Coluna Esplanada

Arquivo : Dilma

PSDB acusa Dilma e Casa Civil de copiarem projetos tucanos
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Leandro Mazzini

Kaefer: governo é reincidente

A bancada do PSDB está revoltada com a Casa Civil do Planalto e prepara retaliação no grito – ou em convocação para explicações em audiência pública de ministros do governo.

Após a desoneração de impostos da cesta básica – emenda apresentada pelos tucanos, vetada pela presidente Dilma e reapresentada por ela em MP –, surge outra situação.

Na recém-aprovada MP 582, ela vetou emenda de Alfredo Kaefer (PSDB-PR) sobre extensão do lucro presumido. ‘Mas dois dias depois apresenta, literalmente, a mesma proposta, como se fosse de autoria dela, numa MP’, reclama Kaefer.

Dilma vetou a proposta tucana na sanção da MP 582, dia 2 de Abril, e dia 4 a proposta tucana reapareceu na MP 612 que o Planalto acaba de enviar para o Congresso.

Entrelinhas, o Lucro Presumido determina o imposto simplificado calculado com percentual estabelecido sobre valor das vendas realizadas, independentemente da apuração do lucro e variando conforme a atividade.

A emenda do tucano sugeria aumentar o teto de faturamento de R$ 48 milhões para R$ 72 milhões anuais das empresas que optam pelo programa. Segundo Kaefer, na situação de estagnação atual do país, seria um alívio para pelo menos um milhão de empresários. Agora o PT adotou a proposta.

Não apenas a oposição reclama. Aliado membro do conselhão político da base, Levy Fidelix, presidente do pequeno PRTB, reclama dos dois supracitados: diz que a proposta de desoneração da cesta é sua, de campanha antiga.

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FARRA

Da série $uspeitas da loteria: o Concurso 872 da Lotofácil teve três ganhadores na cidade de Pilar (AL), de apenas 30 mil habitantes.

MICARETA NO CONGRESSO 

A nove meses da festa, o deputado Paulo Ferreira (PT-RS) propôs requerimento para debater em Audiência Pública a ‘Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval’.

QUARTO PODER

Estão suspensas até o fim de semana as apurações dos votos para eleição do grão-mestre do Grande Oriente do Brasil da Maçonaria. O opositor, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), acusa suspeita de fraudes em vários estados. Os aliados do grão-mestre Marcos Silva dizem que é dor de cotovelo do político, que já perdeu duas eleições.

VOTO A VOTO

‘Nossa equipe analisa todos os dados pré, durante e pós-eleições, que tiveram potencial de desvirtuar a legítima escolha do grão-mestre, para entrarmos com as ações judiciais cabíveis nos foros competentes’, diz Mozarildo, que por ora perde por pequena margem.

MULHERADA EM CAMPO

Socialismo plural é isso aí: O deputado Pedro Stédile (PSB-RS). Apresentou projeto (5307/13) que determina a empresas públicas, patrocinadoras do futebol, a destinarem 5% do patrocínio também para o futebol feminino. Com seu dinheiro, claro.

ACARAJÉ NA TRAVE

Sem êxito, representantes das baianas produtoras de acarajé aproveitaram a passagem da presidente Dilma na inauguração do Fonte Nova para pedir a liberação da venda da iguaria no estádio. A Fifa barrou o acarajé por conta do… óleo de dendê quente.

FAMÍLIA FIDELIX 

Levy Fidelix, presidente do PRTB, diz que o partido teve mais de 100 fundadores e há dezenas na sua executiva. E que é normal ter parentes seus, gente de confiança, no comando da legenda.

PONTO FINAL 

E a nossa Margaret Thatcher tupiniquim vai muito bem. Ainda bem.

Críticas, sugestões, denúncias: envie-nos email para contato@colunaesplanada.com.br 


Por aliança em 2014, Dilma anunciará mais R$ 3 bilhões para o Rio
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Leandro Mazzini

Na sequência de agrados para conter eventual sangria no futuro palanque eleitoral, a presidente Dilma investirá pesado no governo de Sérgio Cabral (PMDB) e do vice Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB à sucessão.

Após trocar ministros para afagar descontentes e se reaproximar do PDT, PR e PMDB, ela desembarca no Rio dia 27 de Abril para assinar contrato de financiamento de R$ 3,2 bilhões através do Banco do Brasil. O dinheiro financiará obras do estado e do governo federal em parceria com o Palácio Guanabara.

Dilma usa a estratégia num momento crucial, em que o estado do Rio luta na Justiça contra o risco da perda dos royalties e em que o PMDB reclama da pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo.

O PMDB ainda acredita que terá um vice do PT e que Lula e Dilma tiram Lindbergh da disputa, diz um figurão do governo do Rio. E aliados de Cabral são pragmáticos: Dilma “não tem” palanques fortes em Minas, Espírito Santo e São Paulo. Então precisa de uma dupla aliada de peso no Rio – o governador e Pezão.

‘Aécio Neves (PSDB) terá 7 milhões de votos só em Minas, e ainda ‘pega’ Sul da Bahia. Tem São Paulo com ele (aliança com Geraldo Alckmin), e no Espírito Santo o apoio do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), ainda bem cotado’, diz um pemedebista.

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O POETA

O vice-presidente Michel Temer lançará seu livro de poesias ‘Anônima Intimidade’ na Sexta-feira na Associação Comercial do Rio. Embora fique constrangido com regalias, a segurança no populoso Centro carioca envolverá fechamento da Rua da Candelária e adjacentes, para a comitiva com carros blindados, ambulâncias, batedores etc.

PRECEDENTE

Da última vez que andou com carro descaracterizado, o vice passou susto: um pivete em São Paulo abriu sua porta para tentar roubar o relógio, e foi um festival de pistolas dos federais apontadas para o menino.

ITAMAR E O FUSQUINHA

Gente do SNI conta: Itamar Franco bateu pé para viajar no seu Fusca, sozinho, do Rio para Juiz de Fora. Descobriu-se seguido por mal-encarados no meio do caminho. Num posto, ligou assustado para o general e ouviu: ‘Calma, presidente, somos nós’.

NA PISTA

Para o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), o ministro dos Transportes, Cesar Borges, tem ‘capacidade para impulsionar obras inclusive do Paraná’.

BBB

Um assessor da deputada Erika Kokay (PT-DF) perdeu o sossego na Câmara. Desde que confrontou seguranças em protesto, vem sendo filmado por agentes por onde anda.

INVASÃO DO BEM

Numa pesquisa, a Arquidiocese do Rio descobriu que não há mais passagens aéreas de vários países para o Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude. Dom Orani acha que os ônibus e transatlânticos vão invadir a cidade.

SALDO DO PALANQUE

Com a queda de juros provocada pela presidente Dilma, os bancos privados perderam, juntos, R$ 1,5 bilhão em lucro líquido no segundo semestre de 2012, mostrou relatório do BC. A turma anda descontente e dividida, digamos, para 2014. O Itaú já está simpático à Marina Silva (REDE) e Eduardo Campos (PSB). O Bradesco, grande doador de 2010 dos petistas, ainda apoia Dilma. A coluna antecipou o movimento dos pré-candidatos junto às instituições financeiras.


Primeiro compromisso oficial do ministro da Agricultura foi reunião para tratar de eleições
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Leandro Mazzini

Andrade desce do King Air, atrás dele o deputado Saraiva Felipe. Foto de Silvan Alves

Dias depois da posse no Planalto, o primeiro compromisso fora de Brasília do ministro da Agricultura, Antonio Andrade (PMDB), foi uma reunião do PMDB para tratar das eleições de 2014.

O encontro partidário ocorreu dia 23 de março, há dois sábados,  em Muriaé, na Zona da Mata de Minas. O ministro chegou e saiu de avião particular, um King Air A350, cujo dono ainda é um mistério.

Na comitiva, apareceu o deputado João Magalhães (PMDB-MG), novo presidente da Comissão de Finanças da Câmara, recém-denunciado ao STF alvo do MP e da PF, por suspeita de desvio de emendas.

O avião, para nove passageiros, foi lotado. Andrade levou também o seu sucessor no comando do PMDB de Minas, deputado Saraiva Felipe (ex-ministro da Saúde).

Já o escanteado na negociação do ministério, o deputado Leonardo Quintão, anda chateado e se afastou do grupo. Foi ele quem abriu mão de se lançar à Prefeitura de BH, com bom potencial de votos. Em 2008, ele levou a eleição para o segundo turno contra o prefeito eleito Marcio de Lacerda (PSB).

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NA MIRA DELA

Há quem aposte que a investida pessoal da presidente Dilma contra José Maria Marin, presidente CBF, é por causa da ligação dele com militares durante a ditadura.

ARREMETEU 

O ministro Moreira Franco (Aviação Civil) ligou para deputados e pediu para a Câmara segurar a votação do novo Código Aeronáutico Brasileiro. Quer conhecer melhor o assunto. Há pressão dos aeronautas contra a proposta de contratação de pilotos de outros países. Ponto consensual: abrir até 49% do capital das aéreas para estrangeiras.

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Foto: paratyonline.com

RODOVERDE

Com apenas 9km de extensão, a rodovia Paraty-Cunha pode ser a mais ecológica do mundo. Após anos de imbróglio, o governo do Rio assina acordo com a Eletrobrás e ICMBio para pavimentação da rodovia, que dá vazão em eventual acidente nuclear em Angra. É que por determinação do ICMBio, o estado pagará seis empresas especialistas em meio ambiente para acompanhar as obras apenas de pavimentação. Até extinção de morcego entrou na lista dos ambientalistas.

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FROM ENGLAND

A Embratur pode comemorar a ofensiva em campanhas publicitárias durante os Jogos de Londres. É grande o número de britânicos no Rio este mês. E em baixa temporada.

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UPP NO CARDÁPIO

Autorizado pelo governador Sérgio Cabral, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, fez palestra no Recife há dias. Mas não escapou de um convite: teve longo almoço com o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB). A pauta no cardápio foi UPP-Unidade de Polícia Pacificadora, evidente, sistema implantando pelo xerife em comunidades do Rio.

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PROGNÓSTICO

Veja o que disse o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em entrevista à Revista Plataforma Política Social: Há uma ‘crescente percepção de que o processo de ascensão social está centrado no acesso ao carro, à casa própria e ao plano de saúde’.

FERIDA ABERTA

Temporão teme padronização de conceito: ‘que o acesso à saúde deve ser resultado do processo de inserção dos cidadãos no mercado formal de trabalho’. Assim o SUS, tão elogiado por Lula como o melhor do mundo, dança feio. Ou sustentará os ‘Planos’.

PONTO FINAL 

E o ministro da Agricultura vai irrigando a lavoura do PMDB com o avião dos outros..


Dilma obrigou Tesouro a pagar R$ 3 bilhões para governo gaúcho
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Leandro Mazzini

Uma operação protagonizada por gaúchos do alto escalão do governo Dilma Rousseff, e endossada por ela, presenteou o governo do Rio Grande do Sul com R$ 3,2 bilhões em títulos do Tesouro Nacional em Março de 2012, numa manobra à canetada que extrapolou regras da Fazenda. Agora descoberta, abriu precedente para governadores pedirem o mesmo tratamento.

No início do ano passado, quando governadores de pires à mão se sucediam em visitas a Brasília atrás de verbas, o Rio Grande do Sul tinha classificação “C” na Secretaria do Tesouro, o que em parte desautoriza repasses da União. Mas o ministro Guido Mantega autorizou a excepcionalidade a pedido do governador Tarso Genro.

Outro fato curioso é que a presidente Dilma autorizou o acordo para pagar a bolada sobre uma ação compensatória junto à União que ela promoveu quando Secretaria de Energia do governador Alceu Collares, envolvendo a Companhia Estadual de Distribuição de Energia do RS. Sob sua ordem, endossaram a operação os gaúchos Arno Agostin, secretário do Tesouro, Luís Adams, ministro da Advocacia Geral da União (AGU), e o então ministro-interino Marcio Zimmermann, de Minas e Energia.

O trio gaúcho do Esquadrão que endossou o pagamento é próximo e protegido de Dilma. Toda a operação durou apenas oito dias.

O caso veio à tona em consulta à Lei de Acesso à Informação, junto à Advocacia Geral da União, a pedido de deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR). Os documentos (Sentença 2006.71.00.047783-2)  foram enviados pela subprocuradora geral da União Izabel Vinchon Nogueira de Andrade e acabam de chegar às mãos do governo do Paraná, cujos representantes já pediram audiência com o ministro Mantega.

São documentos relativos ao acordo firmado entre a União, a CEEE e a Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), assinado em 26 de janeiro de 2012. Todo o caso se resume na ação condenatória compensatória 1993.0002153-2, da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Porto Alegre.

Em miúdos, mesmo com a nota “C” no Tesouro e com a ação entre amigos, entraram R$ 3.023.261.110,07 nos cofres do governo gaúcho. Notoriamente, uma demanda judicial de direito e interesse do governo, cuja ação desfilava pelas gavetas da AGU  – responsável pela defesa da União contra decisões que onerem o Tesouro. Daí a estranheza agora do governo do Paraná – e de outros governadores que já receberam a notícia -, porque há outros casos similares de governos em ação indenizatória ou compensatória contra a União, que se arrastam por décadas.

Procurada, a assessoria do governo do Rio Grande do Sul informou que o repasse era um direito do estado, mas não se manifestou sobre o imbróglio dentro do Tesouro que atropelou regras da União. A assessoria do Ministério da Fazenda explicou que o repasse é “pagamento decorrente de sentença judicial transitada em julgado, na qual aquela companhia (CEEE) reclamava créditos no âmbito da chamada Conta de Resultados a Compensar-CRC, extinta em 1993”. Mas não explicou sobre a Classificação “C” do governo gaúcho à ocasião.

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Dilma se irrita com lobby das grandes aéreas
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Leandro Mazzini

O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, terá nesta quinta o seu primeiro encontro com representantes das maiores aéreas do país, mas seguido de uma pequena turbulência na decolagem – as duas reuniões preparatórias num intervalo de poucos dias.

Recém-criada pelas quatro grandes companhias – TAM, Gol, Avianca e Azul – a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) protagonizou o deslize no taxiamento político.

A presidente Dilma Rousseff recebeu a contragosto, na segunda-feira passada (11) os integrantes da Abear no Planalto . Eles se encontraram primeiro com o ex-presidente Lula, na sexta-feira (8), e relataram a dificuldade para agendar com Dilma. O capo petista ligou para ela e a reunião ocorreu 72 horas depois.

No hangar presidencial, o fato é que a presidente quer tratar de igual para igual todas as companhias, em especial as pequenas. Daí a promessa de construir nos próximos anos 282 aeroportos regionais.

Em contraponto ao SNEA – Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, embora aliada, a Abear foi criada para representar as grandes nas negociações diretas com o governo federal.

Na reunião com Dilma, o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, apresentou a Agenda 2020. As aéreas têm meta estratosférica, digamos, para daqui a sete anos: transportar 200 milhões de passageiros por ano.

Sobre o encontro preparatório com o ex-presidente Lula, Sanovicz, um petista de carteira e ex-presidente da Embratur, prefere o silêncio. Diz que não deseja envolvê-lo. Com Dilma, nega rumores de que ela tenha cobrado posição da Gol sobre a demissão dos 850 funcionários da Webjet, com o fim da aérea.

Também membro do conselho da Agência Nacional de Aviação Civil, apesar do bom trânsito Sanovicz foi visto com desconfiança pelo Planalto. Tem os direitos políticos cassados por condenação no TJ-SP por improbidade administrativa quando presidiu o Anhembi, empresa municipal de São Paulo, entre 2001 e 2002.

Ele explica que o imbróglio judicial passa por um equivocado processo de contratação de funcionários. “O próprio juiz na sentença frisa que não há desvio de verba pública”. Ele aponta um grupo de 44 advogados demitidos como perseguidor de sua gestão e incitador do processo. À época, Sanovicz diz que demitiu 850 dos 1.072 empregados do Anhembi, “muitos deles fantasmas”.

A despeito disso, o presidente da Abear projeta céu de brigadeiro para o setor.

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Dilma fez jogo duplo com ex e novos ministros
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Leandro Mazzini

Os ex-titulares dos três ministérios saíram chateados com a presidente Dilma.

Foram avisados na Sexta-feira, véspera da cerimônia de posse. A ponto de Brizola Neto (Trabalho) ligar para assessores próximos, horas antes da demissão, e avisar que não cairia.

Na Segunda passada, Dilma despachou com Wagner Bittencourt (Aviação Civil) e não disse nada sobre sua decisão. Além disso, pediu que ele criasse grupo de trabalho junto às aéreas. Mendes Ribeiro (Agricultura) queria ficar, a despeito do tratamento contra um câncer.

Já os novos ministros – Manoel Dias, Moreira Franco e Antonio Andrade sabiam, quatro dias antes, que ascenderiam na Esplanada. Na Terça passada, Moreira Franco (Aviação Civil) e Antonio Andrade (Agricultura) jantaram no apartamento do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) e traçaram projetos.

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UAI, SÔ!

Cotado para ministro, o deputado Leo Quintão (PMDB-MG) avisou a Michel Temer que só aceitaria ministério se fosse o Transporte. Ficou no acostamento. Leo Quintão, que abriu mão da candidatura em BH para apoiar o PT e não virou ministro, deve ganhar uma relatoria importante de consolo na Câmara.

BAIXO CUSTO

Para economizar, a convenção do PDT que deve reeleger Carlos Lupi na Sexta será em Luziânia (GO). Delegados do partido ficarão em casas de aliados e pousadas.

ABAFA 

Há semanas, o vice-presidente orientou Moreira Franco que estudasse o setor aéreo, sem a certeza ainda da pasta. O agora ministro escalou assessores e foi a fundo. Mas precisa se entrosar mais. Na posse, não reconheceu o diretor-geral da Anac, Marcelo Guaranys, que levou alguns minutos na muvuca do beija-mão para se apresentar.

GANHOU NA LOTERIA 

O governo de Santa Catarina assina com a BMW documento que oficializa a primeira fábrica da alemã na América Latina. Será em Araquari, divisa com o Paraná. Serão R$ 1 bilhão de investimentos. A cidadezinha tem 24 mil habitantes e 5.555 automóveis.

AGORA VAI 

A volta de Carlos Lupi para o Trabalho – via Manoel Dias – sacramenta o retorno de Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, ao PDT. Antes, a executiva estava reticente.

TRAVA 

Num país ainda sobre rodas, produtores de grãos, cujas safras crescem, sofrem com o escoamento. Semana passada, a BR 163 ficou bloqueada com 7 mil carretas em fila dupla. Era a fila para descarregar nos trens da ALL no Alto Araguaia (MT).


Dilma se despe de Dilma, e repete antecessores no jogo pelo Poder
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Leandro Mazzini

Durou dois anos e três meses a figura de gerentona independente da presidente Dilma Rousseff, a que não governa com a faca no pescoço de aliados famintos por cargos.

Um ano após fechar o ciclo de demissões de seis ministros enrolados, os quais por pouco não desfilaram pelas páginas policiais dos jornais, Dilma Rousseff se despiu da figura de faxineira e repete atos políticos dos antecessores ao trocar três ministros pela simples pressão de partidos aliados.

Desta vez, com uma diferença básica para os outros presidentes: ela não estava ameaçada pelo que chamam de ausência de governabilidade.

Como a maioria dos antecessores, a presidente Dilma cansou e se entregou ao jogo eleitoral, revelou assim o pacto pelo Poder – e não pela gestão – e gratuitamente troca ministros apenas para agradar a aliados visando ao seu projeto de reeleição.

Se fica evidente a manobra eleitoreira em plena metade de seu mandato, o jogo jogado consolida seu palanque daqui a 18 meses, por ora. A volta de Carlos Lupi ao Ministério do Trabalho, na figura de Manoel Dias, amarra o partido com o PT e enterra as pretensões do grupo que propala candidatura própria ao Planalto.

A entrada de Antonio Andrade na Agricultura prende o PMDB de Minas ao projeto de governo do ministro Fernando Pimentel (PT), candidato ao Palácio da Liberdade, e evita fuga da bancada mineira para o palanque de Aécio Neves (PSDB), eventual opositor de Dilma.

E a decolagem de Moreira Franco, até então apagado na Esplanada, é um afago pessoal da presidente ao vice Michel Temer – e paralelamente agrada a todo o PMDB. Moreira é da cota de Temer e agora comandará as concessões bilionárias de mais aeroportos.

O PMDB nunca foi tão feliz. E, pelo visto, Dilma nunca foi Dilma.

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Caso dos royalties vira perigo eleitoral para Dilma no Rio
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Leandro Mazzini

O silêncio da presidente Dilma sobre a derrubada do veto dos royalties pode trazer estragos sérios à sua tentativa de reeleição com votos do estado do Rio. Não bastasse a insatisfação do governador Sérgio Cabral (PMDB), os deputados federais, cobrados pelos prefeitos que perderão receitas, estão furiosos e pregam o troco ano que vem. “Dilma precisa do Rio , porque ela não tem Minas e São Paulo. Foram os votos do Rio que a salvaram no Sudeste em 2010”, argumenta um parlamentar do PMDB.

Neste caso crescem as chances de pulverização de votos no estado, onde Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), se candidatos, vão investir nos prefeitos e deputados.

Se a situação não mudar, Dilma será obrigada a fechar com o PMDB do Rio e sacrificar a tentativa de candidatura de Lindberg Farias (PT), para evitar mais confronto.

Já o senador petista tem equipe montada à espera da confirmação. Diz ter aval de Dilma e Lula. E já teria a maioria dos delegados do PT para sacramentá-lo em convenção.

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REDE ‘ N RIO

Marina Silva faz grande evento no Circo Voador da Lapa, no sábado à tarde, para lançar a sua Rede Sustentabilidade. Visa os jovens. Ela teve boa votação na cidade em 2010.

VALE ESSA?

Carlos Brandão (PSDB-MA) apresentou na Câmara projeto que dá direito à contraprova aos motoristas submetidos ao bafômetro. Teriam novo exame em 20 minutos.

ASCENSÃO (na internet) 

A coluna verificou. No Google na Quarta à noite, logo após o anúncio do novo Papa, o nome Jorge Bergoglio tinha 500 mil citações. Ontem às 18h já eram 903 milhões (!) de citações na internet, e 43,4 milhões para ‘Papa Francisco’.

ADIOU  

Foi adiada, mas a conversa vai acontecer. Eduardo Campos e Marcio Lacerda não se reuniram em Brasília como previsto. A reunião estava na agenda do governador, mas o prefeito teve de ficar em BH para os 80 anos da Fiemg.

AZEDOU O ABACAXI 

O Ibama aplicou multa de R$ 50 milhões no Incra em Mato Grosso, em 2008. Como o Incra não paga, mais de mil produtores estão impedidos de ter crédito agrícola.

CAMPANHA NO AR 

Duas famílias que disputam poder no Oeste catarinense resolveram investir em rádios. As dos deputados Valdir Colatto e Celso Maldaner, do PMDB, que não se bicam.


PSD e PMDB causam turbulência na Aviação Civil
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Leandro Mazzini

A presidente Dilma Rousseff até ontem à noite estava reticente às investidas do PSD e PMDB de guilhotinar o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt.

Ela se reuniu por quase uma hora com ele pela manhã. Em nenhum momento tocou no assunto, e o incumbiu de criar novo grupo de trabalho junto às aéreas para alavancar o setor.

O novato mas poderoso PSD tentou há dois meses abocanhar a pasta. Agora é o PMDB que usa seu trator para entrar na pista e dominar as concessões de aeroportos.

Wagner Bittencourt, titular do cargo desde que a secretaria foi criada, é técnico de carreira do BNDES. Sem apadrinhamento político.

Os partidos parecem o menino que atira pedra para cima quando o avião passa, na esperança de uma hora derrubá-lo. Mas há o perigo de ela voltar na própria testa.

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NA MOITA 

Mineirinho continua na moita. O certo por ora é que Antonio Andrade, do PMDB de Minas, vai assumir a Agricultura. Para afago à bancada do estado.

20 ANOS DEPOIS 

‘O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende e, finge que está formado’. A frase era repetida pelo então professor Aloizio Mercadante. Hoje ministro da Educação, ele saía de audiência semana passada com o presidente da Câmara, e foi interpelado pela Coluna sobre citação: ‘Melhorou muito, mas ainda, tem muita gente que engana’.

ONTEM E HOJE

Na briga com o governo, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) lembra que dos 3 mil vetos,  os mais importantes são os relativos ao Código Florestal, Emenda 29 (que delimita em 10% os recursos para a saúde) e o Fator Previdenciário. Para o líder tucano “o Congresso tem obrigação de resolver”. Sobre a crítica de petistas de que, no governo de FHC, o PSDB não se esforçou para votar os vetos: ‘foi um erro, vamos corrigir, vamos acertar daqui para frente. Perseverar no erro é pior que errar’.

DO OUTRO LADO 

Quem volta à política – nas salas de aula – é o ex-senador e ex-governador do ES Paulo Hartung. Ministrará Marketing Político no MBA da Universidade de Vila Velha.

BATALHA NAVAL

Defensor da distribuição dos royalties do petróleo para todo o país, com nova lei, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), desancou o governador Sergio Cabral, do Rio. ‘Lamento a postura egoísta, não do povo carioca, mas do governador que não quis negociar’. Cabral tem dito, há mais de ano, que a verba é uma compensação sócio-ambiental para os estados confrontantes e que muitas contas do estado estão atreladas aos ganhos dos royalties, daí a preocupação.

ANTES DO CASÓRIO

Pedro Abramovay dá sua versão para, quando ministro, ter nomeado Carolina Haber para cargo comissionado no Ministério da Justiça em 2009: ela ainda não era sua esposa. Apenas conhecidos e colegas.


Presidente surpreende até o PT com desoneração da cesta
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Leandro Mazzini

Atualização, 11h45: O anúncio da presidente Dilma Rousseff feito em rede nacional de televisão, na noite desta Sexta-feira, de isenção de impostos federais da cesta básica surpreendeu até o PT.

“Ela já avisara ao presidente do partido, Rui Falcão, que a qualquer momento tomaria uma decisão sobre o assunto”, após a criação do grupo de trabalho da Presidência que estudava o tema, revelou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). “Mas não sabíamos quando seria”.

Dilma editou Medida Provisória, a despeito de projetos do PT e do PSDB que tramitam no Congresso. “A tramitação demoraria muito”, explica Guimarães.

O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), revelou que há 15 dias a cúpula do partido no Congresso se reuniu com a presidente no Palácio, quando ela esboçou que estudava medidas “para evitar a inflação e aquecer a economia”. “Mas ela realmente não avisou quando seriam nem como”, complementa o senador. Ele comemorou: “O objetivo é a redução da carga tributária.

O projeto já foi apresentado pelo PT na Câmara há dois anos, mas engavetado. Em agosto do ano passado, o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), apresentou emenda à MP 563 para a desoneração da cesta, mas a presidente vetou e ordenou que o PT se posicionasse. Criou o grupo de trabalho para os estudos e ontem saiu a decisão.

Segundo a presidente, no anúncio na TV,  “com desoneração da cesta básica governo abre mão de R$ 7,4 bilhões em arrecadação por ano”. Ela ratificou em rede nacional o que nos bastidores os ministros próximos já sabiam: seu temor da volta da alta inflação – o que pode prejudicar seu projeto de reeleição:  “Não descuido nem um momento do controle da inflação”.

No Dia Internacional da Mulher, Dilma anunciou outras duas medidas: fortalecimento da defesa do consumidor e criação de um “moderno centro integrado de apoio à mulher”, um por estado. Em tom de promessa, essas duas medidas reforçaram o discurso de pré-campanha da presidente que tentará a reeleição, e emendou com frases recheadas de elogios à atuação da mulher no Brasil – inclusive de sua posição.

“A maior autoridade desse país é uma mulher, que não tem medo de enfrentar os injustos”; E “Um governo comandado por uma mulher tem mais obrigação de lutar pela igualdade de gêneros. Trata-se de uma questão estratégica”.

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TEN$ÃO

A prisão ontem em Brasília do doleiro Fayed Antoine Traboulsi deixou alguns políticos sem dormir esta noite, e muito, mas muito apreensivos.

MAÇONARIA & PODER

O Grande Oriente do Brasil, que reúne maior parte das lojas maçônicas, elege hoje seu novo presidente, numa disputa que envolveu diretamente nos bastidores grandes políticos. O senador Gim Argello (PTB-DF) trabalhou pela reeleição de Marcos Silva. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) tenta se eleger pela terceira vez. O vice-presidente Michel Temer não tem influência direta, mas é ligado ao candidato de SP, o jurista Benedito Ballouck.

MINISTRO PARANAENSE

O governo do Paraná vai conceder título de cidadão honorário ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Vai a sanção do governador na Segunda a proposição nº 42/13, do presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB). A decisão do título foi do governador Beto Richa, após encontro com o ministro no STF em Fevereiro. ‘Por que não há um paranaense no STF?’, indagou Barbosa. Richa soltou que era ‘uma reivindicação antiga nossa’. Richa disse que Barbosa representaria o Paraná, e a bandeira de Minas e do Brasil em seu gabinete pode ganhar a do sulista. Encabulado, mas feliz, o ministro assentiu.

INVASÃO

Veja como os chineses vêm invadindo o Brasil. De 2010 para 2011, cresceu em 48% o número de turistas da China. De 37 mil para 55 mil.

FOGO AMIGO

Isso é porque é aliado do PT: Para comemorar a derrubada do veto da presidente Dilma sobre a lei de distribuição dos royalties do petróleo, o senador Wellington Dias (PT-PI) circulou por rádios e TVs na Quinta. Ele é candidato a voltar ao governo.