Coluna Esplanada

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Renan, a Centrais: ‘Dilma não vai ficar à margem da discussão’
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Leandro Mazzini

Renan - à procura de Dilma, do outro lado da praça. Foto: Ag. Senado

Renan – à procura de Dilma, do outro lado da praça. Foto: Ag. Senado

No encontro da última terça (28), com presidentes de centrais sindicais em seu gabinete, em certo momento o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desabafou, para matar a curiosidade de todos sobre sua inquietação:

– A (presidente) Dilma não vai ficar à margem da discussão.

O recado foi resposta direta para dois assuntos. Renan falava do projeto de lei 4430, da regulamentação das terceirizações, aprovado na Câmara em dois turnos e agora em tramitação no Senado, e das medidas provisórias 664 e 665, que vão a plenário, sobre as mudanças de prazos e restrições sobre direitos trabalhistas.

Para o presidente do Senado, a presidente empurrou o debate – e na esteira, a crise – para o Congresso Nacional, e assiste de camarote o circo pegar fogo nas Casas como se o Planalto nada tivesse a ver com os temas.


Em reunião, bancada do PSDB na Câmara defende impeachment
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Leandro Mazzini

O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi consenso em reunião da bancada do PSDB da Câmara dos Deputados realizada no Instituto Israel Pinheiro, em Brasília, na sexta-feira, com a presença de 29 dos 54 parlamentares.

Embora consenso, a disposição ficou dividida entre os que defendem uma peça bem embasada juridicamente, para já, e os que preferem a cautela – mas endossam o pedido. Todos se respaldam nas delações dos investigados na operação Lava Jato, de que houve triangulação de verba pública em contratos da Petrobras que pararam no caixa de campanha do PT em 2014. Além das chamadas ‘pedaladas fiscais’ nas contas do Governo em redirecionamento de verbas entre estatais para maquiar gastos e déficits.

A partir de hoje, os deputados vão pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a rever sua posição. Cunha tem repetido aos holofotes que não vê motivos para um pedido de impeachment. O séquito também fará agenda junto ao senador Aécio Neves, presidente do partido, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para convencê-los.

 


Para Cunha, Dilma dá adeus a cinco indicações para o STF
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Leandro Mazzini

Cunha e Dilma em cerimônia da entrega de medalha do Exército, na foto que circulou o País nos últimos dias.

Cunha e Dilma em cerimônia da entrega de medalha do Exército, na foto que circulou o País nos últimos dias: beijinho, e tchau tchau

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, confirma que vai colocar em votação de segundo turno a PEC da Bengala neste semestre.

‘Só estou esperando passar a pauta pesada, de discussão da terceirização e do pacote fiscal, e logo em seguida vamos votar. Acho que passa’.

Ele avisou pessoalmente à própria presidente Dilma Rousseff, no jantar – cordial, mas indigesto para ela – que tiveram no Palácio da Alvorada na última quinta-feira. Ela não protestou, e suspirou resignada.

Como Renan Calheiros cortou relações com a chefe da nação, e segue afinado com Cunha, o presidente do Congresso já avisou que promulgará a PEC no mesmo dia que aprovada.

A se concretizar a promulgação da proposta – que passa de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória de ministros das cortes– Dilma perderá a indicação de cinco ministros apenas para o Supremo.

Após a indicação do jurista Luiz Edson Fachin na semana passada, para a vaga de Joaquim Barbosa, se prevalecer a regra atual a presidente tem direito a indicar os substitutos de Celso de Mello, que se aposenta em outubro deste ano; em 2016 está de saída Marco Aurélio Mello, e em 2018 penduram a toga os ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Teori Zavascki. Caso a PEC seja promulgada, o ilustre escrete ganha sobrevida na Corte.

A PEC derruba o sonho – por ora – de candidatos como os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Luís Adams (AGU) e Benedito Gonçalves, do STJ, favorito do ex-presidente Lula, de quem é amigo.

Por ora, porque, se um candidato da coalizão petista vencer a eleição em 2018, os supracitados têm chance de entrar na lista de favoritos de acordo com as vagas que se abrirão. Do contrário, dão adeus para valer – a não ser que por força de óbito de um ministro surja a oportunidade.


O encontro de Mangabeira e Levy – e a reaproximação de Dilma com Obama
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Leandro Mazzini

manga

Foto: Planalto

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, terá um encontro esta semana a sós com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A próximos, Mangabeira não quis informar a pauta. Mas pelo andar cambaleante da carruagem presidencial, a economia será o tema principal.

Mangabeira é próximo do presidente americano Barack Obama, para quem seu filho trabalhou na campanha presidencial do democrata. Ainda neste mês, a presidente Dilma e Obama terão uma reunião na Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, numa tentativa de reaproximação.

Mangabeira regressou no domingo dos Estados Unidos. Egresso de Harvard, onde se graduou em 1971, ele tem casa nos EUA – onde Levy é PhD pela Chicago University.

 


Aliados para presidente: ‘Seja mais Dilma’. E ela ouviu
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Leandro Mazzini

Foto: Planalto.gov

Foto: Planalto.gov

A presidente Dilma Rousseff passou a ouvir aliados após os protestos.

Na segunda-feira, no Palácio do Planalto, antes da cerimônia de sanção do novo Código de Processo Civil, um deputado disse para ela: ‘Seja mais Dilma, mais você’. Entrelinhas, menos dura, olhando direto para os jornalistas e políticos, sem frases de efeito fabricadas pelo marqueteiro.

A entrevista ‘quebra-queixo’ mais descontraída a repórteres após o evento no Planalto foi bem vista pelos aliados.


Dilma cogita explicar ajuste fiscal em rede de rádio
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

A presidente Dilma Rousseff ouviu muitas reclamações dos deputados líderes da base governista, em reunião desta quarta-feira (4) no Palácio do Planalto – incrivelmente calada.

Após analisar a versão dos parlamentares sobre as mudanças do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), a estratégia de comunicação e sobre as novas regras trabalhistas, ela aventou a possibilidade de explicar o pacote do ajuste fiscal em linguagem popular, convocando rede nacional de rádio.

Quem puxou o bonde das críticas às mudanças no FIES, que dificultou vagas nas faculdades, foi Celso Russomano (PRB-SP). Ele foi endossado pela maioria dos deputados. A presidente pediu a ele uma ‘nota técnica’.

Em outras palavras, os deputados indicaram que ela deve assumir o front nessa hora do aperto, e não deixar o ônus apenas para o Congresso. Mas dilma não quer TV, por ora.

ECONOMIA

A presidente também pediu apoio do Congresso neste momento em que o País recebe os avaliadores das agências de risco, e lembrou que o Brasil não pode ter nota rebaixada no atual cenário econômico.

Aloizio Mercadante (Casa Civil) deu aulão sobre risco do rebaixamento da nota do País. A maioria dos deputados entendeu o recado: se o Brasil perder investimentos e a recessão técnica piorar, até as emendas podem ser prejudicas no próximo ano.

‘RAINHA’ DA INGLATERRA

Com a cabeça a prêmio na base governista, Pepe Vargas, da Articulação, ficou de braços cruzados a maioria do tempo, entrou mudo e saiu calado da reunião.


Dirceu visitou presidente Dilma no Alvorada
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Leandro Mazzini

Charge de Aliedo - aliedo.blogspot.com

Charge de Aliedo – aliedo.blogspot.com

Há poucos dias o ex-ministro o ex-apenado José Dirceu visitou a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, a residência oficial, antes das férias da chefe da nação. Uma fonte que trabalha no Palácio confirmou a passagem.

Foi uma longa conversa. Livre, leve e solto – por uma decisão de ministro do STF nomeado pela presidente Dilma – o apenado, que passou do regime semiaberto (dormir na prisão) para o domiciliar comemora a nova fase: praticamente um ano após a condenação já saiu da cadeia. Caso raro para muitas outras centenas de apenados humildes que mofam nas celas, já demonstraram levantamentos da Justiça.

É um mistério o teor da conversa da presidente com o ex-colega de governo. Sabe-se que Dilma deve parte de sua ascensão a ele. Foi Dirceu quem se esforçou, como então chefe da Casa Civil do primeiro governo de Luiz Inácio, a levá-la ao presidente. O labrador ‘Nego’, fiel guardião de Dilma e acompanhante de caminhada dela nas poucas horas vagas, foi presente de Dirceu. Mas nada disso deve ter entrado na conversa a dois.

Fato é que a visita sigilosa à presidente Dilma neste momento (um mensaleiro apenado recebido com especial dedicação no Palácio) pode também ter relação com o famigerado ‘petrolão’ – o esquema de corrupção descoberto pela PF na Petrobras. Renato Duque, o ex-diretor da estatal detido, era apadrinhado do grupo político no PT comandado por Dirceu. Duque era Dirceu e vice-versa no governo Lula dentro da Petrobras, quando Dilma já compunha o Conselho de Administração da petroleira.

É notória também entre gabinetes parlamentares e no PT a ingerência de José Dirceu na indicação de nomes de sua confiança nos conselhos dos fundos de pensão estatais – desfilou apadrinhados na Previ, Petros, Funcef, etc. Quando Dilma batia ponto no último andar do Ministério de Minas e Energia, o todo-poderoso aliado controlava do quarto andar do Palácio do Planalto uma rede de contatos que fazia jus ao mito que se criou em torno de sua figura. Ainda há, hoje, ‘Dirceusistas’ distribuídos por pontos estratégicos do governo em todas as esferas, com média ou muita influência. Entrelinhas, a presidente Dilma não receberia no Alvorada ou perderia seu tempo com apenas um ex-colega de Esplanada.

No pós-governo, demitido, Dirceu passou a usufruir de sua extensa rede de contatos para fechar contratos. Tornou-se consultor não declarado de grandes empresas nacionais e estrangeiras. Um abre-portas em qualquer órgão do governo federal. Com o PT no governo, o dinheiro entrou em sua conta. Um empresário do ramo de estaleiros chegou a pagar-lhe R$ 30 mil por mês para ter acesso a ministros e autoridades afins ao seus interesses, conta uma fonte do setor empresarial do Rio de Janeiro. Agora, Dirceu deve se retirar do escritório de José Gerardo Grossi, em Brasília, onde organiza a biblioteca – um trato com a Vara de Execuções Penais do DF – e retomar a ‘carreira’ de consultor.

Trabalho não faltará. Dinheiro, também não. Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, e já está na rua. Pagou multa de R$ 676 mil à Justiça para dela se livrar. Em abril de 2013, meses antes de ser condenado e preso, Dirceu fretou por mais de uma semana o jatinho Citation II, prefixo PT-LLU, e pousou em pelo menos cinco capitais (cada trecho gasta-se num avião executivo R$ 50 mil só de frete). A estratégia era divulgar a sua defesa, ciente da condenação, em auditórios dos diretórios do PT lotados de simpatizantes.

Deu certo. Um estrategista de primeira linha emplacou na consciência de milhares de militantes que é um preso político, perseguido e injustiçado. Ou a chefe da nação, pelo visto, caiu nessa. Ou é cúmplice de suas artimanhas no Poder.

Em nota divulgada na tarde desta terça, o ex-ministro afirmou via assessoria:

“Diferentemente do que publicou o Blog da Esplanada, reproduzido pelo UOL, o ex-ministro José Dirceu nega, com veemência, que tenha visitado recentemente a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada. A informação é desprovida de qualquer fundamento.

O ex-ministro também reitera que não foi responsável pela indicação de Renato Duque para a diretoria da Petrobras.”

Dirceu tem suas preocupações. A Justiça concedeu prisão domiciliar sob algumas condições, entre elas não participar de reunião política, o que conota o encontro relatado. A coluna confia em suas fontes.


De: Renato Duque; Para: Dilma. PT Saudações
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Leandro Mazzini

duque

Foto extraída do guiaoilegas.com.br

A presidente Dilma Rousseff recebeu recados de senadores do PT, no Palácio do Planalto, de que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque a envolveria se ficasse mais uma semana detido.

Dois dias depois de a presidente ouvir a ameaça, coincidência, ou não, Duque foi solto por habeas-corpus em liminar concedida pelo ministro recém-empossado Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal. Mas é só uma coincidência.

Não é segredo em Brasília que Renato Duque, mais que Paulo Costa, era o nome apadrinhado especialmente por estrelados petistas na petroleira.

DE SANCTIS  2.0?

Começou uma batalha velada entre o juiz federal Sérgio Moro e o Supremo – que lembra o embate entre o então juiz federal Fausto de Sancti e o ministro Gilmar Mendes no caso do banqueiro Daniel Dantas, solto por Mendes duas vezes seguidas.

Moro, a grande cabeça judicial da Operação Lava Jato, quer encarcerar Renato Duque de novo. Os próximos dias exibirão novos capítulos.


Em novo governo, tendência de Dilma é manter só Mercadante e Chioro
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Leandro Mazzini

Carvalho - Dilma não gostou da entrevista. Foto: EBC

Carvalho – Dilma não gostou da entrevista. Foto: EBC

A reforma ministerial começou na segunda-feira. Antes de viajar para a Cúpula do G-20 na Austrália, a presidente Dilma teve uma ríspida conversa com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, e o demitiu, por críticas a ela numa entrevista no domingo.

Na terça os ministros começaram então a entregar as cartas de demissão pedidas pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. De acordo com uma fonte palaciana, a tendência da presidente é manter apenas Mercadante e o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A assessoria de Carvalho nega a demissão: ministro avisou que o cargo é da presidente até dia 31 de dezembro. É fato, é o dia que ele provavelmente deixará o governo. Atualizada quinta, 13, 15h59 – Na tarde desta quinta, o ministro voltou a negar ‘veementemente’ a demissão e avisou ‘que não houve conversa’ com a presidente Dilma. A coluna mantém a versão.

Dilma deseja que Miriam Belchior permaneça no Planejamento. Mas ela pediu para sair. Só Lula a convenceria a permanecer. E ele não manda (tanto) mais.

FAZENDA

Já o ex-presidente do BC Henrique Meirelles está a meio passo do ministério da Fazenda. Suas rusgas com Dilma foram aparadas por Lula. A conferir.

Dilma sondou para a Fazenda Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, porque o conhece há anos. Ele foi superintendente do bancão quando ela era secretária do governo gaúcho.

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Josué diz ‘Sim’ para a Fazenda, se Dilma se reeleger
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Leandro Mazzini

Está a cada dia mais sacramentado no PT que Josué Gomes, filho do saudoso José Alencar, será ministro da Fazenda caso a presidente Dilma se reeleja. Ele já aceitou.

Embora o nome não seja consenso no governo e no mercado, mas foi o de consenso entre a presidente Dilma e o manda-chuva do governo, ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).

josue

Foto: blogdovt.com