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Cid Gomes procura legenda para disputar o Planalto
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Leandro Mazzini

Cid - exímio trocador de partido, agora quer outro para disputar a presidência. Foto: UOL

Cid – exímio trocador de partido, agora quer outro para disputar a presidência. Foto: UOL

Os irmãos Cid e Ciro Gomes, ex-governadores do Ceará e com significativo patrimônio eleitoral no Estado, rodam Brasília à procura de partido.

Em companhia do presidente da Assembleia cearense, deputado Zezinho Albuquerque, passaram pelo Congresso Nacional na terça-feira e por sedes de partidos.

Reuniram-se com Carlos Lupi, comandante do PDT, e com o senador Fernando Bezerra (PE), um dos caciques do PSB.

Embora Ciro tenha os holofotes, o plano é Cid se lançar à Presidência. Ex PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, até esta manhã de quinta-feira os Gomes continuavam no PROS, mas insatisfeitos.

A dupla encontra resistências nas legendas. Arrependidos, os irmãos pediram para voltar ao PSB, mas Fernando Bezerra não garantiu. Ciro e Cid deixaram feridas nos seguidores de Eduardo Campos ao saírem do partido, numa tentativa de controle da legenda anos atrás.

O desembarque mais provável será no PDT, mas o entrave é o líder da Câmara, André Figueiredo, que controla o diretório no Ceará e não abre mão do comando – principalmente para os irmãos Gomes.


PT já quis extinguir verba publicitária que hoje controla no Planalto
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Leandro Mazzini

Foto extraída do blogdojuca.uol.com.br

Foto extraída do blogdojuca.uol.com.br

A posse de Edinho Silva na Secretaria de Comunicação do Planalto pôs fim a uma disputa ferrenha pelo controle da bilionária verba anual de publicidade da Presidência.

Bem diferente do cenário que o partido defendia em 1999, quando o PT queria extinguir a verba oficial do Palácio, então no governo Fernando Henrique Cardoso. O deputado Paulo Rocha (PT-PA) propôs isso no PL 33/1999.

Mas isso era antes de o PT assumir o Poder. A Mesa Diretora da Câmara arquivou a proposta de Rocha em 2007, quando o petista Arlindo Chinaglia era presidente da Casa.

Até a decisão da presidente Dilma por Edinho, ainda durante a gestão de Thomas Traumann, havia uma velada disputa no PT pelo controle da fatia bilionária de publicidade.

Venceu o grupo palaciano, contra a vontade de parte do PT, entre eles o presidente Rui Falcão, que desejava direcionar a verba para o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. Este ganharia muito poder comandando as concessões de TV e rádio e a distribuição de propaganda oficial.

A despeito da disputa, uma certeza é consenso nos dos dois grupos, e para a própria Dilma: voltar a investir na mídia regional é essencial.

HOMEM DA PRESIDENTE

Edinho Silva, seu ex-tesoureiro de campanha eleitoral, não tem padrinho, é da cota da própria Dilma Rousseff. Não precisará bater continência para Aloizio Mercadante (Casa Civil) ou para Berzoini, das Comunicações.

Até se encontrar na lista de preferidos da presidente e aceitar de pronto o convite, Edinho desfilava entre mandatários à espera de uma vitrine de Poder. Cogitado para a presidência da Autoridade Pública Olímpica, chegou a visitar parlamentares e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, com credenciais palacianas para pedir apoio.


Juventudes do PMDB e PT se desentendem no Planalto
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Leandro Mazzini

Enquanto os partidos não se entendem na crise entre os Poderes Executivo e Legislativo, PT e PMDB repetem a crise na Juventude das legendas.

A situação desandou no andar de baixo. A Juventude PMDB se desligou da Secretaria Nacional de Juventude da Presidência, alegando que os diálogos com a secretária se esgotaram com Gabriel Medina, do PT, ligado ao ministro Miguel Rosseto.


Aliados já apostam em Paes e Caiado com Aécio em 2018
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Leandro Mazzini

caiado

Caiado – ele já foi candidato em 89. Foto: emaisgoias.com.br

É cedo, muito cedo – e tucanos ainda amargam a derrota de domingo. Mas aliados do PSDB já apontam potenciais vices para uma chapa com Aécio Neves em 2018, caso o tucano se candidate ao Planalto.

Caciques do Rio vislumbram possível dobradinha Aécio-Eduardo Paes, o prefeito que anda bem avaliado. Há dois anos o tucano trabalha para o PMDB entrar na coalizão, e Paes seria um caminho, além de Sérgio Cabral. Para tanto, seu grupo tem que se fortalecer e Michel Temer teria de romper futuramente com o PT, o que por ora é inviável.

Cresceu entre tucanos a cotação de Ronaldo Caiado (DEM) como um potencial futuro vice para Aécio Neves. Alguns tucanos  no Congresso Nacional dizem até que faltou a Aécio a ‘pegada’ direitista do senador eleito por Goiás.

Caiado foi candidato a presidente em 1989, na primeira eleição da redemocratização, e conhecido pela coerência política-partidária: representa a direita conservadora e o setor do agronegócio.


Aposta no voto personificado e excesso de confiança derrubaram Aécio em MG
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Leandro Mazzini

aecio

Foto: UOL Eleições

Aécio Neves está um poço de mágoas com os eleitores mineiros. Perdeu para a presidente Dilma no Estado nos dois turnos.

Tucanos de alta plumagem reconhecem que, pela baixa diferença de votos no resultado nacional, se Aécio vencesse em Minas como apostavam nos prognósticos – uma vantagem de 3 milhões de votos – ele seria eleito presidente.

Dilma obteve 52,41% dos votos no Estado (5.979.422 votos), contra 47,59% de Aécio (5.428.821).

Ontem, tucanos estupefatos com o resultado no reduto eleitoral que Aécio governou por dois mandatos ainda tentavam entender o que houve e fizeram um discreto mea culpa sobre os motivos da derrota.

A turma elenca: excesso de confiança no voto personificado; PSDB não colocou a militância nas ruas; não investiu no Norte e Nordeste do Estado, bolsões ainda com baixo IDH e alvo do Bolsa-Família; e principalmente não tem o apoio dos prefeitos das principais cidades do interior: Uberlândia (56,4% para a petista, contra 43,5%) , Uberaba (57,6% x 42,4%) e Juiz de Fora (63,3% x 36,6%).

Uberlândia (356 mil votos válidos) é administrada pelo petista Gilmar Machado, ex-deputado federal que foi vice-líder do Governo durante a gestão Lula. Uberaba (166,9 mil votos) e Juiz de Fora (294 mil votos) estão nas mãos do PMDB, com prefeitos aliados de Dilma.

A presidente também deu uma lavada no tucano numa cidade da região metropolitana. Venceu em Betim por 56,21% a 43,79% – a cidade teve 208 mil votos válidos. Já Aécio venceu em Contagem (340 mil votos válidos) por 51,98% contra 48,02%. Na capital (1,45 milhão de votos), o resultado ficou bem a favor do tucano – 64,27% a 35,73%.

MÁQUINA MUNICIPAL

Pesou a favor de Dilma o uso da máquina municipal. Prefeitos do PT e PMDB no Estado investiram pesado com nas propagandas nas ruas com apoio do comitê nacional.

MILITÂNCIA OFICIAL

Outra militância a favor de Dilma: 30 dos atuais 53 deputados federais são governistas, entre eles campeões de votos petistas como Reginaldo Lopes e Gabriel Guimarães.

PATRUS & PIMENTEL

Aécio só venceu em Belo Horizonte e nas cidades do Sul. Em BH, puxaram votos para Dilma dois ícones do PT: Fernando Pimentel e Patrus Ananias, ex-prefeitos da capital.


Sem clima de oba-oba, ‘Marineiros’ já citam ministeriáveis
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Leandro Mazzini

Mal Marina Silva (PSB) subiu nas pesquisas e ameaça a liderança da presidente Dilma (PT), aliados já esboçam ministeriáveis para neosocialista.

Entre os nomes, Neca Setúbal para a Cultura, e o petista Binho Marques para a Educação. Aliás, Marques, ex-governador do Acre, sumido da política, faz doutorado.

DUPLA DO BARULHO

Ninguém prestava atenção neles, agora muita gente de Brasília passou a procurar – e a bajular – os irmãos Tião (governador) e Jorge Viana (senador), do Acre, pela proximidade que ambos têm com Marina. Eles hoje são Dilma, mas….Marina é aliadíssima da dupla no Estado.

O senador Jorge também surge na lista extraoficial de ministeriáveis.


“Sou privatizante para tudo que for possível”, diz pré-candidato do PSC
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Leandro Mazzini

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Revelação nas últimas pesquisas de intenção de votos feita pelos grandes institutos – numa delas já bate quase 4% – o vice-presidente do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo, é um dos nomes que disputará o cargo de presidente da República nas eleições de outubro.

Formado em Ciências Atuariais pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, o pré-candidato revela sua ideologia e projetos.

Em entrevista à Coluna Esplanada, ele detalha como guiará sua campanha ao Planalto, e como planeja defender as tradições cristãs; revela-se liberal e defende a privatização em todos os setores os quais não são essenciais para o governo. Ataca a gestão Dilma Rousseff: ‘O ciclo deste governo acabou (..) não tem credibilidade’, e diz que o PT se distanciou do povo, ‘esse governo deve servir ao cidadão e não se servir’.

Tem um discurso fortemente religioso, mas por ora confessa que está sem coligação, o que, segundo ele, não atrapalha seu projeto: ‘me preocupo apenas com o que tenho’.

Com Pastor Everaldo, a Coluna abre uma série de entrevistas com os presidenciáveis que será publicada até o dia da eleição.

O que o motivou a ser pré-candidato a Presidência da República?

Em 2011, o Partido Social Cristão, vendo o governo que foi montado, verificou que ele não atendia as expectativas da população brasileira. Observamos que o Estado foi aparelhado para atender interesses do partido que ganhou as eleições. Numa discussão interna foi escolhido um nome para pré-candidato. Isso se configurou em 14 de maio de 2013, com o anúncio oficial da nossa pré-candidatura.

Foi uma decisão do partido ou uma decisão pessoal também?

A decisão foi do partido. Nós aceitamos a indicação do nosso nome porque verificamos que a sociedade brasileira estava esperando por uma mudança e a mudança esperada não aconteceu com o governo atual. Havia promessas que não foram cumpridas no governo instalado. Constatamos que o Brasil precisava de uma mudança política cidadã, uma política com decência, com novas ideias, com ética e com moral didática. Um país como o nosso, onde um cidadão de bem está dentro de casa e o bandido solto na rua, tem alguma coisa errada. Então é isso que a população quer: uma mudança em atendimento aos seus anseios. Hoje o governo está se servindo do Estado e se servindo da população. E nosso paradigma é que o governo deve servir a população e não ser servido. Nós representamos essa alternativa de mudança para o país.

Qual a é a Bancada do PSC hoje no Congresso?

Em 2002, nós elegemos um deputado federal. Em 2006, elegemos nove deputados federais. Em 2010, dezessete federais e um senador. Hoje nós temos 13 deputados federais e um senador.

O PR, por exemplo, tem uma iniciativa de se mostrar independente no Congresso e lançar uma campanha “volta Lula”; Seria essa também uma vertente seguida pelo PSC ou não?

O ciclo deste governo acabou. O povo quer mudança e nós acreditamos que somos uma alternativa. Faremos um governo com decência, com ordem, com honestidade, com respeito ao cidadão, com respeito à família brasileira e aos valores tradicionais. Somos a favor da liberdade de imprensa, a favor da liberdade de opinião e do Estado de direito.

A questão da defesa dos valores da família brasileira é um dos parâmetros do próprio PSC, que teve no último ano um grande ícone no Congresso Nacional, o pastor Marco Feliciano.

Na realidade, o PSC sempre defendeu essas causas e, naquela oportunidade, democraticamente e sem nenhuma articulação política, sobrou a Comissão de Direitos Humanos. Indicamos o deputado Marco Feliciano, que foi escolhido pela Bancada, e montou a Comissão para funcionar para todos os segmentos da sociedade. A Comissão, até então, servia uma parcela dos seus interesses.

Em algum momento o partido cogitou lançar o pastor Feliciano como candidato a presidente?

Ele colocou o nome dele à disposição, mas o partido entendeu que o melhor nome para disputar a Presidência seria o meu.

Qual será a bandeira do candidato pastor Everaldo na campanha, além da defesa dos valores da família?

A bandeira é a verdadeira mudança: passar a um Estado que sirva a população e não se sirva. Defender amplamente os direitos da vida, da família. Atualmente, a família brasileira precisa trabalhar mais de 150 dias por ano para pagar impostos. Somos o quinto país com maior carga tributária do mundo e na prestação de serviços somos um dos últimos colocados. Não pode continuar desse jeito.

O senhor concorda com a política econômica e monetária do governo ou não?

A pior situação que vivemos é o desarranjo na política fiscal do país. Não temos um macro estudo de planejamento do país. Não pode ficar oferecendo analgésicos, tem que descobrir o cerne da questão.

Qual seria a solução imediata ou em médio prazo para a economia?

Um exemplo para mim é o Itamar Franco. Ele pegou o país numa situação realmente difícil e “pensou” o Brasil, tanto que elegeu um sucessor de outro partido. O Fernando Henrique desenvolveu o Plano Real, que foi um motivador de estabilidade econômica no país. Então, nós temos que conciliar um governo de coalizão nacional, pegar todos os segmentos da sociedade e fazer um planejamento a longo prazo.

O senhor tomaria medidas impopulares se fosse eleito? Como cortar ministérios e custos?

Não adianta a gente querer enganar a população. Nós temos que fazer um ajuste fiscal de verdade. Chamar os governadores, chamar todas as forças da sociedade e fazer uma ação. Precisamos evitar de todas as formas o desemprego e incentivar o setor produtivo, tirando o estado intervencionista. Se deixarmos o setor produtivo trabalhar, o setor vai fazer isso bem feito, porque é isso que tem garantido a nossa balança comercial. Infelizmente, onde o Estado chega, a ineficiência tem chegado também.

O senhor está dizendo que faltou planejamento e diálogo da presidente com o povo?

Faltou diálogo e também tornar efetiva as soluções apresentadas por todos os segmentos, inclusive o setor produtivo. É preciso pensar o país daqui a cem anos, porque não adianta pensar no imediato. Por isso não vale fazer qualquer coisa apenas para se manter no Poder, tem que pensar no Brasil.

Quem está ao lado do senhor nesse discurso? O PSC estará sozinho ou vai ter uma coalizão?

Por enquanto eu estou sozinho, mas tudo que soma é importante. Eu não me preocupo com o que não tenho, me preocupo apenas com o que tenho.

Como que vai ser sua campanha?

Pretendemos juntar todas as forças que acreditam na gente. Eu já viajo o Brasil o tempo todo. Para mim, tem gente que prioriza as grandes cidades, eu não desprezo as pequenas coisas. Eu priorizo os princípios cristãos, e Jesus nos deixou princípios.

O senhor acha que, independentemente da política, o Brasil está perdendo seus princípios cristãos?

Está faltando princípios de forma geral. Não apenas princípio cristão, mas moralidade, ética no serviço público. Essa roubalheira, essa corrupção que estamos vivendo hoje no país é falta de princípio ético. Um dos princípios de Jesus é “amar ao próximo como a ti mesmo”. Então, se eu devo amar meu próximo, eu não vou roubar ele. Essa é a ética da humanidade, ética do respeito, então, nós como cristãos vamos botar em prática o máximo que pudermos esses princípios.

O senhor surge na imprensa como o pré-candidato de um segmento forte na sociedade brasileira, que são os eleitores cristãos. Como é que está a interface do senhor com as igrejas?

Eu sou evangélico. O presidente do partido no Congresso é católico. Primeiro vice, evangélico. Segundo vice, católico. Terceiro vice é um dos fundadores de São Paulo e é espírita. O PSC é um partido político, não um partido religioso. Haverá uma atenção especial para todo brasileiro que queira mudar esse país, seja cristão ou não cristão. Quer a mudança? Quer um governo cidadão e que mude e melhore esse país? Então nós vamos focar nisso.

Se o senhor for eleito como presidente vai continuar com a política de concessão?

Concessão de verdade!

O que seria concessão de verdade?

Enquanto esse governo é estatizante, eu sou privatizante. Tudo que for possível passar para iniciativa privada e para o empreendedor brasileiro, nós vamos passar. Agora, as concessões que são feitas hoje são com dinheiro de quem? Do BNDES…

Isso não acontece porque os próprios investidores estão com medo de investir e o governo apoia essa opção?

O problema todo é o seguinte: o governo não tem credibilidade. Nós vamos ser claros e sem ficar dizendo ao empreendedor qual lucro ele vai ter. Não existe isso. Tem que regular para que o serviço seja prestado. As agências reguladoras priorizam a negociação política e os responsáveis não fiscalizam ninguém. Tem que privilegiar os funcionários públicos, de carreiras, os técnicos, pagar bem os salários dos funcionários para poder cobrar. É assim que tem que funcionar! O brasileiro já trabalha demais, paga muitos impostos e a produtividade só não é maior porque o governo não deixa ser.

O PSC é aliado do ex-presidente Lula?

Nós somos da base no Parlamento, mas somos um partido independente. Nas votações no Congresso, se tivesse algum projeto de interesse do povo a gente votava a favor, quando era contra a gente votava contra.

A campanha política para a Presidência da República é muito cara. Como é que vai ser a sua campanha? Vai ser a conta gotas ou o senhor tem caixa, vai buscar o financiamento?

Eu sempre cito uma passagem bíblica sobre a multiplicação dos peixes. Primeiro: Jesus nunca trabalhou sozinho, tinha uma equipe com ele. Segundo: ele podia falar uma palavra e todo mundo estaria alimentado, mas ele preferiu organizar o povo. Ou seja, planejamento e organização. Terceiro: Jesus nunca olhou para o que ele não tinha. Com esse princípio, o que eu tenho eu vou colocar em frente. Toda forma de contribuição legal nós vamos fazer normalmente como todo mundo faz.

O STF já endossou e agora só falta a conclusão da votação no Plenário sobre proibir financiamento privado para candidatos e comitês. O senhor é a favor ou contra?

Eu sou a favor do financiamento como é hoje, mas com transparência total. Para mim, a legislação é suficiente, só basta aplicar o que existe. Hoje não dá pra entender porque querem que mudem isso. É estranho a OAB defender dessa forma porque os que chegaram ao poder foram em função desse financiamento. Isso é antidemocrático, porque nas maiores economias do mundo as contribuições são declaradas. Nós temos que ser o mais transparente possível e não sonegar informações a população.

Se o senhor não for ao segundo turno, vai se aliar a quem? Ao PSB, PSDB ou ao PT?

Eu nem pensei nessa hipótese. Eu tenho tanta convicção de que vou para o segundo turno nas eleições que não pensamos nisso.

Como que o senhor vai tratar as questões do aborto e célula-tronco nas eleições?

Eu sou a favor da vida desde a sua concepção.

E em casos de anencéfalos e estupro?

O que já existe hoje na legislação em casos de estupros é suficiente. Já a anencefalia são casos extremamente excepcionais.

E pesquisas com células-tronco?

Eu sou favorável. Toda ciência que existe é uma coisa que Deus quer que as pessoas desenvolvam. Então, quando o homem descobre as tecnologias para preservar a vida é porque Deus permite. Tem que investir mesmo em pesquisas e estudos na área científica. Inclusive, no Brasil a gente dá pouco valor aos nossos cientistas. Estão indo para fora porque o Brasil não oferece espaço. Eu sou favorável a investir maciçamente na educação básica. Eu estudei em escola pública, mesmo sendo da Comunidade eu trabalhei em camelô da feira, servente de pedreiro, Office boy, mas tinha uma escola pública de qualidade. Então, eu pude subir na vida, me formar e aprender. Um exemplo são a Coréia do Sul e o Japão pós-guerra: 60% do orçamento vão para a educação.

Sobre a Maioridade penal, o senhor é a favor da redução?

Sou a favor. Ainda estou estudando sobre o assunto, mas temos um bom exemplo do sistema penitenciário americano: fez o crime, vai pagar por aquilo independentemente da idade. Entrando em outro assunto, eu sou a favor da privatização dos presídios. No Brasil já tem experiências que estão dando 100% certo.

O senhor é a favor de privatização ou concessão de presídios?

Da privatização. A segurança é o foco que nós vamos colocar como prioridade. Vamos chamar os governadores, as polícias civis, militares e federais, e fazer um pacto, utilizar toda a inteligência possível para organizar a situação da segurança pública. Hoje o cidadão de bem está preso dentro de casa e o bandido está solto. Não é possível que um oficial da polícia militar seja espancado sem poder reagir. Não é possível aquilo que aconteceu na Rocinha dia desses, no Rio de Janeiro, uma viatura cercada por meia dúzia de bandidos que quebraram a viatura toda. Isso não pode. Nós temos que, naturalmente, corrigir os funcionários públicos e policiais que desviam da rota, mas também temos que tratar bem, porque policial hoje está desmoralizado. O governo inverteu a ordem das coisas. Não sou a favor de espancamento, mas a polícia precisar ter respaldo para combater a criminalidade no Brasil.

E a PEC 300?

O PSC defende a PEC 300 (que cria piso nacional de salário para PMs e bombeiros). Ela é necessária porque há 11 anos cerca de 40% da renda nacional estava concentrada no governo federal. Hoje, são quase 70%. Então, eu defendo uma reforma tributária e um pacto federativo para dividir aos Estados.

Suas considerações sobre a saúde e a educação. O que pode mudar?

Na educação nós temos que estabelecer uma meritocracia, com participação das famílias. Não o enlatado que vem do Ministério da Educação, que serve para o Rio de Janeiro e não serve para o Maranhão, serve para o Maranhão mas não serve para Santa Catarina. Um município precisa aplicar, no mínimo, 25% do seu orçamento na educação. O governo neste ano destinou apenas 3,8 do orçamento para educação. A mesma coisa na saúde. Então, educação em todos os níveis. Tem que fazer uma base forte com ajuda da família. Hoje nós temos o exemplo de estudantes que vão fazer a prova do Enem e não sabem escrever uma redação. Vergonhosamente, saiu uma reportagem há um mês na Folha de S. Paulo com um relatório do MEC no qual aponta que, nos últimos dez anos, 30 mil escolas foram fechadas na área rural. Estão faltando mais de 300 mil professores de matemática e mais de 4 mil professores de português no ensino básico. Na saúde, o funcionário não é valorizado. O imposto para remédios no Brasil é de aproximadamente 30%. O remédio para quem precisa tem que ser desonerado, custo zero.

Acredita que o SUS é um bom modelo ou deve ser mudado?

Lamentavelmente, nós chegamos nesse caos. É aquilo que falei no início, não houve planejamento. Era previsível, a população cresceria e iria precisar de mais médicos aqui e acolá. Isso é desenvolvimento! Por que o ministério da educação nos últimos anos não liberou mais vagas em medicina? Porque lamentavelmente já tinha um comboio para poder privilegiar um governo ditador que não respeita os direitos humanos. É necessário planejar para o futuro.

O senhor conseguiria fazer uma reforma em dois anos?

Nessa reforma política a gente defende o fim do voto obrigatório, o fim das coligações proporcionais e a unificação das eleições. Isso para começar. Não adianta querer fazer uma reforma política radical. Tudo tem que ser feito com prazo e devagar, mas uma hora tem que fazer. Não é possível que lá no Congresso discutam a reforma política há quase 20 anos e ainda não aprovaram. Se a gente quer construir um Brasil realmente desenvolvido tem que haver planejamento. O governo é quem tem atrapalhado o brasileiro a se desenvolver.

Pretende continuar com o Bolsa-família se for eleito presidente?

Nós focamos o seguinte: vamos dar a bolsa-família para que as crianças sejam mantidas na escola. O nosso foco é a educação. Jamais vamos deixar os brasileiros com fome, dou a minha palavra, mas temos que estudar uma saída para isso.

Com Luana Lopes.

 

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Vazamento expõe racha entre Abin e GSI
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Leandro Mazzini

As revelações de que homens da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionaram diplomatas russos e iranianos no Brasil expõem, conforme revelou a Folha de S.Paulo, um racha nos órgãos de inteligência da Presidência e a falta de comando que pacifique as duas unidades.

A Abin, civil, não aceita ficar sob o comando dos militares do GSI – Gabinete de Segurança Institucional. Uma prova foi a revelação da Coluna, em Setembro, de que nenhum agente da Abin foi incluído pelo GSI na comitiva do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na viagem aos EUA no final de Agosto para cobrar explicações sobre a espionagem.

A situação chegou à presidente Dilma há meses e só agora, com o vazamento, a deixa numa saia justa. Ela terá de tomar uma decisão enérgica para pacificar os órgãos.

Para o governo, a Abin não fez nada mais que seu dever. Não há grampos, nem invasões. Mas há suspeitas de colaboração com a CIA e a própria NSA.

A CIA e NSA intensificaram as ações bilaterais após o atentado terrorista de 2001. Se houve colaboração do governo Lula, em 2003, Dilma perde a razão em criticar os EUA.

Para piorar o cernário, um ex-figurão da Abin reclama do aparelhamento partidário e ideológico de parte da agência, e que o PT estragou o trabalho de confiança construído em vários Estados.

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A$$EFAZ E PTB

O Ministério Público cerca a Assefaz – o plano de saúde de cinco carreiras da Fazenda atrás do dinheiro que supostamente foi gasto em sinistros milionários nos últimos dois anos. A promotoria das fundações acompanha as reuniões do Conselho, e faz devassa discreta nos livros. O déficit chega a R$ 40 milhões – mas pode dobrar. Quem dirigia até há poucos meses a Assefaz era Hélio Bernades, ligado ao PTB e apadrinhado no cargo pelo senador Gim Argello (PTB-DF) e o líder na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO). Gim é candidato à reeleição. Jovair perdeu a prefeitura de Goiânia.

QUE NOVELA!

O caso do escritor Lourenço Cazarré, que teve salário de R$ 45 mil acima do teto constitucional cortado no Senado, abre o baú de dezenas de similares na Casa: é o aposentado que recebe o benefício, mas volta a trabalhar com novo salário.

BBB DO PERILLO 

Na licitação que cancelou há um ano, para agência que cuidaria de sua imagem na crise da CPI do Cachoeira, o governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, pagaria R$ 2.050 (!!) para cada 50 citações citações positivas no Twitter.

PEDRA NO CAMINHO

Com temor de retaliação do PR – que mandou recado para as Relações Institucionais – a presidente Dilma mandou cancelar sabatina de quatro indicados para diretoria da ANTT. Saiu no DO de Segunda a retirada de Paulo Sérgio Passos (Ex-ministro dos Transportes), Carlos Nascimento, Natália Marcassa de Souza e Daniel Sigelmann.

LUZ NO CANTEIRO

Não haverá apagão de engenharia, embora haja sinais de ‘pressões a curto prazo’, disseram engenheiros em evento do Ipea em Brasília. Semana passada, durante o I Encontro Nacional de Editores da Coluna Esplanada, o ministro da Aviação, Moreira Franco, criticou projetos mal feitos, mas explicou que há gap geracional.

ARREGO 

Um dos que mais devem à União, o governo gaúcho pediu arrego. Em visita ao presidente do Congresso, o governador Tarso Genro fez lobby pela aprovação do PLC 238. Se passar, o Estado economiza R$ 1 bilhão.

ÊPA, ÊPA 

Em carta apreendida pela PF, dois dirigentes presos da Coana, braço da Conab, relatam que negociavam repasses da Conab com a então senadora Gleisi Hoffmann e com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR). A dupla da Coana desviava verba de merenda.

BIOGRAFIA E LUTA

A deputada tetraplégica Mara Gabrilli lança hoje, às 16h, na Câmara, a sua biografia ‘Depois daquele dia’, escrita por Milly Lacombe, na qual narra sua luta.

FELIZ NATAL!

A Mega da Virada, que começa a ser vendida na Segunda, deve chegar a R$ 250 milhões, já informou a Caixa aos lotéricos.


Eduardo Campos faz ofensiva sobre partidos pequenos
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Leandro Mazzini

Com a candidatura a presidente cada dia mais irreversível, Eduardo Campos (PSB) faz ofensiva em convites a nomes de vários partidos. Um senador tucano foi sondado.

Iniciou conversa com os chamados ‘nanicos’. Hoje no PSC, Ratinho Jr. espera a ‘janela’ na reforma eleitoral para se filiar ao PSB e ser lançado vice do governador tucano Beto Richa no Paraná.

Escanteado pelo governo, o presidente do PRTB, Levy Fidelix, foi procurado pelo deputado Márcio França, presidente do PSB paulista, em nome de Campos. Levy Fidelix faz conta: os cinco partidos nanicos que podem se bandear para Campos tiveram 7 milhões de votos em 2010. São PRTB, PTC, PRP, PSL e PTN.

Já no Congresso Nacional, cresce a percepção de que Campos é tão competitivo quanto Aécio (PSDB). Após saída do deputado Cadoca (PSC-PE), mais dois devem deixar o PSC rumo ao PSB.

Enquanto Campos escancara o projeto, Aécio conversa discreto com possíveis aliados, hoje na base de Dilma. Caso de Lupi, do PDT, com quem almoçou recentemente.

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CERCO DA RECEITA 

A situação das contas da Assefaz, o plano assistencial de cinco categorias de servidores federais, ganha mais a pauta de reuniões em Brasília. ‘A gente não sabe o que está acontecendo, vemos com muita preocupação. É o plano de saúde da maioria dos analistas da Receita’, frisa a presidente do SindiReceita, Silvia Felismino. Há meses entidades como CGU e AGU acompanham de perto a suspeita de rombo de R$ 35 milhões na Assefaz. Apesar de ter mantido um suplente e um diretor financeiro na entidade, o SindiReceita ‘está sem informações suficientes’, diz Felismino.

BOLSO NOS TRILHOS

Não é novidade o drible dos ministeriáveis para ganhar mais, inclusive agora no 2º escalão. Além do salário de R$ 26723, o teto constitucional, Bernardo Figueiredo, da EPL, emenda um jetom de R$ 2.672 por participar de Conselho.

TÃO LONGE, TÃO PERTO

Apesar de separados por um PT, Sérgio Cabral (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) conversam muito. Foi Cabral quem indicou o seu marqueteiro Renato Pereira para ele.

PREVISÕES

Ex-candidato ao Planalto (será?), o senador Cristovam (PDT-DF) vê Dilma forte. ‘Mas com quatro pilares enferrujados: Democracia que não funciona, estabilidade econômica ameaçada; transferência de renda que não emancipa; modelo econômico concentrador’.

PODER FEMININO 

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) tomará posse na Procuradoria da Mulher do Senado, na Terça. Das 81 cadeiras, só oito são de mulheres. ‘Vamos bater muito na questão da reforma para dar mais voz e participação às mulheres na política’, antecipa.

BANQUINHA DE URÂNIO

Tem urânio saindo pelo ladrão no Amapá. A abordagem de vendedores da matéria-prima explosiva a “turistas” intermediários acontece nos hotéis da capital. Uma fonte da coluna foi abordada com oferta. A PF está de olho. Há suspeita de que “formiguinhas” embarcadas abastecem navios de bandeiras asiáticas aportados na costa.


De biografia a jatinho, Alves encerra campanha milionária para Câmara
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Leandro Mazzini

Candidato favorito à Presidência da Câmara e com bênçãos do vice-presidente Michel Temer, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) faz seu último voo nesta sexta (25), de Salvador para Natal, a bordo do jatinho do colega Newton Cardoso. Sempre em companhia de seu candidato a vice, o federal petista André Vargas (PR).

Alves encerra assim um roteiro intenso e milionário, nunca antes feito por qualquer candidato ao cargo que almeja. Foram visitas a dez capitais, todas com o avião emprestado pelo ex-governador de Minas, cujo querosene foi bancado pelo PMDB. Pelo roteiro, só o combustível tirou dos cofres do partido algo em torno de R$ 300 mil.

Nas andanças, Alves foi recebido por governadores. Alguns mudaram agenda para promover almoços palacianos com a bancada suprapartidária de seus estados. Agenda reservada tradicionalmente a chefes de Estado. Para não se complicar, o deputado fez promessas genéricas, mas em todas as visitas citou que dará atenção especial do baixo ou alto clero. E em todas as visitas evitou tocar na denúncia de que usou ex-funcionário como fachada sobre suspeita de desvio de emendas.

Hoje, o deputado-candidato fez campanha total em Salvador. Encontrou o prefeito ACM Neto (DEM), almoçou com a bancada federal e depois reuniu-se com o governador Jaques Wagner (PT). Na agenda, termina a noite em jantar com Geddel Vieira Lima (PMDB), vice-presidente da Caixa e pré-candidato ao governo da Bahia.

Henrique Alves não tem mais programação para campanha semana que vem. Ficará ao telefone, de Brasília. Na sexta, dia 1º, enfrenta o voto secreto dos seus pares em plenário e também a prova da fidelidade, ou não, daqueles que prometeram alçá-lo ao terceiro posto mais importante do País. A campanha cara faz jus ao cargo. Pelas benesses do cargo, pela proximidade com o Palácio do Planalto e a possibilidade de ocupar a própria Presidência, pela bajulação de colegas, pelo poder de controlar a pauta paparicado por governadores e pela chefe da nação, e pela visibilidade nacional.

Parlamentar mais longevo da Casa, Alves trata com discrição os motivos que o levaram a tentar o comando da Câmara somente no 11º mandato. Desde a decisão , há dois anos, investiu tudo que pode. Chegou a distribuir discretamente uma autobiografia encomendada, sobre seus 40 anos de vida pública. Com 260 páginas, a qualidade do livro chamou a atenção: papel couchê brilhoso, capa de primeira linha.

O título remete ao projeto de poder: “O que eu não quero esquecer”.

Seus concorrentes são Júlio Delgado (PSB-MG), com a chancela oficiosa do presidente do partido, o governador Eduardo Campos (PE), e a colega de partido com candidatura avulsa, Rose de Freitas (PMDB-ES), atual vice-presidente da Casa.

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