Coluna Esplanada

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Serra ‘cria’ departamento que já existe no Itamaraty
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Leandro Mazzini

O chanceler José Serra decidiu criar uma área no Itamaraty destinada à atenção para as fronteiras.

Mas ela já existe na estrutura do Ministério das Relações Exteriores, é um departamento titulado Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais (COCIT), conhecido dos diplomatas.

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Diplomatas da esquerda esboçam frente contra Temer
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Leandro Mazzini

O PT não dá trégua ao presidente Michel Temer.

A ala bolivariana do Itamaraty foi escalada para elevar o tom de críticas ao Governo.

O embaixador Samuel Pinheiro diz que a proposta de limitar os gastos públicos vai aumentar o desemprego; e Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula, taxa de retrocesso a política externa do peemedebista.

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Combate ao zika: Itamaraty envia comunicados a 227 postos no exterior
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Leandro Mazzini

mre

O Ministério das Relações Exteriores entrou no combate ao zika vírus desde o dia de lançamento das ações do Governo federal, quando a presidente Dilma visitou o Rio de Janeiro. Entre as principais ações, enviou instruções a 227 postos do Brasil no exterior, e publica artigos de embaixadores na mídia internacional.

A equipe do MRE fez levantamento dos contatos dos principais veículos de comunicação na região fronteiriça do Brasil, “envolvendo a rede de 26 Consulados estabelecidos nessas áreas”, para divulgar ações do Executivo no combate à epidemia.

Segundo o Itamaraty, “desde o início da epidemia do vírus Zika, o ministro Mauro Vieira determinou uma atuação rápida e firme em diferentes aspectos que concernem a pasta: no atendimento consular a brasileiros que necessitam de auxílio no exterior e no fornecimento de informações a estrangeiros que buscam viajar ao Brasil, apresentando com transparência dados atualizados e informando os cuidados necessários ao viajantes”, entre outras ações.

Os escritórios consulares do ministério em capitais do Brasil também receberam orientações e diplomatas atuaram em algumas cidades diretamente junto com tropas do Exército, no movimento de ministros do Executivo de visitas a bairros.

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Deputados acusam Itamaraty de boicotar viagem à Venezuela
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Leandro Mazzini

Foto: blogs.ne

Jungmann – Deputados perderam confiança no Itamaraty. Foto: blogs.ne

Após incidente com o Senado – que barrou sabatina de novos embaixadores enquanto o Itamaraty não divulgasse dados requisitados – agora a ira dos parlamentares contra o Ministério das Relações Exteriores passou para a Câmara.

Os deputados indicam boicote do Itamaraty contra comitiva que há dois meses aguarda informações de apoio na tentativa de visitar Caracas, a fim de conferir denúncias de violações de direitos humanos.

Para piorar o cenário, na tarde desta segunda (15) o senador Ronaldo Caiado acusou o governo de Nicolás Maduro de desautorizar a aterrissagem de um avião da FAB que levaria senadores para visitarem a Venezuela.

O clima é tenso no país vizinho com a greve de fome de Leopoldo López, presidenciável opositor de Maduro detido há meses acusado, sem provas, de agitação popular e complô contra o governo. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, também está preso há meses, mas em regime domiciliar.

No âmbito da Câmara, deputados se sentem incomodados com o comportamento do embaixador Pedro Bório, chefe da Assessoria de Assuntos Federativos e Parlamentares (AFEPA). Reclamam que ele interfere na pauta, pressiona por pareceres favoráveis e até manda e desmanda na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional sob o comando da governista Jô Moraes (PCdoB-MG).

A gota d’água foi na última quarta-feira (10) quando o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão Externa da Câmara que pretende ir à Venezuela, chamou o Ministro Wladimir Valler, interino na AFEPA, de ‘desatencioso’ e ‘desrespeitoso’.

Há dois meses e meio o Itamaraty enrola os deputados que pretendem viajar para dialogar com o governo e a oposição venezuelanas. A data da viagem já foi mudada três vezes e, segundo Jungmann, agora nem retorno o Itamaraty dá aos deputados. Há semanas que não respondem as demandas do parlamentar.

Procurada nesta segunda-feira, a assessoria do Itamaraty até o momento não respondeu à Coluna.

RELAÇÃO TENSA 

Jungmann cobrou da presidente da CREDN, deputada Jô Morais, uma postura independente e deixou claro que os deputados não têm que pedir autorização ao MRE para nada.

O deputado afirmou a um grupo de deputados que a missão externa vai à Venezuela ‘de um jeito ou de outro’. A paciência com o Itamaraty acabou na Câmara também.

Jungmann ameaça ainda convocar o chanceler Mauro Vieira para se explicar na Casa e prometeu levar o caso ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para quem o MRE também não serve para muita coisa.

NO SENADO

Em maio, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), conseguiu congelar as sabatinas de embaixadores porque o Itamaraty ignorou seu pedido sobre os custos de manter mais de 70 representações no exterior abertas apenas entre 2003 e 2010, no governo Lula. As sabatinas retornaram dois dias depois, após o Itamaraty enviar os dados.

Em seguida, o irmão do então chanceler Antônio Patriota, Guilherme Patriota, teve seu nome rejeitado para chefiar a missão do Brasil na OEA, em Washington.

Foi a primeira vez que um diplomata foi recusado pelo Senado. Guilherme Patriota agora procura um posto de cônsul, cargo para o qual não precisa passar pelo crivo dos senadores.

De acordo com vários senadores de oposição, Patriota foi rejeitado depois de rasgar elogios à Venezuela de Nicolás Maduro e ao tutor Marco Aurélio Garcia, considerado pela oposição como o chanceler de fato.


Chanceler Figueiredo rumo a sabatina na Câmara
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Leandro Mazzini

Figueiredo e seu tempo - na mira da Câmara (e oposição). Foto: EBC

Figueiredo e seu tempo – na mira da Câmara (e oposição). Foto: EBC

Será uma nova sabatina.

Diante da critica política externa do governo brasileiro por parte da oposição, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo confirmou presença na próxima quarta (19) em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

O convite foi do presidente da comissão, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG).

Diante das mudanças ministeriais, aliás, é provável que Figueiredo permaneça no cargo.

Os deputados, no entanto, já preparam a metralhadora giratória verbal. Vão querer informações sobre as relações do Itamaraty com Cuba, Venezuela e Bolívia.

Entre gabinetes, o Itamaraty no governo Dilma – e desde as duas gestões de Lula – tem sido acusado de adotar uma linha ‘bolivariana’ , contra a tradicional ponte consolidada com os Estados Unidos e Europa nos governos anteriores.

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Fogo-amigo: Embaixador expõe tensão entre Itamaraty e Dilma
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Leandro Mazzini

Além do fogo-amigo do próprio PT, agora a presidente Dilma Rousseff perdeu escancaradamente o apoio de setores do Itamaraty.

Convidado de honra do VIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, o embaixador Paulo Cordeiro reclamou em discurso que o Itamaraty não tem opinião pública formada que o apoie em suas iniciativas, e deixou a presidente numa situação delicada:

‘Nós, os neurônios da Dilma, temos que ganhar a opinião pública, não temos isso no Congresso’.

O embaixador é Subsecretário-Político III do Ministério das Relações Exteriores (MRE) – responsável das relações com a África e o Oriente Médio. As declarações evidenciaram as relações tensas que o Planalto vive com parte do Ministério das Relações Exteriores.

Numa neutralidade já criticada por setores da sociedade e até o embaixador do Iraque, o Itamaraty até hoje não se posicionou sobre o acidente com o avião da Malaysia Air na Ucrânia, e sobre o atentado no metrô de Santiago do Chile.

Nos bastidores, há comentários de que assim como Guido Mantega (Fazenda) – que agora diz que pediu para sair – o ex-chanceler Antonio Patriota era alvo constante da fúria da chefe, até ser demitido por ela.

SABEM DE NADA!

No seu discurso, Cordeiro deixou entender que não há interface do Itamaraty com o Congresso Nacional, e nas entrelinhas que senadores e deputados não entendem de política externa.


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