado sobre o poder do pernambucano, sorriu amarelo, desconversou e partiu.

Uma certeza os dois têm. Uma parceria está fora de cogitação. Um ensaio na eleição municipal de 2012 foi um desastre eleitoral, pelas consequências nas urnas de Uberaba. Foi a única cidade mineira onde a dupla resolveu aparecer para pedir votos para Antonio Lerin (PSB), que liderava as pesquisas. Apesar dos sorrisos, fotos, corpo-a-corpo, Aécio e Campos provaram de uma rejeição em dobro. Resultado é que o líder despencou nas pesquisas após a aparição das estrelas, e perdeu a eleição para Paulo Piau (PMDB).

A despeito do bloco de Campos ensaiando folia em Minas, e das caravanas que Aécio prepara para se tornar mais conhecido no Nordeste, ambos não tiveram só o que comemorar após o pleito de 2012. O caso de Uberaba não foi pontual. Aécio também tentou ajudar o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos (PSDB). Foi duas vezes à “Manchester Mineira”, em vão. Custódio sequer foi para o 2º turno.

Perto de casa, em Petrolina (PE), Campos perdeu pela segunda vez. Não conseguiu eleger o herdeiro do ministro da Integração, Bezerra Filho (PSB), contra o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) – este, aliás, um expoente do PMDB que pleiteia o cargo de governador.

É só um detalhe de rodapéSúditos de Dilma apareceram no camarote do governador de Pernambuco no sábado, no Recife: os ministros Marta Suplicy (Cultura), Alexandre Padilha (Saúde) e Fernando Bezerra (Integração), este da sua cota.

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Conquista de Bento XVI, Estatuto da Igreja no Brasil completa hoje 3 anos
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Leandro Mazzini

 O Papa Bento XVI coincidentemente anunciou a sua renúncia ao pontificado no dia em que o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil completou três anos.

Envolto em polêmica desde 2006, quando proposto pelo Vaticano ao governo brasileiro pelo secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Tarcisio Bertone, o Estatuto teve a tramitação acelerada no âmbito político a pedido do próprio Papa, em reunião com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita ao Brasil em 2007.

Em 2008, o governo brasileiro e o Vaticano assinaram um tratado, que deveria ser confirmado pelo Congresso Nacional, o que ocorreu dois anos depois de muito debate no Senado e na Câmara.

O Estatuto tratou de oficializar as atividades da Igreja no Brasil. Era o único país no mundo onde o Vaticano se fazia presente e sem regulação nos cinco séculos de existência por essas terras tupiniquins.

O tratado bilateral Governo-Santa Sé envolveu várias esferas de Brasília, principalmente o Ministério das Relações Exteriores, e entre outros pontos, o respaldo jurídico para atuação de sacerdotes brasileiros e estrangeiros em território nacional.

A polêmica ficou por conta do Ensino Religioso nas escolas, que tornou-se facultativo e estendido a todas as crenças religiosas.

O então presidente Lula promulgou o Estatuto Jurídico da Igreja Católica dia 10 de Fevereiro de 2010, e o Diário Oficial da União o oficializou dia 11.

O Vaticano considera o Estatuto um dos maiores avanços de sua História e uma conquista marcada pelo pontificado de Bento XVI, que se empenhou pessoalmente na oficialização das atividades da Igreja no país com a maior população católica do mundo.

Vaticano deu dica

Há poucos meses, em visita ao Vaticano, membros do Comitê Organizador da Jornada Mundial da Juventude ouviram de preposto papal, ao ser questionado sobre os preparativos da visita de Bento XVI: “O Papa vai”, contou fonte da coluna.

E ponto. Deduziu-se à ocasião o recado: haverá um Papa no Rio em Julho, mas não se tinha certeza de que seria Joseph Ratzinger.

Foram testemunhas do episódio acima Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, Dom Paulo Cesar Costa, bispo auxiliar do Rio, e padre Joel Portella Amado. Na CNBB, cardeais já esperavam a renúncia, não se sabia para quando.

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Esplanadeira: Imagens de Brasília além do Poder
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Leandro Mazzini

A noiva e seu futuro marido atravessam a faixa, após ensaio fotográfico, na esquina da Via L2 Sul com o Eixo da Esplanada, em frente à Catedral de Brasília, para a cerimônia de enlace

Esplanadeira é a seção do blog em que o repórter publica fotos com olhar peculiar sobre a capital federal, para mostrar ao leitor que não a conhece que a cidade vai muito além de política e concreto.


Vossas Excelências! Charge de Aliedo
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Leandro Mazzini

Cachacinha na receita

Dona Maria Torinha é querida por todos os moradores da pequena Medina (MG), cravada no Vale do Jequitinhonha, em Minas. Conhecida também por se deleitar com doses de cachaças nos bares, mas moderadamente. Certa vez ela marcou consulta com o médico dr. Walter Tanure Filho, então prefeito, que alternava sua agenda entre o gabinete municipal e o consultório no hospital. Em certo momento da consulta, após verificar que ela reclamava de dores de cabeça, o médico indagou sobre seus hábitos:

– Dona Torinha, a senhora bebe uma cachacinha..?

Ela sorriu encabulada e mandou na lata:

– Óia, eu num ia pedir não, mas já que o senhor está oferecendo, eu quero sim..

Charge de Aliedo

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Após doações a partidos, grupo pede concordata em SP
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Leandro Mazzini

A despeito dos serviços prestados, a engenharia – pelo menos a financeira – não é o forte da Leão Leão pelo que se vê no episódio.

Composto por empresas que prestam serviços a prefeituras do interior paulista, o Grupo Leão Leão entrou com pedido de recuperação judicial na 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP). Há meses, deve a centenas de fornecedores. Acontece, empresas quebram, sem surpresa num país que tem a maior carga tributária do planeta.

O curioso é que a holding nunca titubeou, aparentemente com o caixa apertado, como se mostra agora, em distribuir generosidades a políticos em campanha. Através da CFO Engenharia, braço da Leão com contratos municipais, o grupo doou R$ 800 mil ano passado para os comitês nacionais do PSD e PMDB.

O dinheiro teve destino certo. Irrigou a reeleição da prefeita Dárcy Vera (PSD) na sua cidade sede: Ribeirão Preto. As doações aos partidos via transferência eletrônica, no valor de R$ 530 mil e R$ 270 mil, foram feitas dias 19 e 22 de Outubro, quando o grupo já devia na praça.

Tradicionalmente a relação empreiteira-candidato é repetida em todas as esferas de candidaturas. Não foi diferente com a CFO. Em 2010, doou R$ 125 mil para campanhas de dois candidatos a deputados estaduais e um federal. Só Duarte Nogueira (PSDB), que recebeu R$ 60 mil, foi eleito. Já Antônio Souza (PP), que levou R$ 50 mil, e Ubirajara Guimarães (PSDB), com R$ 15 mil, foram investimento perdidos da Leão. Não se elegeram para Alesp.

O grupo, hoje com quatro empresas, surgiu meteoricamente no auge político-municipal de Antonio Palocci, e cresceu em importância tanto quanto o petista ao galgar etapas mandatárias. Agora, tal como o padrinho, a holding caiu no conceito do mercado. E recorre à Justiça para se manter.

Por comunicados, a Leão Leão pretende ao menos honrar com salários de 600 funcionários na região, sem demissões. Contatado pelo blog na sexta, o grupo não se manifestou.

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