Coluna Esplanada

Arquivo : eduardo cunha

Wagner sinaliza com bandeira branca para Cunha
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Leandro Mazzini

Wagner com Cunha, em cerimônia de condecorações das Forças Armadas neste ano

Wagner com Cunha, em cerimônia de condecorações das Forças Armadas neste ano

Eram quase dez horas da noite de sábado quando o celular do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tocou muitas vezes.

Na linha, o chefe de gabinete da presidente Dilma, Giles Azevedo, passou para o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.

Conversas amenas, numa primeira tentativa de bandeira branca com o opositor. O plano é uma aproximação de Cunha com o Planalto, especificamente com Jaques Wagner – em razão de o deputado não ter se afinado com a presidente (por ora).

A presidente Dilma e Lula, o mentor da orquestração, apostam as fichas no tom conciliador de Wagner e no respeito suprapartidário com o qual desfila o ex-governador da Bahia e ex-ministro.

À ocasião da ligação, os palacianos já esperavam esperançosos que a estratégia de barrar o rito do impeachment fosse decidida por liminares monocráticas no Supremo Tribunal Federal – como ocorreu com decisões de Rosa Weber e Teori Zavascki.

Os ministros acolheram mandado de segurança impetrado pelo PT contra sessão de ritual do impeachment lido por Cunha há semanas, peça de defesa escrita pelo deputado Wadih Damous – que se tornou o Defensor-Geral do Planalto.


Líderes aliados de Cunha pedem seu afastamento da presidência
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Leandro Mazzini

A situação se complica para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Agora, até seus mais fiéis aliados pedem sua cabeça.

Em uma nota curta divulgada na tarde deste sábado, os líderes do Solidariedade, PPS, PSDB, PSB, DEM e Minoria – que se mantinham neutros até este momento – afirmaram que “ele deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional a ampla defesa.

Neste sábado à tarde o presidente Eduardo Cunha também distribuiu ampla nota de defesa, através de sua assessoria. No texto, ele não nega a existência das contas citadas pelo MP da Suíça em seu nome, mas afirma que “nunca recebeu qualquer vantagem de qualquer natureza”.

Ainda segundo Cunha, houve vazamento seletivo e direcionado sobre informações as quais o coloca sob suspeição. O presidente da Câmara acusa diretamente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo ‘vazamento’. E questiona sua conduta no cargo.


Ministérios da discórdia: Cunha e Picciani se distanciam
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Leandro Mazzini

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Câmara e seu padrinho no cargo, Eduardo Cunha (RJ), estão desafinados. Por ora ainda aliados, mas se distanciaram muito.

Eram até cinco as visitas diárias de Picciani a Cunha no gabinete na Câmara; agora, desde o início das negociações por mais ministérios, é apenas uma – e por iniciativa do líder.

Este é o espelho do racha aos olhos de quem assiste o dia-a-dia, mas é apenas uma situação pessoal. O curto-circuito surgiu de como os acordos foram escancaradamente tocados pelo líder, e isso desagradou pessoalmente a Cunha, agora oposição ao Governo, por revelar que ele não tem mais controle sobre o apadrinhado.

No entanto há um cenário curioso. Os dois novos ministros do partido, Celso Pansera (Ciência & Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) são muito ligados a Cunha – há quem aponte que apadrinhou ambos.

Mesmo assim, o PMDB continuou a fazer jogo duro na Câmara para mostrar aparecente neutralidade e passar à sociedade uma imagem de que ‘não se vende’ ao Planalto, a despeito da reforma. E isso deixou mal na fita com o Planalto o líder Picciani, que foi a ponte.

A bancada ainda não se engajou na análise dos vetos da presidente Dilma, tão importantes para destravar o Ajuste Fiscal.


Avança PEC de Cunha que barra projetos onerosos aos cofres durante campanha
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Leandro Mazzini

cunha

Enquanto falta afinação entre o vice Michel Temer e a presidente Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o apadrinhado para o Ministério da Saúde, Manoel Junior (PMDB-PB), andam carne e unha.

Relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça, Manoel Junior deu parecer relâmpago favorável à Proposta de Emenda à Constituição nº 493, de autoria de Cunha que proíbe “tramitação de projetos que impliquem aumento de despesa no período eleitoral”.

A proposta foi apresentada em 2010, foi desengavetada e ganhou tramitação célere, a pedido do presidente.


DEM e Solidariedade cobram posição de Cunha sobre impeachment
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Leandro Mazzini

Paulinho - ele está irado com a neutralidade do PMDB e de Cunha. Foto: Ag. Câmara

Paulinho – ele está irado com a neutralidade do PMDB e de Cunha. Foto: Ag. Câmara

Atualizada quinta, 24, 14h40 – A oferta aceita pela bancada do PMDB na Câmara para assumir dois ministérios, com articulação velada do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irritou a oposição que estava alinhada com ele nos pedidos de impeachment da presidente Dilma.

Opositor declarado do Governo, Cunha foi cobrado a sós por Paulinho da Força (Solidariedade) e o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), nesta quarta-feira. Eles são os entusiastas do impeachment.

No mais, a manutenção dos vetos presidenciais na sessão de terça-feira, um dos pontos do acordo com o PMDB, mostrou que o partido se engajou na defesa de Dilma e não há contingente com votos para o processo de impedimento.


Manoel Junior e Pansera são os cotados para Saúde e Aviação Civil
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Leandro Mazzini

pansera

Pansera – ele é o deputado mais próximo de Eduardo Cunha

Os deputados federais Manoel Junior (PB) e Celso Pansera (RJ) são os cotados para assumirem os ministérios da Saúde e Aviação Civil, respectivamente.

Para o esperado ministério da Aviação Civil – não há mais certeza do Infraestrutura (Portos + Aviação) – dois disputam a vaga, com prós e contras: Celso Pansera, muito ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e José Priante (PA).

Pansera é o preferido porque é aliado próximo de Cunha, que pretende afagar a base eleitoral. Mas todos os indicados às duas vagas do PMDB nos ministérios são da cota do presidente da Câmara, que atua veladamente, tendo o líder Leonardo Picciani como porta-voz.

Aos holofotes, Cunha nega indicações e parceria com o Governo, mas se reaproximou da presidente Dilma, que indicou aliança com as duas pastas para a bancada do PMDB controlada pelo presidente.

Um fator pesa contra Pansera: ele foi acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Youssef, num depoimento à CPI da Petrobras.

O outro candidato à vaga é o primo do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), José Priante. Ele pode compensar a iminente saída de Jader Filho do Ministério da Pesca. Porém o Planalto sabe que Priante e o senador não estão alinhados. O deputado Newton Cardoso Jr (MG) corre por fora.

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Para virar o jogo, Dilma entrega dois ministérios a Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo

Foto de arquivo

O script foi redigido pela presidente Dilma, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Casa, Eduardo Cunha – que a visitou há dias.

Para tentar barrar o processo de impeachment, Dilma chamou Picciani para ser a ponte para negociar com o presidente da Câmara.

Ela ofereceu o ministério da Saúde e um de infraestrutura – que pode ser a fusão de Portos com Aeroportos. Cunha topou.

Os dois lados lançaram suas moedas: Dilma aguarda agora a indicação oficial de deputados da cota de Cunha. Em troca, pediu para manter os vetos aos aumentos de salários dos servidores do Judiciário e a outras pautas que podem desajustar ainda mais as contas do Governo. Espera, obviamente, que com isso os votos do PMDB na Câmara barrem o eventual processo de impeachment, que a oposição forja nos bastidores.

Aos holofotes, os peemedebistas não entregam o jogo jogado. Cunha deve se mostra alheio à situação, mas sob o comando veladamente. Vai manter a posição de “opositor” embora, assim que confirmados os ministérios, trabalhará gradativamente pela neutralidade na bancada.

Ontem à tarde, em conversa com jornalistas, o líder Picciani adiantou a proposta da presidente: “Ela pediu dois deputados (para a Saúde). Temos médicos no partido”. Circula no salão Verde a ironia que o indicado, pelo cenário, pode ser o psiquiatra Marcelo Castro (PMDB-PI).

Diante dos nomes decididos pela bancada no início da noite, vê-se claramente as digitais de Eduardo Cunha nas indicações para as duas pastas. Todos eles ligados ao presidente da Câmara.

Para a saúde, Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e o ex-ministro da pasta Saraiva Felipe (MG). Manoel Junior é o favorito e predileto de Cunha. Esteve com o presidente no gabinete enquanto acontecia a sessão do Congresso Nacional comandada por Renan Calheiros. Saiu muito cumprimentado pelos pares da sala de Cunha. Manoel é próximo de Beto Mansur (PMDB-SP) – ambos tocaram juntos a emenda do famigerado “ParlaShopping”, novo anexo de gabinete e galeria de lojas que será construído com Parceria Público-Privada.

Os nomes cogitados para a pasta de infraestrutura são Leonardo Quintão (MG), Celso Pansera (RJ) e José Priante (PA), este primo do senador Jader Barbalho. Todos próximos de Cunha, mas também de Picciani, que poderá ter influência na futura gestão. O mais cotado é Pansera. Natural do Rio de Janeiro, terra de Picciani e Cunha, foi ele o acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Yousseff, em depoimento na CPI da Petrobras.

CASO HENRIQUE ALVES

Eduardo Cunha determinou à bancada que proteja no cargo o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB). Foi um afago ao padrinho de Henrique, o vice Michel Temer.

O PMDB deve ficar com cinco pastas – Saúde, Infraestrutura (nome a definir com a fusão), Minas e Energia (fica com Eduardo Braga), Agricultura (continua com Kátia Abreu) e Turismo. Neste cenário a presidente mantém a equidade nas bancadas do PMDB, como seu plano: duas pastas para a Câmara, duas para o Senado, e uma da cota do vice Michel Temer.

Os deputados pediam a cabeça de Henrique Alves, o ex-presidente da Casa, no cargo pela cota do vice Temer. Mas Cunha deve segurá-lo.

A situação ainda é indefinida no Turismo. A presidente Dilma estuda fundir o ministério com o Esporte, mantendo sob comando do ministro George Hilton. Desta forma, ela evita crise e desconfiança internacional mantendo o ministro a menos de um ano dos Jogos, e principalmente mantém o PRB na base.

O RISCO PT

A presidente Dilma decidiu ceder o Ministério da Saúde ao PMDB após uma conversa pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Saúde é feudo do PT paulista desde o início da gestão do partido no Planalto. Qualquer passo mal dado na área poderia irritar o partido e ela perderia de vez o apoio da própria legenda.

Não há informações confirmadas de como ela poderá contemplar o grupo que sairá da Saúde para dar a vaga ao PMDB. O ministério é o mais visado da Esplanada pela importância e pelas verbas bilionárias no Orçamento.

Esta coluna foi fechada às 19h10 de ontem e distribuída para os 30 jornais da rede Esplanada, e publicada simultaneamente com o portal UOL.


Aprovado na Câmara, Super Simples corre risco no Senado
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Leandro Mazzini

Foto: EBC

Foto: EBC

Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto que eleva o teto das microempresas no Super Simples poderá sofrer revés no Senado.

O líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), já deram sinais nesta direção.

Tocadas por peemedebistas com relações distintas com a presidente Dilma Rousseff, as duas Casas estão confrontantes na pauta. Enquanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), toca a chamada ‘pauta bomba’, que alivia o bolso de empresários e consumidor, o presidente do Senado, mais afinado com Dilma, tenta reverter as decisões dos deputados que chegam à sua mesa.

A mudança no Super Simples contou com o esforço pessoal do ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, que visitou a Câmara seguidas vezes, pela aprovação. Mas o projeto contou – e ainda conta – também com lobby contrário do próprio Governo, que não quer perder receitas em tempos de crise. Exemplo foi a visita do secretário-geral da Receita, Jorge Rachid, a deputados.

Se passar como está, o Super Simples fará a Receita perder cerca de R$ 13 bilhões em recolhimento de impostos até o fim do ano.

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Parlamentares ‘compram’ entrada para evento na ONU
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Leandro Mazzini

onu

Parlamentares do mundo todo – entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – baixam em Nova York para evento na sede da Organização das Nações Unidas ( ONU ).

Ocorre que o Congresso de Presidentes de Parlamentos é um evento privado, sem chancela oficial da conhecida entidade internacional, cuja administração apenas alugou auditório para empresa promotora do encontrão de mandatários.


Para Cunha, crise na economia não é só culpa do Governo
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Leandro Mazzini

Cunha - ele também critica o "olho grande" do empresário. Foto: EBC

Cunha – ele também critica o “olho grande” do empresário. Foto: EBC

Maior crítico político do Governo Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha tem direcionado levemente recados também ao setor empresarial.

Nas palestras que tem feito no eixo Rio-Brasília-São Paulo, o presidente da Câmara, economista por formação,  repete que há uma inflação do lucro em meio à crise:

“O empresário quer manter a margem de lucro mesmo com a venda em baixa. Aí fica difícil”.

Ele cita a ganância e o “olho grande” do vendedor ou empresário na venda de ativos ou frente a negociações, dos pequenos aos grandes negócios, do comércio ao setor industrial.