Coluna Esplanada

Arquivo : agressão

Em vídeo, Patrícia e assessor de Feliciano tratam R$ 50 mil por silêncio
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Leandro Mazzini

> Vídeo nas mãos da Polícia Civil, entregue por amigo de Patrícia Lélis, revela ela negociando dinheiro pelo silêncio.

> Ela fica surpresa ao descobrir que Bauer teria entregado R$ 50 mil a um intermediário do Rio

> Falso agente da Abin, jovem do Rio se dispôs a intermediar acordo e teria ficado com dinheiro.

> Mulher cobra posição de Bauer sobre intermediário: “Você vai dar uns tapas nele!”

> Negociação comprova que Feliciano tenta esconder crime denunciado em Brasília. PGR, Delegacia da Mulher e Conselho de Ética já cercam o deputado

Atualização quinta, 11/8, 13h25 – Um vídeo divulgado há pouco pelo site da revista VEJA ( assista aqui ) derruba o perfil de vítima de Patrícia Lélis, durante sua estadia em São Paulo, e revela uma negociação entre ela, o chefe de gabinete de Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, e o jornalista Emerson Biazon – que levou Patrícia para SP a fim de negociar seu silêncio contra o deputado federal, a quem acusa de agressão, assédio sexual e tentativa de estupro.

Ontem, a coluna revelou as evidências de que Patrícia negociou R$ 300 mil com Bauer pelo silêncio, após acusar Feliciano, e publicamos os prints ( confira abaixo ) das conversas entre ela e Emerson Biazon, no qual ambos falam do dinheiro e envolvem o misterioso Arthur.

Prints das conversas de whatsapp atribuídas a Patrícia

Prints das conversas de whatsapp atribuídas a Patrícia

CONVERSA COMPROMETEDORA

No vídeo, Patrícia e Bauer tratam claramente sobre o pagamento por seu silêncio. Num trecho da conversa, no saguão do hotel San Raphael, no Aroche, surge o diálogo comprometedor para ambos ( Bauer negara à Polícia que tentou comprar o silêncio da garota )

“Com esse dinheiro dá para você se resolver, concorda?” – diz Bauer. Patrícia está na sua frente, e pergunta:

“É dez? ( dez mil reais)”.

“Não, é cinquenta”..

“Quê!?”

Então Patrícia descobre, neste momento, de acordo com as investigações policiais, que Talma Bauer já teria passado R$ 50 mil para um homem chamado Arthur Mangabeira, que se apresentou a ela pela internet, do Rio, disposto a ser  um intermediador para negociar o trato, semanas antes de ela ir para SP.

Revoltada, Patrícia revela-se fria sobre a traição do suposto intermediador.

“Por que você não mata ele, Bauer. Mata ele!” – disse a jovem

( A coluna recebera pelo Whatsapp na quarta à tarde o vídeo antes do vazamento pela Veja, mas com áudio muito ruim, e decidimos soltar a matéria que já estava em apuração com mais detalhes quando surgiu o vídeo original no site da revista. Quem alertou para essa frase temerosa de Patrícia foi a leitora Priscilla Caviar,pelo Twitter @misscaviar . Após seu post, Priscila se mostrou no microblog soberba, imatura e provocadora, insultando o trabalho da equipe da Coluna. Escondida no perfil caricato, revelou-se uma infeliz atrás de fama para forçados 2 mil seguidores, capaz de escrever asneiras seguidas pelo sucesso  )

Patrícia continua, muito raivosa, pela voz:

“Bauer, me dá a sua palavra que você vai fazer alguma coisa com ele? Eu quero a sua palavra que você vai fazer alguma coisa com ele.. Você vai fazer alguma coisa com ele, depois de pegá-lo?”

“Eu não vou matar ele, mas alguma coisa eu faço” – diz Bauer.

QUEM É ARTUR?

Segundo Patrícia, em conversa com a Coluna há dias, um homem chamado Arthur Mangabeira, amigo de uma conhecida sua no Rio, se dispôs a ajudá-la junto ao PSC ou a Feliciano para que “a deixassem em paz” – a Coluna já o citou em posts anteriores.

Foto do suposto Arthur Mangabeira, enviada por Patrícia. Ele seria o intermediador

Foto do suposto Arthur Mangabeira, enviada por Patrícia. Ele seria o intermediador

Até hoje ele era para a Policia um personagem misterioso, agora as autoridades vão cercá-lo oficialmente. Patrícia disse que ele se apresentou como um agente da Abin – Agência Brasileira de Inteligência, o que foi descartado depois.

A Coluna não conseguiu localizar o tal Arthur. No celular de Patrícia, ela tem esta foto dele, enviada por whatsapp ao repórter:

DEFESA

O advogado de Patrícia Lélis, José Carlos Carvalho, continua a afirmar que ela estava sob coação de Bauer e que o vídeo e o diálogo podem ser uma montagem – a despeito das evidências da tranquilidade de Patrícia no trato com Bauer e sobre o assunto delicado.

Nota que em nenhum momento do trecho do vídeo divulgado ela aparece na imagem. E diz que vai insistir em mais investigações.

Vale ressaltar, o caso registrado no 3º DP de SP, sobre sequestro e coação, é dissociado da denúncia que tramita na esfera policial em Brasília, onde ela confirma a agressão do deputado federal.

ACUSAÇÕES

O delegado do 3º DP, Luís Hellmeister, deve indiciar Patrícia e Bauer. Ela, por extorsão, falsa comunicação de crime ( para a polícia, está claro que não houve sequestro e coação ) . Já o chefe de gabinete poderá ser enquadrado, mas o delegado ainda não decidiu por qual tipificação penal.

FELICIANO SE COMPLICA

A revelação agora da negociação pelo silêncio, no vídeo e em provas já coletadas anteriormente pela Polícia de SP, complicam também – e mais ainda – o deputado federal Marco Feliciano, e apontam fortes indícios de que houve o crime de agressão e assédio denunciado por Patrícia, em Brasília, diante da tentativa de acordo em SP para calá-la e mudar sua versão.

Feliciano e Bauer estão em Brasília. O PSC manteve o deputado na liderança do partido, mas ele virou alvo do Conselho de Ética da Câmara, da Delegacia da Mulher e a Procuradoria Geral da República pedirá ao Supremo Tribunal Federal que investigue o deputado.

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


Negociação de R$ 300 mil complica mais Feliciano e mulher que o acusa
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Leandro Mazzini

> R$ 20 mil apreendidos na delegacia reforçam acusação de mulher contra Feliciano – houve tentativa de comprar seu silêncio após agressão

> Delegado arquiva hoje denúncia de sequestro e coação

> Patrícia e Bauer podem ser indiciados. Ela, por falsa comunicação, e ele, por favorecimento pessoal 

> Pagamentos seriam em seis parcelas de R$ 50 mil. Patrícia pediu conta empresarial a amigo e a mãe, em vão

> O misterioso Artur, do Rio, que se passou por agente da Abin e entrou na negociação, passará a ser investigado

> Advogado de Patrícia diz que ela caiu em armação, reforça tese da coação e pede mais investigações

 

A suposta negociação de R$ 300 mil pelo silêncio da mulher que acusa o deputado federal Pr. Marco Feliciano complica ainda mais a situação do parlamentar e da própria garota – a Coluna publicou prints de conversas por smartphones que são fortes evidências de que houve tentativa de acordo. Segundo consta no inquérito policial, os pagamentos seriam em seis parcelas de R$ 50 mil.

Os bastidores da negociação e as evidências apresentadas por Emerson Biazon, o jornalista que levou Patrícia para São Paulo há uma semana, indicam que houve clara tentativa por assessores de Feliciano de tentar comprar o silêncio da mulher – e desta forma, o episódio corrobora a denúncia contra o parlamentar por assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional ( lembre aqui ).

A Polícia Civil de São Paulo vai arquivar hoje a denúncia de sequestro qualificado e coação da jornalista Patrícia Lélis, após ela registrar em B.O. o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer – com quem ela se reuniu por diversos momentos, dentro e fora do hotel San Raphael, na capital paulista. Testemunhas apresentaram as provas. Já o advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, avisa que vai pedir mais investigações e ratifica que ela foi coagida o tempo todo.

ATRÁS DE CONTAS

Os R$ 20 mil apreendidos pelo 3º DP entregues por Emerson Biazon são a maior prova, até agora, de que houve a tentativa de suborno por parte de Bauer. Seriam parte da primeira parcela de R$ 50 mil.

O dinheiro circulou em cash porque Patrícia não teria conseguido uma conta para o depósito sem deixar rastros. De acordo com as investigações, ela pediu ao empresário dela, chamado Marcelinho, sua conta empresarial para depósitos mensais. Ele desconfiou do que se tratava após respostas evasivas dela, e não topou o acordo.

O quebra-cabeças dessa situação também tem outra peça – de São Paulo, a jovem telefonou para a mãe no último dia 2 de agosto, e pediu uma conta CNPJ, sem explicar do que se tratava. Os pais de Patrícia têm uma conta assim, mas segundo a mãe, Maria Aparecida Lélis, não houve qualquer crédito – o saldo da conta, hoje, é de R$ 126, informa a mãe da garota.

À ocasião do pedido da conta, a jovem soube que a mãe revelara esse pedido em entrevista à Coluna, e ficou muito irritada. Ontem, em contato o repórter, Patrícia negou que tenha pedido dinheiro, embora confesse que tenha liberado Emerson para negociar com o chefe de gabinete de Feliciano. Disse que o amigo negociasse mas sem a envolver financeiramente. “Eu só queria  que Feliciano me deixasse em paz, a minha vida de volta”.

Mas a Polícia conseguiu provas de que houve gastos altos de Patrícia durante sua estadia por SP. O hotel e sua passagem aérea foram pagos por Bauer – o que evidencia que ela já viajara para a capital paulista ciente de que haveria o trato.

Durante os dias que ficou na cidade, ela passeou por shoppings, foi ao cinema com um namorado que mora na capital, a uma churrascaria cuja conta passou de R$ 400, e num salão de beleza pagou R$ 700 para uma maquiagem que precedeu um dos vídeos nos quais ela passou a defender Feliciano, após as publicações da Coluna das denúncias que ela mesma informou, e com entrega de evidências de provas.

NA MIRA

O delegado Luís Hellmeister, do 3º DP paulistano, avalia se enquadra Patrícia por falsa comunicação de crime, mas também, diante das envidências apresentadas de negociação, pode indiciar Talma Bauer na tentativa de silenciá-la mediante pagamento.

Há dois mistérios ainda nas mãos da Polícia: de onde viria esse dinheiro, e quem é Artur, um carioca que apareceu no depoimento de Emerson Biazon e nas mensagens trocadas entre ele e Patrícia.

Um conhecido de Patrícia, o rapaz, que reside no Rio, seria um intermediário para receber esse dinheiro.

DEFESAS

Ontem, o PSC – o qual a jornalista acusa de omissão no caso, após suposta comunicação da agressão em Brasília – manteve Feliciano na liderança, e decidiu fazer queixa contra a jornalista.

Feliciano gravou um vídeo ao lado da esposa, no último sábado, quatro dias após estourar a denúncia pela Coluna. No vídeo, defende-se e diz que a verdade vai aparecer.

Patrícia Lélis mantém sua versão da agressão, assédio e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. O caso teria ocorrido no dia 15 de junho. Ela fez B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília, e deputadas denunciaram Feliciano à Procuradoria Geral da República.

O advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, pediu à PGR a busca imediata das imagens da portaria, elevador e corredor do prédio do deputado federal, para comprovar a presença da jovem no apartamento de Feliciano.


Mulher que acusa Feliciano é suspeita de negociar R$ 300 mil; advogado nega
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Leandro Mazzini

O jogo virou em mais um capítulo do caso Marco Feliciano – ou ‘House of Feliciano’, como espalha-se nas redes sociais – e agora quem se tornou alvo é a jornalista Patrícia Lélis, que acusa o deputado federal de agressão, assédio sexual e tentativa de estupro.

Enquanto Feliciano na esfera brasiliense é potencial suspeito de agressão, na jurisdição paulista a mulher que o acusou agora é acusada de ter negociado seu silêncio por R$ 300 mil – que seriam pagos em seis parcelas de R$ 50 mil.

Surgiu também um personagem que até aqui era identificado pela Coluna apenas como A.M. É um homem chamado Artur, do Rio de Janeiro, que procurou Patrícia pela internet disposto a ajudá-la a resolver sua situação com o PSC e Feliciano – em troca de dinheiro, segundo investiga a polícia.

Ele também seria usado como um intermediador para o provável pagamento de propina em troca do silêncio da jovem.

Quem entregou o próprio esquema foi Emerson Biazon, que Patrícia também denunciou em B.O. em Brasília por suposto sequestro em SP. Foi Emerson que a convenceu a ir para a capital paulista, e onde eles se encontraram com Talma Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano.

Durante toda a tarde desta terça-feira, Emerson depôs ao delegado Luís Hellmeister, na 3ª DP, e entregou fotos e prints de trocas de mensagens atribuídas ao celular de Patrícia Lélis, nas quais fica evidente que ambos negociavam um pagamento até algo dar errado – apareceu em SP a mãe de Patrícia, Maria Aparecida Lélis, que a convenceu a ir à delegacia.

Abaixo, as trocas de mensagens entre Emerson e Patrícia, entregues por ele à Polícia hoje.

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Prints das conversas de whatsapp atribuídas a Patrícia

Prints das conversas de whatsapp atribuídas a Patrícia

A polícia já descobriu que Patrícia teria pago R$ 700 por apenas uma maquiagem, num shopping, antes de fazer uma gravação de um vídeo no qual muda sua versão e defende Feliciano. Em outro momento, o que derruba a tese de sequestro, Patrícia aparece sorridente numa mesa da churrascaria Boi de Ouro em SP, com Bauer e Biazon.

Bauer e Emerson (E) e Patrícia com o empresário Marcelinho - Para delegado, não houve sequestro

Bauer e Emerson (E) e Patrícia com o namorado – Para delegado, não houve sequestro

INVESTIGAÇÕES

Há dois cenários sob investigação, vale ressaltar: em Brasília, a Delegacia da Mulher e a Procuradoria Geral da República vão cercar Feliciano. Há evidências do crime no apartamento funcional, o qual foi denunciado pela jovem de 22 anos.

Em São Paulo, o 3º DP está concluindo até esta quarta-feira pela manhã o inquérito em que Patrícia acusa o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, de cárcere privado e coação, para que gravasse vídeos a favor do deputado e desmentindo a própria denúncia que fizera informalmente e publicada pela Coluna Esplanada.

O delegado Hellmeister já está certo, com as evidências entregues por Emerson Biazon, de que não houve coação e sequestro da jovem.

DEFESA

Em contato com a Coluna há pouco, Patrícia revelou, numa versão ainda mal explicada, que liberou Emerson para negociar pagamentos de Bauer, mas sem que a envolvessem. “Eu não queria dinheiro, nunca quis, e disse que se ele quisesse negociar que não me envolvesse nisso”, defende-se. “Eu só queria ficar em paz e minha vida de volta”, complementa.

O advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, informou à Coluna que acredita na inocência da cliente, suspeita de armação de Emerson e Bauer contra Patrícia, acredita no cárcere privado detalhado para ele, e que está tomando as providências para oficializar sua defesa jurídica, assim que conhecer o teor do inquérito.

A mãe de Patrícia conversou com a Coluna nesta tarde de terça feira durante 40 minutos, nos quais defendeu a filha e narrou a ordem cronológica do que viu desde que chegou ao hotel em SP, de surpresa, até a sexta, quando levou a filha à delegacia.

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia

 


Assessor de Feliciano volta a Brasília e advogado de mulher pede escolta
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Leandro Mazzini

Foto de leitor

Foto de leitor

O advogado criminalista José Carlos Carvalho, que defende a jornalista Patrícia Lélis, vai pedir à Justiça e autoridades policiais escolta imediata e 24 horas para a jovem que denunciou o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) de agressão, assédio sexual e tentativa de estupro.

A minuta já está pronta e ganhou força há meia hora atrás quando começou a circular uma foto que comprova o retorno a Brasília do chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer.

Na imagem, feita por um leitor da Coluna que reconheceu o assessor parlamentar, Bauer ( ao centro )caminha ao lado de dois homens, supostos policiais – um deles, à esquerda na foto, é o mesmo que aparece em companhia de Bauer na saída do 3º DP em São Paulo, onde o chefe de gabinete foi detido para esclarecimentos após acusações de Patrícia por suposto sequestro qualificado e coação, pelo seu silêncio.

Esta foto foi feita próximo ao prédio do apartamento funcional do deputado Feliciano ( detalhe, os apartamentos, de cerca de 160 m², têm quatro quartos e foram construídos para os parlamentares alocarem as famílias e assessores de outros Estados ).

Bauer foi liberado pelo delegado Luís Hellmeister na madrugada de sábado após prestar depoimento, e voltou para suas atividades de trabalho à capital federal.

 


Caso Feliciano tem duas investigações: No DF, é suspeito. Em SP, todos são
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Leandro Mazzini

A polêmica envolvendo o deputado federal e Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) se desdobra em dois cenários para investigação desde o registro de boletim de ocorrência em São Paulo, feito por Patrícia Lélis, contra o parlamentar.

Numa frente, está a Delegacia da Mulher de Brasília, e agora a Procuradoria Geral da República, para investigar o parlamentar acusado de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. Há indícios contra o político, e as autoridades vão pedir à Polícia Legislativa as imagens de vídeos das câmeras instaladas no prédio, corredores e elevadores onde mora o parlamentar.

Em outra frente, segue a investigação no 3º DP de São Paulo, onde Patrícia fez B.O. contra Talma Bauer, o chefe de gabinete, por suposto cárcere privado. Esta história continua confusa – inclusive para o delegado Luis Hellmeister.

Este caso de SP envolve uma negociação de R$ 50 mil na tentativa de comprar o silêncio da garota, script no qual todos se tornaram suspeitos – a jovem, o jornalista Emerson Biazon, e o chefe de gabinete de Feliciano. Leia aqui para entender. 

Com a palavra, as polícias de SP, DF e a PGR.

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


House of Feliciano: Os suspeitos do ‘sequestro’ e bastidores da negociação
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Leandro Mazzini

Atualizada segunda, 8/8, 20h35 ( importante – esta reportagem foi divulgada antes da conclusão da polícia de que Patrícia mentiu sobre a coação e sequestro, e sua versão foi desmascarada pela própria Coluna – veja aqui )

> Episódios envolvem ‘amigos’ conhecidos pela internet, jovem advogado que tentou ganhar dinheiro, falso agente da Abin e troca de farpas num Café em Brasília

> A armadilha: Garota recebeu oferta de emprego para TV em SP, segundo relata, mas caiu nas mãos de chefe de gabinete

> Hotel estava pago para 11 dias

> Contatos da Polícia Federal ajudaram na investigação jornalística para desmascarar versão dos autores da suposta coação

> Entrada da mãe na história foi fundamental para salvar jovem em hotel de SP

> R$ 50 mil era o ‘presente’ para o silêncio da mulher – que diz não ter pedido dinheiro

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Os bastidores da misteriosa viagem de Patrícia Lélis para São Paulo, onde caiu nas mãos de Talma Bauer, chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), envolvem mentiras, ‘amigos’ conhecidos pela internet, ofertas de emprego em TV de SP, hotel pago para uma semana e recados intimidadores até a jovem parar no 3ª Distrito Policial paulista para denunciar a todos.

Neste domingo à noite, ela confirmou as denúncias ao registrar mais dois B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília.

Patrícia, como notório, acusa Feliciano de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional do deputado em Brasília, numa história recheada de vaivéns cujo script já é chamado nas redes sociais de ‘House of Feliciano’ – numa alusão ao seriado de sucesso da Netflix que envolve Poder e outras tramas.

OS TRAPALHÕES

Para situar melhor o leitor sobre o cerne da viagem a SP, é necessário contar detalhadamente os personagens e episódios desde o primeiro contato da jovem com a Coluna.

Após vários contatos por telefone e whatsapp entre este repórter e a jovem, foi agendada uma reunião numa cafeteria do Setor Sudoeste em Brasília para ela relatar pessoalmente os detalhes da acusação. O repórter lembrou que a denúncia teria mais consistência para publicação se ela fizesse o B.O. – até para proteção de sua integridade.

Neste meio tempo, apareceram dois personagens curiosos – para não dizer desastrados ou interesseiros – que se aproximaram da garota, prometendo ajuda, com interesses obscuros. Do Rio, ligou um homem identificado como A.M., se apresentando como agente da Abin ( A Agência Brasileira de Inteligência ), sabe-tudo e algo mais, para ajudá-la no caso, mas perguntou demais e ela desconfiou. Eles já se conheciam pela internet. Desmascarado pela Coluna após breve contato com fontes da Abin e da Asbin (Associação de Servidores do órgão de inteligência ), este rapaz agora está na mira dos órgãos de inteligência do Governo.

No outro dia surge um advogado conhecido de Patrícia, que também insistiu com ela para que segurasse o registro de B.O. Segundo ela, após uma reunião a portas fechadas num escritório com os sócios do advogado, Patrícia percebeu que havia ali o interesse financeiro na questão, e não em protegê-la judicialmente. Após pressionarem para que ela entregasse as provas, ela deixou um pen-drive vazio, e correu da sala. Foi então que decidiu procurar a Coluna para a denúncia oficial.

O CONTATO NO CAFÉ ‘TROCADO’

O Broune Café no Sudoeste. Local estratégico - para todos

O Broune Café no Sudoeste. Local estratégico – para todos

Patrícia, no entanto, insistiu durante três dias em segurar o registro policial porque já era orientada, de São Paulo, por um homem identificado até agora apenas como Marcelinho, que propôs ser seu empresário; Marcelinho contou o caso para o jornalista Emerson Biazon, que entrou na história como um gestor de crise – não se sabe para que lado. Ambos a convenceram a não fazer B.O. até que Emerson a encontrasse pessoalmente.

Desconfiado dos interesses dos dois homens com a jovem, e por não conhecê-la pessoalmente até saber de suas verdadeiras intenções, o repórter se precaveu – chamou o advogado da Coluna e marcou um café com Patrícia e Emerson na Monjolo, no Setor Sudoeste ( mas nos posicionamos a 20 metros, numa outra cafeteria, a Broune Café, para avistarmos com quem ela chegaria ). E surgiu a primeira surpresa – também desconfiado, Emerson escolheu a mesma cafeteria em que estavam o repórter e o advogado da Coluna para avistarem as movimentações ao longe. Resultado – estavam todos em mesas vizinhas, e se apresentaram.

O trato era Patrícia apresentar o B.O. à ocasião e relatar a acusação, mas ela recuou. “Só quero recuperar a minha vida”, disse cabisbaixa. Foi quando Emerson, reticente em apresentar seus interesses, provocou o repórter:

“Quanto vale uma matéria dessa?”

“Eu não trabalho assim, não compro nem vendo, meu interesse é jornalístico”, respondeu este repórter, o que instigou a provocá-lo também, já desconfiado, naquele momento, dos interesses do paulista, e este repórter retrucou:

“Você me ofende, assim, e me dá liberdade para te perguntar: quanto você está ganhando de alguém em São Paulo só para vir aqui calar a boca dessa menina!?” – Patrícia e o advogado da Coluna, frente a frente, apenas assistiram o embate.

Ânimos mais calmos, a conversa fluiu. Emerson se disse assessor de um partido em SP, o qual não se confirmou depois. Após mais de uma hora de conversa, Patrícia pediu um tempo e disse que decidiria no sábado, era para o repórter aguardar que ela enviaria o B.O.

Mas ela escondeu o jogo que fechara com o novo amigo de SP. Dali, a dupla se dirigiu à sucursal do SBT e tentou vender a história por R$ 10 mil ( agora, Patrícia e Emerson se acusam mutuamente sobre o interesse financeiro ). No SBT, a iniciativa de negociação partiu de Emerson, segundo relatam a jovem e um repórter da TV. Não rolou.

A VIAGEM PARA A ARMADILHA

O San Raphael, no Arouche, em SP - o provável'cativeiro'

O San Raphael, no Arouche, em SP – o provável’cativeiro’

Diante das investidas fracassadas de Emerson ou Patrícia ( isso a polícia vai apurar ) para lucrar com a história, segundo relata a jovem, Emerson Biazon propôs levá-la para São Paulo, com todas as despesas pagas. “Ele me ofereceu emprego na Record de Campinas, onde tinha contatos”, diz a jovem.

Por ser uma conhecida youtuber, anti-feminista e declaradamente de direita, Patrícia angariou milhares de seguidores Brasil adentro. Até o polêmico caso da suspeita de agressão, ela tinha quase 100 mil seguidores numa página do Facebook (que misteriosamente foi derrubada). Daí ela se interessar na proposta do novo amigo.

Segundo Patrícia, Emerson pagou o bilhete aéreo da Avianca Brasília-Congonhas ( voo 6063 ) dia 30 de julho, sábado. A jovem enviou o print da compra do bilhete para o repórter. Questionada pelo aplicativo para onde estava indo e com quem, ela se resumiu a dizer que estava com Emerson, que faria o B.O. em SP e ficaria por lá. Também disse que um subscretário de Segurança Pública lhes buscaria no aeroporto. Ainda desconfiado, o repórter perguntou o nome, e depois de uns minutos surgiu “João Batista”.

Balela. Sem jurisdição, ela não poderia fazer um boletim de ocorrência em São Paulo por caso ocorrido em Brasília. Primeiro alerta. O repórter acionou uma importante delegada da Polícia Federal para sondar sobre ‘João Batista’. Não existia esse nome. E na Polícia Civil, também questionada, ninguém na corporação sabia quem era. Foi o segundo alerta e principal motivador para o início da reportagem diante de um cenário mal contado.

A partir daquele sábado (30) até a segunda-feira à noite Emerson e Patrícia não responderam mais os telefonemas do repórter, e as suspeitas de que algo poderia ter acontecido circularam no seleto grupo dos que sabiam do caso Patrícia x Feliciano. A ponto de um ex-professor seu soltar no Facebook a história, temendo por sua vida.

Patrícia então apareceu. Estava com a voz visivelmente nervosa ao telefone, ligou seguidas vezes para este repórter para convencer o professor a apagar o registro – e também telefonou para ele, se dizendo bem – descobriu-se, dias depois, que não.

Foi quando o repórter decidiu soltar o que Patrícia o entregara de evidências de provas. Após consultar webdesigners experientes e programadores, e constatar, inicialmente, que não havia indícios de fraudes nos ‘prints’ das trocas de mensagens, foi divulgada a primeira matéria na terça-feira – a denúncia relatada em detalhes pela jovem, e os ‘prints’ das conversas reveladoras e chocantes atribuídas ao deputado Feliciano.

Antes, tentamos uma reunião pessoalmente com Talma Bauer, que faz papel também de assessor de imprensa de Feliciano. Em resposta, Bauer disse que não poderia encontrar o repórter porque estava indo para São Paulo ( detalhe, era uma terça-feira, quando os deputados chegam a Brasília, e não dela se despedem ). Descobriu-se, depois, pelo relato da  polícia, que Bauer retornara a SP porque Emerson entregaria Patrícia no hotel San Raphael. E lá começou o suposto sequestro qualificado e coação.

A CASA CAI 

O delegado Hellmeister - Com 40 anos de polícia, toca a investigação com cautela

O delegado Hellmeister – Com 40 anos de polícia, toca a investigação com cautela

A Polícia de SP já descobriu que o hotel tinha diárias pagas para Patrícia para 11 dias, até esta próxima quarta (10), e investiga quem pagou os custos – suspeita-se que seja Bauer, o chefe de gabinete.

Quando o caso veio à tona, na 3º DP, Patrícia relatou à Coluna: “Emerson me levou diretamente para o hotel e, para minha surpresa, quando eu cheguei lá, encontramos o Bauer na recepção”. Patrícia alega que a todo momento, no saguão, Bauer pede um abraço e a afaga, e ela corresponde. Mas a sós, no apartamento do hotel, ou sentados no saguão lado a lado, ele começou a fazer as ameaças.

A falta de protocolos e o linguajar amigável entre Emerson e Bauer, relata a jovem, chamou sua atenção e ela começou a desconfiar da armadilha. “Emerson então pediu para eu subir e o esperar no apartamento, que ele e Bauer conversariam”. Nesse intervalo também começou a visitar o hotel o Marcelinho, o ‘empresário’.

Depois disso, de acordo com a mulher, começou a suposta coação. Ela não sabe o teor da conversa entre os dois homens, mas garantiu no B.O. em São Paulo e em Brasília, lavrados contra Emerson e o tal Marcelinho, que todos a obrigaram a gravar os vídeos desmentindo a denúncia na Coluna. Em certo momento, Bauer teria dito que se ela não o fizesse, “um mal maior” poderia acontecer a ela – palavras repetidas pelo delegado Luis Hellmeister, da 3ª DP.

A essa altura, os vídeos de Patrícia – um deles ao lado do próprio Bauer – começaram a viralizar nas redes sociais e a confundir os leitores – afinal de contas, quem estava falando a verdade, e por que a garota mudara de ideia tão repentinamente.

O repórter então decidiu procurar os pais da garota – e encontrou sua mãe através de uma rede social. A mãe, que se revelou também preocupada com a misteriosa viagem e o paradeiro e companhia da filha, resolveu aparecer. Agendou-se um café na Casa do Pão de Queijo do Pátio Brasil Shopping na Quarta-feira à tarde – ela apareceu com uma amiga, e o repórter novamente com o advogado.

Maria Aparecida Lélis ouviu os relatos – só sabia de parte da história, a filha contou a agressão apenas na véspera da viagem, e omitiu o episódio por 48 dias. Ao assistir a um dos vídeos em que Patrícia aparece no banco de trás do carro, de olheiras, a mãe soltou: “Não é minha filha, ela está sendo forçada”. Foi então que a tese do sequestro ganhou força entre os envolvidos na história – desde a Coluna, passando por amigos e familiares.

Na mesma tarde, após o encontro com a mãe da garota, a Coluna soltou o áudio revelador em que Patrícia gravou, dia 22 de junho, Talma Bauer. Foi a resposta para mostrar que ela mentia – por conta própria, ou por força maior.

Para despistar a coação e o suposto sequestro qualificado, os ‘tutores’ da jovem deixaram ela atender telefones de alguns conhecidos, como a mãe, e o namorado. Também a deixaram sair para shoppings, mas sempre monitorada e sem acesso às suas redes sociais e telefones, como denunciou à Polícia. Aceitaram a ida da mãe para não prejudicar o andamento de eventual negociação sobre o silêncio da mulher.

Maria Aparecida viajou na quinta-feira para São Paulo e encontrou a filha no hotel, e lá descobriu que ela era mantida sob poder de Bauer e Emerson, segundo relatou à Coluna. Como ela saiu de lá e avisou a polícia, e o que se desdobrou depois disso, você vê aqui.

GUERRA DE VERSÕES

Desde a entrada da polícia paulista no caso começou uma guerra de versões. Confrontados pelo delegado Luís Hellmeister – 40 anos de polícia, 30 deles como delegado – os atores foram entregando episódios e personagens com detalhes surpreendentes.

Dr Hellmeister pisa em ovos, experiente em investigações, para “não cometer injustiças”, segundo já relatou à Coluna no primeiro contato, na sexta-feira. Bauer é investigador aposentado da Polícia de SP, e tem um irmão que está na ativa. Hellmeister tem investigado o caso em várias frentes sem receios, com a responsabilidade de descobrir a verdade.

Já era tarde da noite da última sexta (29), Bauer e Patrícia estavam na 3ª DP, comandada por Hellmeister, quando a jovem envolveu diretamente Emerson Biazon no caso. O delegado o mandou comparecer na delegacia. Ele entregou seu Ipad, que continua apreendido, e confessou que recebeu R$ 20 mil de Bauer como parte dos R$ 50 mil que negociavam.

Aí começa a guerra de versões. Segundo Bauer, ele não sabe de dinheiro algum. Emerson diz que o IPad tem provas de uma negociação do dinheiro, envolvendo até Patrícia, e a jovem nega que tenha aceitado qualquer quantia para se calar. Na quarta, a Coluna publicou que a mãe da Patrícia, em conversa com o repórter, revelou que a filha pedira conta com CNPJ para depósitos, o que, segundo a mãe, não ocorreu.  

No depoimento, Patrícia ressalta que foi a SP atrás do emprego prometido por Emerson. Pressionada pelo delegado, contou o que repetiu à Coluna: “Eu disse a Emerson que eu não queria dinheiro algum. Se ele quisesse dinheiro do Bauer, que ele negociasse para ele, mas não para mim”.

Como se vê, até agora, os R$ 20 mil apreendidos continuam sem dono numa gaveta da 3ª DP. O delegado Hellmeister estava decidido a pedir a prisão temporária de Bauer naquela noite, até Emerson aparecer com esta versão. O delegado então decidiu soltar Bauer e recolher o Ipad de Emerson para começar, com calma e a minúcia com que a Polícia deve apurar, para chegar à verdade: quem está mentindo no jogo.

Emerson virou um personagem chave nesse script. Após virar alvo da Polícia paulista, agora passa a ser investigado pela Delegacia da Mulher em Brasília. Bauer continua solto e deve aparecer em Brasília para suas funções esta semana. Após quatro dias de silêncio, o deputado Feliciano gravou um vídeo em que se defende e alerta que foi falsa comunicação de crime por parte da jovem – que voltou para Brasília e o denunciou de novo. Feliciano será cercado pela Delegacia da Mulher do DF e pela Procuradoria Geral da República.

 

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


Caso Feliciano – vídeos do edifício e elevador serão peça-chave
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Leandro Mazzini

Os advogados da jornalista Patrícia Lélis, 22, vão solicitar que a Procuradoria Geral da República (PGR) faça a requisição imediata dos vídeos do prédio do apartamento funcional e do elevador do bloco onde reside o deputado federal Pr. Feliciano (PSC-SP).

Ele foi acusado por Patrícia de agressão, assédio sexual e tentativa de estupro. O caso teria ocorrido dia 15 de junho, na Asa Norte, e a jovem garante que os vídeos podem comprovar sua presença no prédio.

Confira aqui a primeira denúncia

A garota, que era da Juventude do PSC, também informa que foi à liderança do PSC na Câmara dos Deputados denunciar Feliciano, por dois momentos, onde teria se reunido com o presidente nacional do partido, Pr Everaldo (RJ). Os vídeos dos corredores da Câmara também serão requisitados.

O advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, vai acompanhá-la nesta tarde de segunda no depoimento da jovem ao Ministério Público Federal. O caso deve ficar com a própria subprocuradora-geral da República, Débora Duprat.

DENÚNCIAS

O caso foi revelado pela Coluna Esplanada na última terça (2), que desde então soltou uma série de reportagens sobre a denúncia da garota. ( confira abaixo )

Ouça aqui o áudio gravado com Bauer, em que ela confirma a agressão

Assisata aqui o vídeo que comprova encontro da garota com chefe de gabinete

Veja aqui o cronograma da denúncia

Patrícia prestou oitiva contra Feliciano na 3ª DP de SP na sexta, e fez boletim de ocorrência contra Talma Bauer, o chefe de gabinete do deputado, por suposto cárcere privado. Ele estaria a forçando a gravar vídeos para defender Feliciano após a Coluna divulgar a denúncia.


House of Feliciano – Os mistérios que a Polícia e a PGR podem esclarecer
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Leandro Mazzini

Cinco dias depois de a Coluna soltar a denúncia da jornalista brasiliense Patrícia Lélis contra o deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), por agressão, assédio sexual e tentativa de estupro, após idas e vindas de versões, o caso toma proporções oficiais na capital federal – mas mistérios continuam.

Patrícia mantém a versão da agressão, que teria ocorrido dentro do apartamento funcional, e após fazer oitiva na 3ª DP em São Paulo, registrou a ocorrência na Delegacia da Mulher em Brasília – e outro B.O. contra dois homens até agora não investigados, mas que tiveram participação ativa na sua viagem para SP, onde caiu nas mãos do chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer.

A Procuradoria Geral da República entra na história nesta segunda, e as Polícias Civil de SP e do DF passam a investigar o caso em outra frente – a do sequestro qualificado (que teria começado em Brasília) e coação (para que ela gravasse vídeos a favor de Feliciano, na tentativa de desmentir a denúncia aqui publicada).

O vaivém de episódios e os personagens envolvidos são dignos de trama hollywoodiana – ou do seriado House of Cards, da Netflix, sobre tramas do jogo do Poder. A jovem acusa o PSC de omissão após procurar ajuda; Feliciano demorou a aparecer; o chefe de gabinete atuou como um soposto capanga de luxo; e a garota, apesar de manter a denúncia, tem um histórico criticado por amigos de mitomania – o que ela nega.

Até agora, entre os fatos já revelados, restam dúvidas sobre alguns episódios e personagens, os quais caberá às Polícias e à PGR investigar a bem da verdade:

1 – Por que Feliciano só quebrou o silêncio quatro dias após a denúncia, e disse que a perdoa?

2 – Quem é a mulher que visitaria o deputado vizinho e bateu ‘equivocada’ à porta de Feliciano após ouvir os gritos de socorro?

3 – Por que a jovem não contou aos pais a suposta agressão logo após o episódio? ( só revelou 48 dias depois, na sexta, 29 de julho)

4 – Por que o PSC se omitiu e seus integrantes não cobraram uma posição de Feliciano, após ela denunciar o caso à cúpula do partido?

5 – Quem é Marcelinho, que ela conhecia apenas pela internet, e se apresentou como futuro empresário e interessado em ajudar a resolver o caso ao levá-la para SP?

6 – Por que o jornalista Emerson Biazon viajou a Brasília especialmente para ver Patrícia e a orientou a não fazer o B.O. dia 28 de julho?

7 – Quem pagou os custos de passagem aérea e diárias do hotel San Raphael em SP para Patrícia?

8 – Quem mais tinha acesso ao apartamento de Patrícia e convívio com ela durante o suposto cárcere privado?

9 – O que fazia no hotel Talma Bauer durante vários momentos, até ser detido por agentes da Corregedoria sob acusação de cárcere?

10 – Por que na terça, dia 2 de agosto, Patrícia pediu uma conta com CNPJ para a mãe para um depósito vindo de SP, após mudar suas versões sobre a agressão e defender Feliciano? ( Nos B.O., ela diz que estava sob coação e ameaça de morte)

11 – Emerson Biazon só revelou ao delegado Hellmeister, da 3ª DP de SP, que estava de posse de R$ 20 mil, quando Patrícia já terminava seu depoimento.

12 – Se a garota está mentindo, por que Feliciano não a denunciou até agora?

13 – Por que Talma Bauer não fez um B.O. contra a mulher, já que diz que foi uma invenção?

14 – Para quem eram os R$ 20 mil dados por Bauer a Emerson ?

( Aqui há uma guerra de versões já investigada pela polícia paulista: Bauer disse que fechara acordo com Emerson pelo silêncio de Patrícia; Ela nega, e diz que não autorizou Emerson a pegar dinheiro. Alega que foi a SP atrás de emprego numa TV prometida pelo jornalista que a buscou em Brasília, e que Emerson e Bauer negociaram dinheiro sem o consentimento dela, daí ela ter sido coagida a gravar os vídeos pró-deputado, até sua mãe fugir do hotel e revelar o caso à polícia).

15 – Quem está falando a verdade sobre os episódios em São Paulo? Emerson? Patrícia? Bauer? Ou os três?

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assisata aqui o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


Deputado Feliciano e mais dois são denunciados à Delegacia da Mulher do DF
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Leandro Mazzini

A jornalista Patrícia Lélis, que acusa o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) de agressão, assédio sexual e tentativa de estupro dentro de apartamento funcional, registrou boletim de ocorrência na noite deste domingo na Delegacia da Mulher, na Asa Sul de Brasília.

Ela envolve o deputado e também denuncia mais dois homens que a convenceram a ir para São Paulo, que resultou no caso do suposto sequestro qualificado pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, que foi detido para esclarecimentos na sexta, e depois solto.

Os outros dois envolvidos no caso, segundo Patrícia, são: um homem identificado apenas como Marcelinho – que seria seu empresário para tentativa de emprego em SP – e o jornalista Emerson Biazon, que a convenceu a viajar para a capital paulista.

Em São Paulo, ela foi alojada no hotel San Raphael, no Centro, onde ficou sob tutela de Bauer, e onde teria se iniciado a coação para ela mudar o discurso sobre a denúncia contra Feliciano, revelada pela Coluna. As diárias estavam pagas até a próxima quarta, 10.

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia

DEFESA DE FELICIANO

As denúncias começaram a aparecer na última terça-feira, registradas em primeira mão pela Coluna Esplanada. Desde então o deputado Marco Feliciano preferiu o silêncio, e só o quebrou quatro dias depois – neste sábado – após a prisão do seu chefe de gabinete em SP acusado de cárcere privado.

Feliciano divulgou um vídeo em suas redes sociais, ao lado de sua esposa, negando a agressão. Disse ser vítima de falsa comunicação de crime e que vai perdoar a mulher que o denuncia – uma ex-militante do PSC Jovem.

Patrícia Lélis continua mantendo sua versão – fez oitiva na 3ª DP em São Paulo – que será encaminhada à PGR nesta segunda – e agora faz o B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília.


Vídeo comprova encontro de assessor de Feliciano com mulher
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Leandro Mazzini

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Um vídeo obtido na noite deste sábado pela Coluna comprova que o chefe de gabinete do deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, conheceu a jornalista Patrícia Lélis – até o momento ele negou que a conhecesse e que tenha havido a reunião entre os dois.

O vídeo, feito por um amigo da jovem, é do dia da conversa gravada por ela com Bauer – o assessor também negou que a voz fosse dele, quando ela relata com detalhes a acusação feita contra Feliciano.

Esse encontro, segundo relatou Patrícia, foi no Frans Café da Quadra 209, bloco D, da Asa Norte, no dia 22 de junho – uma semana após a suposta agressão, relatada ontem em oitiva à Polícia.

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Bauer foi detido ontem em São Paulo por agentes da Corregedoria – ele é investigador aposentado – e levado para prestar depoimento na 3ª DP (Campos Elysios). Ele foi liberado nesta madrugada de sábado. O caso está com o delegado Luís Alberto Hellmeister.

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Veja aqui o cronograma da denúncia