Coluna Esplanada

Arquivo : galeão

Lava Jato taxia e pode aterrissar nos aeroportos concedidos
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O Galeão, no Rio - nas mãos da Odebrecht

O Galeão, no Rio – nas mãos da Odebrecht

Os experientes e bem informados empregados da Infraero, que conhecem os ‘hangares’ das concessões de lucrativos terminais e defendem uma CPI para investigá-las, indicam que a Operação Lava Jato está taxiando e pode aterrissar nas pistas controladas agora pelas empreiteiras – todas elas investigadas pela Justiça e PF.

Alvos recentes, a Andrade Gutiérrez opera o Aeroporto de Confins (Belo Horizonte) com a Camargo Corrêa, e Odebrecht comanda o Galeão (Rio de Janeiro), dois lucrativos aeroportos.

Completam esse check-in a Engevix (JK, em Brasília, e Natal), UTC (Viracopos, Campinas) e OAS (Cumbica, em Guarulhos).

UTC, Engevix e OAS fizeram obras nos terminais de seus aeroportos com suas próprias tabelas de preço, dizem os técnicos da estatal, financiados pelo BNDES e com Infraero cobrindo 49% dos custos como sócia.

A Associação Nacional de Empregados da Infraero já enviou carta ao ministro da Aviação reforçando pedido de apoio a uma CPI das Concessões no Congresso.

O Blog no Twitter e no Facebook


Jacarepaguá, no Rio, deve ganhar o ‘aeroporto olímpico’
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O despejo do secular AeroClube do Brasil de hangares do Aeroporto de Jacarepaguá, feito pela Infraero, segue estratégia muito maior que a anunciada alocação de 200 funcionários da estatal, retirados do Aeroporto do Galeão após a concessão.

A Infraero pretende inaugurar o Aeroporto Olímpico. A pista de Jacarepaguá, usada para voos executivos, fica a poucos quilômetros do futuro parque dos Jogos de 2016 na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. E a dois anos do maior evento do mundo virou alvo da cobiça da estatal e das grandes companhias.

O plano é ampliar a pista em 300 metros para receber Airbus e Boeing de voos domésticos, operados pelas aéreas nacionais. Procurada, a Infraero não se posicionou.

Há anos o debate rola na Barra da Tijuca, reduto classe A do Rio. Há quem prefira o bairro como está, já outros querem aeroporto mais perto que o Santos Dumont (Centro).


Novo sistema impediria apagão por mau tempo no Galeão e Santos Dumont
Comentários Comente

Leandro Mazzini

 

nevoeirovale

Avião durante pouso autorizado no Santos Dumont sob neblina fraca no Rio. Foto: srzd.com

O famoso bordão “Imagina na Copa”, tão citado nas redes sociais há mais de dois anos, acabou ocorrendo no Rio de Janeiro na terça-feira, mas por causa do mau tempo.

O nevoeiro matinal que encobriu a cidade, que vez ou outra obriga os aeroportos a paralisarem as operações, deixou milhares de passageiros – entre eles muitos turistas – sem voos no Santos Dumont e no Internacional Tom Jobim (Galeão). Centenas perderam viagem e a oportunidade de ir a jogos da Copa.

Um vexame para o governo brasileiro, que poderia ter evitado isso a tempo.

A Infraero (Santos Dumont) e concessionária (Galeão) alegaram mau tempo com o nevoeiro, mas o “apagão” de quatro horas, que proibiu pousos  e decolagens e cancelou mais de 30 voos, seria evitado se os aeroportos contassem com o ILS 3, de auxílio a pilotos.

A chiadeira de comandantes brasileiros e estrangeiros é notória na Infraero: O País ficou para trás na tecnologia ILS (Instrument Landing System), sistemas instalados nas torres de controle que ajudam pilotos a aterrissarem com precisão e segurança em locais com muita chuva ou neblina – como no caso do nevoeiro da terça.

O Galeão e o Santos Dumont possuem o ILS 2 e 1, respectivamente. Não suficientes. Grandes aeroportos do mundo operam com o ILS 3, que dá precisão aos comandantes de aterrissarem e decolarem com apenas 10 metros de visibilidade. Ou seja, quase às cegas, mas garantidos e seguros pela alta tecnologia que o governo não adquiriu.

O ILS é fundamental para operação diária nos aeroportos com muita incidência de nevoeiro ou chuvas, como Guarulhos (Aeroporto de Cumbica), Curitiba (Afonso Pena), Porto Alegre (Salgado Filho), Manaus (Eduardo Gomes) etc.

A turma da cabine passa um aperto na descida, quando não desiste e muda o aeroporto de destino. A justificativa é aquela que você já ouviu: más condições climáticas. Coisa que o sistema avançado resolveria.

Porém, dos aeroportos da Infraero, segundo informou a estatal, 17 operam com ILS I, o mais fraco – aproximação por instrumento com altura de decisão não menor que 60 m e visibilidade não menor que 800 m – ou contato visual com a pista não menor que 550m. Uma situação considerada quase normal pelos profissionais.

Só o Galeão, no Rio (agora concedido), e Curitiba têm o ILS Categoria II (aprox. 60 m, não menor que 30 m, e contato visual com a pista não menor que 350 m). Enquanto na maioria dos grandes e médios aeroportos do mundo o sistema usado é o ILS 3.

Atualização Quinta, 19, 16h52: Destaco os seguintes comentários pertinentes dos leitores, para lembrar que a responsabilidade também é das companhias aéreas no treinamento de pilotos:

Marcos291 – Faltou ao nobre colunista informar que atualmente NENHUMA companhia aérea brasileira tem interesse em utilizar-se do ILS CAT III devido aos custos impeditivos de homologação e treinamento. Em GRU, 100% da utilização do referido equipamento é feito por CIA´s estrangeiras.

Senemix45 – É impossível instalar ILS no Santos Dumont, por conta do relevo, mas existe tecnologia como o RNP AR que, apesar de não ser tão precisa, é mais barata e está disponível, porém nem todas companhias estão habilitadas a operar. E não adianta instalar CAT3 no Galeão se as companhias aéreas não capacitarem suas tripulações, e já disseram que não tem interesse visto que o investimento não compensa. A natureza impõe limites à aviação, principalmente em aeroportos como Santos Dumont que só continua operando pela sua ótima localização, perto do Centro e da Zona Su do Rio. Essa comodidade vem com o ônus de sofrer mais impacto meteorológico e gerar ruído em bairros como Santa Teresa e Laranjeiras. Fica a critério do passageiro correr o risco, principalmente em épocas do ano que aumentam a ocorrência de nevoeiros.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook   


Governo investiga suspeita de sabotagem em blecaute do Galeão
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O governo e a Infraero trabalham sigilosamente na investigação e veem suspeita de sabotagem no blecaute de 1h nos terminais 1 e 2 do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, na noite de Sexta da Paixão.

Notícias que chegaram à cúpula da Infraero dão conta de que os aeroportuários estão insatisfeitos com as concessões e articulam cruzar os braços durante a Copa da FIFA.

Foram seis apagões em um ano. Os últimos dois grandes blecautes no Galeão foram causados por curto-circuito na subestação de energia, em novembro de 2013 e no Natal de 2012. Curiosamente o mesmo problema alegado n última sexta.

Dia 27 de dezembro de 2012, um dia após um grande blecaute no Galeão, a presidente Dilma apontou falha humana como causa do apagão nos terminais.

Último aeroporto concedido, com contrato assinado dia 2 de Abril, o Galeão dá mostras de que o consórcio Odebrecht-Changi Airports terá muito trabalho pela frente.  O blecaute de sexta mostrou que o Galeão não tem gerador compatível. Atrasou 11 voos e prejudicou centenas, reforçando nos terminais o bordão ‘Imagina na Copa’.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook  

________________________

CAOS NO CHÃO 

Independentemente do blecaute, o Galeão provou que, às vésperas da Copa da FIFA, uma das principais portas de entrada de estrangeiros está um caos: nos dois terminais, corredores do desembarque em obras, com tapumes e sem ar condicionado fraco. Goteiras, teto com fiações expostas e escadas rolantes quebradas completam o cenário. (veja fotos e vídeos aqui) Outra prova de caos no Galeão é o bate-cabeça da administração. Poucos dias de concessão, ninguém sabe quem manda no aeroporto. A Odebrecht-Changi e a Infraero são sócias, mas os funcionários da estatal estavam mais perdidos que passageiros.

TODO MUNDO QUER

O grande interesse da iniciativa privada pelo Galeão indica que o aeroporto é uma mina de dinheiro, mas mal preservada. Em 2007, o então vice-governador do Rio, Luiz Pezão, revelou que grupo mexicano queria pagar R$ 600 milhões pelos terminais.

CRIME ELEITORAL

Brasília amanheceu domingo com dezenas de faixas nos contornos e rotatórias de imagem e saudações do deputado federal Policarpo (PT-DF).

GOLPE & EDUCAÇÃO 

Na quinta (24), a Comissão de Educação da Câmara promove audiência sobre os reflexos do golpe militar na educação brasileira, com presença Emir Sader, Sadi Dal Rosso, Renato Rabelo (PCdoB), Moacir Gadotti e Marcos Guerra.

SILÊNCIO COMPLACENTE

A oposição tem notícias de que ativos de US$ 4 bilhões da Petrobras na África foram vendidos a US$ 1,2 bilhão para um banqueiro brasileiro. Vale lembrar que a estatal se desfez dos negócios em sete países africanos para investir na exploração do pré-sal. O mistério petro-africano vem ao encontro do preâmbulo do depoimento da presidente da Petrobras, Graças Foster, no Senado. Foi logo avisando que não poderia falar de “ativos da Petrobras”. E ninguém tocou no assunto.

ACM REDIVIVO

Odiado por muitos e venerado por outros tantos, o então senador Antonio Carlos Magalhães, nos idos de 2006, insistia com os pares, sem sucesso, para abrirem uma CPI da Petrobras. Tinha informações de que campanhas foram pagas com dinheiro desviado. ACM pedia também, sem sucesso, que se abrissem as contas da petroleira: ‘É a oportunidade para se provar a ladroagem na maior empresa do Brasil’.

______________________

Dicas, sugestões e denúncias: envie email para pauta@colunaesplanada.com.br


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>