Coluna Esplanada

Arquivo : governadores

Virada de Aécio salva sua candidatura do próprio PSDB
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Leandro Mazzini

Aécio Neves salvou sua candidatura para este ano ou 2018 – e tem chances de ser eleito no segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff.

Os poucos 7 pontos que os separam são perigosos. E ainda pode angariar os votos dos eleitores de Marina Silva que estão insatisfeitos com o governo e querem a mudança.

O grande desafio de Aécio para a segunda etapa é ter perdido Minas Gerais, a maior vitrine para seu discurso de campanha, estado que governou por dois mandatos e segundo maior colégio eleitoral do País.

Aécio terá de se escorar em São Paulo, com Geraldo Alckmin, Paraná, com Beto Richa, Espírito Santo, com Hartung, e tentará conquistar parte do Rio, com Pezão – que aos holofotes apoiará Dilma, mas com o PMDB inteiro em apoio ao tucano.

Caso Aécio não passasse para o segundo turno seria uma grande derrota para ele dentro do próprio PSDB, que lhe tomaria a candidatura de 2018.

Hoje, sem o governo de Minas e apenas seria o presidente do PSDB, com José Serra eleito senador por São Paulo, e Geraldo Alckmin no quarto mandato de governador por São Paulo, o maior PIB do País, com os maiores financiadores de campanha no maior colégio eleitoral do Brasil.

Alckmin naturalmente é o forte concorrente para Aécio na disputa pela Presidência, caso o tucano não vença a eleição.

TRANSFERÊNCIA 

Pesquisas recentes indicam que Marina Silva transfere votos para Aécio Neves. Mesmo que fique neutra – provavelmente o que ela deve fazer. Numa das sondagens, 58% dos votos de Marina num segundo turno sem ela vão para Aécio, e 24% para a presidente Dilma.

Aécio vai trabalhar os votos dos jovens, dos insatisfeitos e buscará conquistar em especial os ‘sonháticos’.

MARINA E A REDE

Marina Silva vai trabalhar a partir de hoje para criar a sua REDE, que não teve registro autorizado pelo TSE este ano, pois não conseguiu validar assinaturas necessárias a tempo.

Ela deve sair do PSB – já em chamas internas – nos próximos meses, assim que tiver a certeza das assinaturas que faltam para oficializar o seu partido. Era o trato com Eduardo Campos caso não vencessem a eleição. E assim será.

Marina se afastará da cúpula do PSB e não tomará parte ou lado na briga pelo comando do partido entre Roberto Amaral e Beto Albuquerque.
Risco passado

A MEIRELLIZAÇÃO DA CAMPANHA

Pode aparecer um fator surpresa neste segundo turno. Até há poucas semanas houve uma disputa sigilosa entre os três maiores partidos nesta campanha – PT, PSB e PSDB – atrás de Henrique Meirelles, o chefão do Banco Central na Era Lula – e quem realmente segurou o País na crise internacional.

Meirelles é nome reconhecido e respeitado internacionalmente, dá segurança a investidores e traria a credibilidade que o Brasil perdeu nos últimos anos. Meirelles sumiu. Pode ser o coringa tanto de Aécio quanto Dilma, se decidir tomar lado. Hoje, o ex-presidente do BC é conselheiro da JF Holding, do grupo da JBS.

DISPUTA POR GOVERNADORES

Será tão grande a disputa de Dilma e Aécio por palanques estaduais que a presidente já marcou para amanhã uma reunião, em Brasília, com os governadores eleitos da base, e os potenciais que foram para o segundo turno. Aécio fará o mesmo, mas visitando cada um deles.


Pesquisas eleitorais motivam debandadas nos Estados
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Leandro Mazzini

pimentel

O petista Pimentel – apoio súbito de ex-aliados do tucanato em Minas. Foto: diariodenoticias.com.br

Desdenhadas por candidatos a presidente muitas vezes, as pesquisas eleitorais ganharam muita atenção das cúpulas de partidos e marqueteiros este ano.

A eleição pode ser sui generis e as sondagens têm causado escancaradas debandadas e traições de tratos feitos meses atrás.

Com Fernando Pimentel (PT) à frente para o governo de Minas, 18 prefeitos do PR – fechados com Pimenta da Veiga (PSDB), o candidato do presidenciável Aécio Neves – foram liberados para apoiar o petista.

No Paraná, Gleisi Hoffmann, em desvantagem clara, mal usa a imagem da presidente Dilma na TV e materiais de campanha.

Em Goiás, o governador Marconi Perilo (PSDB), que disputa a reeleição, não faz campanha para Aécio Neves. No Rio, há debandada gradativa e velada de petistas e peemedebistas para o palanque de Garotinho (PR).

QUEM MANDA

A debandada dos 18 do PR em Minas foi autorizada pelo deputado federal Bernardo Figueiredo, padrinho dos alcaides. Oficialmente, o PR ainda apoia Pimenta.

MAGOOU 

marconi

Marconi – ele não esquece o abandono de Aécio na CPI.

Marconi não esquece que Aécio o abandonou à sorte na CPI do Cachoeira. O governador estranhou o silêncio do aliado tucano, e tentou várias audiências, em vão. Nem ligações conseguia fazer.

NOVA CHANCE

Na frente até aqui, Pimentel, com o apoio do PMDB, tem chance de por fim à era Aécio Neves no governo e provocar uma vergonhosa derrota do tucano ‘em casa’. Os tucanos voltaram as baterias para Minas, segundo maior colégio eleitoral do País.

A CHANCE 2 

Em Brasília, se o STJ reverter a impugnação de José Roberto Arruda, determinada pelo TSE, o ex-governador que saiu preso pela PF da residência oficial tem chances de levar até no 1º turno o Palácio do Buriti, com a alta rejeição do governador Agnelo Queiroz (PT).

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O FACILITADOR..

Marcelo Toledo aparece em vídeos promocionais no YouTube e envia e-mails spam para oferecer 300 vistos de trabalho, por um ano, na Nova Zelândia. ‘Não precisa saber inglês e tem que ter menos de 30 anos’, anuncia. Cobra R$ 900 por cadastro e facilita o visto junto ao site da Embaixada do país da Oceania.

Até sexta à noite dizia ter vagas. Mas num esforço, basta qualquer cidadão que tenha conhecimento básico de língua inglesa se cadastrar no site da Embaixada, sem pagar o que ele cobra. Não há sorteio. É como preencher o pedido de visto para os EUA, por exemplo, ou outro País. Detalhe: o ‘sorteio’ não garante emprego na Nova Zelândia. Você chega lá e se vira.

MTE MANDA A LETRA

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho, o Ministério do Trabalho no Brasil tem responsabilidade apenas para vistos de estrangeiros que vêm trabalhar aqui – há neozelandeses que vêm, diz o facilitador. Nestes casos, somente o MTE tem autonomia para emissão dos vistos. ‘Qualquer procedimento para retirada do documento que não esteja relacionado às regras do ministério é ilegal e não válido’.

VIROU A URNA

A cúpula do PT já dá como certa Marina na frente de Dilma ainda no 1º turno. Datafolha de ontem já mostra Marina Silva (PSB) empatada com a presidente Dilma.

GARIMPANDO 

O ex-deputado Virgílio Guimarães é visto na ponte-aérea Belém-São Paulo há meses. Há notícias de amigos de que tenha virado garimpeiro no interior do Pará. O filho, Gabriel Guimarães (PT-MG) relata o novo Código Mineral na Câmara. A Coluna não conseguiu contato com ambos.

3G

Depois de passar uma pendenga para instalar os serviços, a Nextel respira aliviada. Fi a única a cumprir 100% da meta para 3G em Brasília e entorno, segundo revelou a Anatel em relatório das medições. Foi líder em ‘velocidade instantânea’ em abril e maio.

CONTRAMÃO

Em seu governo, Eduardo Campos criou o sistema BRT para a Av. Caxangá, no Recife, a segunda maior avenida em linha reta do Brasil, com 6,2km. O BRT não foi inaugurado, e a prefeitura fechou as duas vias. O trânsito é um caos na cidade.

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RAFAEL “KIRCHNER”

correa

Rafael Correa – cara de bonzinho só na foto. Foto: theguardian.com

Baixou a Cristina Kirchner no presidente do Equador, Rafael Correa. É o que fica notório com os sucessivos acontecimentos que fecharam o jornal oposicionista Hoy em Quito. O diário foi multado há poucos dias em US$ 57 mil por.. não ter divulgado a tiragem numa edição.

A empresa já sobrevivia com finanças ruins, e abriu mão da edição impressa, investindo tudo na edição online. Mas o governo deu celeridade ao fechamento em publicação no Diário Oficial de lá, sem qualquer direito de os diretores do veículo recorrerem a instâncias jurídicas. O jornal também acusa o governo de boicote em anunciantes. A denúncia é da Organização Repórteres Sem Fronteira.

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NOVO CONFRONTO

A Folha, Rádio Jovem Pan, SBT e UOL realizam amanhã em SP, ao vivo a partir das 17h45, o debate entre os presidenciáveis. Detalhes aqui

 


PSDB isola Azeredo e Serra em encontro do partido
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Leandro Mazzini

Duas figuras importantes do partido não apareceram hoje, em Poços de Caldas, no encontro do PSDB que reuniu líderes, membros da executiva nacional e oito governadores do partido.

Ex-governadores, e hoje em situações delicadas no ninho tucano, o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e José Serra não apareceram na reunião.

O tucanato não quer confusão com a imagem do partido na semana em que o PT sofre baixa histórica com mensaleiros na cadeia. Azeredo e Serra tornaram-se pontos delicados na legenda, por motivos diferentes.

Serra não desistiu da candidatura à Presidência da República, um obstáculo no projeto do atual presidente do partido, senador Aécio Neves (MG). E Azeredo tornou-se réu no STF no chamado ‘Mensalão Tucano’ – em processo que a corte decidirá se houve ou não caixa 2 na tentativa frustrada de reeleição de Azeredo ao governo de Minas em 1998 – com um detalhe incômodo: o duto teria passado pela agência de publicidade de Marcos Valério, o mesmo que tocou fogo no PT.

No encontro, o ex-presidente Fernando Henrique e Aécio Neves criticaram claramente a posição do presidente do PT, Rui Falcão, de classificar o julgamento do mensalão como político. Com mote eleitoral. FHC lançou Aécio ao Planalto como ‘o nome da esperança’.

Sobre Serra, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, garantiu a interlocutor da coluna que o ex-governador marchará junto com o projeto do partido, e fará campanha por Aécio caso o senador mineiro seja o candidato ao Planalto.

Entre as principais figuras no encontro, os oito governadores do partido e o ex-senador Artur Virgílio, prefeito de Manaus.

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PEC da Responsabilidade Eleitoral vai a plenário da Câmara em breve
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Leandro Mazzini

Luiz Fernando – ele quer comprometimento real dos candidatos majoritários

Enquanto Senado e Câmara batem cabeça e cada um propõe sua minirreforma eleitoral, uma Proposta de Emenda à Constituição, que tramita paralela aos pacotes das duas Casas – embora não alheia ao tema – avança na tramitação e pode fechar o cerco a muitas propostas fantasiosas que os cidadãos já se acostumaram a ouvir nas campanhas eleitorais.

A PEC 10, proposta pelo deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), foi aprovada semana passada na comissão especial e seguirá para plenário tão logo o colégio de líderes acolha a importância da proposta.

Ela prevê que, uma vez eleitos, prefeitos, governadores e presidente da República apresentem e cumpram um Plano de Metas e Prioridades, com base nas propostas da campanha eleitoral. Ou seja, vale o dito na TV, no rádio, nas ruas – uma forma de comprometimento com a população.

Para Machado, a iniciativa representa um avanço para que a sociedade possa conviver com gestões públicas mais eficientes. “Os candidatos tornam-se mais comprometidos com suas propostas de campanha”, diz.

A partir da proposta, os artigos 28, 29, 84 e 165 da Constituição Federal sofrem alteração. Uma delas é a determinação de que o Programa de Metas e Prioridades seja enviado pelo chefe do Executivo ao Poder Legislativo no prazo de 90 dias após a posse, inclusive em caso de reeleição.

“Os planos de governo não podem ser peças de ficção. Por este motivo, a PEC 10, ainda, prevê que os conteúdos do Programa de Metas serão incorporados às leis orçamentárias para o seu efetivo cumprimento e controle social”, explica o deputado Luiz Fernando.