Coluna Esplanada

Arquivo : PF

Operação Rei do Gado vai cercar o curral inteiro
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A Operação Reis do Gado realizada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (28) no Tocantins, que enquadrou o atual (Marcelo Miranda) e o ex-governador (Siqueirinha Campos), é uma preparatória para coletar provas para cercar o curral inteiro: os federais vão deflagrar uma operação a partir de Santa Catarina, que passará pelo Paraná e chegará à Bahia.

O alvo codinome Momô, marido de uma importante congressista, é suspeito de lavar dinheiro para empresários e políticos do grupo.

Os codinomes dos alvos investigados são Vaca, Momô, Nariz, Pinguim e MR, irmão de um ex-governador. É sinal de que ontem a PF apenas abriu a porteira.

O Blog no Twitter e no Facebook


Governo desmonta a Polícia Federal na Lava Jato; Corporação nega
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O Governo desmobilizou a Polícia Federal na Operação Lava Jato em Curitiba.

Nos últimos três meses, houve gradativa troca de subordinados dos investigadores, ‘convites’ para direções em superintendências e remanejamentos forçados de delegados.

Márcio Ancelmo, o coordenador, é o último bastião da equipe e foi convidado para ocupar um alto cargo na direção da corporação. Érika Marena, a ex-chefe do grupo – e que deu nome à operação – acaba de ser remanejada contra sua vontade para Florianópolis.

Nos últimos meses foram remanejados da equipe os delegados Eduardo Mauat, Duílio Mocelin e Luciano Flores (o que levou o ex-presidente Lula da Silva sob condução coercitiva).

O clima azedou entre os delegados, porque alguns fecharam os olhos.

Dois jovens delegados (abaixo dos 30 anos) e com menos de dois anos de PF entraram na equipe, animados para mostrar trabalho, mas não têm a experiência dos que saíram, segundo colegas e investigadores.

Agora, a bola do jogo continua com a equipe intacta do Ministério Público Federal, sob comando de Deltan Dallagnol. Aliás, a Lava Jato é das poucas operações onde MP e PF se afinam.

Atualizada Quinta, 24, 17h32 e 20h32 – A Assessoria de imprensa da DPF contatou a Coluna e informou que a informação não é a realidade nos âmbitos da corporação e questionou a nota.

Nesta noite, a PF enviou uma nota oficial, que reproduzimos:

“A Polícia Federal repudia veementemente o teor da nota “Governo desmonta a Polícia Federal na Lava Jato em Curitiba”, veiculada hoje (24/11) pela Coluna Esplanada.

Ao contrário do informado pelo jornalista Leandro Mazzini, não ocorreram remanejamentos forçados de delegados.

Conforme nota divulgada durante a deflagração da 31ª fase da operação em julho deste ano e amplamente divulgada pela imprensa, os delegados Eduardo Mauat da Silva e Duílio Mocelin Cardoso retornaram às suas unidades de origem e foram substituídos por autoridades policiais com larga experiência em investigações internacionais que envolvam crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Os delegados Luciano Flores e Érika Marena aceitaram espontaneamente os convites feitos, respectivamente, pelos superintendentes regionais no Espírito Santo e em Santa Catarina para assumirem funções importantes nas unidades mencionadas. Ambos se sentiram honrados com os novos trabalhos.

Sobre o delegado Márcio Ancelmo, não é verdade que ele tenha recebido convite para ocupar “um alto cargo na direção da corporação”.

A PF também rejeita a afirmação de que a equipe passou a contar com delegados jovens e inexperientes. A formação e capacitação dos policiais federais é referência mundial. No caso da Operação Lava Jato, é fato público e notório o alto grau de capacidade técnica de todos os servidores envolvidos na investigação”.

Com informações de bastidores e pessoas próximas supracitados, mantemos o publicado.

O Blog no Twitter e no Facebook


Medidas contra a corrupção incitam confronto entre MPF e PF
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Há uma feroz e velada guerra entre o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não apenas pelo protagonismo das doze medidas de combate à corrupção, mas em especial pelo futuro das categorias e o poder de investigações.

Ontem , rolou a cabeça do deputado federal Delegado Francischini (SD-PR), entregue pelo seu partido Solidariedade, na comissão especial que analisa o pacote. Nos bastidores, procuradores pedem isenção porque não têm representante direto na comissão. Francischini é delegado federal aposentado.

Já pela manhã, os delegados ficaram contra o PL relatado por Onyx Lorenzoni (DEM-RS) porque foram excluídos itens considerados fundamentais pela Associação dos Delegados Federais (ADPF). O que fortaleceria a PF na cooperação jurídica internacional, e o que previa compra de equipamentos através do fundo de combate à corrupção.


Congresso tenta intimidar MP e PF, e movimentos de rua se calam
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Os movimentos populares que foram às ruas contra o Governo Dilma Rousseff e o PT, organizados pelas redes sociais, se acovardaram diante do consórcio liderado pelo PMDB no Poder – no Congresso e no Palácio do Planalto.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores investigados querem acuar procuradores e delegados com o projeto de lei de abuso de autoridade, que avança na tramitação.

Os deputados não ficam atrás e pretendem intimidar os investigadores na aprovação de um dos tópicos do pacote de medidas anticorrupção, que criminaliza procuradores que cercam mandatários.

Não se ouve um grito nas ruas contra a clara manobra política de intimidação engendrada no Congresso Nacional. Idem para os movimentos estudantis tradicionalmente ligados aos partidos de esquerda, como União Nacional dos Estudantes e União Juventude Socialista.

A desmobilização das ruas faz surgir cenários surreais, como o protagonizado por advogados do ex-presidente Lula da Silva, que pediram a prisão do juiz federal Sérgio Moro. Alegam abuso de poder.

O Blog no Twitter e no Facebook


Decisão de Teori não ‘silencia’ maletas do Senado
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A verborragia figadal do presidente do Senado, Renan Calheiros, vangloriando-se da decisão monocrática do ministro Teori Zavascki é uma vitória de Pirro.

O ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu em liminar a Operação Métis no Senado. Mas não a invalidou, por ora.

Contudo a PF já avançou nas perícias das maletas de varreduras de grampos e sabe o que aconteceu no submundo do Congresso Nacional. Isso pode contribuir para a Lava Jato.

Estão todos tremendo – no Congresso e no Planalto – com o que pode ser revelado

Em breve, o plenário do STF pode decidir pela anulação da operação ou continuidade – neste caso a Corte vai pedir à PF mais diligências, e a polícia dá prosseguimento à devassa.

A Coluna citou que a PF investigava, até ontem, se o software das maletas foi adulterado para fazer escutas telefônicas, além de varreduras. O Instituto Nacional de Criminalística é um dos melhores do mundo e tem tecnologia e profissionais gabaritados.

O Blog no Twitter e no Facebook


Senado tentou aval constitucional do STF para poder de Polícia
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O Senado Federal tentou aval constitucional do Supremo Tribunal Federal para o poder policial dado por resolução da Casa à Polícia Legislativa, mas recuou diante do risco de perder as prerrogativas conquistadas.

A ADC – Ação Direta de Constitucionalidade, sob relatoria da ministra Cármen Lúcia, foi arquivada no último dia 26 de setembro a pedido da própria advocacia do Senado, quando a Associação dos Delegados Federais pediu entrada como amicus curiae, e questionaria a resolução de 14/2015 com esses poderes aos agentes.

A ADC nº 24 era para respaldar a resolução 59/2002 mas o presidente Renan Calheiros deu aval em resolução nº 14/2015 para a Polícia Legislativa instaurar inquéritos, fazer varreduras e o porte de armas dentro do Congresso. Dia 6 de janeiro deste ano o Senado ainda editou nova resolução dando poder de inquérito para a DEPOL do Senado (detalhe, a palavra ‘inquérito’ aparece 25 vezes).

A ministra Cármen Lúcia considerou a ADC 24 prejudicada quando o presidente Renan Calheiros revogou a Resolução 59/02 mediante a publicação da Resolução 14/15. A advocacia do Senado pediu, então, o arquivamento da ação.

Se a ADC 24 continuasse em pauta no STF, a Polícia Legislativa teria alto risco de perder essas prerrogativas conquistadas, diante do potencial questionamento da Associação dos Delegados Federais.

Desde o arquivamento, há um mês, nenhuma instituição questionou mais a resolução.

Na última sexta-feira, a PF deflagrou a operação Métis, e prendeu quatro agentes legislativos por suspeitas de abuso de poder e atividade ilegal, e reacendeu o debate sobre os poderes da DEPOL do Senado.

O Blog no Twitter e no Facebook


Renan reúne diretoria do Senado para discutir operação da PF
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu na noite deste domingo na residência oficial, em Brasília, alguns diretores do Senado, num encontro que entrou a madrugada.

Esteve a portas fechadas em especial com o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, e a diretora-geral Ilana Trombka.

Não houve presença de representante da Polícia Legislativa.

Segundo fontes, há perspectivas de mudanças na Casa.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Métis, e prendeu quatro policiais legislativos suspeitos de extrapolarem suas funções e atrapalharem as investigações da Operação Lava Jato que envolve senadores.


Futuro de Cunha na Lava Jato divide investigadores
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Os investigadores da Lava Jato estão rachados. Uma ala tem esperanças de que o ex-deputado federal Eduardo Cunha abra a boca para se livrar de muitos anos de cadeia, e entregue gente que não está na lista.

Outros acreditam que Cunha vai dar tempo ao tempo e será um novo ‘Marcelo Odebrecht’, e relutará muito.

Partem da premissa, com base em informações sigilosas, de que ele sabe que vai se complicar quanto mais falar.

A PF e o MPF já sabem que Cunha bancou dezenas de campanhas de parlamentares em 2010 e 2014. Será difícil ele explicar de onde veio o dinheiro e por quê.


Diretor da PF faz revelações sobre Japonês: teve fila para casar
Comentários Comente

Leandro Mazzini

daiello

O delegado Leandro Daiello, diretor-geral da Polícia Federal, numa rara aparição em palestra em Porto Alegre na última sexta-feira, fez revelações sobre Newton Ishii, o ‘Japonês da Federal’, famoso na escolta da Operação Lava Jato.

Daiello disse que após a fama repentina do agente, apareceu fila de mulheres em Curitiba propondo namoro e casamento ao policial. E até óculos de marca ofereceram para propaganda.

Ishii atua há meses com autorização de liminar judicial, porque foi condenado por contrabando quando atuava num posto de fronteira.

Em parte do discurso, o diretor da PF criticou a cobertura da imprensa sobre a corporação. Lembrou que tão importante quanto o combate à corrupção é a atuação contra as drogas. Citou o fato de a apreensão de uma tonelada de pasta de cocaína não ganhar mais destaque nas capas de jornais.

Daiello também frisou que a Polícia que nega ter corrupção interna está mentindo. Explicou que o combate à corrupção nas ruas passa prioritariamente pela limpeza interna. Ele palestrou para para policiais e autoridades.

Esses trechos supracitados acontecem a partir de 1 h 22 minutos de palestra. Assista aqui

Em 2014, o diretor-geral concedeu uma entrevista exclusiva à Coluna, publicada no UOL, na qual revelou que à ocasião havia 200 investigações especiais em andamento – a maioria delas contra a corrupção pública. Àquela época, a Lava Jato já estava se consolidando.

O Blog no Twitter e no Facebook