Coluna Esplanada

Arquivo : janeiro 2013

Silêncio de Serra irrita o PSDB
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Leandro Mazzini

O governador Geraldo Alckmin diz que não houve convite. A assessoria de José Serra informa que “não está em debate”. Mas ambos se esforçam para evitar constrangimento. A coluna reafirma que oficiosamente Alckmin o sondou para secretário de Saúde na primeira semana de Dezembro. É que Serra até agora não se manifestou, e isso irrita todo o PSDB, porque atrasa os planos da pré-candidatura de Aécio Neves ao Planalto. Com Serra acuado, Barjas Negri torna-se maior favorito à secretaria de Alckmin.

CLASSIFICADOS. Barjas Negri é economista, foi ministro da Saúde de FHC e elegeu o sucessor na prefeitura de Piracicaba (SP). Está livre para assumir.

SUSPENSE. O PSDB nacional já trata com Aécio, Alckmin, FHC e expoentes a presidência do partido para o senador Álvaro Dias (PR). Seria a saída conciliatória.

CHANCE. É fato para a maioria do PSDB, e entre as bancadas no Congresso, que o timing de Serra passou. O partido dá opções para ele sair do ócio.


MEC cerca os deputados “educadores”
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Leandro Mazzini

A proposta de criação do INSAES – Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior visa em especial fechar o cerco a 2.081 instituições de ensino superior particulares, nas quais estudam 5.706.753 de alunos. Curiosamente, muitas delas são de propriedades de deputados federais e estaduais, com autorização do próprio MEC nos últimos 10 anos. O contingente de alunos é quatro vezes maior que o de matriculados nas federais (1.032.936).

REAÇÃO. Preocupado com a qualidade, o MEC enviou projeto para debate na Câmara e não vai recuar. A associação das faculdades promete reagir mês que vem.

HÁ VAGAS. Como divulgado pela coluna, o INSAES propõe a criação de mais de 500 cargos para que funcione. A corrida já é grande entre funcionários de ministérios.

RAIOS X. Dados do MEC: o país tem 2.365 Instituições de Ensino Superior. São 284 são públicas; 190 são universidades, 131 centros universitários, 2.004 são faculdades e 40 Cefets.

 


A “Pousada do Rural”
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Leandro Mazzini

Atualização, Terça, 15/01, 15h40:  Foi fechada temporariamente a Pousada Refúgio do Caracará, no Pantanal do Mato Grosso, que já foi de propriedade de Kátia Rabello, ex-diretora do Banco Rural condenada no Mensalão. No período administrda pela banqueira, a pousada era preferida de grandes executivos em busca de ecoturismo e pesca, a pousada tem script tão policial quanto a Ação Penal no Supremo. Há suspeita de que mensaleiros a frequentavam e ali o Rural lavou dinheiro. A Polícia Civil investiga falsificação do contrato social em 2009, que teria favorecido Kátia em detrimento da família Mamede, a primeira proprietária.

HISTÓRICO. Em ofício de 7 de julho de 2009 enviado à Justiça, Antonio Carlos Mamede revela que passou procurações para Kátia e executivos dela em 1999. Assim ela virou sócia.

A CRISE. Anos depois, tão logo soube do envolvimento do Rural com o Mensalão, Mamede destituiu Kátia e sócios do conselho do Hotel Rio Pixaim – que controla a pousada.

ENTRA E SAI. Desde 2009, a família Mamede está em guerra judicial com Kátia e o Rural, que ficaram com a pousada. Esse foi o motivo da recente operação da Polícia Civil. Em Abril de 2010, numa ação conciliatória, a Justiça devolveu a pousada ao Grupo Rural.

MAPA DO CRIME. A Refúgio do Caracará é tão exclusiva que era visitada até por banqueiros estrangeiros, que pousavam com seus aviões na pista de 1.100 metros aberta na mata. Fica em Poconé, a 114 km de Cuiabá. Os funcionários foram dispensados e reservas canceladas. Kátia tem que pagar multa de R$ 1,5 milhão à Justiça, ordenou o STF.

Atualização, Terça, 15/01, 15h40:  A assessoria do Hotéis Rio Alegre informou que, em 2012, demitiu dois funcionários e as vagas serão repostas. Apesar de os atuais empregados temerem o fechamento, o hotel alega que retoma as atividades em Fevereiro após recesso.

Atualização, Quinta, 31/01 , 11h07 – A Pousada Refúgio Ilha do Caracará, em Poconé (MT), continua de propriedade do Grupo Rural, após comprovar posse na Justiça em litígio com os ex-proprietários. Não houve fraude. Informa que o fechamento foi sazonal e reabre em Fevereiro.


Haddad vai peitar vereadores
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Leandro Mazzini

Apesar do bom relacionamento com a Câmara de Vereadores, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pode comprar uma briga grande e pessoal com os edis se mantiver a promessa de aprovar este ano um Código de Obras, a Lei de Zoneamento e operações urbanas, que mexe com o setor de construções. O tema sempre foi tabu para o ex-prefeito Gilberto Kassab. Explica-se: muitos vereadores são donos de imobiliárias ou foram financiados pelo setor.

DESAFIO. Este será o maior desafio do prefeito. O plano, criado no governo Marta Suplicy, foi previsto para até 2012. Haddad terá de ter o seu de qualquer jeito.

DETALHE. Desde que foi criado, em 2002, o Plano Estratégico só recebeu emendas dos vereadores e não uma versão definitiva.

VERDES. O PV será obstáculo, por ora, para o prefeito Haddad, que é contra a inspeção veicular criada pelo José Roberto Trípoli, expoente verde paulistano.

 


Médicos do Inca querem reduzir carga horária pela metade
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Leandro Mazzini

Acredite. A despeito das demissões de comissionados no Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Afinca – Associação dos Funcionários começou campanha para “redução de carga horária sem prejuízo da remuneração” para os médicos de carreira. Querem trabalhar metade das 40 horas semanais. A demanda surge no período de eleição na entidade e às vésperas da implantação do ponto eletrônico, programado para Fevereiro. Procurara por telefone e e-mail, a direção da Afinca não retornou.

MAL ESTAR. Excelência em atendimento, o Inca tenta controlar a situação com o ponto biométrico. Há suspeita de que a maioria dos doutores falta porque fica no consultório particular.

MAL ESTAR 2. A campanha da Afinca surge em momento delicado na saúde pública no Rio, quando se descobre que o médico Adão Crespo faltou a plantão em hospital municipal no Natal.

DIAGNÓSTICO. A Afinca passou por auditoria interna recentemente, após uma vice-presidente denunciar mal uso de recursos.

 


Dilma começa ano refém do PT
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Leandro Mazzini

A presidente Dilma terá trabalho dobrado com o Congresso. Além dos esperados perfis independentes nas lideranças de bancadas aliadas como PMDB e PR (Garotinho), os escolhidos do PT – José Guimarães na Câmara e Wellington Dias no Senado – são fiéis ao núcleo liderado por Lula e José Dirceu. Para parte dos militantes, Dilma, egressa do PDT, nunca foi petista. Para dificultar, com Senado e Câmara sob comando do PMDB, o partido aumentará seu poder de barganha.

‘ALIADA’. Os esperados presidentes do Senado, Renan Calheiros, e Câmara, Henrique Alves, ambos do PMDB, aos holofotes têm o apoio da presidente. Mas há ressalvas.

REBOLA, HENRIQUE. Dilma avalizou Henrique a pedido do vice Michel Temer. Mas não esquece o bambolê que ganhou do deputado, quando chefe da Casa Civil, por mais “jogo de cintura”.

TUDO DE NOVO? A Renan, ela garantiu “total apoio”. Mas teme que a imprensa retome artilharia sobre o escândalo que o derrubou em 2007. Renan tem dito que tudo está superado.

 


Com novos líderes no Congresso, Planalto ficará refém do PSD
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Leandro Mazzini

Os ministros palacianos temem a volta do recesso com uma bomba no Congresso mês que vem. Há risco de os novos líderes de partidos aliados serem de perfil independente e mal avaliados pelo governo. É o caso do PMDB, onde Eduardo Cunha (RJ) é forte candidato; e do PR, onde Garotinho (RJ) deve levar. Ainda é dúvida a lealdade do PDT, com a recondução de André Figueiredo (CE), ligado ao ex-ministro Carlos Lupi. A avaliação é que o governo fique mais dependente do novato PSD, que cobrará caro.

TAXIANDO. Há indicativos de que, além da Secretaria de Portos para o PSD via senadora Kátia Abreu (TO), a bancada na Câmara consiga a Secretaria de Aviação, como desejava.