Coluna Esplanada

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Nova manifestação: Polícia do Exército já cerca o Palácio do Planalto
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Leandro Mazzini

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O serviço de inteligência do Governo detectou novas movimentações nas ruas, em movimentos sociais e na internet conclamando manifestantes para a frente do Palácio do Planalto no fim da tarde desta quarta-feira.

Desde meio-dia cerca de 100 soldados da Polícia do Exército estão de prontidão na frente do Palácio, que também foi cercado com cones e grades, com bloqueio de acesso a veículos e pedestres.

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Com Campos em SP, Dilma lucra com segurança nacional no Recife
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Leandro Mazzini

Subiu a cotação eleitoral da presidente Dilma Rousseff no Recife ontem, diante do caos instalado na região metropolitana e a greve da PM.

Com ordem dela, foram para as ruas da região metropolitana o Exército e a Força Nacional de Segurança, e reservadamente petistas como o senador Humberto Costa espalham que a presidente tem feito muito para garantir a segurança e monitorado em tempo real a questão.

Por ordem da presidente, mesmo com o fim da greve de três dias declarada ontem à noite, as tropas da Força Nacional continuaram a patrulhar as ruas. O PT na cidade quer lucrar com o episódio da viagem do presidenciável Eduardo Campos (PSB) em meio aos protestos.

Campos deu um tiro no pé. Com saques ao comércio e sete assassinatos registrados, oficialmente, durante a greve, ele juntou ontem a família e voou de jatinho para São Paulo.

OLHA O MICO!

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Para piorar sua situação, alguém da equipe de Eduardo Campos se deslumbrou com o avião e postou foto (depois retirada) no Twitter do pré-candidato, sorridente dentro do jatinho, com o frase: ‘São Paulo aí vamos nós!’. E o povo ficou para trás, na desgraça das ruas em chamas.

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PESQUISA AVISOU

Os protestos voltaram, conforme previsto em pesquisa entregue para governadores e Dilma no início do ano, encomendada por um grande canal de TV.

KASSAB & ALCKMIN

O PT dançou, por ora. Gilberto Kassab (PSD) será vice de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela reeleição ao governo de São Paulo, com trato de o tucano lançar o ex-prefeito ao governo em 2018. A aliança indica que o PSD deverá ficar neutro no plano nacional, e liberar os diretórios nos Estado para apoiar Aécio Neves, Dilma e Campos.

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Dornelles: o veterano político sai de cena e abre a vaga para tentativa de Cabral. Foto: ABr

PRÊMIO DE CONSOLO

O senador Francisco Dornelles (PP) será o vice de Luiz Fernando Pezão (PMDB) na disputa pelo governo do Rio. Sérgio Cabral disputará o Senado na vaga de Dornelles.

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GÁ$$

Os empresários do setor de gás se reuniram com Eduardo Campos na terça em São Paulo e lhe presentearam com placa de cerâmica com sua foto. O próximo a se reunir com o setor será Aécio. O setor de cerâmica compra muito gás.

PEC 300 NAS RUAS 

Começou um movimento da PM e bombeiros de vários estados de paralisações durante a Copa do Mundo para pressionar a Câmara dos Deputados a votar em 2º turno a PEC 300, que cria piso nacional para as categorias. Caso do Recife e outros recentes.

JEITO EIKE DE SER

Uma curiosidade. Eike Batista não se encontrou e sequer conversou por telefone com Roberto Medina para fechar a compra de parte do Rock in Rio.

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VIDA BOA

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Waldomiro Diniz: saque e passeio na Paulista

Um dos pivôs do Mensalão – O Cerne, o lobista Waldomiro Diniz, preposto de José Dirceu, foi visto ontem no Conjunto Nacional de São Paulo, de terno e passos tranquilos, após sacar dinheiro num caixa.

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QUE FORA!  

O novo embaixador do Chile no Brasil, Jaime Gazmuri, deu um fora no governo, a despeito das boas relações entre Dilma e Michele Bachelett. Avisou a deputados da Comissão de Relações Exteriores que o seu País reforçará a Aliança do Pacífico. É que o Planalto trabalha desde o início do governo Lula para atrair o Chile para o Mercosul. Hoje, o comércio bilateral movimenta US$ 10 bilhões por ano. O Brasil tornou-se o 4º parceiro e o principal fornecedor de petróleo para o Chile.

TRATOROU A RAZÃO 

A presidente vetou a isenção para cobrança de emplacamento de tratores, lei aprovada no Congresso. O mais curioso foi a justificativa do veto: “Contrariedade ao interesse público”, e que o projeto é “amplo”. O PL passou por todas as comissões da Câmara e Senado com participação de membros do governo. Deputados e senadores estão surpresos.

BANANA = XADREZ

O engraçadinho racista que eventualmente jogar banana em campo no Itaquerão vai se dar mal. A arena contará com Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

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Foto: ABr

O líder do PMDB, Eduardo Cunha, se diz surpreso sobre muitos colocarem na sua conta a emenda que anulava multas contra planos de saúde e abria brecha para dribles de outras. Diz ele que todas as emendas foram analisadas antes pelo Planalto (Casa Civil e Secretaria de Relações Institucionais). ‘São eles que dão o aval e eu coloco em votação’.

PONTO FINAL 

‘O povo pagou o circo e não vai entrar no picadeiro’
Do líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre a Copa FIFA.

 


O Outono Tupiniquim, e a provável volta do povo às ruas
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Leandro Mazzini

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Foto: ABr

Eu tinha 14 anos quando corri em 1989 atrás do candidato Fernando Collor de Mello na minha terra natal, em Minas. Era extraordinário ver de perto aquele homem que só aparecia na televisão com promessas de caçar os marajás e ‘tirar esse bandido que está aí no Poder’.

Lembro bem de sua fala naquele comício de meio de tarde, de meio de semana, e que arrastou meia cidade atrás dele numa caminhada entre o campo de futebol – onde descera espetacularmente de helicóptero – até o Centro. (O vice apagado, Itamar Franco, foi encontrado incólume por um anônimo perdido numa rua, não aguentara o pique, e foi ovacionado por uma dupla).

Também fui às ruas dois anos depois, não pintei o rosto, mas o coração sonhador estava machucado, a alma manchada de vergonha de ter acreditado naquele circo. Assim são os jovens – e adultos ou anciãos, também novos de espírito – que foram às ruas no fim de Junho de 2013, o nosso Outono Tupiniquim, a versão mais comedida da Primavera Árabe.

Não houve queda de governos – ora, vivemos uma democracia madura, apesar de um Poder nem sempre sensato – mas reconheci o meu lado adolescente desencantado de 89 na garotada (não os baderneiros) nas capitais e rincões do ano passado.

O que acontece hoje, e continuará ocorrendo nestes novos tempos, com menos ou mais intensidades, esporadicamente ou não, é o renascer contínuo do ser político intrínseco em nossa alma, o despertar do ‘monstro’ que uiva, do ser humano que solta o grito contido de decepção com tudo e com todos. Isso é bom, e necessário para o aperfeiçoamento da democracia. E o constante, esperamos, melhoramento dos serviços públicos, os quais pagamos com nosso suor cotidiano.

O Outono Tupiniquim remete a um livro recente do pensador francês Stephane Hessel. Ele, que presenciou as marchas de 1968 em Paris, sentiu na Primavera Árabe, de dois anos atrás, o renascer destas almas que dormitaram por muitos anos. Por algum motivo, a internet talvez como fonte propulsora, o povo despertou e se uniu nas ruas. O resultado, nós todos vimos, apesar de neste mundo nada ser perfeito: caíram déspostas decanos, mas o pior deles ficou: o ditador da Síria, Bashar Al Assad.

Pouco antes de morrer, o economista Celso Furtado, em sua última entrevista, foi profético ao dizer que um governo de esquerda no Brasil não teria muita margem de manobra. Pois Lula conseguiu chegar lá, mas pouco mudou o que tanto criticara. Em alguns casos, o PT fez pior. Pouco antes de falecer, o vice-presidente José Alencar, então presidente interino num café ao crepúsculo com este repórter, confidenciou baixinho: ‘O maior problema do Brasil é a impunidade’.

O recado das ruas é apartidário, mas para todos os partidos. As coisas mudam, pessoas idem, sonhos se esfacelam, no entanto outros nascem de formas diferentes, como estes nas ruas. Há possibilidade de esses jovens – de idade e de espírito – que dormitam desde Julho, acordarem no pré-carnaval motivados pelo novo (e inevitável, agora) aumento das passagens de ônibus municipais, por lei, em todo o país. Desta vez, não há negociação – a inflação está aí, a gasolina aumentou e ano passado os prefeitos já bancaram o subsídio.

Provavelmente um novo mutirão de gritos nas ruas de todos os cantos não seja movido pela contestação das passagens. A turma já pulou a roleta. O povo agora mostrou a cara, tem identidade, tirou a carteira e quer é conduzir o ônibus..

Em tempo, o ‘bandido’ ao qual o candidato Collor se referiu era José Sarney, então presidente, hoje seu colega de bons papos e sorrisos no Senado Federal.

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Justiça ordena retirada de outdoors que comparam Cabral a Hitler
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Leandro Mazzini

Mais um capítulo nesta segunda-feira à tarde do embate entre manifestantes e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

A Justiça fluminense acolheu pedido do Palácio, em ação, e determinou a uma agência a retirada de outdoors de protesto do PSTU, partido de oposição, espalhados pela cidade, que comparam Cabral a Hitler numa imagem, na campanha titulada ‘Fora Cabral e Pezão!’, o seu vice e candidato à sucessão.

Em nota no site do PSTU, integrante publicou um desabafo: ‘Independente de nossas filiações e opções partidárias , este ato anti-democrático merece protesto. Trata-se do mais elementar direito manifestar nas ruas, por jornais , adesivos ou placas em lugares públicos sobre o Fora Cabral e Pezao, como fez o PSTU e como fazem milhares de jovens nas passeatas recentes do Rio. Como também já manifestou-se, outrora, Fora Ditadura e Fora Collor’.

No site, o PSTU não se manifesta sobre a comparação do governador com Hitler, atitude criticada por alguns pedestres.

Em nota enviada nesta noite para o blog, a assessoria do PSTU informou que ‘em nenhum lugar do outdoor Cabral é comparado à Hitler. É sim comparado a um ditador, mas não a Hitler especificamente, basta ver que na imagem não há suástica ou qualquer outro elemento que remeta ao nazismo. A crítica é política e se refere tão somente à corrupção e ao autoritarismo que marcam seu governo, algo que ele provou mais uma vez ao tentar proibir o outdoor’.

A imagem no entanto conota a figura de Hitler. Ela faz menção a “O Grande Ditador”, filme de Chaplin de 1940 que criticava a postura, estilo e oratória de Adolf Hitler.

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Líderes precisam conhecer Brasil que emergiu das ruas, diz consultor de CEOs
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Leandro Mazzini

 Desde que ‘o gigante acordou’ nas ruas do país, numa onda de protestos inédita e inexplicável, o blog não havia ainda procurado alguém que pudesse interpretar as manifestações, e analisá-las numa vertente diferente da sócio-política: o que os cidadãos brasileiros, e em especial os pequenos e grandes empresários, poderiam aprender com aqueles movimentos? Qual a lição?

Encontramos o consultor de empresas e CEOs Roberto Madruga, que dá a receita para líderes públicos e privados adotarem estratégias para melhor entender e mobilizar novas gerações e novos hábitos. Ele é professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e da UFRJ, autor de diversas obras, entre eles a mais recente, intitulada Triunfo da Liderança (Atlas,2013).

Para Madruga, as manifestações populares ocorridas no mês passado, quando milhões de pessoas saíram às ruas para protestar contra o mau uso do dinheiro público, são uma grande oportunidade para que os líderes observem qual a percepção da população brasileira sobre a realidade política, econômica e social do país e, a partir daí, possam colocar em prática suas estratégias de atuação. E principalmente: tanto na gestão pública quanto no meio empresarial.

Há mais de 20 anos no mercado atuando como estrategista, ele observa que – embora estas manifestações sejam contra o poder público, com a falta de resultado e de estratégias e de satisfação com os serviços – as pessoas têm se organizado de forma silenciosa hoje em dia por interesses diversos.

Segundo Madruga, nos ambientes corporativos, principalmente, há um conflito de ‘intergerações’ provocado pelo aumento dos códigos na comunicação entre as pessoas pelo uso de novas tecnologias. As pessoas que estão liderando, explica, são muitas vezes com 30 ou 40 anos, ou mais. Já os liderados representam cada vez mais a geração Y e tem uma conectividade cada vez maior e uma baixa fidelidade à marca ou empresa, além de uma necessidade muito grande de autoafirmação e de comunicar suas ideias.

“Na verdade, esses jovens não são uma ameaça. São na verdade uma oportunidade, uma força de trabalho genial. Têm criatividade, ideias, muito o quer falar e que produzir. Então os líderes devem aprender a ouvir estas pessoas para redimensionar suas estratégias. Este é um ponto fundamental e este é o grande aprendizado”, observa.

“É uma confirmação de que o líder deve entender aquilo que se passa com sua equipe, criar estratégias para que sua equipe seja produtiva, que encontre sentido para fazer aquilo que eles estão fazendo”, acrescenta.

O consultor avalia que a crise sobre os líderes do poder público nada tem a ver com o que acontece com a iniciativa privada. Ele cita como motivos do descontentamento com a esfera pública o esvaziamento e falta de estratégias para o futuro, as promessas não cumpridas, a comunicação pouco ou nada objetiva, sem apresentar projetos, fatos, ideias e decisões incorretas de investimentos que geram desperdício.

“Ao invés de o poder público investir em projetos que agreguem valor à sociedade, os gestores mexem em coisas que dão menos resultados. Esta insatisfação com o poder público é antiga e chegou ao seu apogeu. As pessoas não querem mais ser enganadas. A grande questão é que elas querem resultado, coisa que conseguem na iniciativa privada”, aponta.

De acordo com o professor e consultor, na iniciativa privada, diferente da esfera pública, existe priorização de investimento, um cuidado maior para tomada de decisão e com o gasto do dinheiro da empresa. “São mundos completamente diferentes. Os esbanjamentos de dinheiro que há no governo com a escassez do dinheiro que há nas empresas”.

Na avaliação de Roberto Madruga, as margens de lucro nas empresas são comprimidas devido ao excesso de concorrência em todos os setores da economia, seja na telefonia, na indústria e até mesmo na agropecuária. Como o achatamento da margem nas empresas, os recursos são bem medidos e o dinheiro é gasto com mais cuidado. Já no governo, explica, ocorre elevação de gastos, superávit primário gigante, maior arrecadação de impostos da história do Brasil. “A população está inquieta com esta situação. Será que este dinheiro foi bem gasto?”, questiona.

Líderes silenciosos

Autor de publicações voltadas à administração, marketing e ao coach, Roberto Madruga discorda da maioria dos consultores, segundo os quais as manifestações populares não possuem líderes. Segundo ele, eles são inúmeros, milhares. São líderes silenciosos.

“Eles fazem a organização de suas ideias, a convocação das pessoas de maneira silenciosa, por exemplo, através da internet. São líderes que não gostam de falar, de bandeirolas nem discursos inflamados. Não são líderes barulhentos. São líderes silenciosos em questão de organização de suas ideias”, aponta.

Atento observador dos jovens conectados à internet, ele entende que as pessoas só foram para a rua protestar porque elas foram estimuladas por estes líderes, que estão nas universidades, nas cidades ou em organizações. Estes líderes, segundo ele, continuam sem nome, mas eles existem e não querem aparecer porque o propósito deles não é ganhar voto e fazer transformações importantes para o país.

Ele acredita que esse fenômeno popular vai acabar criando novas pessoas com este tipo de perfil, pessoas que não querem o estrelato, mas que continuarão trabalhando através das redes formando novas consciências.

Ele cita como extremamente positivo o episódio em que o porteiro do prédio em que mora, no Rio de Janeiro, o alertara para um protesto na Avenida Presidente Vargas contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37) que tira poderes de investigação do Ministério Público.

“Ele me disse o quanto era absurdo aquele projeto de emenda. Eu fiquei impressionado porque era o porteiro me explicando o que era isso, sem eu perguntar para ele o que era. Essa talvez seja a grande transformação que a gente venha tendo”, admite.

Pão e Circo

Madruga finaliza com críticas à pré-disposição cultural do brasileiro de abordar assuntos ligados ao entretenimento, como futebol, carnaval e grandes espetáculos para a população. No entanto, para ele, a política do pão e circo está com os dias contados.

“A população preferiria que o Maracanã custasse metade do preço, mas que fossem construídos 100 hospitais com esta diferença de preço. Essa é uma mudança profunda no povo, que está querendo sair deste modelo antigo de pão e circo, querendo educação, projetos de longo prazo, empregabilidade, melhorar de vida, que o dinheiro seja bem gasto. Então o melhor beneficiado disto tudo está sendo o povo brasileiro, que aumentou a sua conscientização política. E de fato, está fazendo surgir novos líderes que não querem aparecer no palanque, mas enfim, transformar a sociedade com mais resultados do que com marketing”, finaliza.

Com Vinícius Tavares, da Equipe de Brasília

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Senado decidirá se baderna na Copa será crime de terrorismo
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Leandro Mazzini

Atualização, Quinta, 17h: A senadora Ana Amélia (PP-RS) manteve em seu parecer na Comissão de Educação o crime de Terrorismo – com pena alta de prisão de 15 a 30 anos (veja projeto original abaixo) – para badernas durante a Copa do Mundo. Ana Amélia estava reticente sobre manter a tipificação, afirma no parecer, mas alegou excepcionalidade do evento internacional.

Pelo Projeto de Lei 728/11, será tipificado ‘terrorista’ quem ‘Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa à integridade física’.

As penas sobem um terço se houver ‘emprego de explosivo, fogo, arma química, biológica ou radioativa’ – o que enquadraria hoje muitos baderneiros nestes protestos pelo uso de bombas caseiras e incêndios causados nas ruas. Como nos casos de São Paulo, Rio e os de Sábado, em Brasília, e de ontem, em Fortaleza, nos arredores do estádio.

O PL é terminativo – não vai a plenário – e ainda passa por três comissões até chegar à Comissão de Constituição e Justiça, que o ratificará ou não. Pelo previsto, até Dezembro ou início de 2014 terá o texto final.

Se não fosse a demorada tramitação, o PL estaria em vigor para a Copa das Confederações.

O projeto foi apresentado em Dezembro de 2011 por Ana Amélia, Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA) – sem preverem, claro, esse turbilhão que ocorre hoje.

Em nota enviada nesta Quinta à tarde à coluna, a senadora Ana Amélia diz que “A nota publicada não reflete o objetivo do projeto 728/2011”, e que “A iniciativa estabelece normas para aumentar a segurança pública na Copa do Mundo, criando tipos penais que não constam no Código Penal, como o crime de terrorismo e crimes virtuais contra banco de dados da organização do evento”.

Segue a senadora: “A Constituição Federal repudia o terrorismo como princípio que deve reger nossas relações internacionais (art. 4º, inc. VII). Esse crime é tratado como inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (art. 5º, inc. XLIII). Não possuímos tipificação para combatê-lo”.

Ana Amélia defende a legitimidade das atuais manifestações e lembra que o projeto prevê a tipificação supracitada para crimes contra a “integridade física ou privação da liberdade de pessoa, por motivo ideológico, religioso, político ou de preconceito racial, étnico ou xenófobo”.

A coluna reforça a publicação e o teor de eventual abrangência futura para esses tipos de protestos, como ocorrem hoje, em razão de também terem motivo ideológico e, em alguns casos, políticos – com participação de militantes partidários já identificados em algumas passeatas. Também reforça que o uso de “bombas caseiras” e a provocação de incêndios, como ocorridos nas atuais manifestações, e se futuramente no raio de 5 km das arenas, podem ser enquadrados como crime, pelo teor do texto, se aprovado.

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MICO FEDERAL

O deputado Sandro Matos (PDT-RJ) fez algo inédito na História da Câmara. Subiu à tribuna e discursou sem gravata. É contra o regimento: nenhum homem entra ali sem o paramento. A Mesa Diretora ordenou que voltasse e se desculpasse.

TÔ FORA

Indignado com o vaivém de opinião do cliente, o famoso advogado Barbosinha saiu do caso de Roberto Jefferson no processo do mensalão. Petição protocolada no STF.

DESCULPA INCENDIÁRIA

Alckmin e Haddad, em SP, e Eduardo Paes, no Rio, jogaram gasolina no fogo: com a redução das tarifas de transportes, vão frear investimentos no setor.

BOLA DE CRISTAL

O governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, se livrou do problema. Há dois meses, isentou de ICMS o óleo diesel do transporte coletivo para cidades acima de 140 mil habitantes. Depois, de PIS e Confins: 27 cidades reduziram as passagens em R$ 0,10.

CONTRAMÃO

A turma da Assessoria Parlamentar da Agência Nacional de Transportes Terrestres está pasma. Não aguenta mais senadores e deputados, que se valem do Poder, para pedir anulação de multas para amigos e veículos de empresas. A assessoria da ANTT nega a interferência política.

NA CONTA

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, anda preocupado com projeto de lei que cria isenções para reduzir a tarifa de transporte
coletivo. A conta salgada sobra para os cofres municipais. ‘Parlamentares participam muito para dar notícia de uma lei criada, mas os problemas sobram para os prefeitos’, chia Ziulkoski.

PÉ NA PORTA

A rádio corredor na Comissão da Verdade conta que José Carlos Dias está prestes a deixar o grupo. O presidente Fonteles saiu por desentendimento sobre a Lei da Anistia.

PONTO FINAL

Após a Primavera Árabe, o mundo assiste ao Outono Tupiniquim.

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Em Macapá, manifestantes depredam carros de ministério
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Leandro Mazzini

Fotos de Celiane Freitas

Atualizada Quinta, 11h13: A situação ficou tensa em Macapá, capital do Amapá, no início da noite desta Quarta-feira. Milhares de estudantes foram às ruas – de acordo com relator reivindicando melhores condições para a educação, saúde pública e saneamento – mas a exemplo de outras capitais também houve baderna.

Dois carros do Ministério da Agricultura, da sede local, foram depredados – vejam as fotos, conforme relatos de moradores.

Dezenas de jovens entraram em confronto com a PM – policiais ficaram feridos e foram levados a hospitais. A concentração no fim da tarde partiu da praça da Bandeira, no Centro da capital, e percorreu as principais vias da cidade. Famílias inteiras, com crianças, também participaram.

Segundo informações do Jornal do Dia, os jovens expulsaram da passeata militantes do PSTU, mostrando ser o manifesto um ato apartidário.

A PM Liliane Oliveira, ferida na cabeça, é socorrida dentro de viatura. Foto de Elen Costa – Jornal do Dia

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Congresso debate afrouxar leis moralizantes e vira alvo fácil
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Leandro Mazzini

As manifestações programadas para esta Quarta-feira à tarde, com nova marcha rumo ao  Congresso, ganham força diante de algumas pautas em debate no Congresso Nacional.

A percepção dos próprios parlamentares é que o Congresso Nacional perdeu o rumo – e o pudor, o que dá razão para manifestantes voltarem hoje.

Este ano, Câmara e Senado criaram Grupos de Trabalho Parlamentar que, pelos debates, indicam extinção de propostas moralizantes.

O grupo que discute a minirreforma eleitoral pode derrubar a Ficha Limpa e flexibilizar prestações de contas de candidatos. Os recém-criados grupos, nas duas Casas, para rediscutir a Lei de Licitações pretendem afrouxá-la.

Não bastasse isso, a PEC 37, que inibe poder de investigação ao Ministério Público – de onde parte a maioria das denúncias contra corrupção – entra em pauta dia 26 com grandes chances de aprovação.

Ontem, foi tensa a reunião de líderes na Câmara. Nenhum dos líderes sabia o que dizer sobre a ocupação do Congresso pelos jovens. o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), pediu a cada um pautas propositivas dos partidos, como resposta.

Presente à reunião, o deputado Mario Heringer (PDT-MG) se retirou irado com a falta de bom senso, segundo diz: ‘Vocês só querem falar, não estão ouvindo o povo’.

Do lado de fora, por volta das 17h, mais de 100 policiais militares desembarcaram no gramado do Congresso Nacional e fizeram cordão de isolamento – o que se repetirá hoje.

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‘SUPERFICIAL’

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) ficou insatisfeito com o depoimento do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), ontem, que mirava o caso Rose Noronha. ‘O caso precisará ter desdobramentos. As explicações dele foram superficiais’.

COLADO, NÃO

Dica para quem quiser tirar foto com Joaquim Barbosa, presidente do STF: não coloque a mão em suas costas ou ombro. O segurança se irrita e manda tirar, disse fonte-tiete.

CAMPANHA$

Do deputado Jerônimo Goergen (RS), da nova geração do PP, sobre proposta de reduzir o tempo de campanha: ‘A diminuição dos custos será imensa’.

DETETIVE

Levy Fidelix, presidente do PRTB – que está sob intervenção judicial – enviou para Vitória (ES) um advogado. Quer ver o documento, que diz ser falso, sobre a mãe, Lecy Fidelix, ser filiada ao PP. O suposto documento é de antes da fundação do partido, diz.

DE: ABI; PARA: ALÉM

A situação anda feia na ABI, casa de notórios e atentos jornalistas. O jornal da instituição enviado para o senador Zezé Perrella (PDT-MG), herdeiro da vaga, segue há mais de ano em nome do Ilustríssimo Senador Itamar Franco.

FRENTE DA GARGANTA

Ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado, Claudio Vignatti (PT-SC) lidera campanha para criar a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Brasileira de Bebidas. É para contraponto à ABIR, ligada à Coca-Cola.

TRISTEZA SEM FIM

Estão inconsoláveis os parentes das vítimas do voo 1907 da GOL. Aguardam desde 15 de Junho de 2012 julgamento do processo de pertences/pilhagem perdidos com a queda. Reclamam que muitos objetos pessoais sumiram. Caso chega ao TRF 4ª Região (RS).

PESAR

O jornalismo perdeu dia 9 um dos melhores repórteres do País, Marcos Coutinho, vítima de AVC, considerado um dos expoentes do jornalismo investigativo. Editor do portal ‘Olhar Direto’, foi dele a denúncia da ‘Máfia dos Sanguessugas’.

COLLOR 2.0

As pesquisas em Alagoas indicam Fernando Collor líder na pré-disputa para o governo. Quieto, quieto, o senador Benedito de Lira (PP-AL) surge em 3º. Pode ser o fiel da balança.

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