Acredite. A despeito das demissões de comissionados no Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Afinca – Associação dos Funcionários começou campanha para “redução de carga horária sem prejuízo da remuneração” para os médicos de carreira. Querem trabalhar metade das 40 horas semanais. A demanda surge no período de eleição na entidade e às vésperas da implantação do ponto eletrônico, programado para Fevereiro. Procurara por telefone e e-mail, a direção da Afinca não retornou.

MAL ESTAR. Excelência em atendimento, o Inca tenta controlar a situação com o ponto biométrico. Há suspeita de que a maioria dos doutores falta porque fica no consultório particular.

MAL ESTAR 2. A campanha da Afinca surge em momento delicado na saúde pública no Rio, quando se descobre que o médico Adão Crespo faltou a plantão em hospital municipal no Natal.

DIAGNÓSTICO. A Afinca passou por auditoria interna recentemente, após uma vice-presidente denunciar mal uso de recursos.

A presidente Dilma terá trabalho dobrado com o Congresso. Além dos esperados perfis independentes nas lideranças de bancadas aliadas como PMDB e PR (Garotinho), os escolhidos do PT – José Guimarães na Câmara e Wellington Dias no Senado – são fiéis ao núcleo liderado por Lula e José Dirceu. Para parte dos militantes, Dilma, egressa do PDT, nunca foi petista. Para dificultar, com Senado e Câmara sob comando do PMDB, o partido aumentará seu poder de barganha.

'ALIADA'. Os esperados presidentes do Senado, Renan Calheiros, e Câmara, Henrique Alves, ambos do PMDB, aos holofotes têm o apoio da presidente. Mas há ressalvas.

REBOLA, HENRIQUE. Dilma avalizou Henrique a pedido do vice Michel Temer. Mas não esquece o bambolê que ganhou do deputado, quando chefe da Casa Civil, por mais ''jogo de cintura''.

TUDO DE NOVO? A Renan, ela garantiu ''total apoio''. Mas teme que a imprensa retome artilharia sobre o escândalo que o derrubou em 2007. Renan tem dito que tudo está superado.

Os ministros palacianos temem a volta do recesso com uma bomba no Congresso mês que vem. Há risco de os novos líderes de partidos aliados serem de perfil independente e mal avaliados pelo governo. É o caso do PMDB, onde Eduardo Cunha (RJ) é forte candidato; e do PR, onde Garotinho (RJ) deve levar. Ainda é dúvida a lealdade do PDT, com a recondução de André Figueiredo (CE), ligado ao ex-ministro Carlos Lupi. A avaliação é que o governo fique mais dependente do novato PSD, que cobrará caro.

TAXIANDO. Há indicativos de que, além da Secretaria de Portos para o PSD via senadora Kátia Abreu (TO), a bancada na Câmara consiga a Secretaria de Aviação, como desejava.

Aconteceu há dois anos. O então deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) entrou no banheiro do Cafezinho gritando “Carlão, Carlão!”. A cena, tão surreal quanto hilária, foi digna de registro, como outras tantas e de variados personagens do Poder, para revelar ao leitor que a política tem seu lado cômico. Mas também a importância de mudar, a cada dia, a vida do cidadão. Como dizia Max Weber, somos todos políticos. A coluna faz uma retrospectiva de algumas das principais notícias exclusivas publicadas em 2012.

Baixinho é Brasília

E o Romário, quem diria, revelou-se bom parlamentar. Gostou tanto que trocou o Rio por Brasília nos fins de semana. E comprou na capital casa de R$ 25 milhões no Lago.

Cores do Poder

Num desembarque no Rio, a presidente Dilma descobriu que o prefeito Eduardo Paes (PMDB) pinta o cabelo, e com a mesma tinta que ela usa. Trocaram dicas. Ele adorou.

Cabral Ministro

Sérgio Cabral será ministro até o início de 2014. Foi trato com a presidente, numa conversa a sós de uma hora dentro do carro dela na Base do Galeão.

Diário do Poder

Das que viraram charges de Aliedo. Houve o dia que numa comissão o deputado Pittiman (PMDB-DF) reclamou que estava há horas representando o PMDB no plenário. No que Pedro Simon (PMDB-RS) retrucou: ‘E eu estou aqui há 40 anos’.

Cena 2

Ele ri amarelo, mas o boa praça senador Gim Argello (PTB-DF) pode confirmar o que a coluna revelou: o dia que tentou salvar um garoto na praia em São Vicente (SP) e, acima do peso, teve de ser socorrido pelos salva-vidas.

Oito rodas

Um deputado estadual de Minas, rico de família, comprou apartamento em Miami e pôs uma Ferrari na garagem. Não satisfeito, fez o mesmo em Paris. Com outra Ferrari.

Escolta aérea

Publicada em 11 de Fevereiro: O deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi retirado por federais de avião em Brasília e levado de volta ao raio-x, onde se recusara a passar.

Crise no PP

A coluna antecipou a saída do ministro Mario Negromonte (PP-BA) do Ministério das Cidades. O partido rachou na Câmara e ele perdeu a base. A presidente Dilma decidiu sua demissão. Até hoje Negromonte não voltou às reuniões da Liderança.

Serra na Saúde

O governador Geraldo Alckmin convidou José Serra para ser secretário de Saúde do Estado a partir de 2013. Ele deve aceitar. É estratégia para fortalecer seu nome ao Senado e limpar caminho para Aécio se candidatar ao Planalto.

Deltaduto

No auge da CPI do Cachoeira, publicamos a lista com nomes de dezenas de empresas laranjas que receberam dinheiro da Delta Construções, o chamado Deltaduto. Todas elas serão investigadas pelo MP Federal.

Grampo na sala

Fernando Cavendish, dono da Delta, foi grampeado na própria sala da presidência da empreiteira, na sede no Centro do Rio. Descobriu pontos de escuta nas paredes. Tem indícios de arapongagem da concorrência.

Garota Cachoeira

Carlinhos Cachoeira tinha estratégias peculiares de conquistar clientes. Chegou a pagar garota de programa para o filho do governador do Tocantins, numa visita a Goiânia.

Piada

O PTB de Roberto Jefferson, delator e réu do Mensalão, chegou a estudar, sob anuência dele, projeto de lei que exigiria FichaLlimpa para o… eleitor votar.

Mistério

Continua o mistério sobre a fazenda comprada no Texas por servidora da Secretaria Nacional de Drogas, terra dos fazendeiros mais ricos dos Estados Unidos.

PSD governista

O PSD entrará no governo Dilma de braçada. A senadora licenciada Kátia Abreu será ministra da Secretaria de Portos. Estuda o setor e despeja elogios em Dilma.

Guerra no PDT

O ex-ministro Carlos Lupi foi a Lula e, a pedido do ex, a presidente Dilma o receberá. Ele quer derrubar Brizola Neto do Ministério do Trabalho. PDT pode virar oposição.

Ponto Final

Investigado, mas não preso pela PF na ‘Porto Seguro’, o ex-senador Gilberto Miranda carregava a quadrilha no seu jatinho. E agora vive na moita na casa de Barcelona.

Nem tomou posse e Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, pisa manso para não irritar o próprio partido. Alas ficaram insatisfeitas ao serem preteridas em pastas por PP e PMDB, e o clima esquentou. Os diretórios municipal e estadual do PT aceitam, mas querem ditar os rumos dos programas de secretarias nas mãos de aliados, em especial as ligadas a movimentos sociais como Habitação (oficiosamente do PP), Assistência Social (PMDB) e Igualdade Racial (PCdoB).

SERRA, O RETORNO. O PT, na prefeitura, pode ter um contraponto na Saúde na esfera estadual. Como antecipamos dia 13, o governador Alckmin convidou José Serra para a pasta.

A maior premiação da História das loterias da Caixa mexe tanto com o brasileiro que o banco arrecadou R$ 3,32 bilhões com 1,47 bilhão de apostas em todos os prêmios da Mega Sena desde Janeiro até dia 30 de Novembro, mostra levantamento entregue à coluna. Os paulistas lideram: foram 488,3 milhões de bilhetes e R$ 1,09 bilhão arrecadados, seguidos pelos fluminenses, com 165,2 milhões de apostas e R$ 377 milhões jogados. Os mineiros jogaram R$ 349,7 milhões num total de 156,6 milhões de bilhetes até o fim do mês passado.

DO $UL. Os paranaenses surgem em 4º neste rank, com R$ 234,7 milhões (104,7 milhões de apostas). Gaúchos apostaram 87,4 milhões de bilhetes (R$ 197,5 milhões).

DF EM 7º. Sudeste e Sul são os que mais apostam. Mas os baianos estão em 7º, com 54,5 milhões de bilhetes e R$ 124 milhões. DF jogou R$ 112,5 milhões (46,3 milhões de bilhetes).

LANTERNA. Roraima ficou na lanterna. Foram 2 milhões de bilhetes (R$ 4,67 milhões). Amapá jogou R$ 4,74 milhões. No Amazonas, foram 13,3 milhões de apostas e R$ 30 milhões.

DADO$ . Novo levantamento sairá na primeira semana de Janeiro, após o sorteio de R$ 230 milhões da Mega da Virada.

O desinteresse do PMDB no Orçamento de 2013, apesar do esforço do relator-geral, senador Romero Jucá (PMDB-RR), conota um troco da cúpula do partido contra a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT). Foi dela a ideia, em meados do ano, de tirar Jucá da Liderança do Governo no Senado e nomear Eduardo Braga (PMDB-AM). Ideli comprou briga com a dupla que comanda a Casa: Renan Calheiros e José Sarney. Nos bastidores Braga está isolado. Deu nisso: Orçamento adiado.

FOI ASSIM. Jucá caiu da liderança após o PMDB se rebelar e não reconduzir o chefe da ANTT, Bernardo Figueiredo. Ideli anunciara um rodízio de líderes, até hoje uma promessa.

PARA VARIAR. A presidente Dilma ficará refém do calendário: Senado e Câmara voltarão em campanha para eleição dos novos presidentes e podem atrasar ainda mais a votação.

TIRO N'ÁGUA. Na sexta, Braga indicou que a bola estava com Jucá. No esforço, Jucá telefonou ontem para membros da comissão representativa. Em vão. Havia orientações para freá-lo.

É A CAMPANHA. Com o líder do Governo, Eduardo Braga, fritado até por ‘aliados’, o relator-geral do Orçamento 2013, senador Jucá, ficou abandonado. Sarney lavou as mãos, e dois expoentes do PMDB, Renan Calheiros (AL) e Henrique Alves (RN), focam suas campanhas para presidir Senado e Câmara.

Corruptos e corruptores devem ficar atentos. Antes de deixar a presidência do INSS em Outubro, Mauro Hauschild consolidou uma interface com a Polícia Federal, num trabalho iniciado em sua gestão em 2011, para cerco a fraudadores de benefícios. O foco está nas regiões Sul e Sudeste. Hauschild criou um gabinete de levantamentos e repasses de informações que podem resultar em breve numa operação nacional pelos federais. O trabalho continua na administração de Lindolfo Sales.

MADRUGADOR. Corre notícia de que um empresário da Lagoa, no Rio, sai para “Cooper” toda manhã às 5h. Só volta quando tem certeza de que não há patrulha da PF na porta.

SAIU BARATO. Em abril de 2011, a Justiça do Rio arrecadou R$ 1,81 milhão com o leilão de seis apartamentos de Jorgina de Freitas, acusada de ser a maior fraudadora do INSS.

Com investimentos prioritários nas obras de mobilidade para Copa de 2014, o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Marcio de Lacerda (PSB), apelou ao TJ de Minas e depois ao Supremo Tribunal Federal contra a própria Lei Orgânica municipal. Ele quis reduzir de 30%, como determina a lei, para 25% o índice mínimo de investimento em Educação. O ministro Dias Toffoli negou e arquivou a ação de inconstitucionalidade. Em sua defesa, o prefeito disse que isso representaria “graves prejuízos aos cofres”.

CONFLITO. Os 30% para a Educação são garantidos pelo Artigo 160 da Lei Orgânica. Lacerda apelou ao Artigo 212 da Constituição, que determina percentual mínimo de 25%.

FUTEBOL x SALA DE AULA. O prefeito alegou na ação que a cidade pode sofrer em 2013 sanções do TCU e não receber repasses da União para as obras da Copa.

ZERO NO BOLETIM. Os professores festejaram a decisão do ministro Toffoli. Para alguns, que pediram anonimato, o prefeito bateria um bolão se cumprisse a lei municipal.

Além do holofote em cadeia nacional de TV na quinta-feira, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), trabalhou nos bastidores com atenção especial ao Sul, sua região, para cacifar candidatura ao Senado. E investiu tudo em relações públicas. Nos dois últimos anos, promoveu 40 churrascos na residência oficial, em encontros de variadas pautas. Saborearam da carne no espeto desde o baixo clero até o rei Pelé, num jantar em companhia do presidente da FIFA recentemente.

MEU POVO..A aparição surpresa de Marco Maia em rede nacional de TV, para balanço de sua gestão, pavimentou seu caminho para a candidatura ao Senado.

MEMÓRIA. Maia surgiu aos holofotes como relator da CPI do Apagão Aéreo. Quatro anos depois, derrubou o favorito Vaccarezza (PT-SP) na disputa pela presidência da Casa.

ÁGUA NA BRASA. O churrasqueiro só teme que não trabalhe nos próximos anos, porque a Câmara agora é disputada por um potiguar, um mineiro e uma capixaba. Chegados a tutu e moqueca.