Coluna Esplanada

Arquivo : lava jato

PF frustra plano de Argôlo voltar à Câmara
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Leandro Mazzini

Foto: Ag. Câmara

Foto: Ag. Câmara

A Polícia Federal frustrou o plano político de Luiz Argôlo (SD-BA) para se blindar da iminente prisão que esperava – o que aconteceu ontem. Ele articulava com um deputado a sua volta para a Câmara Federal.

Mesmo na mira dos investigadores Argôlo tentou a reeleição ano passado mas não obteve votos suficientes. Seu plano era assumir o mandato em Brasília com a ida de um deputado para secretaria de Estado ou município baiano, e desta forma, sob foro privilegiado, evitar sua prisão. Não deu tempo.

Argôlo foi flagrado nas escutas ano passado com o doleiro Alberto Youssef, com um ‘Eu te amo, cara!’, após suspeita de receber uma bolada de dinheiro.

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Quem acompanha de perto a lupa do juiz Sérgio Moro acredita que ele apenas abriu a porta da fila de políticos que vai entrar pela carceragem da PF no Paraná.


O juiz Sérgio Moro e o ‘caso pendente concreto’
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Leandro Mazzini

O juiz Moro, em Brasília: endosso a minuta da AJUFE sobre mudança no Código de Processo Penal. Foto: Augusto Dauster

O juiz Moro, em Brasília: endosso a minuta da AJUFE sobre mudança no Código de Processo Penal. Foto: Augusto Dauster

Uma velada apreensão toma conta dos juízes federais em torno do processo da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz Sérgio Moro, embora os magistrados desconversem sobre o assunto.

Há risco de a investigação levar um baque se ministros do Supremo Tribunal Federal decidirem, por liminar, soltar alguns empreiteiros mantidos sob prisão preventiva que poderiam entrar em delação premiada e contribuir muito para o caso.

De passagem ontem por Brasília, em evento da Associação Nacional dos Juízes Federais (AJUFE), o juiz Moro evitou falar da investigação e até citá-la. Agora só classifica a Lava Jato de ‘Caso Pendente Concreto’. A entidade de classe se esforça para blindar o juiz junto ao Supremo.

O juiz federal Moro tornou-se uma celebridade por onde passa. Mas foi aconselhado a ter mais cuidado. Até poucas semanas atrás, estava indo trabalhar de bicicleta em Curitiba. Ontem, no aeroporto da capital do Paraná, rumo a Brasília, o juiz foi cercado por pelo menos 40 pessoas entre o check-in e o salão de embarque.

Moro é um declarado apreciador do modus operandi da Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Justiça na Itália nos anos 90 contra a corrupção envolvendo políticos e o narcotráfico. A despeito de se deparar com cenário diferente na Lava Jato, o magistrado se espelha na atuação forte da força-tarefa que levou à condenação e cadeia centenas de autoridades do Poder Legislativo.

Mas à ocasião tudo ocorreu com uma intensa afinidade entre a polícia, a promotoria e a Corte suprema da itália, como lembrou o juiz Livio Pepino em entrevista a este repórter em 2003, de passagem pelo Brasil. Pepino foi um dos principais colaboradores da Mãos Limpas:

‘Na Itália, mesmo com o esforço da Justiça e das polícias, ainda falta muito a combater. No Brasil, sem trabalho integrado entre as autoridades, não há solução para o crime organizado’, comentou o magistrado italiano à ocasião. ( Leia aqui )

Tanto Moro quanto Bochenek evitaram, porém, comentar se existe essa afinidade entre as autoridades no caso da Lava Jato, em razão das especulações de que ministros do STF podem conceder liminar de soltura aos principais investigados – em decisão monocrática, o ministro Teori Zavaski já libertara o ex-diretor da Petrobras Renato Duque quando encarcerado da primeira vez.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Sob a tutela do presidente Antonio Bochenek, a AJUFE apresentou ontem na sede em Brasília uma minuta de projeto de lei para modificar o Código de Processo Penal. Os resultados do processo da Lava Jato instigaram a entidade a propor a mudança, embora a proposta trate de casos de condenação em primeira instância, enquanto a Lava Jato ainda investiga os envolvidos no esquema conhecido como Petrolão.

O objetivo é aniquilar o sentimento de impunidade que acomete o País diante de casos em evidência na mídia nos últimos anos, de famosos condenados com sentenças não cumpridas. A principal mudança é a tentativa de fazer valer a sentença de prisão logo em primeira instância, e restringir as manobras protelatórias da defesa de condenados.

‘A AJUFE busca a efetividade das ações judiciais, respeitando a presunção da inocência’, disse Bochenek, que agora vai intensificar a atuação da assessoria parlamentar junto ao Congresso Nacional.

Para Moro, o Brasil precisa repensar o sistema. Ele citou o Judiciário da França e Estados Unidos como exemplos a serem seguidos.


Efeito Lava Jato: Bolívia esnoba brasileiras e contrata empresa chinesa
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Leandro Mazzini

A Operação Lava Jato começa a causar efeito negativo nos negócios das conhecidas e internacionais empreiteiras brasileiras alvos da Justiça.

O governo da Bolívia preteriu as brasileiras e contratou a empreiteira estatal chinesa Sinopec para obras de duplicação de uma rodovia de 58 km, na região de Ichilo, departamento de Santa Cruz.

A obra está orçada em US$ 80 milhões e será realizada em 36 meses. A duplicação da estrada liga Yapacaní a Ichilo.


‘Lavadores’ reclamam de honorários inflacionados dos advogados
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Leandro Mazzini

As duplas do momento em Brasília são as formadas por Olho Grande & Chororô.

Os primeiros são os advogados de renomados escritórios, e os outros são os alvos de inquéritos no STF e STJ, citados na lista do PGR Rodrigo Janot.

A choradeira é tanta por parte dos clientes que os advogados já deram apelido de ‘Lavadores’ à turma, em menção à Operação Lava Jato.

Os políticos investigados têm reclamado nos gabinetes que os renomados advogados procurados para a defesa inflacionaram, e muito, os honorários. E é verdade.

As bancas estão cobrando por baixo R$ 2 milhões – negociáveis em contraproposta ou parcelados – para pegarem cada causa.


Estratégia de Moro é vencer empreiteiros pelo cansaço
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Leandro Mazzini

Foto extraída de ovale.com.br

Foto extraída de ovale.com.br

Advogados dos empreiteiros presos nas celas da Polícia Federal em Curitiba entenderam a estratégia do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a investigação da Operação Lava Jato: vencê-los pelo cansaço. Por isso elaboram plano para tentar anular a investigação.

Um a um dos empresários tem cedido, e na lista estão os chefes da UTC, Queiroz Galvão, Mendes Junior e OAS.

O cenário ajuda o ‘terror’ psicológico. Para quem ficava em hotéis cinco estrelas, dirigia carros importados e viajava de jatinho, uma cela apertada, sem ar refrigerado, com ‘quentinha’ no almoço faz qualquer um entregar o jogo.

O juiz Moro vai prorrogar as prisões de todos os magnatas para forçá-los a entrar em delação premiada, e por ora o plano tem dado certo.

FALTA UMA 

E a Odebrecht? , perguntam muitos. Moro segurou prisões e só ordenou busca e apreensão. Está cercando a empresa aos poucos e analisando documentos para verificar se está tudo correto. Há quem aposte que vem aí operação especial só para a baiana.

A Odebrecht é a maior doadora de campanhas do PT. Seus advogados visitaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o caso só jogou lenha na fogueira.


‘Casa 1’ e ‘Casa 2’, na lista de propinas, podem indicar Câmara e Senado
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Leandro Mazzini

congresso

A Polícia Federal já investiga se as chamadas ‘Casa 1’ e ‘Casa 2’ nas anotações de Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras, da Sete Brasil e o novo delator-geral da República, são na verdade a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Não é segredo em Brasília mas causa incômodo. Os maiores suspeitos de beneficiários das propinas da Petrobras ainda não foram presos. Desfilam no Congresso Nacional de terno e gravata, com alcunha de Excelência. São os mandatários padrinhos políticos dos ex-diretores detidos.


Com DNA da Petrobras, Sete pode levar estaleiros ao naufrágio
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Leandro Mazzini

O edifício-sede da Sete Brasil, na Lagoa, no Rio, no antigo prédio da UniverCidade: alto padrão

O edifício-sede da Sete Brasil, na Lagoa, no Rio, no antigo prédio da UniverCidade: alto padrão

Com informações privilegiadas, a presidente Dilma se esforçou, sem sucesso, em se antecipar a crises que poderiam respingar no Palácio – e agora a goteira é grande no gabinete.

Em abril de 2012, mandou Graças Foster demitir Paulo Costa e Renato Duque da Petrobras. Um ano depois a PF deflagrou a Lava Jato.

No início de Janeiro, ela determinou ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, uma operação financeira para salvar a Sete Brasil, maior fornecedora da Petrobras, revelou a Coluna dia 9 de Janeiro. De novo, tarde.

O ex-diretor da Petrobras e da Sete Pedro Barusco entregou o esquema que culminou nesta quinta-feira (5) na Lava Jato 8. E o problema de US$ 200 milhões agora chegou ao PT inteiro. Pelas novas revelações, a Lava Jato 8 agora cerca também os maiores estaleiros do País. Segundo o delator, a maioria dos contratos da Sete Brasil saía com 1% para propina.

A Sete foi criada com dinheiro de fundos como Previ e Petros, e bancos como BTG e Santander. Com US$ 22 bilhões em contratos para construção de sondas, estranhamente já operava no vermelho há meses.

A operação do Planalto para salvar a Sete envolve empréstimo imediato de US$ 3,5 bilhões de vários bancos estatais e privados – pelo menos US$ 800 milhões para respirar.


Petrolão é meio caminho. Youssef tem a lista de ouro dos paraísos fiscais
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Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - http://aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Toda essa encrenca que mobiliza o Poder político e empresarial da nação começou com uma cirúrgica operação da Polícia Federal em Brasília, a Miquéias, em final de 2013, que levou à cadeia o doleiro Fayed Traboulsi. O alvo da operação era uma lavanderia (sem trocadilho) que também operava como casa de câmbio dentro de um posto de combustíveis no coração da capital federal, e onde poderosos lavavam seu dinheiro. Um dos alvos era Carlos Habib Chater, o proprietário do posto e parceiro de Fayed.

À ocasião da Miquéias o mundo quase caiu sobre a cabeça de muitos engravatados de Brasília. Fayed é considerado o doleiro de 10 entre 10 abastados políticos corruptos e patriarcas de clãs conhecidos da província. É tanto dinheiro envolvido que o doleiro desfilava sem receios com uma Ferrari, uma Maserati, um Porsche, e navegava sobre o Lago Paranoá numa lancha considerada a maior do País, avaliada em US$ 5 milhões.

Mas Fayed, para a PF, era só um caminho, a trilha para o pote de ouro, ou o ‘boi de piranha’. Àquela altura, já trabalhava incessantemente em seu gabinete o juiz federal Sérgio Moro, e em parceria com os federais, conseguiu enfim chegar ao alvo em março de 2014: Alberto Youssef, considerado o maior doleiro do Brasil, para quem Fayed atuava em Brasília.

A Operação Miquéias foi uma ‘cortina de fumaça’ para não espantar o alvo principal e em especial apreender importantes documentos de Fayed que levariam a Justiça Federal a Youssef, e isso aconteceu. Com a Operação Lava Jato – em menção à lavanderia do posto de gasolina (lembram?) – a perícia da PF e o juiz Moro botaram a mão em pilhas e pilhas de documentos ainda hoje analisados pelos quais cai metade da República.

Foi pela Lava Jato que, coincidentemente, a PF chegou à ligação de Youssef com um dos seus principais clientes, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras – e dali puxou o fio, prospectou, foi ‘furando o poço’ até achar a mina de corrupção na estatal e descobrir o tamanho do rombo que hoje chamamos de petrolão. Quase acidentalmente – digo quase porque Costa já era monitorado – o petrolão foi descoberto, trazendo à tona, através da operação de Youssef com Costa, a lavagem de dinheiro dos contratos fraudulentos da Petrobras. E dali revelou-se uma gama de importantes nomes de mandatários e empreiteiros.

Engana-se, porém, quem considera missão cumprida o cerco judicial a essa turma. O petrolão na verdade é o meio do caminho. O petrolão é um bom achado no mar de lama em que a Justiça pôs a mão. A Lava Jato pretende revelar, sob a força-tarefa do juiz Sérgio Moro, a maior rede de lavagem de dinheiro do País, com mapeamento e cerco à maioria das contas em paraísos fiscais operadas por Youssef para empresários e políticos – e não os mesmos do petrolão. São contas na Suíça, Ilhas Jersey, países do Caribe. Já tem tubarão com conta bloqueada no exterior e respirando veladamente por aparelhos no Brasil. Os advogados criminais nunca tiveram tanto trabalho – e nunca ganharam tanto dinheiro na defesa.Vem mais por aí.

Em suma, há dois tipos de pessoas muito preocupadas com o doleiro preso Alberto Youssef. Os da lista que o Procuradoria Geral da República e o STF vão revelar em breve e serão visitados pela PF às 6h de qualquer dia. Essa turma é a do varejo, da propina para pagar as continhas com o dinheiro do petrolao. E a lista maior, que a PF tenta arrancar, principal motivo da prisão do doleiro. Os poderosos que usaram seu serviço para abrir contas em paraísos fiscais e lavar dinheiro. Essa é a turma do atacado. É o pote de ouro. São clãs inteiros de empresários e políticos, alguns deles intimamente ligados.


Enrolado com doleiro, deputado reeleito tem R$ 17 milhões em emendas
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Leandro Mazzini

Foto extraída do www.jornaldealagoas.com.br

Foto extraída do www.jornaldealagoas.com.br

Atualizada às 18h08 de segunda (22) – O deputado Luiz Argolo (PP-BA), apontado como íntimo do doleiro preso pela PF Alberto Youssef, não se intimidou durante toda a divulgação da operação Lava Jato há meses e foi generoso no pedido de emendas nos últimos quatro anos.

Foram mais de R$ 17 milhões em verbas empenhadas. Todas para o interior da Bahia, seu reduto eleitoral. Curiosamente a maioria delas , R$ 8,4 milhões, para “Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Prevenção e Controle de Doenças e Agravos” – ou seja, em suma, construção de banheiros e instalação de privadas.

Chamam a atenção as verbas destinadas para os projetos de Desenvolvimento Sustentável, sem especificações, apenas para o pequeno município de Aramari – com R$ 3,8 milhões de verbas.

Argolo, que por ora escapou da PF, é o que foi flagrado com um ‘Te amo, cara!’, num torpedo animado para o doleiro detido. Seu caso está no Conselho de Ética da Câmara, num processo que pede sua cassação.

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Mãe do juiz Moro anda sob escolta policial
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Leandro Mazzini

O juiz federal Sérgio Moro, que coordena o processo da operação Lava Jato da Polícia Federal, começa a sentir na família o peso da responsabilidade de mexer com os maiores bandidos de colarinho branco da História do País.

Segundo pessoas próximas à família, a mãe do juiz, que mora numa grande cidade do interior do Paraná, anda deprimida, reclusa em casa e só circula na rua sob escolta policial. Há notícias não confirmadas de que o magistrado já sofreu ameaças de morte. Procurada, a assessoria da Polícia Federal não se manifestou.

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A sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final, levou à cadeia executivos, donos de empreiteiras e, pelas delações premiadas, a virada do ano promete grandes surpresas.

Já tem político citado por Paulo Roberto Costa monitorado. Se algum deles tentar sair do Brasil, vai ser convidado a ficar. Nem jatinho escapará de revista.

Vale ressaltar que a lista de 28 nomes de políticos citados na imprensa como propinados é apenas da cota do ex-diretor da Petrobras Paulo Costa. Faltam as listas do doleiro Alberto Youssef e de executivos e lobistas que também concordaram com a delação.