Coluna Esplanada

Arquivo : sem terra

‘Terrorismo eleitoral’ bolivariano na Bolívia, Venezuela e Brasil
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Leandro Mazzini

 

linera

Os mandatários da Bolívia e Venezuela fazem “terrorismo eleitoral” nas TVs, rádios e palanques.

O presidente da Venezuela, que viu sua base perder o controle do Parlamento no último domingo, repete “Preparem-se para um massacre se o bolivarianismo for derrotado”. Fala, evidentemente, de sua eventual derrota nas urnas no próximo pleito majoritário.

O vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, roda seu país conclamando o povo a manter Evo Morales vitalício na presidência da República. (Evo mudou a Constituição com apoio do Congresso, conseguiu o terceiro mandato consecutivo e agora articula uma lei que o permita se reeleger ininterruptamente)

Linera, como mostra o vídeo de um comício, discursa para um povoado que se Evo deixar o cargo os “vendepátrias” e “assassinos” retornarão. E o “sol vai se esconder”.

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AQUI, COMO LÁ

Por aqui, o simpatizante Luiz Inácio, ex-presidente, já soltou que pode conclamar o Exército de Stédile, o dirigente-mor do MST, às ruas.

Lula sabe o que diz. O PT é apontado como o financiador dos sem-terra na invasão da fazenda Santa Mônica, do senador Eunício Oliveira (PMDB), em 2014, para desestabilizar sua campanha ao Governo do Ceará. Até um adversário, candidato a deputado pelo PT, apareceu nas terras em Goiás para fazer discurso.


Paranaenses temem repetir confrontos de terras do MS
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Leandro Mazzini

O deputado Kaefer - ele comanda comissão especial para debater o assunto. Foto: site pessoal

O deputado Kaefer – ele comanda comissão especial para debater o assunto. Foto: site pessoal

Os proprietários de terras no Paraná temem que se repita na região o conflito armado e com mortes e depredações ocorrido em Atônio João, cidade do Oeste do Mato Grosso do Sul, há dois meses

À ocasião, nativos de diferentes etnias invadiram fazendas alegando serem reservas indígenas. Houve morte de um nativo e a Força Nacional de Segurança foi chamada.

O problema das invasões de terras no Paraná é promovido por sem-terra e fazendeiros. Uma comissão especial na Câmara dos Deputados, comandada pelo federal Alfredo Kaefer (PSDB), debate a situação. Diz o deputado que o problema não é apenas agrário, mas também de saúde pública, em razão de muitos acampamentos não terem qualquer condição de higiene e alimentação adequada.


Deputados acusam Incra de planejar migração de sem-terra para o Amapá
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Leandro Mazzini

Um curto-circuito toma conta da relação entre a bancada federal – associada ao Governo do Amapá – e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), envolvendo a transferência das terras da União para o Estado.

O deputado Marcos Reategui (PSC-AP) lidera grupo de parlamentares que acusa o órgão de planejar a formação de assentamentos nestas terras para atender a todos os acampados em vários Estados do Brasil, resolvendo assim o problema atual da reforma agrária, com a migração das famílias.

A transferência das terras começou em 1988 com a nova Constituição e pretende se encerrar neste ano. Os políticos temem que o Amapá se transforme o “Estado do MST”.

Pelo menos 74% das terras transferidas foram para o Parque Tumucumaque. A bancada alega que o Governo precisa de terras para “o desenvolvimento econômico”.

O Incra nega que haja plano oficialmente, mas informa que não descarta assentamentos na região – embora não exista nenhum no momento. Pela lei, só pode haver assentamento em um Estado se houver acampamento no mesmo.

A assessoria do Incra afirma que há um grupo de trabalho para regulamentar as terras, e informa que não há sugestão de nova colonização na região – como aconteceu no plano de reforma agrária dos anos 70.


Por repasse adicional da União, Piauí vai ‘federalizar’ assentamentos
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Leandro Mazzini

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Foto: EBC

Atrás de reforço de caixa, o Governo do Piauí, administrado pelo petista Welligton Dias, encontrou uma forma inusitada para receber mais repasses da União além dos (poucos) já programados: federalizar a reforma agrária já existente no Estado.

O Governo do Piauí espera entregar para o Governo federal até 200 mil hectares de terras para administração do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).  Ocorre que as áreas negociadas já fazem parte de assentamentos consolidados pelo Interpi, órgão estadual similar ao Incra.

O valor a ser negociado pode chegar a R$ 350 milhões, suficientes para aliviar a pressão do caixa na administração Wellington Dias (PT).

A compra só não foi consolidada por conta da greve dos servidores do Incra, subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) tocado pelo ministro Patrus Ananias – que já assinou protocolo de intenções com o governo estadual.

Sem os editais, o MDA não pode efetuar o pagamento. O governador já fez apelo para que os servidores concluam a burocracia. Assim, poderia contar com o dinheiro ainda em setembro.

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Patrus quer assentamentos como celeiros para o mercado e governos
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Leandro Mazzini

Foto: Abr

Foto: Abr

Um dos quadros do PT longe de escândalos e com trajetória elogiada por aliados e adversários, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, avisa a próximos que pretende testar um modelo sustentável nos assentamentos de ex-sem-terra: uma vez pequenos produtores, os lavradores produzirem e venderam hortifrutigranjeiros para merenda da rede de ensino público de Estados e municípios.

Mês passado, a prefeitura de São Paulo encomendou dezenas de toneladas de feijão e milho de um acampamento do MST.

Fundador do PT, Patrus foi prefeito de Belo Horizonte, ministro do Desenvolvimento Social – comandou o Bolsa Família no Governo Lula – e uma curiosidade: mestre na obra de Guimarães Rosa.

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Genro na Anac e MST na fazenda: as duas missões do senador Eunício
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Líder do PMDB, o senador Eunício Oliveira se vê atualmente em duas missões extra-parlamentares ligadas diretamente a seu nome: emplacar o genro recém-casado com sua filha numa diretoria importante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e se livrar o Movimento Rural dos Trabalhadores Sem-Terra na sua Fazenda Santa Mônica, em Goiás.

A missão-genro está avançada, com aval da presidente Dilma que, uma semana depois de prestigiar o seu casamento numa festa no Lago Sul, descobriu que Ricardo Fenelon das Neves Junior entende tudo de aviação. Resolveu escolher o prodígio para diretor da Anac e ganhar ainda mais a simpatia do senador padrinho.

Recém-graduado em Direito, em 2011, na particular UniCEUB, Fenelon fez TCC (Trabalho de Conclusão de Curso, a antiga monografia) sobre ‘A autorização no transporte aéreo regular’. E só. O caso revolta pilotos que criticam a nomeação, em fóruns online. Procurada sobre a situação e o contato do indicado, a Anac avisou que ‘não possui informações’. Procurada, a assessoria do senador informou não ter o contato de Fenelon.

O novo diretor, se aprovado na sabatina no Senado, terá salário de mais de R$ 20 mil, gabinete com uma dezena de assessores e carro com motorista. Além de passe livre nas companhias aéreas.

A regra da Anac é clara: ‘Os diretores serão de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos’. Genro de político ou não.

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MST

Já o MST é uma dor de cabeça para o senador peemedebista. Mil famílias de sem-terra reocuparam a Fazenda Santa Mônica, que consideram improdutiva e ‘grilada’ – o que o senador já contestou.

A caixinha mensal dos sem-terra é de fazer inveja a muitos parlamentares colaboradores de seus partidos. O MST recebe R$ 20 por mês de cada família, o que se converte em ‘segurança’ no local e compra de sementes e plantações. Também recebem doações de cestas básicas de entidades.


MST infla fazenda ocupada de senador com peões, pedreiros e autônomos
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Leandro Mazzini

Parte da nova geração de 'sem-terra' possui carro, moto e casa na cidade. Foto: vermelho.org.br

Parte da nova geração de ‘sem-terra’ possui carro, moto e casa na cidade. Foto: vermelho.org.br

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recruta peões, pedreiros, lavradores e profissionais autônomos da região – alguns deles possuem casas e até veículos – para inflar o acampamento dentro da Fazenda Santa Mônica, em Goiás, de propriedade do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

O depoimento à Coluna é de um dos ‘sem-terra’, sob anonimato, que deixou serviço na região para se juntar aos militantes. Há repetidos casos na propriedade.

O MST espalha a promessa de que, quanto mais persistente e maior for a ocupação na fazenda, mais chance o INCRA terá de promover um assentamento no local.

A ocupação ocorre há quatro meses, com o forte apoio da Pastoral da Terra, da Igreja, e contou até com a simpatia de líderes políticos adversários de Eunício no Ceará.

Foto: mst.org.br

Foto: mst.org.br

Há três semanas, num discurso numa grande assembleia na fazenda, um dos líderes sem-terra avisou que ‘caiu o castelo’ de Eunício, e que o movimento não descarta promover ocupações em outras propriedades do parlamentar – que teria, nas contas dos sem-terra, 91 fazendas pelo Brasil.

A Santa Mônica é uma mega propriedade em Goiás cujas terras se estendem pelo perímetro rural de três cidades. Parte da propriedade é murada por quilômetros à beira de uma rodovia. Mas não é improdutiva. Tem plantações e criação de gado para corte.


Eleição evitou despejo do MST em fazenda do senador Eunício
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Leandro Mazzini

A Fazenda Santa Mônica, do senador Eunício Oliveira, no interior de Goiás, foi ocupada há dois meses e quatro dias pelos sem-terra.

São mais de 3 mil famílias. O governador Marconi Perillo (PSDB), acionado por Eunício, mandou a tropa de choque com despejo para desocupá-la, mas no meio do processo eleitoral.

A presidente Dilma soube da tentativa de desocupação e pediu cautela. Marconi e Eunício também recuaram. Todos estavam no segundo turno e a ação era uma tragédia (principalmente política) anunciada.

O MST permanece no local. A PM de Goiás apenas escolta. E ontem chegou um caminhão com cestas básicas.


A caserna contra os black-blocs
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Leandro Mazzini

Partiu de 12 generais quatro estrelas do alto comando da Força a decisão de reformular o CIE – Centro de Inteligência do Exército para monitorar movimentos sociais, como revelou a Coluna.

A decisão foi acolhida pelo ministro da Defesa, Celso Amorim – o 13º membro do Estado Maior.

O Exército passará a ter mais autonomia em operações de campo, para mapear grupos e descobrir quem é quem nos black-blocs, sem-teto e sem-terra.

Haverá serviço de inteligência e contra-inteligência nas capitais e interior. É consenso entre militares e no governo que parte desses grupos perdeu a legitimidade e, se continuarem com badernas e invasões, eles entrarão na ilegalidade.

LIGAÇÕES PERIGOSAS

É questão de soberania nacional, dizem fontes da Caserna, por se tratarem de grupos que já têm ligações com crime organizado (e o desorganizado também).

E A ABIN?

Embora o Exército negue, não são descartadas infiltrações. Esse serviço de inteligência, até agora, estava restrito às operações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

ALIÁS

Tremula a relação entre os civis da Abin – criada no governo FH – subordinada aos militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ligado às Forças Armadas.

ALERTAS CIVIS 

Tão logo repercutiu a notícia publicada pela Coluna e divulgada nos jornais, as entidades de direitos humanos entraram em alerta, idem para a Ordem dos Advogados do Brasil.

O presidente da Comissão Nacional da Verdade do Rio, Wadih Damous, publicou artigo. ‘Não cabe ao Exército cuidar de segurança de público interno’, disse o diretor da OAB-MG Bruno Burgarelli, ao jornal O Tempo de BH.

Atualização Quinta, 7, 21h35 – Em nota enviada nesta quinta à Coluna, o Ministério da Defesa, em síntese, nega que o Exército vá monitorar movimentos sociais.

À ocasião da revelação da Coluna, o Exército, apesar de ter confirmado a reestruturação do Centro de Inteligência, negou-se a soltar nota oficial.

‘As atribuições da 4º Subchefia do Comando de Operações Terrestres (Coter) (..) são Preparo e emprego da Força Terrestre; Gestão da estrutura do Sistema Operacional Informações, integrando as atividades de Inteligência Operacional, Guerra Eletrônica, Defesa Cibernética, Comunicação Social e Assuntos Civis’.

Ainda segundo o MD, ‘as informações utilizadas pela 4 º Subchefia do Coter são apenas os dados de inteligência utilizados exclusivamente na preparação das operações às quais a Força Terrestre é chamada a atuar’, em parceria com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Está registrado.

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VELHOS BAIANOS!

Hilária a discussão pelo Twitter entre o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-governador Otto Alencar (PSD), candidatos ao Senado pela Bahia. As provocações recíprocas rodam nos celulares de parlamentares, aos risos: ambos falaram as verdades.

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É A CAMPANHA

Região alvo das construtoras, o Cais Estelita no Recife tem ocupações incentivadas por políticos da oposição a Eduardo Campos (PSB). Antes da campanha, só havia gritaria.

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TÃO PERTO, TÃO LONGE

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Sem-teto acampam em Brasília – ali perto, a quadra dos apartamentos dos senadores.

Há meses, com cabana e fogueira, sem-teto ocupam descampado na entrequadra 209 / 409 Sul, endereço de classe média em Brasília e perto da quadra dos senadores.

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ESCÂNDALO PARAGUAIO

Vazou na internet um vídeo em que o senador paraguaio Juan Carlos Galaverna (Partido Colorado) transa com três mulheres – duas delas funcionárias do gabinete e uma menor, segundo relatam nas redes. Daí? O homem foi trabalhar tranquilamente no dia seguinte.

galaverna

Galaverna – com três na cama, o garanhão paraguaio se achava, até uma soltar: ‘topei porque o velho não funciona’. Foto: peru21.com (sem trocadilhos)

PIADA PRONTA

A piada é que no Paraguai até a transa é falsificada. É que a suposta menor que participou da festinha, a ‘modelo’ V.T., revelou no Facebook que só topou ‘porque o velho não funciona’. Há quem aposte que o conceituado senador vá cair (do cargo).

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IPPON NO HINO!

Hino Nacional a gente aprende a respeitar na escola, mas o cerimonialista de campeonato de judô em São José dos Campos (SP) interrompeu o Hino para.. anunciar a triunfal chegada do.. ‘excelentíssimo senhor, Uma salva de palmas, o Secretário de Esportes, José Luis Nunes’. Faltou a medalha.

DAMA DE FERRO 

Conhecida pela verve dura contra malfeitos, ainda como ministra do STJ, a agora candidata do PSB da Bahia ao Senado, Eliana Calmon, mandou recado para o Congresso: ‘Eu quero ir para a toca dos leões. É ali que quero pegar eles’.

PONTO FINAL 

Em toda Copa perdida é assim: o povo chora de bolso vazio, e os jogadores da Seleção curtem a vida felizes de bolso cheio.