Quatro escritórios de advocacia defendem Cunha na Lava Jato
Leandro Mazzini
A Operação Lava Jato e a prisão do político fizeram o ex-presidente da Câmara dos Deputados queimar a língua.
Eduardo Cunha nunca gostou da Ordem dos Advogados do Brasil, defendia auditoria pública e criticava o exame de ordem para a carteirinha – chegou a incluir um ‘contrabando’ numa medida provisória para tentar derrubar a prova.
Agora, trancafiado, Cunha acaba de contratar quatro escritórios de criminalistas renomados. Segundo relatos de amigos próximos, defendem o político os advogados Pierpaolo Botini; Arns de Oliveira; Ticiano Figueiro & Pedro Ivo. Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, dá consultoria.
Quem defendia Cunha durante seu processo de cassação na Câmara Federal era o escritório do ex-procurador Geral Antonio Fernando de Souza, que denunciou os 40 do mensalão.
Mas Antonio Fernando não aparecia no Congresso, sempre foi representado por um sócio na defesa direta de Cunha durante as audiências do Conselho de Ética.
OAB CRITICA
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, acompanha a repercussão:
“Registramos agora mais uma contradição na trajetória do ex-deputado. Depois de anos atacando a advocacia, estimulando o fim do Exame e a diminuição da qualidade dos cursos, ele precisa fazer valer o sagrado direito de defesa”, cita Lamachia.