Acidente com jato do Bradesco torna-se grande mistério para Aeronáutica
Leandro Mazzini
O acidente com o jatinho no Bradesco na semana passada já é um mistério para a Aeronáutica, que investiga o caso através do Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos. Nada contribui para a queda: o avião era seminovo e com revisão em dia, com tecnologia de ponta, pilotos experientes e o tempo era bom.
A 36 mil pés, sumiu repentinamente do radar – e nos minutos que antecederam o choque, na relação velocidade-altitude, nenhum contato dos pilotos com as torres de comando.
Não há na história de registros da Cessna dois acidentes com seus jatos em apenas 14 meses. Em agosto passado, foi a queda de uma aeronave da fabricante americana que matou o presidenciável Eduardo Campos e a equipe em Santos (SP). Em tempo, o Cenipa está em fase de conclusão do relatório das causas deste acidente.
A cúpula do Bradesco foi pega de surpresa com a viagem dos executivos Lúcio Flávio de Oliveira (Vida & Previdência) e Marco Antônio Rossi (Seguros) que morreram na queda do jatinho. Há uma recomendação interna para que altos executivos não compartilhem o mesmo voo – privado ou comercial, conta um ex-executivo da instituição.
Horas antes do acidente fatídico, os executivos visitaram a Esplanada. Ambos estiveram com Tarcísio Godoy, secretário executivo do Ministério da Fazenda. Sozinho, Rossi também passou na Casa Civil para um café com o ministro Jaques Wagner, para apresentar os projetos da Bradesco Seguros.
CASO BAMERINDUS
O acidente do jato do Bradesco só tem um similar no histórico destes casos no Brasil: a que vitimou a morte dos comandantes do então banco Bamerindus.
A queda de um bimotor modelo Piper Seneca em 24 de julho de 1981 matou seis pessoas, no interior do Paraná. Além do piloto, o presidente do banco, Thomaz Edison de Andrade Vieira, seu irmão e vice-presidente, Cláudio Enoch de Andrade Vieira e os três filhos deste.