Na crise da água, nenhum sábio dos palácios fala em reflorestamento
Leandro Mazzini
Falta água no cérebro dos sábios dos castelos governamentais tupiniquins.
As autoridades envolvidas no debate pela solução da crise do abastecimento de água em São Paulo resolveram ‘solucionar’ o caso com outro problema: transpor água do rio que abastece também parte dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Os governadores de São Paulo, Rio e Minas, e o ministro Luiz Fux, do STF, chegaram à conclusão de que a solução por ora para a crise da água em SP é iniciar obras de transposição do rio Jagari.
Em nenhum momento o quarteto expert citou claramente, ou documentou, a necessidade urgente de reflorestamento total das margens dos rios que abastecem o complexo da Cantareira.
O reflorestamento salvou os principais rios da Europa, preservou nascentes, eliminou a poluição e ainda fomentou o turismo.
CONEXÃO MINAS-SP
Um exemplo da pequena Extrema (MG), 30 mil habitantes: Desde 2007 a prefeitura banca o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais .
Ano passado foram em média R$ 3,9 mil para 161 fazendas, para que proprietários rurais preservem nascentes, córregos e rios.
O conceito surgiu na França em 1990, e deu certo na cidade mineira. Desde a implantação do programa foram plantadas 510 mil mudas de árvores – em 2013 foram 10 mil árvores por mês.
O PSA recuperou 5.620 nascentes em 7,2 mil hectares preservados. Resultado: A capital São Paulo só não passou por pior racionamento de água ainda porque Extrema, a 108 km, fornece 33 mil litros/segundo para o sistema Cantareira de reservatórios.