Coluna Esplanada

Arquivo : ditadura

Major Curió depõe à Justiça Federal sobre Araguaia
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Leandro Mazzini

Sebastião Rodrigues, o Curió

Sebastião Rodrigues, o Curió

Sebastião Rodrigues de Moura, o conhecido Major Curió, algoz da Guerrilha do Araguaia durante o regime militar, pela primeira vez presta esclarecimentos sobre episódios do combate à Justiça Federal.

A audiência sob segredo de Justiça ocorre desde às 13h na 1ª Vara de Justiça Federal em Brasília, sob comando da juíza Solange Salgado, que concentra os processos sobre os desaparecidos políticos.

A juíza preparou um questionário para Curió. Outros dois procuradores do MPF, Felipe Fritz e Ivan Marques, também preparam questões. O grupo vem estudando o caso há meses.

Familiares de vítimas da guerrilha e de desaparecidos acompanham a audiência. O grupo é defendido pelo escritório do ex-presidente da OAB Cezar Britto.

Curió foi o mais temido militar atuante na região do Araguaia durante o regime, comandante das tropas que aniquilaram a guerrilha. Ganhou fama desde então, atuou como comandante no controle do garimpo de Serra Pelada (PA) e fundou uma cidade que leva o seu nome, Curionópolis (PA).

INVESTIGAÇÃO

A mesma juíza determinou semana passada em despacho que o MPF investigue os gastos milionários do Grupo de Trabalho da Presidência sobre as buscas de desaparecidos no Araguaia nos últimos três anos, sem resultados.

 


Justiça manda MPF investigar gastos milionários nas buscas no Araguaia
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Leandro Mazzini

Corpos de guerrilheiros eliminados durante o confronto, observados por militares. Foto: Arquivo UnB

Corpos de guerrilheiros eliminados durante o confronto, observados por militares. Foto: Arquivo UnB

Atualizada Quarta, 7, 11h05 – Mal perdeu status de ministério, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) se vê numa encrenca judicial das grandes, herdada de gestões anteriores.

A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal em Brasília, determinou em despacho que a Procuradoria da República investigue os gastos milionários nos últimos três anos do Grupo de Trabalho da Presidência responsável pela busca de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, sob coordenação da SDH.

Há uma série de convênios sob suspeita – um deles pode chegar a R$ 10 milhões. A Justiça quer entender como se gastou tanto com pouco ou nenhum resultado nas expedições do último triênio.

O processo segue em segredo de Justiça. Há informações já confirmadas de que o GTA trocou pesquisadores por familiares das vítimas nas expedições, com gastos elevados em diárias de hospedagem, alimentação e aluguel de aeronaves.

As investigações sobre GTA e suas ações e planilhas estão a cargo do procurador Felipe Fritz, do 1º Oficio de Cidadania da Procuradoria da República no DF.

Procurados, a juíza e o procurador informaram que não vão se pronunciar por se tratar de segredo de Justiça. A SDH informou que ainda não foi notificada.

No dia 9 de dezembro, a PF fez uma devassa num departamento da UnB para perícia nos ossos de guerrilheiros, após ordem da juíza Solange. Há suspeita de que as famílias estariam escondendo ossos de subversivos ainda considerados desaparecidos, para lucrarem futuramente com indenizações. ( Leia aqui )

RESPOSTA

Crimeia foi localizada na manhã desta quarta (7). Disse não saber da investigação, e que participou de expedições por conta própria nos anos 90 e 2001. Em 2011 foi a convite junto com membros do MP e desde então não voltou mais, por segundo ela, discordar da forma como as investigações eram realizadas, sem dar detalhes.

Como notório, os guerrilheiros foram encurralados pelos militares e muitos deles foram exterminados em confronto com as tropas do regime militar nos anos 70 na região entre o Norte do Tocantins e Sul do Pará.

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Atualização Terça, 8/12, 10h17:

DIREITO DE RESPOSTA

A senhora Crimeia, a quem a Coluna contatou para esta reportagem e lhe deu o espaço, recorreu à Lei do Direito de Resposta e enviou o texto abaixo. A Coluna ratifica que a Promotoria no DF e a Justiça Federal investigam, sob segredo de Justiça, convênios do Grupo de Trabalho do Araguaia, ligado à SDH, em várias expedições – inclusive a que a senhora Crimeia participou.  Conforme relatado acima. Reforça também que a juíza Solange Salgado, diante da situação, avocou para a Vara a responsabilidade de novos trabalhos, excluindo a extinta SDH do protagonismo, por ora. Eis a carta de Crimeia:

“No dia 7 de outubro passado, sob o titulo Justiça manda MPF investigar gastos milionários nas buscas no Araguaia, escreveu: Há uma série de convênios sob suspeita — um deles pode chegar a R$ 10 milhões, sob tutela da ex-guerrilheira Crimeia ck Almeida.

Não participei do Grupo de Trabalho Tocantins, criado em 2009 pelo Ministério da Defesa por discordar que as buscas fossem feitas pelas instituições responsáveis pelos desaparecimentos forçados. Em 5 de maio de 2011, foi baixada a Portaria Interministerial n° 1 MD/MJ/SDH-PR, que em seu artigo 2° cria o Grupo de Trabalho Araguaia, com o objetivo de buscar restos mortais de desaparecidos políticos na década de 1970 na região, composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades: Ministério da Defesa, Ministério da Justiça, Secretaria de Direitos Humanos — PR, Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Advocacia Geral da União; Partido Comunista do Brasil; Departamento de Polícia Federal; Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil do DF; Museu Emilio Goeldi e Universidades Federais e Estaduais em apoio e exercício de atividades periciais.

No art. 2°, § 1°, diz que poderão compor o GTA, representantes dos governos do Pará, do Tocantins e do Distrito Federal, desde que manifestem interesse. E no § 2°, que a critério da Coordenação do GTA poderão ser convidados novos integrantes, órgãos ou entidades, pessoas físicas ou jurídicas para participar do Grupo, nas condições estabelecidas no convite.

Quero deixar bem claro que participei apenas de uma dessas idas à região em 11 de agosto de 2011, com base no artigo 2°, § 2°. Como houvesse uma participação massiva de militares e viaturas do Exército que além de nos serem constrangedoras inibiam os moradores locais, eles também vítimas das arbitrariedades do Exército nos anos 1970, nos recusamos a participar de novas idas à região junto com o Grupo de Trabalho Araguaia.

Embora eu não pertença e nenhum desses órgãos e entidades e não participe sequer como convidada do GTA, , esclareço que a responsabilidade pelos trabalhos e pelos gastos de cerca de R$ 10 milhões havidos até agora é dos Ministérios da Defesa (responsável pela logística), da Justiça (responsável pela perícia técnica) e da Secretaria de Direitos Humanos, inclusive por força da sentença da 1ª Vara Cível da Justiça Federal de Brasília (processo n° 0000475-06.1982.4.01.3400) — transitada em julgado em 2007 mas ainda não cumprida — que condenou a União a localizar os restos mortais dos combatentes da Guerrilha do Araguaia e entregá-los aos seus familiares, além da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que condenou o Brasil em 2010 por não ter, até hoje, apurado e punido os agentes do Estado responsáveis pela prática dos crimes de detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas, entre membros do Partido Comunista do Brasil e camponeses da região, nas operações do exército empreendidas entre 1972 e 1975 com o objetivo de erradicar a Guerrilha do Araguaia, no contexto da ditadura miliar do Brasil (1964-1985).

Estes gastos constam de relatórios do próprio governo enviados a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Os gastos com transporte, diárias, hospedagens e outros se referem a todos os membros que participam destas buscas e, é importante destacar que a participação de militares do Exército é a maior, chegando a ser de até 150 pessoas, incluindo um general. Quanto aos familiares, por determinação do próprio governo sua presença não deve se exceder a 3 pessoas.

A própria Secretaria de Direitos Humanos, em Nota de 9 de outubro de 2015, esclarece: Importante ressaltar que todas as despesas das expedições foram pagas pelo Estado brasileiro e se referem ao apoio logístico na área das buscas (transporte, segurança e equipe de serviços gerais), além de passagem e diárias, que seguem valores estabelecidos por lei. O Estado brasileiro optou por executar diretamente tais ações por se tratar do cumprimento a determinação judicial.

Desse modo, não foi firmado nenhum convênio com a sociedade civil ou entidades de qualquer natureza para a execução da tarefa. Não é verdadeira, portanto, a afirmação veiculada na imprensa de que a senhora Criméia Schmidt de Almeida tenha firmado convênio com o Governo Federal e recebido valores por isso. Tal afirmação, além de equivocada, é incoerente com o histórico de Criméia de Almeida, notoriamente conhecida por seu engajamento nas pautas de Justiça de Transição, bem como observadora atenta e crítica das medidas do Estado brasileiro em diversos episódios que envolvem este tema. No caso do Araguaia, seu envolvimento relaciona-se ao fato de ser familiar de dois desaparecidos durante a repressão e uma das testemunhas mais importantes dos ocorridos à época, visto que é uma das únicas sobreviventes desses episódios”.


Família de vítima da ditadura vai à Justiça por exumação e novo laudo
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Leandro Mazzini

abelardo

Esta história revela a segunda morte de uma vítima do regime militar, mas desta vez sob a tutela da Comissão  Nacional da Verdade.

A família de Abelardo Rausch de Alcântara, tido como subversivo nos arquivos militares da ditadura, vai apelar à Justiça Federal para um novo laudo relatando a verdadeira causa da morte do ex-bancário da Caixa, em 12 de fevereiro de 1970 sob custódia da Polícia do Exército, em Brasília.

Com autorização da Justiça, legistas da Comissão Nacional da Verdade anunciaram que seria feita a exumação ano passado, mas a CNV entregou o relatório à presidente Dilma e nada foi realizado.

O mais curioso dessa história é que a CNV assumiu o caso após minuciosa pesquisa de 18 meses de estudante de jornalismo da Católica de Taguatinga (DF), Jussara Santos.

Diante do desdém de pesquisadores, historiadores e do próprio Governo, Jussara investigou a fundo, fez dezenas de entrevistas, ouviu a família, e descobriu a verdade.

Abelardo foi acusado de roubar dinheiro da agência. Preso pela Polícia do Exército, espancado até a morte. O dinheiro apareceu depois no banco, e a Caixa nunca explicou.

‘Não temos esperanças que façam alguma coisa para mudar a história inventada sobre meu pai. Só queríamos resgatar a dignidade dele, comprovando que ele não era um subversivo como afirmaram. Nossa paz só poderia ser alcançada por meio de uma nova certidão, com a exumação’, diz Adriano Magno, o filho mais velho de Abelardo.

VELÓRIO OFICIAL

Ninguém mais fala na Comissão Nacional da Verdade e seu relatório – ex-subversivos, nem entidades de direitos humanos, tampouco militares ou governo. É como se a CNV se tornasse mais um fantasma do passado enterrado no túmulo da Anistia.


No Facebook, PCdoB se solidariza com ditadura sanguinária da Coréia
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Leandro Mazzini

reprodução da pág. do partido no Facebook

reprodução da pág. do partido no Facebook

O aguerrido PCdoB tem perdido a noção e o bom senso.

Empurrado pelo PT, para não ficar na mira da imprensa, o projeto de regulação da mídia foi encampado pelo partido, num debate especificamente político e ideológico por ora.

Agora, sua página no Facebook, fez uma homenagem ao governo do ditador-mirim da Coréia do Norte.

Na rede social, o PCdoB soltou nota de solidariedade com a ditadura de Kim Jong-un, contra ‘Os imperialistas estadunidenses e seus fantoches sul-coreanos’, sobre a resolução da ONU que pede a punição do miniditador no Tribunal Penal Internacional.

Kim Jong-un é aquele menino que herdou o País com a morte do pai, e, entre outras atrocidades, ordenou a prisão e execução do tio, da tia e dos filhos do casal por suspeitas de traição. A exemplo do pai, Kim Jong-un também manda fuzilar opositores – fez isso quando assumiu o poder, retirando-os do Parlamento escoltados.

A ONU aprovou há poucos dias uma resolução que condena a cúpula do governo da Coreia do Norte por violações dos direitos humanos. Baseado em relatório de fevereiro, no qual aponta variadas atrocidades, a ONU pede a abertura de um inquérito por crimes contra a humanidade. A decisão será do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Acusado de tortura deve assumir Procuradoria do Grande Oriente da Maçonaria
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Leandro Mazzini

gob

Uma polêmica tomou conta do seleto círculo maçônico no fim da tarde desta sexta-feira.

Um militar da reserva, acusado de tortura durante a ditadura, deve ser nomeado neste sábado em Brasília Procurador-Geral do Grande Oriente do Brasil (G.O.B.) – um dos mais importantes cargos da entidade que reúne centenas de milhares de maçons pelo Brasil.

Trata-se de Juvenal Antunes Pereira, o ‘Juvena’. Ele foi sargento do temido e famigerado Pelotão de Investigações Criminais , o PIC de Brasilia, nos anos 60. Há 12 anos é o principal assessor do grão-mestre do G.O.B., Marcos José da Silva. Juvenal é uma eminência parda que agora sai aos holofotes por decisão do superior imediato. Como a maçonaria é notória defensora dos direitos humanos, os debates internos incendeiam.

A nomeação de Juvenal deve passar por referendo em assembleia neste sábado, na sede do G.O.B. Procurados por telefone e e-mail, diretores da Maçonaria não foram localizados e não se manifestaram, respectivamente. Mas as mensagens enviadas pelo blog chegaram ao militar da reserva.

O CASO

Em 1969, Juvenal foi acusado de tortura e reconhecido pela vítima, o ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) José Carlos Vidal (caso 16.1175) – até recentemente um alto assessor na Petrobras.

O blog conseguiu contatar o ex-militar. Juvenal disse que ‘tem escutado a conversa’ de que pode ser referendado Procurador-Geral de Justiça do G.O.B. Em sua defesa, informou que nunca participou de tortura, e que José Carlos Vidal – de codinome ‘Juca’ à época, segundo relatou ‘Juvena’ – era um ‘ladrão de armas’.

‘Ele furtou várias metralhadores e pistolas do quartel e nós o prendemos. Houve um inquérito e um soldado o entregou’ – explicou Juvenal.

Confrontado com a denúncia de que ele torturou o preso, o ex-militar assumiu que ‘pode ter havido uns trancos na hora da prisão, porque ele (Vidal / Juca) era muito grande, parrudo’, e que logo depois o deixou sob responsabilidade de agentes do serviço secreto, do Exército e da PF. ‘Nos primeiros dias eu o vi na cela’, complementou.

‘Fiz apenas parte da equipe que o prendeu. Ele não foi preso como militante, mas sim como ladrão de armas. Eu nem sabia que era procurado’, ressaltou em sua defesa o ex-militar.

Juvenal revela que distribuiria neste sábado aos colegas maçons um livro que escreveu em sua defesa, mas a gráfica não entregou o material a tempo. O título é ‘O senhor das armas e a verdade escondida’.

VIDAL

Procurado por telefone no contato que o blog encontrou, José Carlos Vidal não foi localizado até esta publicação.


Dilma, Bachelet, a CNV e a Lei da Anistia
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Leandro Mazzini

dilma-bach

Discretos aos holofotes, os militares brasileiros estão em polvorosa na caserna, diante do anúncio da presidente do Chile, Michelle Bachelet, de que pretende anular a Lei da Anistia daquele país.

É que a presidente Dilma se inspirou no exemplo do Chile para criar a Comissão Nacional da Verdade, e os oficiais, veladamente, se perguntam se a petista não fará o mesmo por aqui sobre a Anistia.

A Lei de Anistia chilena foi sancionada pelo general Augusto Pinochet em 1978 e deu imunidade aos militares acusados de crimes de 1973 a 78. Em 2003, o então presidente Ricardo Lagos criou a Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, para investigar esses crimes.

A decisão de Bachelet de revogar a Lei da Anistia deu-se dia 11 de setembro, com os atentados que abalaram Santiago. O governo suspeita de militantes do falecido Pinochet. Bachelet pediu urgência ao Parlamento na tramitação de projeto de 2006 que revoga a lei. Se isso ocorrer, ela terá poderes para investigar e processar militares.

aliedo

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

VISITA

Em abril, integrantes da Comissão da Verdade do Brasil visitaram o Chile e se reuniram com o ex-presidente Lagos. Como notório, o relatório final da CNV será entregue em dezembro à presidente Dilma.

Os militares – entre eles altos oficiais – nunca aceitaram a instalação da CNV, e torcem o nariz para Dilma. Uma tentativa de revogar a lei da Anistia pode causar instabilidade.


Pacto dos militares de pijama faz CNV de boba
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Leandro Mazzini

A Comissão Nacional da Verdade ficou impotente diante do pacto de silêncio dos militares que atuaram contra guerrilhas durante a ditadura, e justifica com respostas sem nexo.

O tenente José Conegundes do Nascimento, que se negou a comparecer a audiência com as respostas ‘se virem’ e ‘não colaboro com o inimigo’, foi classificado com problemas mentais. Não procede.

Conegundes está tão esperto quanto outrora, e usou sua boa memória – a mesma que a CNV tentou explorar – para ajudar o major Lício Maciel a escrever o recém-lançado livro Projeto Orvil, sobre a atuação detalhada dos militares na repressão em várias frentes.

LADO A LADO

Conegundes atuou com Maciel desde abril de 1972. Participou das mortes, em combate, dos guerrilheiros André Grabois, João Calatroni, Antônio Lima e Divino Ferreira.

E já confessou em livro ter matado a guerrilheira Lúcia Maria de Souza, quando ferida no chão.

CANTA, CURIÓ!

Sebastião Rodrigues de Moura, o Major Curió, e o coronel da reserva José Brant Teixeira, membro do Centro de Inteligência do Exército, também se recusaram a falar.

Todos eles atuaram no Araguaia no extermínio dos guerrilheiros. Brant foi um dos mais ativos, em operações rurais e urbanas. Era especialista em recrutamento de informantes, e tem no currículo uma curiosidade: namorou pelo menos uma atriz famosa no Rio de Janeiro.

Até 2008, Brant visitou Xambioá, na região do Araguaia, para manter na linha os antigos guias dos militares. Usou o codinome de Dr. César.


Comissão da Verdade repara injustiça e avança no relatório
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Leandro Mazzini

epam

epam2 Enfim, justiçado.

Foi enterrado pela família em Porto Franco (MA) no domingo, 43 anos após sua morte, o ex-líder comunista Epaminondas Gomes de Oliveira.

A revelação do encontro de suas ossadas como indigente, no cemitério de Brasília, foi feita pela Coluna em Setembro passado. Ele teria sido executado pelas forças militares do regime em 1972.

Deve-se a descoberta à investigação do delegado federal Daniel Lerner e sua equipe na Comissão Nacional da Verdade. Ele pedira à Justiça a exumação do corpo para análise.

Foi uma das maiores vitórias da CNV, cujo relatório será entregue à presidente Dilma em novembro.

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Comissão da Verdade anunciará nova lista de mortos e desaparecidos
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Leandro Mazzini

Além da exumação do corpo do ex-bancário Abelardo Alcântara, preso e torturado pela Polícia do Exército em 1970, a Comissão Nacional da Verdade vai rever os números oficiais de mortos políticos durante o regime. Hoje contam 362 óbitos e desaparecimentos, mas devem chegar a 400 – conta fonte da CNV. A Comissão entregará dia 10 de dezembro o relatório para a presidente Dilma. A assessoria apenas afirma que ‘Até o fim dos trabalhos, a CNV deverá publicar um novo número’.

DESPEDIDA

A CNV encerra seus trabalhos dia 16 de dezembro. A entrega do relatório final dia 10 leva o simbolismo de ser o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

JUSTIÇA PARA ABELARDO

A Comissão confirmará para breve a exumação do corpo de Abelardo Alcântara, morto há 44 anos. Foi investigação de estudante de jornalismo quem provocou a reviravolta.

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HOMO SAPIENS

A segunda Turma do STF recebeu denúncia do MPF (inquérito 3344) contra o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), por ter omitido R$ 300 mil em doação da Sapiens Tecnologia na prestação de contas de 2006. O caso pode complicar a candidatura do brasiliense.

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TAXIANDO NA VIZINHANÇA

A argentina Inframérica, que administra o Aeroporto JK em Brasília, encontrou um obstáculo para o ambicioso projeto de Cidade Aeroportuária, com hotéis e shopping: Uma dezena de concessionárias de automóveis há décadas ocupa a área externa de propriedade da Infraero, em contratos camaradas com a estatal. Questionada se as revendedoras estão com contratos vencidos ou se vão ser retiradas da região, a Inframérica apenas resumiu-se a responder que ‘As concessionárias localizadas no sítio aeroportuário de Brasília estão com contratos vigentes’.

VALE LEMBRAR

Enquanto a Copa da FIFA rola com festa e seleções africanos por aqui, metade da população da República Centro-Africana, de 2,5 milhões de pessoas, precisa de assistência médica urgente; 600 mil se deslocam sem parar por causa dos conflitos entre etnias, revela a Organização Médicos Sem Fronteiras.

PERIGO REAL E IMEDIATO

Cientistas políticos apontam o risco de consolidação de ditaduras civis no pós-Chavez. O presidente Nicolas Maduro se mexe para ficar. Rafael Correa, presidente do Equador, trabalha para mudar a Constituição e incluir a Reeleição por tempo indeterminado de presidentes. Evo Morales, da Bolívia, atua para disputar o terceiro mandato em outubro.

FÊNIX SERRANA

Mais bela cidade serrana castigada pelas chuvas do verão de 2011, Nova Friburgo (RJ) reinaugura amanhã dois ícones da cidade: a praça do Suspiro e o teleférico.

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O MINISTRO

aliedouol

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

A relação da presidente com o ex-governador Sérgio Cabral já foi melhor.

Em Julho de 2012, Dilma e Cabral conversaram por mais de uma hora dentro do carro dela, na base aérea do Aeroporto do Galeão. Cabral saiu do automóvel crente de que seria ministro nessa virada de 2014. Mas apareceram suas ligações com Fernando Cavendish, da Delta, na CPI do Cachoeira. Revelaram-se as fotos das farras do governador em Paris e Monte Carlo, e as manifestações de Junho passado enterraram suas pretensões. Se hoje Dilma chamar Cabral para um café, ele sai no lucro.

Por isso Cabral passou a fazer jogo duplo, para de alguma forma apostar que ficará com o Poder: Deixou o PMDB fluminense cair no colo de Aécio Neves, enquanto aos holofotes faz juras de apoio para Lula e Dilma.

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PONTO FINAL

Curiosamente no mesmo dia em que a PF prendeu quadrilha de venda de lotes em assentamentos no Tocantins, grupo de sem-terra invadiu a sede do INCRA em Brasília.


Estudante causa reviravolta na Comissão da Verdade
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Leandro Mazzini

abelardo

Com autorização da Justiça, legistas da Comissão Nacional da Verdade vão exumar o corpo do ex-bancário Abelardo Rausch de Alcântara, morto há 44 anos, durante o regime militar, após ser preso pela Polícia do Exército em Brasília.

A CNV teve acesso a documentos inéditos, trabalho de investigação durante 18 meses da estudante de jornalismo Jussara Santos Rodrigues, 22 anos. Em pesquisas e entrevistas com familiares, amigos e legista, ela convenceu a Comissão de que Abelardo foi preso injustamente e foi a óbito com fortes indícios de tortura.

Conselheiros da CNV avisaram a Jussara que agora têm convicção de que Abelardo é um morto político. A estudante concluiu o curso sob orientação da professora Angélica Cordova. A Comissão tem até novembro deste ano para apresentar à presidente Dilma Rousseff seu relatório final.

MOTIVAÇÃO

Tudo começou quando Jussara leu a citação da morte suspeita de Abelardo no livro coletânea ‘Direito à Verdade e à Memória’. Até então, ninguém tinha aprofundado a investigação, nem a CNV.

“Vi que (a citação) estava muito complexa e vaga e resolvi investigar. Na internet tem algumas informações e desconfiei de todas. Então procurei a família”, conta a estudante.

PRISÃO E MORTE

Abelardo era tesoureiro de banco, foi acusado sem provas de ter roubado dinheiro da agência da Caixa em que trabalhava – segundo relatos, após preso pela PE – e não pela Polícia Civil, a quem caberia – foi torturado no Pelotão de Investigações Criminais (PIC), o PIC da PE (Polícia do Exército).

Foi classificado pela PE como subversivo, mas não tinha qualquer ligação com comunistas ou grupos guerrilheiros à época.  Após retirá-lo do PIC com muitos ferimentos, o Exército teria simulado um acidente de carro e levou Abelardo para um hospital, onde faleceu.

A Caixa, dias depois, informou numa nota simples que o dinheiro havia reaparecido, mas não deu detalhes, segundo pesquisas da estudante, como foi recuperado, e se o funcionário falecido foi acusado ou não.

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O VÍDEO ENTREGA

dirceu

Dirceu – em vídeo, ele defende o projeto de poder do partido com na máquina pública. Foto: ujs

Circula entre emails um vídeo-documentário com cenas do julgamento do Mensalão, da entrevista do ex-presidente Lula em Portugal – na qual diz que Mensalão não existiu – e com imagens de bastidores de encontro de José Dirceu com petistas. No vídeo, Dirceu lembra que o projeto de poder do PT junto à máquina pública. ‘Em primeiro lugar, o projeto político é o principal, e o principal é cuidar do PT’, cita Dirceu para os militantes, numa sala. ‘Nós temos que cuidar do partido’, lembra em outro momento. Assista aqui

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BOLSO APERTADO 

Em Brasília, capital com maior PIB Per Capita do País, outra prova de que a economia estagnou. Pesquisa da Fecomércio sobre intenção de consumo das famílias mostrou recuo pela segunda vez consecutiva.

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E AGORA, PTB?

benito

Benito, ao lado da presidente, no último dia 21 de maio, quando ela almoçou com a bancada do PTB ainda aliado. Foto: ABr

Presidente do PTB, Benito Gama soltou nota ontem na qual diz que o partido vai apoiar Aécio Neves (PSDB) à presidência da República. Ocorre que Benito é atual vice-presidente de Governo do Banco do Brasil, num apadrinhamento que passou pela presidente Dilma. Se vai entregar o cargo, os próximos dias dirão.

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QUASE CAOS

Brasileiro, com razão, reclama muito da situação e infraestrutura dos aeroportos – administrados pela Infraero & concessionárias. Mas muitos problemas também são de serviços operados pelas cias aéreas. São de responsabilidade das aéreas o atendimento no balcão de check in, despacho & reposição de bagagens e os horários dos voos. Os atendentes em muitos casos colocam na conta de ‘mau tempo’ ou da Infraero eventuais atrasos de aviões e problemas.

BOLA NAS COSTAS

Um jornal da Alemanha acusa Joseph Blatter, presidente da Fifa, de ligação com a máfia russa. O jornal publicou foto de Blatter com Alimsan Tochtachunow, procurado pela Interpol com mandado de prisão por fraude fiscal, apostas e corrupção em eventos esportivos. A Copa de 2018 será na Rússia.

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Pautas, denúncias, sugestões: envie e-mail para pauta@colunaesplanada.com.br