Coluna Esplanada

Arquivo : Lula

Para virar o jogo, Dilma entrega dois ministérios a Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo

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O script foi redigido pela presidente Dilma, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Casa, Eduardo Cunha – que a visitou há dias.

Para tentar barrar o processo de impeachment, Dilma chamou Picciani para ser a ponte para negociar com o presidente da Câmara.

Ela ofereceu o ministério da Saúde e um de infraestrutura – que pode ser a fusão de Portos com Aeroportos. Cunha topou.

Os dois lados lançaram suas moedas: Dilma aguarda agora a indicação oficial de deputados da cota de Cunha. Em troca, pediu para manter os vetos aos aumentos de salários dos servidores do Judiciário e a outras pautas que podem desajustar ainda mais as contas do Governo. Espera, obviamente, que com isso os votos do PMDB na Câmara barrem o eventual processo de impeachment, que a oposição forja nos bastidores.

Aos holofotes, os peemedebistas não entregam o jogo jogado. Cunha deve se mostra alheio à situação, mas sob o comando veladamente. Vai manter a posição de “opositor” embora, assim que confirmados os ministérios, trabalhará gradativamente pela neutralidade na bancada.

Ontem à tarde, em conversa com jornalistas, o líder Picciani adiantou a proposta da presidente: “Ela pediu dois deputados (para a Saúde). Temos médicos no partido”. Circula no salão Verde a ironia que o indicado, pelo cenário, pode ser o psiquiatra Marcelo Castro (PMDB-PI).

Diante dos nomes decididos pela bancada no início da noite, vê-se claramente as digitais de Eduardo Cunha nas indicações para as duas pastas. Todos eles ligados ao presidente da Câmara.

Para a saúde, Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e o ex-ministro da pasta Saraiva Felipe (MG). Manoel Junior é o favorito e predileto de Cunha. Esteve com o presidente no gabinete enquanto acontecia a sessão do Congresso Nacional comandada por Renan Calheiros. Saiu muito cumprimentado pelos pares da sala de Cunha. Manoel é próximo de Beto Mansur (PMDB-SP) – ambos tocaram juntos a emenda do famigerado “ParlaShopping”, novo anexo de gabinete e galeria de lojas que será construído com Parceria Público-Privada.

Os nomes cogitados para a pasta de infraestrutura são Leonardo Quintão (MG), Celso Pansera (RJ) e José Priante (PA), este primo do senador Jader Barbalho. Todos próximos de Cunha, mas também de Picciani, que poderá ter influência na futura gestão. O mais cotado é Pansera. Natural do Rio de Janeiro, terra de Picciani e Cunha, foi ele o acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Yousseff, em depoimento na CPI da Petrobras.

CASO HENRIQUE ALVES

Eduardo Cunha determinou à bancada que proteja no cargo o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB). Foi um afago ao padrinho de Henrique, o vice Michel Temer.

O PMDB deve ficar com cinco pastas – Saúde, Infraestrutura (nome a definir com a fusão), Minas e Energia (fica com Eduardo Braga), Agricultura (continua com Kátia Abreu) e Turismo. Neste cenário a presidente mantém a equidade nas bancadas do PMDB, como seu plano: duas pastas para a Câmara, duas para o Senado, e uma da cota do vice Michel Temer.

Os deputados pediam a cabeça de Henrique Alves, o ex-presidente da Casa, no cargo pela cota do vice Temer. Mas Cunha deve segurá-lo.

A situação ainda é indefinida no Turismo. A presidente Dilma estuda fundir o ministério com o Esporte, mantendo sob comando do ministro George Hilton. Desta forma, ela evita crise e desconfiança internacional mantendo o ministro a menos de um ano dos Jogos, e principalmente mantém o PRB na base.

O RISCO PT

A presidente Dilma decidiu ceder o Ministério da Saúde ao PMDB após uma conversa pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Saúde é feudo do PT paulista desde o início da gestão do partido no Planalto. Qualquer passo mal dado na área poderia irritar o partido e ela perderia de vez o apoio da própria legenda.

Não há informações confirmadas de como ela poderá contemplar o grupo que sairá da Saúde para dar a vaga ao PMDB. O ministério é o mais visado da Esplanada pela importância e pelas verbas bilionárias no Orçamento.

Esta coluna foi fechada às 19h10 de ontem e distribuída para os 30 jornais da rede Esplanada, e publicada simultaneamente com o portal UOL.


Orgulho do tio Lula, novo empreiteiro da África cai nas garras da CPI
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Leandro Mazzini

lula

O ex-presidente Lula está irado com a convocação de seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos para depor na CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.

Parlamentares petistas ligados a Lula contam veladamente que o ex-presidente não queria que mexessem com sua família – em especial seu primogênito e seu sobrinho.

Mas a história é outra na CPI. O sobrinho Taiguara é um curioso personagem para os deputados. Até poucos anos um cidadão simples que reformava varandas em São Paulo, segundo a revista VEJA, ele tornou-se um dos grandes empreiteiros parceiro de construtoras do Brasil em obras em Cuba e em países da África.

Em suma, os parlamentares querem descobrir com quantos tijolos se ergue um império em pouco tempo.

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Lula terá de se explicar sobre BNDES na CPI
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Leandro Mazzini

Foto extraída de osul.com.br

Foto extraída de osul.com.br

A CPI do BNDES na Câmara dos Deputados tem 10 requerimentos de convocação – não convite – do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um para seu primogênito, Fábio Luiz, para avaliar a partir de hoje.

Há também pedidos para quebra de sigilo fiscal de ambos.

A pressão suprapartidária de deputados é grande e o PT perdeu poder na Comissão. Com a iminência da inevitável convocação do Barba – como é chamado o petista entre gabinetes – deputados preferiram cercá-lo devagar para evitar nova crise institucional.

Serão aprovados requerimentos de informações sobre a atuação do petista no cargo de presidente, e fora dele, a favor de empreiteiras – muitas enroladas com a Lava Jato. Em especial, empréstimos e financiamentos com obras em países ditatoriais da África e em Cuba.

O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), acredita que aprovar convocação de Lula neste cenário atual poderia piorar a crise com o Palácio do Planalto.

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Para petistas, Lava Jato deve durar até a eleição de 2018
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Leandro Mazzini

lula

A Operação Lava Jato vai se estender por mais dois ou três anos. Esta é a visão de grãos petistas.

A tese de ‘puxa-se uma pena e sai uma galinha’, frase do ministro do STF Teori Zavaski, nunca foi levada tão a sério.

A operação começou com a prisão de um doleiro em Brasília, chegou ao doleiro Youssef, operador do esquema na Petrobras, e agora ao setor energético e aos estádios da Copa.

O núcleo Lulista do PT começa a avaliar, em reuniões em São Paulo – no diretório nacional e no Instituto Lula – até que ponto a Lava Jato poderá prejudicar o possível lançamento do ex-presidente Luiz Inácio na disputa pelo Planalto. Um grupo defende a ideia de encomendar pesquisas bimestrais a partir de 2016. Qualitativas, em especial.

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Magoado com Lula e Dilma, Dirceu esboça autobiografia
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Leandro Mazzini

Ex-ministro fica em casa com a família em Brasília.

Ex-ministro fica em casa com a família em Brasília.

Vem aí um livro bomba, escrito por quem o PT menos esperava: o ex-ministro José Dirceu. Condenado no Mensalão, cumprindo hoje pena domiciliar, mas de novo na mira da Justiça e com risco de ser preso no escândalo do Petrolão, Dirceu escreve sua autobiografia.

A amigos que o visitaram em sua casa nos últimos dias, em Brasília, Dirceu desabafou estar ‘muito magoado’ com a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. ‘Eles me deixaram sozinho, me abandonaram’, comentou para um deles, amigo de longa data.

Dirceu confidenciou que levanta material para sua biografia com histórias sobre a sua recente prisão – uma injustiça, na sua visão – e a ‘equivocada’ condenação pelo STF.

O ex-ministro juntará ao livro fotos de arquivo pessoal um amigo de infância de Passa Quatro, um dos pioneiros de Brasília. Já existem esboços de páginas, com fotos, sobre Simone, a atual esposa, e M.A., a filha de quatro anos do ex-dirigente petista, que residem com ele no Lago Sul.

Dirceu pretende lançar a autobiografia o quanto antes, diante da decisão do STF de liberar as biografias não-autorizadas. Ele já foi alvo de uma, do jornalista Otávio Cabral.

Procurado, o advogado do ex-ministro até o momento não se manifestou.

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Antenado em Dilma, Obama não pergunta do The Guy
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Leandro Mazzini

Foto: BBC

Foto: BBC

Quem acompanhou a visita da presidente Dilma ao presidente Barack Obama, em Washington, afirma que, de tão antenado à brasileira, em nenhum momento ele perguntou pelo ex-presidente Lula, a quem chamou de The Guy anos atrás. “I love this guy”, dissera em evento na Europa quando conheceu o presidente petista.


De Lula para o PT: Economia vira e cenário melhora no fim do ano
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Leandro Mazzini

O ex-presidente Lula mostrou-se animado e brincalhão em muitos momentos na conversa com a bancada do PT no Congresso Nacional, realizada na última segunda-feira (29). Ainda disse acreditar que a crise é passageira e a economia vai virar no fim deste ano.

Pediu aos petistas para ‘levantar a cabeça’, ‘olhar para a frente’ e ‘tomar rumo’. Não demonstrou abatimento, mas deu bronca em alguns presentes. Lembrou que o PT tinha bancada minúscula quando começou mas era aguerrida. E que hoje são 70 deputados e precisam defender mais o partido.

Para Lula, a ‘economia vai melhorar’, e Dilma só está em início do segundo mandato, então o PT deve ‘defender nosso Governo’.

Não citou especificamente a presidente. Nem citou o PMDB e os expoentes Eduardo Cunha, Renan Calheiros ou o vice Michel Temer, que tem segurado a barra para a Dilma na articulação.

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Dilma, mais abandonada, vê Lula tornar-se o maior opositor
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Leandro Mazzini

Lula com Dilma, na posse - Ele tenta mandar desde o primeiro mandato dela. Foto: ABr

Lula com Dilma, na posse – Ele tenta mandar desde o primeiro mandato dela. Foto: ABr

Não bastasse a bola nas costas dada pelo ex-presidente Lula, que assume publicamente o papel de maior opositor na tentativa de dela se descolar, a presidente Dilma Rousseff se vê abandonada pelo corpo diplomático – também mais ‘lulista’.

A maior prova se deu na última quarta-feira (24), quando os convidados notaram a ausência da cúpula do Itamaraty – e até de embaixadores e diplomatas de outros países importantes – no lançamento do Plano Nacional de Exportações. Metade das cadeiras vazias foi retirada do salão.

Lula se reuniu com a bancada do PT ontem à noite em Brasília, enquanto a presidente mantém agenda nos Estados Unidos. Aliados dizem que está inconsolável.

Não é de hoje que o ‘Brahma’ anda bravo. Na noite da vitória na eleição foi visto por empresário, no Palácio da Alvorada, saindo bufando do gabinete da inquilina.

O que aliados entendem da reclamação de Lula é algo que Dilma não pode entregar. Conota que ela deveria ter ingerência sobre o MPF e a PF na investigação da Lava Jato.


PT engoliu a indireta de Lula para Dilma: ‘Não se acomodem no Governo’
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Leandro Mazzini

lula
O PT comprovou em seu congresso em Salvador que continua unido,  mas a exemplo de outros partidos expõe uma batalha interna de correntes pelo poder na legenda e no Governo que comanda.

O encontro, no qual o partido ratificou Lula e Dilma como seus expoentes, não deixou de revelar também as entranhas da disputa entre lulistas e dilmistas nas hostes.

O ponto alto dessa ‘batalha’ foi a frase dita por Lula no seu discurso: ‘Não se acomodem no Governo’.

O ex-presidente tirou a expressão ‘da boca do povo’, mas para os petistas presentes foi uma clara indireta para a presidente Dilma e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.