Coluna Esplanada

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Ainda incrédula, base governista cobra fatura do Planalto
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Leandro Mazzini

Temer e Levy, no Palácio ontem - um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Temer e Levy, no Palácio ontem – um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Chegada a hora de pagar a conta, o Planalto não consegue quitar a fatura com a base governista e coloca em risco o ajuste fiscal. Cresce a reclamação, entreouvidos, de deputados e senadores.

A demanda recebida pelo vice-presidente Michel Temer da base governista prioriza três pontos: nomeação para cargos em estatais, liberação de restos a pagar de emendas dos deputados veteranos e liberação das emendas dos deputados novatos, mas o caixa apertado travou o andamento.

Muito pouco disso aconteceu, reclamam parlamentares principalmente do PT e do PMDB – partido do vice. E para piorar o cenário, muitos deles dizem que o Ajuste Fiscal não salva o Governo.

Governistas terão outra rodada de negociação ainda nesta semana com Temer e o ministro Eliseu Padilha, da Aviação e também articulador, para tentar destravar as demandas.

O PMDB do Rio de Janeiro, por exemplo, pediu a Temer o controle da companhia Docas. Em São Paulo, parte do PMDB e o PSB controlam o porto de Santos.

Este é o destaque da Coluna desta quarta, enviada ontem às 19h para os jornais da Rede Esplanada e reproduzida no UOL


Temer e Padilha revezam articulação por Dilma
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Leandro Mazzini

Temer e Padilha - afinados na Articulação. Foto: egnews.com

Temer e Padilha – afinados na Articulação. Foto: egnews.com

O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, formam a poderosa dupla do momento e têm segurado a barra para a presidente Dilma na cambaleante relação entre o Planalto e o Legislativo.

Temer recebe deputados e senadores no seu gabinete, no anexo do Planalto, e delegado outras visitas a Padilha, que alterna a agenda entre a SAC e o gabinete da extinta Secretaria de Relações Institucionais no Palácio.

O vice foi fundamental na vitória (apertada) do Governo nas MPs 664 e 665 na Câmara, por fidelidade corporativa dos deputados a ele.

Ontem as salas estavam lotadas de parlamentares com os pires nas mãos. Temer tem assinado as faturas para Dilma, que promete entregá-las.


Passagem de Chalita por Brasília intriga até o PMDB
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Leandro Mazzini

Foto: Folha/UOL

Foto: Folha/UOL

O secretário de Educação da cidade de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB), passou por Brasília na quinta-feira, um dia após a demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação.

Chalita voltou para casa na sexta pela manhã, no voo 3705 (JK-Congonhas). Mas sua aparição na capital federal intrigou peemdebistas da Câmara e Senado, diante dos rumores de que é cotado para assumir o MEC.

Mas não houve agenda com a presidente Dilma. Tampouco com Michel Temer, que estava em São Paulo no dia, informou a assessoria do vice-presidente. E a bancada do PMDB já avisou  ao Planalto que não quer indicar ninguém para a pasta – embora Chalita não seja mais deputado.

O MEC é um sonho antigo do educador. Chalita é doutor na área e autor de dezenas de livros.


As negociações para o segundo turno
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Leandro Mazzini

A despeito do otimismo de Aécio Neves (PSDB) diante das novas pesquisas, as cúpulas do PT e PSB dão como certa a disputa entre a presidente Dilma e Marina Silva no 2º turno, e já começaram as conversas com outros partidos – acontecem em suítes reservadas nos hotéis de SP e Brasília.

O vice Michel Temer tomou as rédeas das articulações com os partidos ‘nanicos’ que apoiam Dilma, para desmotivar tentativa de traição. Enquanto emissários do PMDB procuram o vice de Marina, Beto Albuquerque. A próximos, Marina diz que não quer apoio do PSDB com o DEM, mas aceita negociar com o PMDB.

Se vencer a eleição e para ter governabilidade, Marina vai precisar de, no mínimo, parte do PMDB, a exemplo de Lula em 2003. O PMDB é o maior partido do País: tem 1.007 prefeitos e 7.950 vereadores. Além de a segunda bancada no Congresso.  O PT, se perder, dará dor de cabeça a Marina. Pode manter a maior bancada, e tem 619 prefeitos e 5.067 vereadores.

O PMDB é craque em permanecer no Poder – já demonstra isso há décadas. Foi assim quando Lula ganhou: O partido só foi em peso para a base no 2º mandato do ‘Barba’.


Temer e Raupp iniciam caravana por palanques do PMDB
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Leandro Mazzini

A campanha de 2014 começou também para o PMDB, a eminência parda do Poder em Brasília.

Enquanto os holofotes estão sobre Dilma Rousseff (PT), que tentará a reeleição, e os eventuais candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), o vice-presidente Michel Temer corre pela paralela pelo seu PMDB.

Presidente licenciado do PMDB e manda-chuva de fato, Temer esboçou um roteiro para fortalecer o partido em todos os estados, e tomará a frente da discreta caravana, revela o presidente em exercício, senador Valdir Raupp (RO).

Temer e Raupp começam a percorrer as capitais e cidades-polo de cada estado semana que vem. O objetivo é garimpar potenciais nomes onde a legenda está ofuscada, fortalecer pré-candidatos aos governos e iniciar tratativas para coalizões onde houver espaço.

A meta, segundo Raupp, é fechar pelo menos 20 pré-candidaturas a governos do estado. E emenda: ‘E a ordem é composição onde houver cabeça da chapa’.

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RADAR LIGADO

Eduardo Campos (PSB) faz pesquisa diária. E coloca olheiros para verificar in loco as ações dos secretários no Recife e entorno. As orelhas fervem nas reuniões.

RALO AMAZÔNICO

A Controladoria Geral da União encontrou problemas de desvio de verba para Educação e Saúde em todos os 30 municípios do Amazonas fiscalizados, após sorteio, nos últimos anos. No Brasil, o percentual de cidades encrencadas é, em média, de 80%. A CGU deve fechar o cerco na região. Ou em breve a Polícia Federal..

FORNO MINEIRO

Se o prefeito de BH não entrar mesmo no páreo para o governo de Minas, Eduardo Campos terá problemas de encontrar candidato. Cotada, Maria Elvira Salles, do PSB Mulher, sofre restrições na cúpula nacional por ser recém-chegada ao partido. Outro nome soprado pelos socialistas é bem vindo. Trata-se do deputado Julio Delgado, que disputou a presidência da Câmara. Mas egresso de Juiz de Fora, seu nome não tem penetração no eleitorado de Belo Horizonte.

PALESTRANTE

O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), vai ao Espírito Santo na Quarta, palestrar sobre o Código Florestal. O público será formado por prefeitos e secretários. Será ciceroneado pelo deputado Camilo Cola (PMDB-ES).

DIRETAS DA OAB

Cumprindo promessa de campanha, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, criou a Comissão Especial de Revisão do Sistema Eleitoral da Ordem. A ideia é implantar eleição direta para a presidência do Conselho Federal.

TRIBUNA & PALANQUE

Embora negue interesse no governo, o senador Pedro Taques (PDT-MT) tem reforçado as críticas às políticas locais do Mato Gross. “Pobre estado rico”, que tem 29 milhões de cabeças de gado, mas, segundo ele, fracas ações na Educação. Sobre uma pré-candidatura, Taques diz que todo dia alguém o lança. “É muito cedo para falar em candidatura. Estou preocupado com o meu mandato”, esquiva-se.


Dilma se despe de Dilma, e repete antecessores no jogo pelo Poder
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Leandro Mazzini

Durou dois anos e três meses a figura de gerentona independente da presidente Dilma Rousseff, a que não governa com a faca no pescoço de aliados famintos por cargos.

Um ano após fechar o ciclo de demissões de seis ministros enrolados, os quais por pouco não desfilaram pelas páginas policiais dos jornais, Dilma Rousseff se despiu da figura de faxineira e repete atos políticos dos antecessores ao trocar três ministros pela simples pressão de partidos aliados.

Desta vez, com uma diferença básica para os outros presidentes: ela não estava ameaçada pelo que chamam de ausência de governabilidade.

Como a maioria dos antecessores, a presidente Dilma cansou e se entregou ao jogo eleitoral, revelou assim o pacto pelo Poder – e não pela gestão – e gratuitamente troca ministros apenas para agradar a aliados visando ao seu projeto de reeleição.

Se fica evidente a manobra eleitoreira em plena metade de seu mandato, o jogo jogado consolida seu palanque daqui a 18 meses, por ora. A volta de Carlos Lupi ao Ministério do Trabalho, na figura de Manoel Dias, amarra o partido com o PT e enterra as pretensões do grupo que propala candidatura própria ao Planalto.

A entrada de Antonio Andrade na Agricultura prende o PMDB de Minas ao projeto de governo do ministro Fernando Pimentel (PT), candidato ao Palácio da Liberdade, e evita fuga da bancada mineira para o palanque de Aécio Neves (PSDB), eventual opositor de Dilma.

E a decolagem de Moreira Franco, até então apagado na Esplanada, é um afago pessoal da presidente ao vice Michel Temer – e paralelamente agrada a todo o PMDB. Moreira é da cota de Temer e agora comandará as concessões bilionárias de mais aeroportos.

O PMDB nunca foi tão feliz. E, pelo visto, Dilma nunca foi Dilma.

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Líder do PMDB dribla Temer e agenda reunião com Dilma
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Leandro Mazzini

O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, ligou para a presidente Dilma Rousseff e pediu para ele receber o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha.

A reunião será amanhã. Cunha esteve com o vice-presidente Michel Temer na terça-feira passada, e descreveu o descontentamento do partido com o governo federal.

Segundo o líder, os pemedebistas esperavam que o vice fosse a voz do PMDB junto a Dilma, e não o contrário, como ocorre na visão da bancada. Com a reunião, Cunha provoca Temer, mas quer mostrar ao partido que a interlocução maior pode existir.

Apesar das boas relações, há uma discreta tensão no partido. Cunha ficou no paredão na disputa pela liderança da bancada. Michel Temer e o presidente da Câmara,Henrique Alves, trabalharam pela eleição de seu adversário derrotado, Sandro Mabel (GO).

Cunha e Temer eram carne e unha há alguns anos, a ponto de dividirem mesas semanais no tradicional restaurante Piantella. O afastamento foi gradativo, embora o respeito continue.

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CULTURA DA CONTRADIÇÃO

Os ânimos se exaltaram na CNI ontem. Um diretor da Confederação interpelou a ministra Marta Suplicy, da Cultura, numa rodinha após ela esboçar o Vale Cultura para empresários. Para ele, o programa desdenha da demanda do Nordeste e foca São Paulo. Ela deu de ombros, mas depois levou a sério e rebateu a bom tom.


ENFIM, O XI$TO

O governador Beto Richa conseguiu para os cofres do Paraná incremento batalhado desde 1989: os royalties do petróleo de xisto explorado em São Mateus do Sul. Três governos – dois de Jaime Lerner e o de Roberto Requião travaram guerra jurídica.

PSB-PSDB

O PSDB do Amapá aderiu ao governo do PSB. O deputado Luís Carlos (PSDB-AP) emplacou o apadrinhado Marco Souza na Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária. Quem acompanhou da moita, diz que é casamento de jacaré com cobra d’água: Neste cenário, Aécio Neves pode perder palanque para Eduardo Campos no estado com 400 mil eleitores.

MALVADEZA

Polêmico que é, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fixou no gabinete um cartaz com a foto de Eleonora Menicucci, com os dizeres ‘Ministra Roto Rooter’, a famosa empresa desentupidora. É que a titular da Secretaria da Mulher já defendeu o aborto.

PÃO AMERICANO

Enquanto não resolve sua situação com o grupo francês Casino, Abilio Diniz vai respirar ares americanos no sábado. Faz palestra no MIT, em Boston, junto com o cientista Marcos Troyjo (Ibemec), no Latin American Conference.

NO SAPATINHO

Para evitar a imprensa, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, anda sozinho pelo Salão Azul. Diferente da pomposidade da rota gabinete-plenário do antecessor, que era um evento com luzes, seguranças e cercadinho.

PONTO FINAL

“Eu não costumo mentir”, senador Mário Couto (PSDB-PA), da tribuna.