Coluna Esplanada

“Nos interessa o diálogo com o eleitorado petista”, diz presidente do PSOL
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Leandro Mazzini

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Araújo, a nova cara do comando do PSOL

Luiz Araújo nasceu em Belém do Pará. É professor, historiador, doutorando na USP, egresso da escola pública 'a vida inteira', faz questão de lembrar. Começou sua militância política aos 14 anos de idade. A estreia vem de uma luta antiga, embora continue atual: 'Fui da liderança do movimento secundarista na luta pela meia passagem, hoje o passe-livre'.

Apesar de menor de idade, aos 16, ajudou a fundar o PT do Pará – a ficha foi a de nº 313 – e em 1983, aos 20 anos, estreou como professor na Rede Pública de ensino.

A vida política se iniciou em 1992, eleito vereador, mandato que o alçou à Assembleia Legislativa dois anos depois – quando Fernando Henrique Cardoso iniciava seu governo em Brasília. Licenciou-se do cargo eletivo e foi nomeado Secretário de Educação da Prefeitura de Belém, na gestão de Edmilson Rodrigues (PT). Mudou-se depois para Brasília e passou pelo INEP – onde ocupou a presidência por oito meses durante o primeiro governo Lula.

Araújo é da segunda leva de petistas que trocou o partido pelo PSOL. Filiou-se em 2005. Da cota pessoal de Randolfe Rodrigues, agora pré-candidato confirmado à Presidência, Araújo – que já ocupava a Executiva – foi eleito presidente na Convenção de Novembro.

Nesta entrevista à Coluna, ele detalha como vai comandar o partido no ano crucial de eleição presidencial, lembra acertos e erros da fundadora Heloísa Helena, defende maior participação do Estado na economia, critica a atuação seletiva do BNDES e prevê que a revolução de Junho passado nas ruas dará um recado nas urnas. Adianta ainda que o PSOL quer fazer uma bancada maior na Câmara e que trabalhará para conquistar o eleitor petista insatisfeito. ''Nós surgimos e ao mesmo tempo somos vítimas da falência do PT''.

Como dá conta de conciliar a agenda?

Eu sempre fiz várias coisas ao mesmo tempo, mas eu tive uma sobrecarga muito grande porque eu estava em dois empregos, mais o doutorado, mais a executiva nacional do PSOL e acompanhando a prefeitura de Macapá, para onde eu ia uma vez por semana no primeiro semestre. O meu planejamento era ficar num emprego só, trabalhando como professor, que é o que eu gosto de fazer, e agora na executiva nacional do partido. Eu acho que no ano que vem vai ser aparentemente mais tranquilo em termos de quantidade de trabalho.

O que te motivou a ir para o PSOL?

A falência do projeto do PT. Nós somos um grupo que está desde o início, desde a década de 80 dentro do PT. Mas nós éramos um grupo que já existia na época da Ditadura e que ajudaram a fundar o PT e lutaram dentro do PT para que ele tivesse um projeto voltado mais para a esquerda. E nos sentimos muito representados por um programa que o Lula apresentou em 89, por exemplo. E esse programa foi se perdendo durante esse processo.

Em qual área o PT mais se afastou de seus projetos originais?

Eu acho que pra chegar ao Poder o PT mudou o seu programa pra compor com segmentos do empresariado brasileiro. O símbolo maior pra fora foi a carta aos brasileiros que o Lula apresentou em 2002, que era uma série de compromissos para manter a mesma política econômica que nós combatíamos para, digamos assim, não ter mais uma oposição serrada do empresariado, dos bancos, das grandes empresas e corporações. Mas não foi um gesto que começou a ser construído ali, foi uma mudança programática que foi perdendo as energias de mudança.

Você acha que aquele gesto da Carta aos brasileiros, na véspera da eleição, foi o divisor de águas do PT?

Ela consolidou uma visão que já estava majoritária no partido, mas que não se assumia plenamente. Havia uma tensão interna, tanto que nós ficamos dois anos e meio no PT pós-eleição porque a gente achava que esse sentimento de mudança estava muito presente na militância do PT, nos quadros partidários e não estava consolidada aquela visão ali na Carta.

O PSOL parece que, gradativamente, está passando por essa mudança. 

Eu não acho que são processos comparáveis. O PSOL nasceu da falência do PT. Só existe o PSOL por essa guinada que o partido deu. Nós surgimos e ao mesmo tempo somos vítimas da falência do PT, a gente é vítima porque o espaço para a esquerda diminuiu. A mudança que tem ocorrido tem a ver com o que aconteceu no PT. Quem se consolidou no PSOL é uma maioria que acredita que é necessário você ter uma posição programática em relação ao governo, ao tripé econômico e a política econômica que nós temos. Há uma rebeldia muito grande que tem atraído a juventude para o PSOL, e essa rebeldia continua presente, mas o PSOL não tem na sua essência uma vocação para ser uma seita. O PSOL é um partido de massa, um partido democrático, mas que resgata o ideário socialista. A Heloísa Helena se tornou uma liderança nacional no meio da crise do mensalão do PT, de 2005 a 2006, então capitalizou essa insatisfação, essa desilusão. Ela não aceitou ser candidata em 2010 e defendia que a gente apoiasse a Marina.

E agora? Por que ela não é candidata?

A Heloísa está no PSOL no momento porque o partido da Marina (Silva, a REDE) não deu certo. Ela e outras pessoas, inclusive alguns fundadores do PSOL, iriam sair. Ela foi uma das assinantes da ata da Rede. Os caminhos foram muito distintos, porque depende dos interesses locais. A Heloísa não foi expulsa do partido e tem uma relação muito boa com o PSOL em Alagoas, então ela avaliou que não precisava sair.

Mas o que faz a própria fundadora do PSOL querer sair do partido?

Na minha opinião a Heloísa aparentemente seria mais radical do que a gente, mas a opção dela de ir pra Rede mostrou o inverso. Eu respeito a opinião dela, eu acho que quando ela viu que tinha outros setores ganhando força no partido ela resolveu se fechar e se abster da liderança nacional.

Então ela perdeu o controle do partido?

Eu acredito que ela não ter uma maioria sólida em torno dela e não ter concordância do que defendia em 2010, ela se recolheu em Alagoas e abdicou de disputar nacionalmente. Eu acho que ela errou porque nós do PSOL dependíamos dela para ser candidata à Presidência.

Foi aí que o Plínio de Arruda apareceu?

Nós fizemos um Congresso do PSOL e grande parte dos participantes queria que a Heloísa fosse candidata e ela não quis. Nós discutimos no Congresso o que fazer, depois de muitas discussões e outras candidaturas, nós optamos pelo Plínio. Era uma candidatura que não tinha a mesma potencialidade que ela tinha. Nós abrimos mão da disputa porque não tínhamos um nome para disputar a eleição no nível que a Heloísa disputaria. Acredito que tinha muito a ver também com a amizade dela com a Marina, tanto que ela fez campanha para a Marina e não para o Plínio.

E isso não pegou mal para o PSOL?

Teve um desgaste. A postura da Heloísa em relação a amizade dela com a Marina é óbvio que desgasta.

A Heloísa é pré-candidata ao Senado. O apoio a ela é por obrigação?

Não, é um pouco diferente nesse caso. Nós vamos dar a legenda para ela se candidatar pelo PSOL. Eu sou favorável que a gente dê a legenda mesmo sabendo que a probabilidade de ela migrar para a Rede no dia seguinte é grande. É muito melhor que a Heloísa seja candidata ao Senado em Alagoas do que um Collor de Melo ou qualquer outro da Direita. Então, para o povo brasileiro e para os alagoanos é muito importante, porque negar a legenda à Heloísa não ajudaria em nada os brasileiros.

Quais são as suas prioridades agora no partido?

A minha prioridade é consolidar e iniciar desde já a organização da campanha do Randolfe.

Você pretende viajar a todos os diretórios estaduais?

Eu já fui secretário geral, estive nas executivas, estou acompanhando, então eu não precisaria ir aos Estados. Mas, nós vamos fazer uma rodada de visitas para organizar a campanha, porque a campanha tem duas pontas: uma vai resolver as questões da campanha presidencial, que já está decidido que será o Randolfe. Já temos um nome, falta apenas um programa e acertar as estruturas da campanha. Que é difícil por ser uma campanha de esquerda de um partido pequeno. A segunda ponta que a direção precisa se dedicar é que temos outra prioridade, que é eleger uma forte bancada. E uma forte bancada se elege por boas chapas nos Estados. Ter chapas majoritárias boas nos Estados e chapas competitivas para disputar a Federal é uma prioridade para o PSOL.

No Amapá o PSOL está muito bem. O Estado está dando o recado de que o cenário pode mudar no país?

Eu acho que o maior prejudicado e o nosso maior adversário no dia seguinte da vitória do senador Clésio na capital é o Sarney. Ele e o grupo político. Eu espero que esse exemplo de afastar as velhas oligarquias do Poder que aconteceu em Macapá se espalhe pelo Brasil todo. A candidatura do Randolfe encarna outro componente em nível nacional, que é essa questão de que há um sentimento de mudança no Brasil. É obvio que nós temos imensas dificuldades, nós somos um partido pequeno.

Como vocês administram o partido?

Fazendo milagres. O partido é pequeno, uma parte do partido é militante. O que sustenta o partido não é o fundo partidário, que sustenta a Sede Nacional. Os parlamentares têm contribuição regular no partido, mas é uma penúria, então a máquina partidária é muito pequenininha. O que garante isso é que tem uma presença social, que o PT já teve no passado, em que se fazem eventos, mobilizações e muito voluntariado.

Quais as bandeiras?

Uma mudança radical na política econômica. A primeira é uma mudança no tripé da política econômica. A nossa bancada na Câmara fez uma CPI da dívida e detectou várias irregularidades que mereceriam uma auditoria, mas ninguém quer mexer na dívida, porque não podem mexer com os banqueiros do Brasil. Metade do orçamento federal é gasto com isso no Brasil. Então, uma auditoria da dívida, uma revisão do superávit primário e um redirecionamento. Hoje o setor financeiro especulativo governa o Brasil e consome as riquezas nacionais. Criticam muito o investimento em infraestrutura, mas ninguém quer mexer no superávit primário. Segundo, uma maior presença do estado brasileiro na vida econômica do país.

Isso passa essencialmente pelo fortalecimento do BNDES ou tem outras opções que vocês podem propor?

Nós vamos redirecionar o BNDES para os investimentos produtivos.

Quer dizer democratizar?

Democratizar e investir na infraestrutura. O problema é que o BNDES está sendo usado como fonte de subsídio para as privatizações. Não somos contra, mas vamos rever as privatizações. E a primeira delas é o modelo de leilão que foi feito no pré-sal. Nós não podemos impedir o governo de fazer algum leilão, mas certamente no governo do Randolfe não teria leilões e a Petrobras seria fortalecida.

Então vocês são contra todas as concessões em todas as áreas?

Exatamente! Nós somos favoráveis a voltar ao monopólio da Petrobras. É necessário fazer uma revisão completa e um redirecionamento dos investimentos para criar as bases de presença do Estado nas áreas fundamentais de educação, saúde, mobilidade urbana e saneamento básico, que gera emprego, gera renda e gera negócio no país. Então, uma parte do investimento produtivo significa fazer investimento em infraestrutura para diminuir as doenças, gastar menos com saúde, ter um padrão mínimo de qualidade. Porque o dinheiro não é infinito, é necessário fazer opções.

Quando que o PSOL vai preparar um plano de governo para o Randolfe?

Nós vamos iniciar agora um processo de construção coletiva, porque nós queremos ouvir todos os setores sociais que questionam a política econômica do governo, ou seja, a esquerda que não é do PSOL.

Nesse grupo pode até ter grandes empresários, vocês vão chamar também?

Na hora que nós formos discutir o investimento produtivo não tem nenhum problema de ouvir os empresários. Só que é uma relação diferente, nós não queremos um governo que aceite lobby ou propinas. Pequenas e médias empresas serão beneficiadas na hora de discutir licitações.

Vocês vão usar na TV os modelos de prefeituras em campanhas para mostrar que a proposta do PSOL pode dar certo?

Sim, nós vamos buscar essas experiências. Nós não vamos apresentar um programa que é para quem vai fazer uma revolução. Vai ser um programa radicalmente diferente do apresentado por outros partidos, mas concreto. Não vamos prometer aquilo que não faríamos.

Quais são os partidos aliados para a campanha presidencial do PSOL?

Nós vamos procurar o PCB, mas a nossa maior preocupação não é com os partidos formais. Eu acho que o aprendizado que nós tivemos com as manifestações de Junho é que há um cansaço da população com a forma de fazer política no país. O antipartidarismo que apareceu não é uma negação aos partidos, mas é com o tipo de partido que a gente tem. A esquerda também sofreu com isso, porque simbolizava a política como ela é. O político corrupto, o que não resolve os problemas do povo.

Então o Randolfe pretende preencher essa lacuna?

Nós vamos trabalhar para dialogar e mapear esses segmentos sociais beneficiados e interessados com o programa que a gente está apresentando. Então, o nosso programa responde a essas demandas, mas pode ser que a gente não conquiste as pessoas e elas continuem com a crise de identidade, por exemplo, lutando contra a Belo Monte e votando no PT. Não nos interessa nenhum diálogo com o PT, mas nos interessa o diálogo com o eleitorado petista.

Vocês acham que podem conquistar os petistas descontentes?

Sim, dos insatisfeitos. Essa insatisfação é muito misturada. Eu me lembro que uma parte das pessoas que eram antipestistas eram muito conservadoras com a campanha da Heloísa. E votaram nela em protesto.

O senhor acredita que esse voto de protesto vai se repetir com o Randolfe, como aconteceu com a Heloísa e até com a Marina?

A Marina e a Heloísa captaram parte das pessoas que gerou as manifestações agora em Junho. Essa insatisfação latente, digamos assim. No caso do Randolfe, ele disputa esse eleitorado que cresceu. É o eleitorado que a Marina conquistou e que cresceu com as manifestações. É uma parcela conquistada. Nós vamos nos esforçar para dialogar com eles, pois não depende só da gente. As nossas verbas são limitadas, não temos estrutura para dialogar com eles nem tempo na televisão, então nós vamos começar mais cedo, ser mais criativos. Acredito que temos uma vantagem pelo fato de que estamos mais preparados para dialogar com a juventude que está nas redes sociais do que as outras candidaturas. O fato de ser um candidato jovem e ter ideias novas e também o fato de apresentar um programa que dialogue com esses segmentos organizados e com as demandas de Junho que vão voltar.

O Randolfe está investindo nesse público também?

O público-alvo da campanha são os insatisfeitos. Logicamente, outros candidatos também vão tentar conquistar esse público. O problema é que talvez eles não consigam se “desgrudar” da velha política que esses jovens enxergam.

Colaborou Luana Lopes


Infraero disposta a trocar sede por prédio de R$ 528 mil mensais
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Leandro Mazzini

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O prédio-hangar da Transbrasil no JK: operação 24h de aviões e tráfego de caminhões-tanque a poucos metros das futuras instalações de 1.200 funcionários: perigo constante para os servidores e passageiros

Um assalto aos cofres públicos. A despeito da revelação da Coluna (veja aqui) de que a Infraero, mesmo enfraquecida de receita, vai deixar sede própria para alugar por R$ 528 mil por mês o prédio da Transbrasil no Aeroporto JK, os diretores avançam tratativas com a Inframérica, o consórcio que administra o terminal em Brasília.

Os diretores da estatal esnobam documento da própria empresa que alerta para perigo de instalar funcionários em área de abastecimento de aeronaves. Trata-se do pátio onde há embarque remoto. Os aviões ficam na frente do hangar da Transbrasil, a poucos metros onde a Infraero quer instalar 1.200 funcionários ano que vem.

Além de abusar da verba pública com aluguel desnecessário, a Infraero desdenha do relatório de especialistas: há muro lateral de telhas em alumínio, rachadas, que podem se soltar em pátio onde aviões abastecem. E há grande trânsito de caminhão-tanque na área, mesmo com aviões sem passageiros, num pátio onde os servidores poderão se locomover.

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A proposta de locação do hangar da Transbrasil, documento que pelos detalhes torna-se um pré-acordo entre Infraero e Inframérica

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Memorando que comprova plano de mudança. São quatro opções oferecidas à direção, como no documento abaixo

 

 

 

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Em carta para delegacia, bando chama povo de ladrão
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Leandro Mazzini

Um caso surreal na pequena Paraipaba, litoral do Ceará. Na madrugada de 29 de Outubro, um bando explodiu os caixas da única agência bancária, e acordou o povo.

Na colheita do que sobrou do dinheiro arremessado aos ares, os ladrões pouco pegaram e o restante do ‘trabalho’ foi feito por moradores eufóricos.

Dias depois, conta um amigo próximo dos investigadores, chegou à delegacia uma carta dos criminosos. Nela, eles disseram que não voltam mais: ‘Gastamos R$ 71 mil com o assalto e só recolhemos R$ 36 mil. Esse povo da cidade é muito ladrão!’.

Segundo IBGE, Paraipaba tem 31 mil habitantes. Em 2012, havia R$ 480 mil em depósitos à vista na cidade. E R$ 1,75 milhão depositados em poupança. Dinheiro que não fica na agência, obviamente. Os R$ 250 mil que haviam no local, no cofre em nos caixas eletrônicos, fizeram de Paraipaba mais um alvo nas altas estatísticas de roubo a banco no Nordeste com farto arsenal.

A polícia fez uma varredura na cidade. Foram devolvidos por moradores-assaltantes um computador e uma TV Led levados no entra e sai na agência do Bradesco.

Mas o bando não sabia que ali quem manda é a delegada linha dura Yasmin Ximenes. Concentrada desde então na investigação, há dias ela prendeu o olheiro do grupo. Ele revelou que, com o prejuízo, eles tentariam outra cidade próxima.

Com este, já passaram de 70 os roubos a bancos apenas no Ceará este ano. Na Sexta, a Coluna revelou que o BB pediu a um deputado que apresente uma PEC para mudar a lei, a fim de que a PF apure roubos à instituição.

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PASSAGEIRO SOFRE

No jogo de empurra entre Infraero, concessionários e os inquilinos das lanchonetes nos terminais Brasil afora, a inflação sobra para o passageiro. No terminal JK de Brasília, conferiu um leitor da coluna: um chiclete sai a R$ 5 (!), mesmo preço do cafezinho e da garrafinha de água. A cerveja a R$ 9, e capuccino custa R$ 10.

A FAVORITA

Pré-candidata ao Senado, a ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos) quer fazer a secretária-executiva Patrícia Barcelos sua sucessora na pasta a partir de Fevereiro.

RECADO DO HOMEM 

O vice-presidente Michel Temer avisou ao PMDB do Paraná, que terá convenção dia 29 de Março, para os delegados aparecerem em massa. É que o esvaziamento pelo racha enfraquece o poder de barganha. Em crise existencial, o partido não decidiu se apoia PT.

GOOGLE + R$ 

Um rebuliço tomou conta da cúpula da Globo. Descobriram que, alavancado pelo Youtube e Gmail, o Google ultrapassou o Grupo Abril e hoje representa a segunda receita publicitária de mídia no Brasil. Atrás apenas do InfoGlobo.

CONGRESSO CURTIU 

O Facebook contratou escritório de advocacia em São Paulo para lobby no Congresso Nacional. A demanda é tamanha que os advogados passaram a morar em Brasília num apartamento alugado. E não apenas para acompanhar o marco civil da internet. Foi redação deles o parágrafo na minirreforma eleitoral que libera campanha política em redes sociais a qualquer momento.

OS 'HAITICREANOS'

O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), voltará ao Acre para conferir a situação dos haitianos. Eles não param de chegar a Brasileia. E a situação é pior que antes: 800 moram sob tenda feita para 200.

CESTA (BÁSICA) DO PMDB

A Conab virou boquinha de figurões do PMDB. Henrique Alves emplacou lá a ex-esposa Mônica Azambuja como assessora da Diretoria de Operações. Ela é assídua. Mas o filho do presidente do Senado, Renan Calheiros, continua sumido. Para constar, confirma a Conab: o veterinário Rodrigo Calheiros e Mônica ganham, cada um, R$ 10.031,19. Ele é lotado na Diretoria de Gestão de Pessoas e Modernização.


Em encontro com empresários, Lula lembra ligação com o Xerife
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Leandro Mazzini

Um episódio em São Paulo comprova que o ex-presidente Lula era ligado a um chefão do DOPS durante a ditadura, embora não endosse a séria acusação de Romeu Tuma Jr. em seu livro, 'Assassinato de reputações',  de que o petista foi dedo-duro.

Em encontro reservado com empresários há dois meses, Lula ouviu críticas seguidas ao Governo Dilma, e apenas um executivo defendeu seu legado.

Lula soltou à brinca: ‘Me lembrou a minha época na cadeia. Todo mundo me maltratava, mas sempre aparecia um que tinha pena e dizia para cuidarem de mim’. Era Romeu Tuma, pai, o Xerife – mais tarde eleito senador e aliado do então presidente.

O encontro supracitado é o que Lula apresentou a grandes empresários o filho de José Alencar, Josué Gomes, na tentativa frustrada de fazê-lo ministro do Desenvolvimento. Lembre aqui.

Na prisão, Lula tinha codinome Barba. Tuminha, à época com 20 anos, lembra no livro que várias vezes viu Lula conversando com o pai delegado, e o chama de informante.

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MAIS DUAS

O Banco do Brasil pediu à PF que entre nas investigações em roubos de suas agências. Os casos se somam. Semana passada, agências BB de Coreaú e Frecheirinha, ambas no Ceará, foram alvo.

ESCOLHA DE MARINA

Não há certeza no PSB e na REDE de que Marina Silva será vice de Eduardo Campos na disputa presidencial, embora a chapa seja forte. Marina se filiou ao PSB pelo Acre, sua terra, e avalia se disputa o Governo contra os ex-aliados Viana, ou o Senado. O partido já encomendou pesquisas para nortear sua decisão.

MÁS NOTÍCIAS

A rádio corredor do Senado garante que a Casa Alta vai cortar entre 30% e 40% dos cerca de 300 funcionários terceirizados da Secretaria de Comunicação, rádio, TV e agência. É previsão para os próximos meses.

DESRESPEITO

Os usuários da linha Cruzeiro-Rodoviária em Brasília esperaram de 22h30 até à meia noite de Terça o ônibus, em vão. O veículo é da Viplan nº 138797, que tinha saída prevista às 21h40. Quem tinha dinheiro, dividiu táxi. Outros dormiram no ponto.

GRANDE SERTÃO 2013 

Nas livrarias o livro ‘Reféns da Seca’ (Carpe Diem), de Magno Martins. São 120 entrevistas com fotos de personagens do interior do Nordeste. Percorreu 7,2 mil km.

O CONSULTOR 

Surgiu o nome de Cid Benjamin para coordenar campanha de Randolfe (PSOL). Fundador do PT e jornalista, o ex-guerrilheiro dá entrevista hoje às 21h na GNews.

EMPREGÃO NO JEITINHO

Sem os adicionais dos cargos de confiança, extintos pelo aperto financeiro da gestão de Renan Calheiros, servidores do Senado disputam vagas no Instituto Legislativo Brasileiro, da Casa, como professores. As aulas rendem até R$ 5 mil de bônus. Mas alguns servidores não têm mestrado ou mesmo pós-graduação. Recorrem à ‘experiência no cargo’ na Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso. Segundo o Decreto 6.114/07, a hora/aula rende até R$ 300 – o que ganha um doutorado!

O PREÇO DA OPOSIÇÃO 

O governador Agnelo (PT) usa a máquina contra o ex-vice Paulo Octávio (PP). Além da operação da Polícia que cercou P.O. sobre suspeita de propinas para liberar obras, a Secretaria de Fazenda fechou quatro lojas do novo shopping do empresário, o JK em Ceilândia.

ALÍVIO NO CAMPO 

Foi aprovado em decisão terminativa na Comissão de Desenvolvimento Regional o PLS 622/11 da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que facilita renegociação de dívidas de produtores rurais do Nordeste. Ela está bronqueada com bancos.

AH, SENADORA..  

A senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) foi à tribuna criticar a doação de empresas a candidatos. ‘Eu adoraria não ter que recorrer’. Mas recorreu. Recebeu de 10 empresas em 2012 para sua campanha à prefeitura de Manaus.

EM CAMPANHA 

Candidatíssimo ao Senado pelo PT do Ceará, o líder do partido na Câmara, deputado José Guimarães, reuniu 20 prefeitos do Estado em encontro na Quinta em Brasília.


Banco do Brasil apela à PF contra onda de assaltos
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Leandro Mazzini

O diretor de Gestão de Segurança do Banco do Brasil, José Eduardo Moreira, apelou ao Congresso para que a Polícia Federal passe a investigar, por respaldo da lei, a onda de assaltos a agências da instituição e a caixas eletrônicos.

Atualmente, a PF apura – e resolve – apenas assaltos a agências da Caixa, por ser um banco 100% pelo Governo. O BB não entra no rol da polícia por ser economia mista. Moreira procurou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), e o deputado confirmou que apresentará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que o BB figure na lista da Federal.

A ideia é incluir na PEC que a PF passe a investigar também assaltos em instituições bancárias nas quais o governo seja sócio majoritário – o caso do Banco do Brasil.

Bandidos flagrados em escutas no Nordeste falam em código: ‘Azulzinho, não!’. É referência à cor da Caixa, na escolha de agências-alvo, porque sabem do poder da PF.

A Federal, com equipe de criminalística, agentes e delegados qualificados, é terror dos bandidos. Uma quadrilha foi desmantelada no Nordeste através da guimba de cigarro de ladrão.

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EMPRESÁRIOS X POLÍTICOS

Na surdina, os grandes empresários estão adorando o encaminhamento do STF para a proibição de doação de empresas para campanhas. Dizem que vai acabar o achaque. Já os congressistas já têm a receita: se o Supremo acolher a ADI da OAB que proíbe o financiamento para 2014, os partidos se unem para abrir uma brecha através de lei. Se a ADI da OAB passar, provavelmente o STF vai indicar que o Congresso regule a doação. Então será proposta lei que permitirá o aumento significativo do teto para doação por pessoa física. Ou seja, um empresário pode doar até R$ 2 milhões. O voto do ministro Dias Toffoli a favor da ADI era esperado. Maior especialista em Lei Eleitoral no STF, ele confirmou o que diz desde 2010, como presidente da comissão de juristas no Senado que debate a reforma do Código Eleitoral: ‘Empresa não vota. Então não pode doar’.

SEM LIMITES

Maldade na pequena Passa Quatro (MG), onde mora a mãe do ex-ministro condenado e preso José Dirceu. A família não revelou a prisão, para preservá-la, mas tem gente ligando pelo telefone e gritando na porta da casa.

INCLUSÃO

O deputado federal Fernando Francischini (SDD-PR) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados tornando obrigatória a escrita em braile em todos os cartões magnéticos emitidos por instituições financeiras, bem como nos caixas eletrônicos e nas máquinas que passam os cartões de crédito e débito.

SAIA JUSTA

O presidente François Hollande veio a Brasília para encontro com a presidente Dilma. Mas o colega francês, como revelou a Coluna, queria inaugurar a Ponte Oiapoque(AP)-Saint Georges(Guiana). Porém há dois anos Dilma não conclui o lado brasileiro. Ele cobrou.

CONIVÊNCIA

Pré-candidato a presidente, o senador Randolfe (PSOL) já tem um mote contra a alta da inflação. Ele vê conivência das agências reguladoras. ‘São parceiras, não controlam o preço dos serviços’. Tem razão, a Anac por exemplo libera os preços das passagens.

ABRA O COFRE, DILMA!

Cobrados por prefeitos, deputados fizeram chegar ao Planalto a revolta geral. O Governo pressionou o Congresso para votar a suplementação de orçamento para os ministérios honrarem os restos a pagar, mas há 20 dias segura a sanção. Para parlamentares, a presidente Dilma sacrifica os pagamentos para alcançar o superávit primário e fechar bem o ano. Mas os ministérios estão apertados, fornecedores não recebem e a merenda nas escolas e obras são as mais atingidas.

MEMÓRIA DO SEQUESTRO

A GNews exibe amanhã entrevista com o ex-guerrilheiro Cid Benjamin, na série sobre a luta contra o regime militar. Cid, que dirigiu o carro do sequestro do embaixador americano, revela que o grupo quase sequestrou por engano, momentos antes, o embaixador português que passou pelo local. Perguntado por Geneton Morais o que faria se pegassem o português, Cid ri e desabafa aos risos: ‘Não sei..’.

BRASIL DOS AMEAÇADOS

Excelente reportagem de Edson Sardinha na revista Congresso em Foco revela que o País conta hoje 2 mil ameaçados de morte.

POTENCIAL DA GRÉCIA

A Dufry comprou os restantes 49% da Hellenic Duty Free, líder no varejo de viagem da Grécia. Saiu uma pechincha, por EUR 328 milhões – ou R$ 1,05 bilhão.

PONTO FINAL

DF registra aumento de 700% em casos de dengue. É onde existe um estádio de R$ 1,6 bilhão para a Copa.


Mensaleiro usou verba da Câmara para monitorar jornalistas
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Leandro Mazzini

O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pagou R$ 56 mil da cota parlamentar para duas empresas de consultoria monitorarem redes sociais, sites de jornais, e rebater acusações nos veículos através de ações de marketing virtual.

Foram contratos com a IVS Comunicação e em especial com a MPI Digital, especializada em consultoria nas redes sociais. E não se trata de clippagem, serviço tradicional de empresas para acompanhar citações do cliente e assuntos correlatos.

Foi uma consultoria marketing para defender a sua trajetória contra o que ele classifica de perseguição da grande imprensa – ontem, numa revista publicada por ele e na tribuna, voltou a atacar a mídia.

O desdém e antipatia de Cunha com jornalistas é tamanho que ele não tem assessoria de imprensa. Quem conversou com este repórter ontem foi o chefe de gabinete. Foi ele quem confirmou os contratos com a IVS e MPI, e os motivos.

Foram quatro repasses de R$ 10 mil para a MPI em Março, Maio, Junho e Agosto deste ano, cujos contratos iniciaram logo depois da conclusão do julgamento . Para a IVS, a Câmara pagou R$ 6 mil em Setembro deste ano, e R$ 10 mil em Outubro.

Prestes a ser preso, condenado na Ação Penal 470, Cunha distribuiu ontem uma revista de 59 páginas na qual defendeu seu legado. Não foi impressa na gráfica da Câmara. Ele informa que pagou R$ 4.260 com cheque do BB nº 850250, sua conta, para Maali Gráfica imprimir 2 mil exemplares.

Na revista titulada ‘Nada mais que a Verdade’, em papel couchê brilhoso e toda em cor, Cunha acusou perseguição da grande mídia, classificou o julgamento de político. Ele também empurrou responsabilidade de assinaturas de contratos para diretores da Câmara, de sua gestão – como se não soubesse de nada que acontecia.

Há suspeita de que Cunha deva renunciar assim que receber o mandado de prisão, a exemplo de José Genoino (PT-SP) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP).

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O BOLO DE CLINTON 

O ex-presidente Bill Clinton deu um bolo na CNI. Centenas de grandes empresários o esperavam para palestra em Brasília, mas ele voou para o funeral de Nelson Mandela e avisou em cima da hora que não iria mais. A CNI pagou US$ 250 mil pela presença do líder. Ele quis devolver, mas a instituição recusou e cobra que ele marque nova data. Clinton embolsou em poucos dias no Brasil US$ 1 milhão. Foram três palestras no Rio, e a quarta seria ontem. Também palestrante internacional, o ex-presidente Lula cobra US$ 200 mil, mas paga imposto de renda. O americano, não. É pago no exterior.

RINGUE, NÃO 

O trator da base governista barrou ontem na CCJ do Senado requerimento de convocação do ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Jr., por conta de revelações publicadas em livro de sua autoria. É pau puro em Lula e no PT. ‘O Senado não pode se transformar num ringue entre PSDB e PT. Se o Tuma Jr. revelar o que tem para o MP e houver indícios, aí sim’, diz senador Pedro Taques (PDT-MT).

EFEITO CIARLINI 

Tem governador do Sudeste usando helicóptero da PM para agenda política nos finais de semana.Vide Rosalba Ciarlini (RN), que usou avião oficial. E não é Sérgio Cabral

SECA & ÁGUA SUJA 

A demora da transposição (interminável) do rio Chico preocupa o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). A Paraíba está com menos de 30% da sua capacidade de reserva. Em 31 municípios, os açudes estão com menos de 20%: ‘A água perde a qualidade’

VAI QUE PASSA..  

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), apresentou PL que reserva 20% de vagas para negros em cargos em comissão e até para ministros de Governo. Ele levou ao assunto à presidente Dilma. A resposta é um mistério.

CON I FRATELLI 

Enquanto a polícia italiana suspeita que Henrique Pizzollato curte praia na bela costa Amalfitana, os vereadores de Toledo (PR) tiraram dele o título de cidadão honorário. Mas o condenado do Mensalão, literalmente não está nem aí..

PODER DO BICHO

O mercado brasileiro movimentou R$ 11,1 bilhões em apostas legais e R$ 18,9 bilhões em ilegais só em 2012. As loterias da Caixa arrecadaram R$ 10,4 bilhões. Mas o Jogo do Bicho respondeu por R$ 12 bilhões. Levantamento do Boletim de Notícias Lotéricas. Ainda de acordo com o BNL, nos dados inéditos, as loterias têm 12,6 mil pontos no País, e o jogo do Bicho tem.. 350 mil pontos.

FATO ASCENDENTE 

Embora a mídia maranhense encoberte, o presidente da Embratur, Flavio Dino (PCdoB), histórico adversário do clã Sarney, tem subido nas pesquisas para o governo.

PONTO FINAL 

O miniditador Kim Jong-um mandou para a cadeia o tio acusado de abusos de poder, como consumo de álcool e mau comportamento. Imagine se isso pega no Brasil.


Linha cruzada custará emprego a ministro das Comunicações
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Leandro Mazzini

O ministro Paulo Bernardo soube por recado velado que não vai continuar no Ministério das Comunicações, e trabalha para tentar emplacar na vaga seu secretário-executivo, Genildo Lins.

Ele foi detonado pelo ex-presidente Lula numa conversa com a presidente Dilma. Lula está ajudando os espanhóis da Telefónica (Vivo) e não gostou de declaração recentes de Bernardo, sobre o risco de fusão da Vivo com TIM.

A ira de Lula contra o ministro tem motivo extra: o ex-presidente tem viajado no jatinho dos executivos da Vivo.

Na linha cruzada, não é segredo na cúpula das teles: Lula virou o lobista da Telefónica, e Bernardo tem, digamos,uma grande simpatia pela Oi – concorrente da Vivo e TIM.

A presidente Dilma desautorizou o ministro a dar declaração sobre a negociação da Vivo com TIM. Sequer insinuar, como ele fez durante audiência no Senado, que o CADE pode barrar.

Não bastasse ter ganhado de graça a ira dos dois chefes, Bernardo pode deixar na mão o setor de radiodifusão que apoiará a campanha da esposa Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná.

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DOIS PESOS

Um mistério o cardápio oral do jantar entre Aécio Neves e Eduardo Campos no Gero da Zona Sul do Rio no Domingo. Mas fato entre aliados de ambos no Congresso ontem: O tucano fecha com o socialista caso Eduardo vá para o 2º turno. Mas Eduardo não fecha com o mineiro se ele disputar contra Dilma. Entra o fator Lula.

REBELIÃO

Líderes dos partidos se uniram numa causa única: soltaram aviso discreto ontem aos outros dois Poderes. Se o STF votar a favor hoje da ADI 4650, protocolada pela OAB, eles derrubam a votação do Orçamento no Congresso. A polêmica ADI 4650 questiona a legalidade de empresas doarem nas campanhas eleitorais para partidos. É tudo o que os políticos têm de caixa!

ALMA LAVADA 

No Dia de Combate a Corrupção, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, recebeu na Segunda dois prêmios da CGU. O ‘Aprimoramento dos controles administrativos’ e ‘Promoção da Transparência’. Concorreu com 47 ações de órgãos da União.

ALMA LAVADA 2

Quem está todo-todo é o ministro da Aviação, Moreira Franco, após o sucesso de arrecadação do leilão do Aeroporto do Galeão. A pressão palaciana era diária, horária.

PAULISTA MINIEIRINHO

Alckmin é mineirinho.Quieto, trabalha para ser opção do PSDB ao Planalto em 2018 caso Aécio não vingue. ‘É anestesista, atua com precisões cirúrgicas’, diz aliado.

M. NA HÉLICE

A PF vai inocentar a família Perrella no caso do helicóptero flagrado com drogas. Agora há outra polêmica. O senador Zezé requer a aeronave de volta, mas o aparelho, pela lei, deve ser tomado pela Receita e ir a leilão. O contrário abre precedente perigoso.

ALÔ, TRE!

Líder GLBT de referência nacional, Toni Reis convoca protestos arco-íris durante na porta da arena de Curitiba na Copa por pura motivação eleitoral, contam adversários. Ele será candidato a deputado federal e usará o evento para palanque.

BICADAS

Aécio Neves deve anunciar em Janeiro Pimenta da Veiga como candidato ao governo de Minas. Ele tirou o ex-ministro de seu escritório de advocacia em Brasília e o puxa a reboque em viagens políticas. É que a turma de Marcus Pestana, o outro pré-candidato, faz pressão. O grupo de Pimenta teme que Pestana, com maioria de aliados, cresça mais.

DRAGÃO

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, deixou recado velado no Senado. Disse que há uma tendência de alta principalmente nos produtos que não são transacionados internacionalmente. Entrelinhas, os importados não atingem a inflação. Isso explica a alta nos serviços básicos, como o do jardineiro, do borracheiro, barbeiro, sem concorrência estrangeira. A não ser que Dilma crie o ‘Mais Barbeiros’, ‘Mais..’

PONTO FINAL 

Como coube tanto ego presidencial naquele AeroDilma que voou para a África?


Satélite manda R$ 300 milhões para o espaço e governo vê avanços
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Leandro Mazzini

O governo terá dificuldades de mapear o desmatamento no Brasil nos próximos anos. Uma trapalhada sino-brasileira mandou para o espaço, literalmente, R$ 300 milhões investidos pelo Brasil no Satélite Chinês-Brasileiro de Vigilância Remota, lançado na madrugada de ontem, na China.

Além de gastar para fabricar o quarto aparelho, já contratado, o governo ficará refém de aluguel milionário de satélites de outros países.

Em Pequim para comemorar o lançamento, os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Marco Raupp (Ciência e Tecnologia-MCT) sumiram do mapa. E os representantes se esforçam para dizer que apesar do acidente há avanços na parceria, onde qualquer cidadão comum vê uma tragédia com dinheiro público.

Segundo o MCT, o satélite faria ‘zoneamento agrícola e acompanhamento de alterações da cobertura vegetal’ na Amazônia. Ajudaria o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O MCT soltou nota discreta. O MMA finge que não é com ele. Mas todos perdem. Com o satélite nacional em órbita, o governo teria economia futura de compra de imagens.

Há dias, a Coluna revelou o ciúme do INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que não teve registrado no catálogo oficial sua marca, na ajuda na fabricação do satélite Cbers-3. A turma agora está aliviada.

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LIÇÃO DE MANDELA

Desembarcam hoje em Joanesburgo cinco presidentes do Brasil. Dois deles se reelegeram, uma tentará, um governou por cinco anos e outro renunciou – estes dois últimos tentaram continuar. Uma lição de Nelson Mandela aos que se apegam ao Poder: cobrado quando presidente pela reeleição, ele decidiu ir para casa. E saiu por cima.

MICO

Uma cidadã foi à Justiça no Rio cobrar devolução de R$ 4,20, em dobro e corrigidos, de seguro de vida debitado por operadora de cartão. E sonhou com alta cifra por danos morais. O juiz da 48ª Vara Cível lhe deu ganho de causa, e R$ 1,40 de indenização.

MAIORIDADE

O relatório do novo Código Penal será lido hoje no Senado. É cada dia mais latente a opinião do Congresso sobre pró-redução da Maioridade Penal. A conferir.

IDENTIDADE 2.0

Hoje à noite o plenário do Senado vota o PL 72/2007 que autoriza o transexual a mudar o nome e ser tratado oficialmente como tal.

PROSPECÇÃO DE AZAR 

O deputado federal Paulinho da Força (SDD) diz que perdeu muito com a queda das ações da Petrobras. Há 10 anos ele investiu R$ 36 mil, chegou a ter R$ 300 mil em 2008, mas hoje só possui R$ 18 mil. Pensa em tirar logo tudo antes de perdê-lo.

APEGO

A Secretária da Mulher, Eleonora Menicucci, que fica até a reforma ministerial, deu uma mãozinha para as amigas. Alterou o regimento e prorrogou o mandato das conselheiras do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher por mais 120 dias.

ASSESSOR NOTA 10

A Ministra Gleisi Hoffmann gosta de polêmica. Endossou para tesouraria do PT no Paraná o ex-vereador de Londrina Gláudio Lima. Foi condenado pelo MP por improbidade em compra de computadores. E condenado à prisão pela 3ª Vara Criminal da cidade por suspeita de propina para beneficiar empresário com terreno público.

DECADÊNCIA

Presidente da Comissão de Agricultura, o senador Benedito de Lira (PP-AL) lembra que Alagoas tinha 43 usinas de açúcar há dez anos. Restaram hoje 18, as outras faliram. Foram 300 mil empregos perdidos. Êxodo certo para a região canavieira de SP.

FARC E O BRASIL 

A Agência InfoReal, do especialista em cobertura internacional Marcelo Rech, realiza hoje no Brasil 21, em Brasília, o primeiro seminário sobre as Farc e a suspeita de atuação no Brasil. Militares e civis estarão à mesa, com entrada gratuita.

BRASIL É TRI 

O País bateu ontem a marca de R$ 1,5 trilhão em impostos e tributos arrecadados no ano. Para quem acha que é muito, esse número abrange apenas o governo federal.

REFÉNS DA SECA

O colunista Magno Martins lança hoje no Salão Verde da Câmara o livro “Reféns da Seca” (Ed. Carpe Diem), uma radiografia de 120 moradores do sertão Nordestino.

PONTO FINAL

Onde estavam os 80 seguranças privados do estádio do Joinville? Na Tribuna de Honra?


Em livro, jornalista faz radiografia dos “reféns da seca”
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Leandro Mazzini

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Reprodução: Ed. Carpe Diem

Conhecido colunista de jornais do Nordeste, Magno Martins lança nesta Terça-feira em Brasília o livro ''Reféns da Seca'' (Ed. Carpe Diem). Trata-se de ''uma peregrinação aos bolsões de miséria do Nordeste'', diz o repórter.

A saga de Martins abrangeu nada menos que 7.200 km percorridos pelo interior dos Estados nordestinos durante seis meses.

Nas andanças pelo sertão e semi-árido, ele traz o perfil de 120 personagens, com fotos e textos. ''São os excluídos dos excluídos'', explica Martins, que complementa: ''O livro não mostra apenas os problemas, mas também traz soluções''.

A sessão de autógrafos será amanhã no Salão Verde da Câmara dos Deputados, a partir das 19h.

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Divulgação

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A efusão das ruas

Hoje, o deputado federal e professor de História Chico Alencar (PSOL-RJ) lança no Rio o livro ''A rua, a nação, e o sonho – uma reflexão para as novas gerações'' (Ed. Mar de Ideias).

O bate papo e a sessão de autógrafos acontecem de 18h às 21h, na Livraria Cultura – Cine Vitória na Cinelândia. Com participação de Léo Lince, Marcelo Freixo e Cid Benjamin.


Por ministério, Lula testou filho de Alencar com empresários
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Leandro Mazzini

Foi ideia do ex-presidente Lula – que manda muito ainda no Governo – fazer de Josué Gomes, filho do ex-vice José Alencar, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com a saída de Fernando Pimentel em Março.

Há dois meses, Lula reuniu grandes empresários numa mansão em São Paulo e levou Josué. No encontro sigiloso, a turma desfiou um rosário de ataques às políticas econômica e fiscal da presidente Dilma. Josué, herdeiro da tranquilidade do pai e de voz firme, foi o único a defendê-la.

Na reunião, Josué Gomes, que controla o maior grupo têxtil do continente, expôs sua visão de empresário aliado do governo: lembrou as ações sociais positivas do Governo, e que muita gente saiu da miséria. E Lula gostou do que viu.

Lula e Michel Temer convenceram Josué a se filiar ao PMDB para pleitear o cargo de Pimentel. Mas após ouvir os colegas na mansão, Josué não quer saber de ministério.

Cacique do PMDB revelou à Coluna que dificilmente Josué seria ministro, por ser ‘cristão novo’ na legenda. Mas com cofre cheio, Josué é cotado para vice de Pimentel na disputa do governo de Minas.

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ATERRISSOU

Depois da divulgação pela Coluna das tratativas da Infraero para alugar por meio milhão por mês (!) prédio da Transbrasil no Aeroporto de Brasília, a estatal recuou da negociação com a Inframérica, o consórcio argentino que administra o JK. Por ora. O Planalto soube e está de olho nas conversas, e descobriu que tratam opções. Para não deixar os hermanos na mão, a Infraero estuda proposta já rejeitada pelas hostes: redução da jornada de trabalho e dos salários. Assim, funcionários dividiriam em dois turnos espaços em parte do prédio da Transbrasil, com aluguel menor.

DECOLANDO

O Conselho do Fundo de Desenvolvimento Centro Oeste aprovou a criação da Gabanna Linhas Aéreas, com financiamento para compra aeronaves para operar na aviação regional com foco em Brasília, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande.

EM CAMPO.. 

Piora a situação delicada de Sérgio Cabral, que estuda disputar o Senado: O deputado Romário (PSB), bem cotado nas pesquisas, também decidiu disputar a Casa Alta.

.. E NA ÁREA

No Rio, todos os caciques decidiram disputar contra o candidato de Cabral, Luiz Pezão. Entram na lista Garotinho (PR), Cesar Maia (DEM), Lindberbh (PT) e Crivella (PRB).

SÓ NA BAHIA

Terra da Magia, a Bahia fez jus ao nome no sorteio da Fifa na Sexta. Os jogos mais quentes da fase eliminatória da Copa serão em Salvador: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suíça e França. Até Bosnia x Irã entrou na lista dos procurados.

FREVO NA RUA

O ex-ministro Fernando Bezerra está em campanha por Pernambuco. No PSB, disputa espaço com o vice-governador João Lyra e o chefe da Casa Civil, Tadeu Alencar, pela indicação de Eduardo Campos para disputar o governo.

CAMPANHA AIR

O deputado André Vargas (PT-PR) usa o cargo de vice-presidente da Câmara para amolar a FAB. Em Outubro e Novembro, fez nove viagens de jatinhos, seis delas para cidades da base como Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e a capital Curitiba. Vargas também utilizou avião da FAB duas vezes na rota Paraná-Brasília e uma vez de Brasília para o Rio. Tem até assessor-cabideiro, especialmente para carregar paletós.

NA TELINHA

A TV Senado exibe hoje, às 20h30, o documentário ‘Conexão Cuba Honduras’, do baiano Dado Galvão, em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.