Coluna Esplanada

Arquivo : palácio do planalto

Interlocução do Planalto com movimentos sociais vira política de Estado
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Leandro Mazzini

carvalho

O ministro Gilberto – inicialmente uma política partidária, ele emplacou suas ações como políticas de Estado. Foto: ABr

Criador do canal de interlocução direto do Palácio do Planalto com variados movimentos sociais desde o início da gestão do PT na Presidência, há 11 anos, o ministro Gilberto Carvalho, hoje na Secretaria Geral da Presidência, conseguiu emplacar suas ações como políticas de Estado.

Está no Decreto 8.243 de sexta-feira, que instituiu a Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social. Ou seja, independentemente do resultado da eleição no fim do ano, com a criação da política de Estado sucessores terão de manter o diálogo com sem-teto, sem-terra, sindicatos e afins.

Porém elas surgem em momento pertinente para o governo, na tentativa de minorar insatisfações de setores populares num momento crucial: pré-Copa e pré-campanha eleitoral.

Pelo decreto, o objetivo é ‘fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração e a sociedade civil’. Caberá ao governo, nesta interlocução, a ‘formulação, execução, monitoramento e avaliação de programas e políticas públicas e no aprimoramento da gestão pública’.

Procurada nesta segunda, a Secretaria Geral não se manifestou.

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OS SEM-SINAL

A ausência de sinal de celular até nos pontos mais movimentados de metrópoles, que irrita consumidores, motivou o vereador carioca Marcelo Queiroz a criar o Movimento dos Sem Sinal <www.facebook/semsinal> ou (21) 98156-8064 – para receber denúncias. Até na Câmara de Vereadores, no centro do Rio (Cinelândia), alguns lugares não dão sinal para celulares. Outro ponto ruim é o .. estádio do Maracanã, palco da Copa.

SEDES E PROXIMIDADES

Um novo decreto (nº 8.249), a presidente Dilma estendeu para cidades próximas das capitais-sedes o vale-hospedagem para servidores que atuarem nos estádios da Copa.

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A GRANDE FAMÍLIA

A família Campos entrou em briga pelo espólio da matriarca Ana Arraes. Com ela ministra do TCU e o filho rodando o País pré-candidato ao Planalto, herdeiros diretos disputam a vaga para deputado federal. Ana fora eleita em 2010 com 400 mil votos. A vereadora Marília Arraes decidiu candidatar-se, mas o tio Antônio Campos não gostou.

anavale

Eduardo e a mãe – espólio eleitoral da ex-deputada é disputado pela família

QUEM VAI?

O filho mais velho de Eduardo Campos pode ser uma opção. Não há certeza também de que Antônio, advogado e escritor, queira a vaga. Mas a indecisão acirra os ânimos. Todos apelam ao presidenciável, que dá de ombros por ora.

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AÍ NÃO DECOLA

Alguns aeroportos concedidos ficaram prontos, espaçosos, bonitos e eficientes. Mas conta gente do setor que as companhias aéreas não contrataram mais atendentes para check in e a reposição de bagagem continua demorada. São dois serviços das aéreas.

COLDRE ATENTO

Repercutiu bem na Associação de Delegados da PF a declaração do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, a favor do fim do foro privilegiado para políticos. É um tema que merece a atenção do Congresso Nacional e da Suprema Corte, dizem delegados.

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tombini

Tombini, chefão do BC – ele entrou na manhã dos ministros que voam de jatinho até para atravessar a rua.

COM POMPAS..

O presidente do BC, Alexandre Tombini, foi de jatinho da FAB a Buenos Aires na sexta (23) palestrar no encontro de presidentes de Bancos Centrais da América Latina. Pelo menos três companhias fazem voos diários de ida e volta para a capital portenha. Para um governo que prega austeridade de custos (mas não consegue), Tombini entrou para a lista dos ministros que adoram um jatinho da FAB e voou na contramão.

.. E FREIO DE ARRUMAÇÃO 

Em tempo, os cabeças dos BCs concluíram que os países sul-americanos enfrentam a conjuntura mundial ‘com fundamentos econômicos sólidos’. Mas admitiram que as incertezas para emergentes e desenvolvidos frearam os investimentos. Inclusive na AL.

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SÓ O COMEÇO

A PF, que abriu inquérito, já sabe que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) demitiu a secretária que tentou golpe em conta judicial na Caixa em Umuarama (PR). A dúvida agora é: quantas vezes tentou antes; se conseguiu, quanto levou; e quem avalizou?

ERROU DE COMISSÃO 

O italiano Domenico De Masi falará à Comissão de Educação do Senado hoje. Mas quem está num Ócio Criativo – tema que o consagrou – é a CPI governista da Petrobras.

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Sugestões, pautas, denúncias: envie e-mail para pauta@colunaesplanada.com.br


Congresso terá acesso aos gastos secretos do governo
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Leandro Mazzini

Estão com os dias contados os misteriosos gastos secretos, em especial os milionários dos cartões corporativos, pela segurança presidencial.

O Congresso Nacional terá acesso a partir deste ano aos gastos secretos dos órgãos de inteligência em relação às ações de contrainteligência, monitoramento, defesa da soberania e proteção da presidente da República.

Os gastos considerados mais polêmicos são os dos cartões corporativos, nunca divulgados, porque o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) alega questões de segurança. Mas a Resolução nº 2 de 2013, assinada em Novembro pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros, vai mudar o cenário. Ela regulamentou a Comissão de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) – que será instalada – e terá poder para requisitar os dados.

Está claro no Parágrafo VI do Artigo 11 da regulamentação da CCAI: o poder de requisitar ‘descrição pormenorizada das verbas (..) e dos gastos efetuados (..) nas atividades de inteligência’.

Há três anos, por exemplo, o site Contas Abertas revelou que os gastos da Abin com cartões corporativos saltaram de R$ 6,7 milhões em 2009 para R$ 11,2 milhões em 2011.

A Coluna revelou na última terça que começou uma batalha velada entre os congressistas da CCAI e os militares do GSI, que controlam a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), pelo controle das informações. (Leia aqui)

Para a CCAI ser instalada, ainda falta a indicação de três deputados e três senadores. A comissão mista, com 12 membros, terá reunião mensal secreta, e poderá requisitar também relatórios sobre espionagens a qualquer momento – além de, pela Resolução, ter direito a acesso semestral aos dossiês.

Deste modo, os membros da CCAI serão os mais bem informados parlamentares do País: saberão como é feito o trabalho de espionagem, quem a Abin e GSI monitorou em prol da soberania nacional, quanto custou, quem participou e , principalmente, quem ou quais foram os alvos. Decerto que, de posse das informações sigilosas, está também previsto que qualquer vazamento resultará em perda de mandato e processo criminal.

Procuradas no início da semana, o GSI e Abin informaram que não vão se pronunciar por ora, até a comissão se concretizar.

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OLHO NELES

O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, responsável pela reforma agrária, foi diretor do departamento de biodiesel da Petrobras, onde conheceu fazendeiros. Nomeado na Agricultura, Neri Geller é produtor de soja no Mato Grosso, apadrinhado pelo maior plantador de grãos do país, o senador Blairo Maggi (PR-MT).

CHEGOU LÁ

Jornalista e evangélico, o suplente do senador Crivella que se tornou ministro da Pesca, Eduardo Lopes, era um menino pobre e engraxate da periferia paulistana.

DEDO NA TOMADA & CHOQUE NO POVO

Quem manda no setor elétrico por seguidos governos, com prepostos em estatais elétricas e até no comando de ministérios, é o senador José Sarney, que não deu um pio ainda sobre esse risco de racionamento. A presidente Dilma, que já foi ministra e mantém o grupo do pemedebista no setor, está pagando a conta injetando R$ 4 bilhões a fundo perdido – com dinheiro do povo, claro.

ELE VOLTOU

O ex-senador e ex-governador do Piauí Mão Santa (PSC), que alugava a tribuna do Senado em discursos intermináveis, vai disputar o governo do estado. Girou a metralhadora verbal ontem: Não existe oposição no Estado, que vive uma mesmice.

ALÔ, MINISTRO!

A Planalto Service, que tem contrato com o Ministério do Trabalho, obrigou 25 servidores na pasta a assinarem aviso prévio. Entre eles, senhorinha de 14 anos de casa, porque ela.. teve dengue e ficou 10 dias de licença.

PUXADINHO.. NO SEU BOLSO

O deputado Raimundo Matos (PSDB-CE) revela que o governo federal gastará R$ 20 mil por dia, durante a Copa, para levantar alugar estrutura de ‘puxadinho’ no Aeroporto de Fortaleza. Matos diz que 10 aeroportos só concluirão reformas após a Copa.

TROPAS DA SONECA

O Batalhão de Choque da PM paulista demorou duas horas ontem para chegar ao Ceagesp, onde ocorriam protestos e um caminhão-guincho foi incendiado. Os bombeiros nem apareceram.

BOLA FORA 

O Governo do DF, que construiu a arena para a Copa mais cara do País (R$ 1,8 bilhão), informa ter investido R$ 285 milhões para revitalização do entorno, onde pouco mudou.

PONTO FINAL

Cuidado, trabalhador. Pelo visto, se não matar, dengue dá demissão.


Na reforma ministerial, a autofagia Palaciana
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Leandro Mazzini

A iminente ida de Aloizio Mercadante para a Casa Civil da Presidência da República pode transformar a esperada reforma ministerial de fevereiro numa autofagia palaciana entre os petistas. Desde o início do governo Dilma, há uma velada disputa entre os Lulistas e Dilmistas.

Um grupo dentro do partido defende a volta de Lula como candidato a presidente já este ano. Esses lulistas passam longe da maioria na legenda, mas são muito fortes. Para eles, Dilma não tem traquejo político e não sabe ouvir. E como consideram ter Mercadante o mesmo perfil da chefe, vislumbram que a interlocução palaciana com o PT tende a piorar.

Esse mesmo grupo articula para levar a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC) para o Ministério da Educação, tão logo saia dali Mercadante. E, para o lugar de Ideli, os Lulistas defendem Aldo Rebello (PCdoB), hoje nos Esportes. Mas Aldo sair da pasta em plena Copa do Mundo seria surreal, ou o plano petista para o comunista é fogo amigo.

Só as próximas semanas e as decisões da presidente vão mostrar se esses petistas têm poder ou vão ficar com as barbas de molho.

Os Lulistas acreditam que o ex-presidente não está morto eleitoralmente, apesar de o próprio negar a candidatura. Para eles, num cenário com Aécio Neves crescendo, Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) numa chapa em ascensão, e Dilma derrapando nas pesquisas, Lula volta. Falta combinar com o homem. Um detalhe, o propalado ministro do STF Joaquim Barbosa tem até abril para deixar a corte e se tornar um vice de Aécio Neves, como querem alguns tucanos. Neste caso, falta combinar com o togado. Vontade ele tem, mesmo sigilosa.

UM RIO DE INFLAÇÃO

É notório o insaciável modus operandi de empreiteiros para ganhar dinheiro com obras, mas ninguém esperava que não poupassem nem o Cristo. Vai sair por R$ 1,8 milhão a restauração da ponta do dedo da estátua do Redentor, no Rio, atingida por um raio semana passada. Por esse preço, até Deus duvida! O dinheiro é público (virá da Lei Rouanet, via Pirelli), para pagar a construtora contratada pela Arquidiocese do Rio, que caiu no conto dos engenheiros.

O Rio anda muito inflacionado, desde que foi anunciado sede da Copa do Mundo da FIFA e dos Jogos Olímpicos de 2016. Dois anos atrás, uma chef de cozinha visitou um restaurante e pagou uma ‘porção de ar’, postou no Facebook. Isso mesmo, veio discriminada na conta, porque a cliente ficou na área interna com ar condicionado.

Até a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade sofre inflação. A Prefeitura do Rio informou já ter gasto mais de R$ 25 mil na restauração de uma pichação do ano retrasado e por reconstruir em bronze por duas vezes as hastes dos óculos, quebradas por vândalos. No fim do ano, outra pichação. Seriam mais uns R$ 3 mil de custos para a limpeza, mas um amigo do falecido, Herbert Parente, apareceu com pincel, lata de thinner e estopa, e limpou voluntariamente. Não gastou mais que R$ 50.

Nada mais plausível essa inflação gigantesca para uma cidade na qual quem puxa a inflação são os próprios órgãos de governo – e suspeitamente, claro. É coisa para o MP investigar. Em 2011, Estado e prefeitura deram R$ 4 milhões em patrocínios para o Athina Onassis Horse Show, na Lagoa. O Rio talvez seja a única cidade no mundo onde os cavalos de raça são melhor tratados que o cidadão nos postos de saúde.

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Dilma alerta órgãos de inteligência sobre Rolezinhos
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Leandro Mazzini

Por determinação da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, monitora a onda de Rolezinhos no País.

Fontes palacianas confirmam que a presidente determinou aos órgãos de inteligência que fiquem em alerta sobre o fenômeno. Dilma teve há poucos dias uma reunião com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Elito Carvalho, mas neste encontro, garantem, não se falou em Rolezinho. Uma fonte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) diz que a presidente determinou que a Abin monitore os movimentos nas ruas. Procurada, a assessoria da Abin informa que não foi acionada sobre o caso.

Na avaliação da presidente e assessores próximos, os Rolezinhos são por ora um movimento sócio-cultural, sem risco, porque não há infiltração política ou violência. Quem está a cargo da interlocução é Gilberto Carvalho. A orientação dada aos governadores é para que a PM apenas monitore os grupos, sem confronto – a não ser que seja provocada, o que não ocorreu.

É justamente um eventual confronto que preocupa a presidente Dilma, se os chamados black blocs entrarem na onda. Ela teme duas situações que podem ser iminentes: a infiltração dos mascarados e militantes políticos da oposição (ao governo federal ou aos governos estaduais) e um episódio violento de confronto entre policiais e jovens, que pode desencadear um efeito dominó em todo o País, às vésperas do Carnaval.

Se a onda cresce, chega às portas dos estádios durante a Copa. Dilma quer evitar uma nova versão das manifestações de Junho passado, quando milhares de pessoas foram às ruas, por protestos diversos, mas principalmente movidas pelas redes sociais.

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O Rolezinho da base governista no Shopping Planalto
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Leandro Mazzini

Tradicionalmente todo verão o Brasil lança uma onda, quando o cotidiano ainda está em marcha lenta após as festas da virada, os estudantes e as famílias estão de férias. A onda desse Janeiro não vem da música, não é uma dança, passa longe de um personagem. É a massa, uma onda literal, de gente que escolheu os shoppings como alvos, num misto de diversão e protesto. É o chamado Rolezinho.

Apesar do nome, que soa ralé, o Rolezinho é apartidário, envolve todas as classes e, claro, surge com um viés de revolta e sarcasmo. Agora que ganha os shoppings – os templos do consumo – sai das páginas de cotidiano e conquista a atenção de cientistas sociais, que veem no movimento um filho bastardo do grito retido de 2013, algo como um resquício das manifestações de Junho unido à falta do que fazer nesse início de 2014.

Fato é que o Rolezinho é um movimento antigo, que tem outros nomes de acordo com seus cenários. O Rolezinho tem muito a ver, por exemplo, com o que faz a base aliada do governo. Tal como a turma de boné e calça legging, que se junta para zoar no shopping, os mandatários dos partidos governistas no Congresso tratam visitas conjuntas ao Palácio do Planalto (o seu shopping de luxo). Assim como a garotada entra nas lojas para pechinchar preços, os deputados e senadores percorrem os gabinetes dos ministros palacianos para cobrar suas emendas. A turma do shopping faz arruaça ou manifestação por seus direitos e contra a desigualdade social; não é diferente com os líderes e caciques partidários que se rebelam contra o Palácio (e como fazem bem) para garantir seus privilégios, o tratamento igualitário junto à presidente. Se algum ‘rolezeiro’ bate carteira no shopping, é preso pelos seguranças. Ah, no Palácio é igual, embora demore um pouco: haverá uma CGU, um MP e a Polícia Federal como seguranças para enquadrar os assaltantes de verbas.

E se a galera juvenil vai às compras no shopping, em Brasília também tem saldão. Com a reforma ministerial na vitrine e a queima de estoque na Esplanada, o Rolezinho da base aliada hoje ronda o Palácio para faturar uma aquisição. Cada uma delas bilionária. Só para citar os principais, PP, PMDB, PT, PTB, PROS, PSD vestiram seus ternos e tailleurs e começaram o arrastão nos corredores do Palácio.

Para citar os principais: Sai Alexandre Padilha da Saúde, e PT e PMDB estão de olho na cadeira. A Integração Nacional pode cair no colo do PROS, que indicou Ciro Gomes – ele já ocupou a pasta. (É como pegar um vendedor de amendoim na porta da galeria e presenteá-lo como uma boa loja na melhor ala do shopping). A Casa Civil terá rearrumação: como num shopping, o cogitado Aloizio Mercadante sai da papelaria escolar para a administração do complexo. Apesar das malas prontas de Gastão Vieira (Turismo), a agência de viagens deve continuar com o PMDB, assim como a praça de alimentação (Agricultura), caso Antonio Andrade queira disputar a reeleição para a Câmara ou se tornar vice na chapa de Fernando Pimentel ao governo de Minas.

Preocupada, a presidente Dilma convocou até reunião para discutir esses Rolezinhos e se há risco de ganharem as ruas. É porque ela conhece a base que tem.

OS PIONEIROS

Ocorreu dia 4 de agosto de 2000. Um grupo de 130 sem-teto, que acampava na beira da Av. Brasil, no Rio, reivindicando moradias, decidiu alugar três ônibus e rumou para o shopping Rio Sul, da elite carioca em Botafogo. Passearam por lojas, provaram roupas caras, se deslumbraram com as escadas-rolantes (muitos a estreavam). Houve princípio de tumulto com lojistas e clientes, contornados pelos seguranças. Tudo sem violência. Motivados pela desigualdade social, protagonizaram o primeiro Rolezinho do País. Este repórter estava lá e entrevistou o líder do grupo, Eric Vermelho.

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Planalto ignorou certidão contra ex-assessor de Gleisi
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Leandro Mazzini

Atualizada Quarta, 28, 14h15 – A Casa Civil do Planalto ignorou certidão contra o ex-assessor especial Eduardo André Gaievski que beira uma ficha corrida policial.

Bastava uma simples consulta no cartório. A coluna tem em mãos uma ‘Certidão Positiva – Para efeitos civis’ (veja abaixo), que inibiria a contratação do petista em qualquer órgão público.

Foi expedida dia 3 de Maio deste ano pela Comarca de Realeza (PR), após consulta. A certidão discrimina 12 ações (!) contra Gaievski desde 2010, entre elas o inquérito policial com delito de ‘exploração sexual’, distribuído em 23 de Janeiro de 2013 – um dia anterior à sua nomeação no cargo no Palácio pelo D.O.

Entre as ações registradas pela Comarca, há uma indenização por dano moral e três por reparação de danos. As investigações contra Gaievski abrangem o período em que foi prefeito de Realeza de 2005 a 2008.

A ministra Gleisi Hoffmann diz que não sabia das denúncias contra o assessor, que consultou ‘a Abin, poder Judiciário, cartórios e órgãos’, que ‘não existia nada’

Gaievski era até ontem foragido da Justiça. Procurada, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não se pronunciou até o momento.

A Casa Civil enviou hoje a seguinte resposta: ‘A consulta sobre senhor Eduardo Gaievski foi feita em janeiro de 2013, quando de sua contratação, e a certidão foi emitida em maio de 2013’. Enviou, no início da tarde desta Quarta, a certidão negativa da consulta de 22 de Janeiro, véspera da admissão de Gaievski. No dia 24, quando o nome do assessor foi publicado no Diário Oficial da União, o cartório já tinha o registro do inquérito policial criminal sobre suposto crime de pedofilia.

Todavia, agora surge o mistério maior: o cartorista de Realeza disse que avaliaria os papéis, mas não explicou como não constam na ‘certidão negativa’ ações distribuídas desde 2010 , a despeito da ‘certidão positiva’ emitida em Maio, nas mãos da coluna. Na tarde desta Quarta, o titular do cartório assim respondeu:  ‘Esclareço que a certidão positiva é de efeitos gerais, conforme solicitada, que equivocadamente constou segredo de Justiça’. Mas, fato: havia a investigação já de conhecimento judicial.

Vale ressaltar que Gaievski até 31 de Dezembro de 2012 tinha foro privilegiado, e a investigação ocorre há três anos sob segredo de Justiça. O ex-assessor seria candidato a deputado estadual em 2014 e coordenador da campanha de Gleisi ao governo do Paraná. A amigos, ele disse que isso é retaliação de promotores.

 

A certidão emitida pró-Gaievski, dia 22, e abaixo, a portaria do dia 23, publicada dia 24 com a nomeação do assessor no Diário Oficial, curiosamente a mesma data em que registra-se no cartório (mais abaixo) o inquérito policial.

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SÓ ANAC NÃO VÊ

Roda o Youtube um vídeo sobre voos irregulares de parapente para turistas ofertados por instrutores despreparados na Pedra da Gávea, no Rio. Dia 17, dupla se perdeu num nevoeiro e rezou para achar descida. ‘Oh, Pai, me mostra o caminho!’, soltava o ‘instrutor’. O turista ficou na ‘Ave Maria’. O link – http://bit.ly/17hb9OY

DESCARRILOU

Moradores de Santa Teresa e turistas reclamam os dois anos sem o bondinho que dava charme ao bairro, após acidente que matou seis. Comitiva do governo do Rio foi atrás de know how com a Carris de Lisboa, e nada. Deve ter valido o passeio..

APO NA MIRA

Tem gente no Palácio que defende a extinção da APO federal, já que a prefeitura e o governo do Rio têm as suas. Dilma deu orçamento de R$ 123 milhões para a APO, que gastou R$ 8 milhões. Para a folha de 181 cargos, serão R$ 73 milhões até 2016.

EPA, EPA

Causou desconforto entre servidores de carreira do Itamaraty a declaração do salvador do senador, Eduardo Saboya, à Folha: ‘Não sou da oposição, votei na Dilma’.

MUNDO CÃO

O senador Pedro Taques (PDT-MT), que propôs alterações ao texto do PLS 236/12, a reforma do Código Penal, esclarece: ‘Em nenhum momento foi diminuída a pena por maus tratos a animais’. Ele recebeu críticas e ameaças de ser espancado na rua.

BARRADOS NA WEB

Mais desconforto na ANTT entre funcionários. O setor de tecnologia da agência tem bloqueado páginas web para servidores, mas não para comissionados. Há críticas também sobre falta de cursos de capacitação.

E BRIZOLA MORREU CULPADO

Saiu na Esplanada da Revista Voto: o ex-presidente Fernando Collor tomou susto recentemente. Foi visitado por advogado, ex-militante de Maluf na campanha de 1989, que o revelou a façanha: foi ele quem publicou anúncio falso para cabos-eleitorais. No dia seguinte ao anúncio em jornal da capital, mais de 5 mil pessoas fizeram fila na W3 para o comitê Collorido. Deu polícia e notícia no JN da Globo. Collor riu, sem graça, e revelou: ‘E eu sempre pensei que tinha sido o Brizola..’


Eduardo Campos: ‘O Dragão acordou e quer comer’
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Leandro Mazzini

Do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência, para o colega Teotônio Vilela (PSDB), de Alagoas, após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto:

‘Ela não entendeu o recado das ruas: o Dragão acordou e quer comer. E não quer docinho, quer muita comida. E vai querer muito dinheiro, mas muito dinheiro mesmo’.

Estavam no elevador, descendo do 2º andar para o subsolo do Palácio, na Segunda passada – quando da 1ª reunião com a comandante.

Em outro cantinho do Palácio, o serviço secreto da coluna ouviu isso de um governador tucano: ‘Uma certeza desta reunião, Ela não ouve ninguém’.

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SÓ NO PAPEL

O senador Benedito de Lira (PP-AL), cabra-macho, sim senhor, levou 30 perguntas num papel para fazer à presidente na segunda reunião. Voltaram intactas.

O LEITOR

O presidente do TJ do Espírito Santo, Pedro Valls Feu Rosa, é leitor ávido da imprensa. Seu clipping diário, invejável, nem Dilma possui. Abrange.. 600 jornais de 260 países.

O SENADO ACORDOU

Desde 2010, com a implementação do Plano de Carreiras no Senado, a turma recebe gratificação de desempenho em 60% do salário, divididos mensalmente, mas… sem critério de avaliação. Um presentaço. A partir de 1º de Julho, ‘terá início o processo de avaliação que incidirá sobre os 40% restantes da gratificação’, informa o Senado. É a Resolução nº 69, de 2012 que entra em vigor. Mas o clima entre os servidores é de revolta. Acreditam que o presidente Renan Calheiros, que só agora regulamentou os critérios de avaliação, surfa na onda moralizadora, pressionado pelas manifestações. Na moita, a Advocacia do Senado está atenta. Prevê uma enxurrada de ações. É que há precedente. Só em 2011 começaram a ser pagos os adicionais de especialização aprovados em 2006. O pagamento retroativo foi milionário em alguns casos.

BRECOU

Pelo visto, parou no acostamento o projeto do deputado Tiririca (PR-SP) Meu Trailer, Minha Vida, para circenses. A Comissão de Desenvolvimento Urbano tirou de pauta.

TU-TU-TU..

Roberto Lucena (PV-SP) relatou pela rejeição o projeto 1618/11, do deputado Roberto Britto (PP-BA), que cria linha de telefone para ‘orientação de psicólogos sobre aborto’.

ELBA & PAPA

Elba Ramalho e Luan Santana vão cantar para o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude. Chamou a atenção do Vaticano o trabalho voluntário da cantora em pastorais da Igreja, junto a mães solteiras pelo Brasil. Luan vai a convite dela. Chegou ao Vaticano caso inédito ocorrido há poucos meses: Numa comunidade, Elba conheceu jovem que desejava abortar. Era fã de Luan. A cantora ligou para o sertanejo e o colocou na linha com a garota. Papo vai e vem, Luan a convenceu a desistir do aborto.

REVIRAVOLTA DO BEM

Força do povo também na República Dominicana. O Congresso recuou e excluiu da Lei de Informação, recém-aprovada, pena de prisão para eventuais ‘difamação’ e ‘injúria’, cuja decisão seria dada por um ‘conselho’. Comemorou a Repórteres Sem Fronteira.

FÉ NO DINHEIRO

O ex-governador Joaquim Roriz prova uma fé sobrenatural. E com dinheiro. Quando renunciou ao Senado, passou em seguida na Catedral para orar. Agora, acaba de doar R$ 40 mil para a paróquia do Lago Azul do Novo Gama, para compra de vitrais.

MUY AMIGO

De grão petista, que está na política desde que Dom Pedro soltava pipa: ‘Me cita uma obra de Dilma. E um grande empresário ou movimento popular que anunciou apoio’.

SOM NA CAIXA

Avança na Câmara projeto do deputado Zequinha Marinho (6303/09) que desobriga músico a ter carteirinha de entidade. ‘É livre o exercício da profissão’, diz o texto.

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Com novos líderes no Congresso, Planalto ficará refém do PSD
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Leandro Mazzini

Os ministros palacianos temem a volta do recesso com uma bomba no Congresso mês que vem. Há risco de os novos líderes de partidos aliados serem de perfil independente e mal avaliados pelo governo. É o caso do PMDB, onde Eduardo Cunha (RJ) é forte candidato; e do PR, onde Garotinho (RJ) deve levar. Ainda é dúvida a lealdade do PDT, com a recondução de André Figueiredo (CE), ligado ao ex-ministro Carlos Lupi. A avaliação é que o governo fique mais dependente do novato PSD, que cobrará caro.

TAXIANDO. Há indicativos de que, além da Secretaria de Portos para o PSD via senadora Kátia Abreu (TO), a bancada na Câmara consiga a Secretaria de Aviação, como desejava.