Coluna Esplanada

Arquivo : ministério da integração

Em quatro anos, Governo reduz em 90% verba de prevenção a desastres
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O orçamento federal para ações de prevenção a desastres climáticos está um desastre – parte por responsabilidade da União, que atua de forma passiva (por demanda); parte por falta de projetos de municípios.

Informações de posse da Coluna registram que o Ministério da Integração reduziu em 90%, gradativamente, a verba para ações contra enchentes e deslizamentos, desde 2011, quando foram liberados R$ 257,8 milhões.

O valor caiu para R$ 169,2 milhões no ano seguinte; para R$ 52 milhões em 2013 e fechou 2014 com minguados R$ 26,3 milhões.

As ações para prevenção abrangem Plano de defesa civil, Mapeamento das áreas de Riscos, Fiscalização sobre as ocupações inadequadas, manejo das águas pluviais etc.

Insatisfeita com os dados e sem apoio oficial do ministério, até a Organização das Nações Unidas (ONU) fechou no Rio de Janeiro, no fim do ano passado, seu escritório de monitoramento de áreas de risco, que era bancada pela própria entidade.

O ministério só soltou os dados em atendimento ao requerimento do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Egresso da região serrana do Rio, ele anda preocupado com a chegada deste verão, quando estão previstas mais chuvas fortes.

A serra do Rio foi cenário da maior tragédia climática e natural do Brasil, onde mais de mil pessoas morreram afogadas ou soterradas no verão de 2011 em três cidades.

De acordo com o ministério, “os investimentos federais destinados para obras estruturantes de prevenção de risco (barragens, adutoras, sistema de abastecimento etc.) são de responsabilidade do Ministério das Cidades e da Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH) do Ministério da Integração Nacional (MI). Desde 2012, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do MI não destina mais recursos para obras estruturantes de prevenção”.

A pasta esclarece que a destinação é uma via de mão dupla. Para haver destinação de programas é preciso que Estados e municípios apresentem projetos para análise do Governo federal, “tanto para ações emergenciais quanto para a execução de obras hídricas estruturantes”.

A assessoria do ministério informa que até 2012 (não informa desde quando) a Sedec investiu R$ 655,01 milhões para prevenção de risco. “Deste total, R$ 625,01 milhões foram investidos em obras estruturantes para prevenção de enchentes e seca/estiagem em 19 estados e R$ 30 milhões para as ações de preparação/ mitigação de possíveis desastres naturais”.

O Blog no Twitter e no Facebook


PF cerca Integração e PSB sobre obras de transposição
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A Polícia Federal investiga há cinco anos as fortes suspeitas de superfaturamento nas bilionárias obras de transposição do rio São Francisco, tocadas pelo Ministério da Integração – a maioria delas nas gestões do PSB.

A Operação Vidas Secas, que mandou para a cadeia o presidente da OAS, é apenas uma fissura no dique de fraudes. Há mais por vir.

Em 2011 iniciou-se a apuração dos Contratos 9 e 10, e do lote 8, da construção de canal de R$ 275 milhões em Cabrobó (PE), das empreiteiras GDK e Mendes Junior.

O ministério é um feudo do PSB desde o Governo Lula. Por lá passaram Ciro Gomes (agora no PDT) e Fernando Bezerra, senador por Pernambuco. Depois de Ciro houve um período com Geddel Vieira Lima (PMDB). O atual ministro é do PT.

Até o ano passado, o chefe de Gabinete (em especial na gestão de Bezerra) era Alexandre Navarro, apadrinhado de Eduardo Campos, de quem era fiel escudeiro.


ONU fecha no Rio escritório de estratégia para redução de desastres
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Um desastre na prevenção.

Em meio ao desastre da barragem de Mariana (MG), quatro anos após a maior tragédia natural do País, na serra fluminense – com mais de mil mortos –  e na iminência chuvas de verão (fortes, na previsão), a Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de fechar no Rio de Janeiro o seu escritório de Estratégia Internacional para Redução de Desastres

Por falta de apoio.. estratégico.

A sede tinha apenas o respaldo do Itamaraty, que sedia uma sala a seis pessoas da equipe do coordenador David Stevens, representante da ONU no Brasil. Mas não obteve o apoio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Ministério da Integração).

“Nunca houve um apoio, e não é uma questão financeira. Nossa meta é prevenção, e a deles (Governo) é resposta”, diz David Stevens.

O caso ocorre a dois meses das fortes chuvas previstas para o verão na região Sudeste. O escritório monitorava estudos em 670 cidades no Brasil, com colaboração de outros países.

“Nosso trabalho é de apoio (a órgãos estatais nas esferas municipais, estaduais e federais) e de pesquisas sobre riscos atuais e futuros”, complementa o especialista.

O representante da ONU não titubeia em dizer que a tragédia de Mariana (MG) com a barragem da mineradora Samarco é “exemplo claro de falta de prevenção”.

Lembra que as enchentes de Xerém, na Baixada Fluminense, não causaram maiores danos, materiais e de vidas, porque havia um sistema de avisos e colaboração em várias frentes.

Há uma esperança de reabrir o escritório com uma estrutura pequena, para ano que vem, contra Stevens.

O Blog no Twitter e no Facebook

TENTATIVA FRUSTRADA

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) tentou, sem sucesso, sensibilizar o general Adriano Pereira, secretário nacional de Defesa Civil, para apoio estratégico ao escritório.

O ministério respondeu que o caso cabe ao Itamaraty. E informou que o general estava em missões em Mariana e depois no Sul, onde um tornado derrubou casas.


PMDB do Senado reivindica Ministério da Integração
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Renan - ele quer mais. Foto: ABr

Renan – ele quer mais. Foto: ABr

Enquanto a forte bancada do PMDB da Câmara dos Deputados esnoba o Ministério da Educação, a turma do outro lado , a do tapete azul, está de olho numa pasta.

Comandados pelo presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores do PMDB reivindicam o Ministério da Integração Nacional, hoje sob controle do famigerado PP da Câmara, cuja metade da bancada é investigada pelo STF no caso do Petrolão.

O grupo enviou recados à presidente Dilma através dos ministros palacianos de que é inaceitável , na atual conjuntura política-judicial, o PP permanecer à frente de ministério tão importante.

Se Renan Calheiros – ele próprio um dos alvos da Procuradoria Geral da República e do Supremo – conseguir a pasta para o Senado, ele se fortalece mais ainda. É da cota de Renan o Ministério do Turismo, para o qual está cotado o ex-presidente da Câmara Henrique Alves (PMDB-RN).


PMDB da Câmara almeja Ministério da Integração
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Insatisfeita com os ministérios, a bancada do PMDB na Câmara aproveita a fragilidade da presidente Dilma para pressionar por mudanças.

Os deputados avisaram ao vice-presidente da República Michel Temer que, se Dilma aceitar a troca de ministérios, o ideal para o grupo é ficar com o da Integração, hoje sob controle do famigerado PP.

Como praticamente metade da bancada do PP – 18 dos 40 deputados – virou alvo de inquérito no STF no caso do Petrolão, o PMDB quer aproveitar para tomar a pasta.

Deputados indicam que o atual ministro do Turismo, Vinícius Lages, da cota do PMDB do Senado – apadrinhado de Renan Calheiros – seria o nome ideal para Integração, já que Henrique Eduardo Alves, livre de processo, deve assumir o Ministério do Turismo.


Confraria do Jaburu não desiste do Ministério da Integração
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A Confraria do Jaburu está de plantão em Brasília desde sábado e reuniu-se na noite de domingo para um jantar na residência oficial do vice-presidente Michel Temer.

Completam o time os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do Governo no Congresso, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do partido, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Do cardápio saíram cenários para o Parlamento este ano, para as eleições e em especial a demanda da legenda para tentar abocanhar o Ministério da Integração – antigo celeiro do PSB e agora mais para o neoaliado PROS dos irmãos Ciro e Cid Gomes.

Os caciques da confraria esperam que a presidente Dilma chame o vice Temer para conversar nos próximos dias. Se ela tocar no assunto, o nome indicado da bancada para a Integração, como notório, é o senador Vital do Rego (PMDB-PB). Do contrário, os pemedebistas descobrirão o que os ventos palacianos sopram na Esplanada: que o partido não tem mais essa bola toda com a dona da caneta.

‘Não vamos cobrar nada’, diz Eunício. ‘Mas nosso consenso de bancada (do Senado) é o senador Vital do Rego’. O problema é que a bancada do PMDB da Câmara não topa.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook    

___________________

À PAISANA

Sem o bottom, a senadora Vanessa Grazziotin (AM) não foi reconhecida e gastou o latim para almoçar num restaurante da Câmara. O gerente foi à mesa para comprovar.

NOVA (VELHA) INFRAERO

A Infraero vai promover a granel a sua reestruturação, redesenhada pela consultoria de Vicente Falconi, o pai do ‘Choque de Gestão’. O plano inicial era corte e enxugamento de custos, mas a gritaria da boquinha mudou o rumo. Começa em março e vai até setembro, em quatro etapas. Ninguém será demitido, apenas redirecionado.

Serão extintas as Diretorias de Administração, de Operações e de Planejamento; mas a turma ganha as Diretorias de Aeroportos, Desenvolvimento Operacional e de Gestão. A estrutura terá os níveis Corporativo (sede), Negócios (nos aeroportos) e Suporte.

A ELEIÇÃO EXPLICA

A tucanada bateu asas para Cascavel (PR) e deu bicadas em Dilma. Ao lado de Aécio Neves, Beto Richa reclamou do tratamento. O Paraná luta para destravar R$ 4 bilhões em empréstimos pré-aprovados. Com Gleisi Hoffmann (PT) candidata, ficará difícil.

A SUCESSORA 

De olho na eleição, a ministra Maria do Rosário (PT-RS), da Secretaria de Direitos Humanos, quer fazer a secretária-executiva Patrícia Barcelos sua sucessora na pasta.

RIO 40º

Veja como o Rio vai se ‘profissionalizando’ para a Copa e Jogos 2016: Flanelinha agora se autodenomina ‘Orientador de Vaga’. E banca de bicho tem até fila organizada.

EL MINERO 

Os ministros paraguaios de Finanças e Obras, que passaram por Brasília há dias atrás de verbas do BNDES para seu país, foram levados pelo ministro Fernando Pimentel para Belo Horizonte. Lá se reuniram com empresários amigos do petista.

CARGA NA VIATURA

Após a prisão do dono do Novo Jornal, Marco Carone – o homem da famigerada Lista de Furnas, indiciado como estelionatário – o opositor ao governo tucano teve uma devassa na redação na Sexta em BH. Agentes da Deoesp fizeram a limpa nas salas.

RANDOLFE NA ÁREA

O senador Randolfe (PSOL-AP) se esqueceu de avisar aos institutos de pesquisa de que é pré-candidato a presidente da República. Fará isso a partir deste mês. Não espera, claro, mudanças significativas. Mas é bom marcar território.

FUMAÇA PRESIDENCIAL 

Foi um corre-corre entre os assessores da presidente Dilma em sua passagem por Cuba quando ela pediu para lhe comprarem boas caixas de charuto, a poucas horas da partida. Dilma é inveterada degustadora. Aviso aos bajuladores: ela prefere os dominicanos.

ALERTA

A ONG Repórteres Sem Fronteiras alerta para o sumiço do fotógrafo espanhol Lázaro Borja em Cabo de La Vela, Colômbia. Há suspeita de que foi sequestrado pelas FARC.

DE PT@BASE:

Aloizio Mercadante trabalha para empurrar Ideli Salvatti para a Secretaria de Direitos Humanos, e cravar em seu lugar no Palácio um negociador congressual de sua turma.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     


PROS aposta em Ciro Gomes no Ministério da Integração
Comentários Comente

Leandro Mazzini

ciro

Se tudo sair como o planejado para o PROS, o novo partido aliado da presidente Dilma Rousseff, o cearense Ciro Gomes será o novo ministro da Integração Nacional. Ontem, o deputado federal Givaldo Carimbão (AL), líder do PROS na Câmara – o responsável por angariar mandatários para a legenda e, consequentemente, o tempo de TV – e o presidente do partido, Eurípedes Junior, se reuniram com a ministra das Relações Institucionais no Palácio do Planalto, Ideli Salvatti, para tratar do assunto.

Ideli não falou em nome da presidente, mas deixou a entender para a dupla a grande possibilidade de o PROS fincar os pés e as mãos na Integração – daí a rebelião velada do PMDB, para quem a pasta oficiosamente estava prometida, com o indicado senador Vital do Rego (PB), que por ora sobrou.

‘Vamos esperar o convite oficial, é a presidente Dilma quem vai decidir’, diz o líder do PROS, Givaldo Carimbão. Cautela, cautela é a palavra de ordem no partido, que não quer soltar fogos antecipadamente, mas tem ciência de seu poder junto ao Planalto. Pelos 17 deputados da bancada, pelo tempo de TV – menos de um minuto, mas preciosos segundos em tempos de eleição – e pelo poder dos irmãos Ciro e Cid Gomes, o governador do Ceará.

Em especial pelos irmãos Gomes. Dilma já teve melhores relações com Cid, mas nada que tenha abalado a aliança, que agora renasce com a debandada da dupla e uma penca de deputados e prefeitos para o PROS e a base governista, em vez de caírem nas mãos do futuro adversário Eduardo Campos (PSB).

Ciro Gomes já foi ministro da Integração, foi na sua gestão que saiu do papel a bilionária transposição do rio São Francisco, e Dilma, segundo um interlocutor dela em reunião recente, disse que tem ‘um enorme carinho por Ciro’. E também pelo Ceará, obviamente. O Estado controlado pelos Gomes soma 6,2 milhões de eleitores. Um diferencial e tanto para quem precisa de um aliado na Esplanada para ajudar nas urnas em Outubro. Detalhe: o Ceará tem grandes obras da transposição do rio Chico.

Carimbão saiu em defesa do partido ontem com a notícia de que o PSDB pretende subscrever ação jurídica por crime eleitoral contra o partido, na iminência de conquistar o ministério. Para os tucanos, a presidente Dilma usa da caneta para conquistar apoio eleitoral e tempo de TV para a campanha. ‘Somos aliados de Dilma com ou sem ministério’, diz Givaldo à Coluna.

RIO, A VITRINE

O ministro da Pesca, Marcelo Crivella, ficou a sós com a presidente Dilma Rousseff por duas horas e meia no Palácio da Alvorada, na noite de segunda. Saiu dali com três certezas: ele será candidato ao governo do Rio, Dilma pediu seu apoio e prometeu apoio ao candidato do PRB, e Crivella deixa o cargo dia 4 de abril.

Com o governador Sérgio Cabral (PMDB) submergindo no cenário político nacional e afogado na baixa popularidade, a presidente, segundo aliados do Rio, precisa de pelo menos outros dois palanques além do PMDB. O candidato do PT será Lindberghg Farias. Crivella lidera as pesquisas, seguido pelo petista.

O Rio é o terceiro maior colégio eleitoral do País. São Paulo e Minas, primeiro e segundo colégios, são dominados pelo PSDB. Dilma precisa do Rio para reduzir a esperada diferença eleitoral.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     


PROS quer indicar Ciro Gomes para Ministério da Integração
Comentários Comente

Leandro Mazzini

ciro

O Partido Republicado da Ordem Social (PROS) fez ontem a primeira tentativa de convencer Ciro Gomes a se candidatar a ministro do governo.

Ciro desembarcou em Brasília nesta Quarta-feira para reunião reservada com o presidente do partido, Eurípedes Júnior, e o líder na Câmara, deputado Givaldo Carimbão (AL), a pedido da dupla.

O partido quer indicá-lo para o ministério da Integração (que já dirigiu) ou Ministério das Cidades, pelo bloco PROS-PP.

Os caciques levaram a ele o cenário: em reunião recente com Dilma, embora não tenham falado de ministério, Eurípedes e Givaldo ouviram dela elogios rasgados a Ciro. Entre outras palavras, soltou: “Ele tem fama de ignorante, de muito duro, mas tenho o maior carinho por ele”, disse a presidente.

Atual secretário de Saúde do governo do irmão no Ceará, Ciro estava até então reticente. Quer evitar comentários de que deixou o PSB de Eduardo Campos – futuro adversário de Dilma – por um ministério. Mas, segundo um dos interlocutores, saiu mais animado do encontro de ontem.

Ciro volta a Brasília na próxima Terça, em companhia do governador Cid Gomes, para almoço com os presidentes do PROS e do PP, o senador Ciro Nogueira (PI).

O PROS tem 21 deputados e se uniu ao PP no bloco que controla hoje 63 parlamentares. Quando for chamado para conversar no Planalto, o grupo quer levar o nome de Ciro.

Dilma avisou à dupla que saem oito ministros em Janeiro. Integração está com interino, e Aguinaldo Ribeiro (PP) das Cidades deve ser candidato à reeleição na Câmara.

A possível entrada de Ciro Gomes no Governo Dilma é apontada pelo bloco como uma compensação aos irmãos Gomes pela mostra de fidelidade à atual gestão. Eles deixaram o PSB de Campos para se filiarem ao PROS, já claramente governista, e levaram dezenas de deputados, secretários, vereadores e prefeitos no Ceará para a legenda.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook    

_________________________

PONTE DO CONTRABANDO 

Técnicos estão preocupados com o PAC que prevê ponte entre Guajará-Mirim (Rondônia) e Guayaramerin (Bolivia). Dizem que só facilitará o contrabando e a remessa de carros roubados no Brasil para o país vizinho. A região tem comércio fraco, pouco tráfego e o rio Madeira tem mais de 1km de largura, o que encarecerá a obra. A área está degradada e é a famosa linha final da falida ferrovia Madeira-Mamoré. O governo teria outras opções de ligação. Outra obra que preocupa servidores da aduana é a nova ponte entre Brasil e Paraguai. O Brasil já não dá conta de fiscalizar a que existe.

POVO QUE SE VIRE

O DF tem muito capitão para pouco soldado na PM. Enquanto poucas viaturas rondam ruas, o Governo envia para os EUA todo ano centenas de oficiais para treinamento de 20 dias, que voltam gabaritados à promoção de Major – e se enfiam em gabinetes. Segundo o GDF, o critério de seleção para o curso de aperfeiçoamento em convênios com polícias americanas é a ‘antiguidade no posto de capitão’.

NA PORTA

Faixas fixadas em frente ao STF provocam o presidente sobre os mensaleiros presos: ‘Joaquim Barbosa, faça direito! Semiaberto já!’.

NEM TANTO

O afago de Dilma em Santa Catarina ao governador Colombo não é certeza de que o PSD será seu palanque único. O novo presidente do PT no Estado, Cláudio Vignatti, pode se candidatar e dar segundo palanque para neutralizar a família Amin (PP).

HOTELARIA & PODER 

Um dos grandes desgostos de Sérgio Naya era ter perdido para a Justiça, que os leiloou, seus hotéis Saint Paul e Saint Peter – onde José Dirceu vai trabalhar. Pouco antes de morrer em Ilhéus (BA), Naya fez oferta para comprar o resort Canabrava.

SOCIALITE 

O senador Zezé Perrella (PDT-MG), dono do helicóptero flagrado com drogas no Espírito Santo, é personagem excêntrico. Suplente, tão logo assumiu a vaga de Itamar Franco, comprou uma casa de R$ 3,5 milhões no Lago Sul de Brasília. É lá que promove festas semanais com belas modelos e lobistas.

LIBEROU GERAL

O líder GLBT Toni Reis ficou tão eufórico ao ler o D.O. que espalhou e-mails vangloriando o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. A Portaria 2803 ‘Redefine e amplia o Processo Transexualizador’. Não entendeu? Autorizou o SUS a bancar cirurgias de mudança de sexo. Mas só saiu por decisão judicial sobre ação civil pública.

DE PAI PARA FILHO 

Uma semana após prender o ex-senador foragido Mário Calixto, condenado por maracutaia, a PF mandou a mão ontem em Porto Velho (RO) no filho, Mário Neto. É acusado de envolvimento com máfia de empresas fantasmas com calotes no mercado.

ABRA OS OLHOS, JAPONÊS!

Filiados ao SindNação, ex-funcionários da Embaixada do Japão acampam na frente do prédio em Brasília e cobram pagamentos de direitos trabalhistas.


SC: Só uma cidade se preveniu contra chuvas com verbas da União
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Por falta de projetos dos próprios municípios catarinenses, a Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração, responsável por suporte estrutural e verbas para prevenção contra desastres, atendeu este ano apenas Camboriú, que enviou projeto a tempo.

A volta das chuvas castiga 70 cidades e prejudica cerca de 20 mil pessoas, e até ontem, o ministério não recebeu qualquer pedido oficial de ajuda dos prefeitos do Estado.

No processo 675090 (Siafi), foram pagos R$ 123 mil ‘para aquisição de colchões, cestas básicas e locação de caminhão caçamba e hidrojato’ para a prefeitura de Camboriú em 2013.

Por ironia do destino – ou do tempo – em 2012 o governo do Estado apelou ao ministério por verbas (processo 671362 no Siafi), mas contra a estiagem que destruiu plantações. Nada por prevenção contra chuvas.

A despeito dos pedidos de socorro, o Ministério da Integração faz obras de R$ 11,7 milhões a toque de caixa, como construção de três barragens em Rio do Sul, e canal no Rio Itajaí Mirim. Pouco adiantou. A região foi atingida pelas chuvas dos últimos dias.

Em 2012, outra cidade solitária aparece na lista de socorro da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Só o Balneário Piçarras solicitou ajuda à Integração, depois do estrago: R$ 9,9 milhões para reconstrução de calçadão e recuperação da faixa de areia da praia central.

 Siga a coluna no Twitter e no Facebook

______________________

PAPO DURO

A diretora-geral do Senado, Doriz Marize, foi demitida, e não deixou o cargo à disposição de Renan Calheiros, como divulgado. Ela não concordou com ele sobre a contratação de terceirizados e remanejamentos em prol de mais economia na Casa.

RELIGIÃO & RACISMO

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara analisa amanhã projeto que transforma discriminação religiosa em racismo. Proposta foi dos deputados evangélicos Rodovalho e Henrique Afonso (PV-AC). Os parlamentares foram motivados pelo episódio em 2007 em que feministas invadiram sala de comissão onde se realizava um culto.

PENSÃO É MOTEL 

Avança na Câmara, após aprovação na Comissão de Seguridade e Família, projeto 1272/11 que obriga pensão a distribuir preservativos nos quartos.

OPERAÇÃO RADIOGRAFIA

A nova pesquisa da ADPF – Associação dos Delegados da PF destaca a principal demanda da categoria: 98,7% dos entrevistados consideram insuficiente o número de servidores administrativos. Os dados serão levados ao ministro da Justiça. Os delegados (68,3%) também reclamam da falta de apoio de serviço médico e psicológico; 61,3% deles se sentem seguros na profissão, mas 64,9% estão desestimulados. Foram ouvidos 331 delegados em 27 Estados.

VOCAL NO PLENÁRIO

Fagner, Sandra de Sá, Ivan Lins, Rosemary, Digão, Fernanda Abreu e outros vão hoje ao Senado. Em pauta, a PEC da Música, que desonera o setor fonográfico.

VOLTA ÀS AULAS 

Fundador do PT, depois tucano e ex-ministro da Cultura na gestão FH, o cientista político Francisco Weffort voltou à sala de aula. Tornou-se professor do Ibmec Rio.

PONTO FINAL

José Roberto Arruda a caminho do PR: um ex-preso num partido comandado por um futuro detento.

________________

contato@colunaesplanada.com.br


Ministério da Integração aluga nova sede por R$ 50 milhões
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Enquanto centenas de cidades esperam mais verbas de prevenção contra chuvas e as obras de Transposição do Rio São Francisco correm devagar, parando, o Ministério da Integração (MI) vai irrigando cofres de uma construtora em Brasília.

O ministério alugou nova sede por cinco anos a R$ 50 milhões, com dispensa de licitação. É um luxuoso edifício espelhado, de três andares, a 4km do Bloco E na Esplanada – onde a equipe deixou três andares vazios.

O suntuoso prédio de ferro, concreto armado e vidro foi erguido em poucos meses no final de 2011. O contrato foi assinado em Outubro de 2011, mas a mudança gradativa da equipe começou após 120 dias e se finalizou há dois meses, com a chegada do ministro Fernando Bezerra. São R$ 750 mil mensais (R$ 45 milhões em cinco anos), mais tarifas de água, luz e IPTU o que elevará o gasto para além de R$ 50 milhões. O contrato tem cláusula que permite a prorrogação por mais cinco anos, se for de interesse da pasta ou necessidade – o que pode elevar o investimento para R$ 100 milhões.

O prédio é da Base, conhecida empreiteira de Brasília.

A nova sede tem cerca de 10 mil metros quadrados de área construída. No mercado em Brasília, o custo de uma obra do tipo é de R$ 2,5 mil por metro quadrado. Ou seja, com R$ 25 milhões o Ministério construiria um anexo no terreno da União atrás do Bloco E na Esplanada, a exemplo de outros no setor.

TCHAU!

O ministério mantém três seguranças (um para cada andar vazio) no Bloco E. Informa que os andares serão ‘reformados e readequados’ para a volta do ministro e equipe.

A entrada do antigo gabinete do ministro no Bloco E na Esplanada: pó, divisórias e silêncio à espera da reforma

MISTÉRIO

Pelos dados, a reforma de três andares vai demorar cinco anos. Todo o Palácio do Planalto foi reformado em dois anos.

TÁ BOM..

O MI avaliou 14 edifícios e a escolha foi do ministro Bezerra. A Superintendência do Patrimônio da União e laudo da Caixa avalizaram o prédio para aluguel.

LOGO ALI

O pagamento do aluguel começou após os 120 dias do contrato assinado. O MI avaliou critérios como localização (4km da Esplanada!?) e preço do metro quadrado.

O Bloco E na Esplanada, onde a Integração ocupava os três últimos andares. No local funciona a Ciência e Tecnologia

HOMENAGEM

Curiosamente, o edifício da nova sede se chama Celso Furtado, em homenagem ao saudoso economista brasileiro. Na sua última entrevista, Furtado disse que um governo de esquerda não teria margem de manobra. Pelo visto, o ministério encontrou uma brecha.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook