Coluna Esplanada

Arquivo : outubro 2014

Amazonas tem um novo morubixaba político: Omar Aziz
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Leandro Mazzini

omar

Omar, o novo cacique do Amazonas. Foto: EBC

O novo morubixaba dos manauaras é o senador eleito Omar Aziz (PSD) – uma cria do… derrotado ao governo Eduardo Braga (PMDB). Aziz ainda apadrinhou o governador reeleito.

José Mello (PROS) foi reeleito governador do Amazonas e mandou de volta ao Congresso o poderoso senador Braga, ex-governador por dois mandatos.

Aliás, não rendeu a esperada repercussão nas urnas a revelação da gravação de secretário de Mello negociando – dentro de presídio – 100 mil votos e ‘paz’ nas ruas com o chefe do tráfico no Estado ( lembre aqui )

As voltas que o mundo dá passam pelo Amazonas: Eduardo Braga apadrinhou no Poder Omar (que era vice-governador); Omar, por sua vez, apadrinhou Mello, agora eleito. Omar e Mello hoje são adversários de Eduardo, que ficou isolado. Por ora.


Aposta no voto personificado e excesso de confiança derrubaram Aécio em MG
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Leandro Mazzini

aecio

Foto: UOL Eleições

Aécio Neves está um poço de mágoas com os eleitores mineiros. Perdeu para a presidente Dilma no Estado nos dois turnos.

Tucanos de alta plumagem reconhecem que, pela baixa diferença de votos no resultado nacional, se Aécio vencesse em Minas como apostavam nos prognósticos – uma vantagem de 3 milhões de votos – ele seria eleito presidente.

Dilma obteve 52,41% dos votos no Estado (5.979.422 votos), contra 47,59% de Aécio (5.428.821).

Ontem, tucanos estupefatos com o resultado no reduto eleitoral que Aécio governou por dois mandatos ainda tentavam entender o que houve e fizeram um discreto mea culpa sobre os motivos da derrota.

A turma elenca: excesso de confiança no voto personificado; PSDB não colocou a militância nas ruas; não investiu no Norte e Nordeste do Estado, bolsões ainda com baixo IDH e alvo do Bolsa-Família; e principalmente não tem o apoio dos prefeitos das principais cidades do interior: Uberlândia (56,4% para a petista, contra 43,5%) , Uberaba (57,6% x 42,4%) e Juiz de Fora (63,3% x 36,6%).

Uberlândia (356 mil votos válidos) é administrada pelo petista Gilmar Machado, ex-deputado federal que foi vice-líder do Governo durante a gestão Lula. Uberaba (166,9 mil votos) e Juiz de Fora (294 mil votos) estão nas mãos do PMDB, com prefeitos aliados de Dilma.

A presidente também deu uma lavada no tucano numa cidade da região metropolitana. Venceu em Betim por 56,21% a 43,79% – a cidade teve 208 mil votos válidos. Já Aécio venceu em Contagem (340 mil votos válidos) por 51,98% contra 48,02%. Na capital (1,45 milhão de votos), o resultado ficou bem a favor do tucano – 64,27% a 35,73%.

MÁQUINA MUNICIPAL

Pesou a favor de Dilma o uso da máquina municipal. Prefeitos do PT e PMDB no Estado investiram pesado com nas propagandas nas ruas com apoio do comitê nacional.

MILITÂNCIA OFICIAL

Outra militância a favor de Dilma: 30 dos atuais 53 deputados federais são governistas, entre eles campeões de votos petistas como Reginaldo Lopes e Gabriel Guimarães.

PATRUS & PIMENTEL

Aécio só venceu em Belo Horizonte e nas cidades do Sul. Em BH, puxaram votos para Dilma dois ícones do PT: Fernando Pimentel e Patrus Ananias, ex-prefeitos da capital.


Esplanadeira: O vaivém de jatinhos e o transporte público em dia de voto
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Leandro Mazzini

‘Esplanadeira’ traz bastidores, denúncias, dicas, análises – as curtinhas do dia no blog:

TAKE OFF

Mal deram 18 horas ontem e começaram a decolar jatinhos com poderosos ocupantes. Todos embarcaram em São Paulo. O trio FHC, José Serra e Geraldo Alckmin foi para Belo Horizonte. Lula pegou um para Brasília, a fim de afagar a presidente Dilma.

TAKE OFF 2

Do Recife, partiram juntos num avião rumo a BH, a convite de Aécio, o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), o prefeito Geraldo Julio (PSB) e o presidente do PSDB de PE, Bruno Araújo (PSDB). O senador Jarbas Vasconcelos foi convidado, mas preferiu acompanhar o resultado das eleições em seu comitê eleitoral.

PETROELEIÇÃO

Enquanto o Brasil acompanhava apreensivo os resultados parciais, nas redes sociais a disputa entre militantes envolvia a Petrobras. Para petistas, Aécio privatizaria a Petrobras. Para os tucanos, a presidente leva a empresa à falência.

TRANSPORTE PÚBLICO

Do leitor Rafael Lobo, no Facebook, ontem às 16h: ‘Dilma votou em Porto Alegre e almoçou em Brasília. Minha mãe saiu para votar em Belford Roxo (RJ) antes do café da manhã e até agora não voltou. Belford Roxo é mais longe que Porto Alegre?’

PATRIOTISMO 

A brasileira Clara Bustamante viajou da Philadelphia para Nova York ontem apenas para votar em Aécio.

NATAL SALGADO  

Para sair um pouco de eleição, uma notícia ruim para a economia: a dois meses do Natal, as passagens aéreas de todas as companhias já custam os olhos da cara.


Os ‘petistas’ do prefeito do Recife
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Leandro Mazzini

A Prefeitura do Recife colocou um batalhão de garis para limpar as ruas próximas aos colégios eleitorais a partir das 15h30 de ontem.

Eleitor declarado de Aécio (PSDB), o prefeito da capital, Geraldo Júlio (PSB), não percebeu que a tropa de garis vestia vermelho e alguns gritavam que ‘Dilma está chegando’.

Um flagrante de ‘boca de urna’ em frente às zonas eleitorais enquanto ainda acontecia a votação.


Derrota mais amarga foi a de Henrique Alves no RN
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Leandro Mazzini

henrique

Foto: ABr

A derrota mais amarga desta eleição foi para Henrique Eduardo Alves (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados.

Ele foi favorito para o governo do Rio Grande do Norte durante o 1º turno. O jogo virou para o eleito Robinson Faria (PSD), eleito neste domingo.

Em resumo, Henrique Alves perdeu o governo e a Câmara – após 11 mandatos (44 anos) ficará fora do Congresso Nacional.

Restará a ele o PMDB, mas em 2015, sem mandato, será mais um. Tudo dependerá de sua articulação e de sua amizade com o vice Michel Temer e a eminência parda do PMDB no Congresso, Eduardo Cunha.


Dilma terá de negociar com Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

cunha

Foto: ABr

A presidente Dilma mais uma vez, a exemplo de antecessores – como Lula e Fernando Henrique – se vê diante do maior desafio depois da eleição: controlar o PMDB, que vai colocar ‘a faca’ em seu pescoço por mais espaço no governo.

Em especial agora que o partido vai capitalizar a vitória como principal aliado.

Mas Dilma terá, principalmente, que negociar com o deputado federal reeleito Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que manda muito no partido. Cunha tem ampla articulação e até comanda uma bancada suprapartidária. Aliados e até desafetos indicam ser um grupo de 200 parlamentares.

Cunha é potencial candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2015. Conheça um pouco mais de Cunha e seu poder aqui


Crivella é potencial candidato à prefeitura do Rio
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Leandro Mazzini

crivella

Foto: Célio Azevedo. Extraída do esperanto. brasilo.org

Enquanto opositores lembram mais uma derrota de Marcelo Crivella em pleitos do Rio – ele já disputou o governo em outra ocasião e também a prefeitura – o senador acumula pontos com o eleitorado e se cacifa gradativamente.

Com os 3,4 milhões de votos (44,2% do eleitorado no Estado), Crivella cacifou-se e tornou-se candidato natural à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Lindbergh Farias, o senador aposta do PT para o Estado, ex-prefeito de Nova Iguaçu, amargou um quarto lugar no primeiro turno deste ano.

Crivella tem diminuído muito ano após ano a rejeição ao seu nome, pela ligação com Edir Macedo, seu tio, e por ser bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, criticada por parte da imprensa e por todos os adversários.

A ascensão para o segundo turno na disputa do Rio foi tida como conquista por aliados do senador. Nos pleitos anteriores que disputou, Crivella não foi ao segundo turno em nenhuma delas, e ‘batia num teto’ de 20% de votos.

Desta vez, não só foi ao segundo turno como derrotou um candidato forte, o ex-governador Anthony Garotinho, com quem se aliou.


Sérgio Cabral é candidato a ministro
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Leandro Mazzini

cabral

Foto: EBC

Com a reeleição de seu sucessor e apadrinhado Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio, Sérgio Cabral se cacifou com o PMDB e nacionalmente, a despeito de ter sumido do noticiário.

Agora, Cabral é candidato a ministro do segundo governo Dilma. Em especial – dizem interlocutores – não se descarta se candidatar a prefeito do Rio em 2016.

Por dois motivos: um, foi ele também quem alçou à prefeitura o atual alcaide, Eduardo Paes. Outra, porque foi o principal patrocinador e fiador da candidatura da cidade aos Jogos de 2016.

Em julho de 2012, Cabral conversou com a presidente Dilma por mais de uma hora dentro do carro oficial, na Base Aérea do Galeão, onde ele manifestou interesse de participar do governo (nota publicada pelo blog em janeiro deste ano, lembre aqui)


PSDB vai investir no discurso de que metade do País deu recado da mudança
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Leandro Mazzini

A reeleição da presidente Dilma Rousseff para o quarto mandato do PT diante de um resultado apertado evidencia que ela terá o desafio de se reinventar – e também todo o seu governo e metas.

Principalmente porque agora uma ‘oposição raivosa’ – como dizem altos petistas – chegou tão perto de retomar o Poder e perdeu por pouco. E é esse o discurso que principalmente o PSDB usará contra Dilma nos próximos quatro anos dentro e fora do Congresso Nacional: que metade do País quis a mudança e não conseguiu. É o discurso que os tucanos já ensaiam afinação desde ontem à noite.

A vitória é principalmente da presidente Dilma. Se ela evitasse os debates na TV, como desejava boa parte do PT, ela passaria imagem de fracassada e poderia ter perdido.


Para bancos, Aécio será eleito e economia melhora
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Leandro Mazzini

Os bancos não perdem dinheiro. Ganham muito, todos os minutos. Daí o real e imediato interesse por indicações precisas de quem será o presidente do Brasil a partir desta noite, e que rumo a economia em recessão pode tomar – liberal ou sob intervenção do Estado.

Para tanto, três grandes bancos privados – um deles estrangeiro, com forte atuação no Brasil – encomendaram pesquisas não registradas, e não divulgadas, cujos resultados saíram na sexta à noite. Dois bancos são de varejo e outro administrador de carteira de investidores.

Ao contrário do que divulgam os grandes institutos, de acordo com estas sondagens Aécio Neves (PSDB) será eleito hoje presidente do Brasil, com 5% de vantagem sobre a presidente Dilma. Por isso as bolsas e ações se valorizaram na sexta.

A eventual eleição de Aécio neste domingo terá efeito imediato na Bolsa de SP nesta segunda. O tucano é apontado como liberal e contra a intervenção do Estado na economia. Esse perfil aliado ao nome de Armínio Fraga como eventual ministro da Fazenda pode fazer com que grandes empresas voltem a investir no Brasil.

Mas pesquisas não são as donas da verdade e do voto, apenas um ‘retrato do momento’, como repetem os políticos. E é fato. Só a vontade geral do povo, as urnas e o resultado oficial do TSE podem garantir o nome do(a) eleito(a).