Coluna Esplanada

Arquivo : novembro 2014

Dilma quer trocar presidentes da Caixa e BB
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Leandro Mazzini

Os presidentes dos maiores bancos estatais entraram na mira da presidente Dilma na reforma ministerial.

Aldemir Bendine, o Dida da Rose Noronha – por sua vez a ‘Rose do Lula’ – caiu em desgraça pelo empréstimo de R$ 2,7 milhões do BB à apresentadora de TV Val Marchiori, operação que só foi boa para amiga do presidente do banco.

Já o presidente da Caixa, Jorge Hereda, é considerado carta fora do baralho, mas deve ‘cair para cima’ – nome de Lula, não ficaria desamparado no governo. A ex-presidente Maria Fernanda Coelho, de confiança de Lula, foi sondada pelo ex-presidente para voltar ao cargo, e declinou. Hereda só fica se não acharem um substituto.

Maria Fernanda é cotada para assumir o Ministério das Cidades – cuja maior parte do Orçamento vem da Caixa. Dilma e Lula querem alguém no MCid afinado com o banco. Há poucos dias, ela foi vista num fim de tarde no Liberty Mall em Brasília, num café, em companhia de duas amigas, antes de uma sessão de cinema.

DANÇANDO

Se entrar alguém apartidário e de confiança de Dilma no MCid, dança o PP. A pasta está nas mãos dos senadores Francisco Dornelles (RJ) e Ciro Nogueira (PI).


Lava Jato cria a informal Entregadoria-Geral da União
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Leandro Mazzini

O País já tem instituições consolidadas como a Advocacia Geral da União, a Controladoria (CGU), a Procuradoria (PDR) entre outras ‘Gerais’ da União, e com o trator da Justiça Federal e da PF na Operação Lava Jato o Brasil ganhará agora informalmente a Entregadoria-Geral da União.

Resume-se num cenário surpreendente e inédito: Os advogados da maioria dos detidos na recente fase da Lava Jato negociam a delação premiada de seus clientes.

Com lobistas e empreiteiros na lista, será um salve-se quem puder no Congresso Nacional e Assembleias Legislativas: especula-se nos bastidores das instituições envolvidas na investigação que a lista atual de 70 parlamentares propinados subirá para mais de 200.

O motivo é simples: ninguém quer ser um novo Marcos Valério – o operador do Mensalão do PT condenado a décadas de prisão. Valério, depois, se arrependeu.

Advogados dos parlamentares que sabem de suas culpas já esperam que a oitava fase da Lava Jato vai cercar os deputados, senadores e prefeitos a partir de fevereiro – quando alguns deles, aliás, perderão o foro privilegiado.

TÚNEL

Piada entre gabinetes de Brasília: enquanto detidos, os empreiteiros já combinam a construção de um túnel para fugir da carceragem da PF. Não saiu porque demorou a tratativa para o superfaturamento.


MST quer invadir outras fazendas de Eunício: ‘Caiu o castelo’, diz líder
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Leandro Mazzini

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), descoberto pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como o maior fazendeiro do Brasil, terá mais problemas.

Em reunião da militância neste domingo, dentro da Fazenda Santa Mônica, de propriedade do parlamentar, em Goiás,  um líder em discurso disse que agora ‘Caiu o castelo de Eunício’.

O MST ocupa com 3 mil famílias há quatro meses a fazenda, considera pelo grupo ‘improdutiva’  – a mega propriedade estende-se por terras de três municípios.

O MST agora pretende indicar aos sem-terra de outros Estados lista para a invasão de outras. Eunício tem 91 propriedades rurais.

COM BÊNÇÃOS 

O movimento conseguiu um aliado de peso. Um líder da Pastoral da Terra, que se diz representante do Vaticano, acampou com eles e participou da reunião no domingo.

LINHA DIRETA (E MUDA)

Cauteloso, o senador não tem se pronunciado e evita ataques ao grupo. Eunício mantém contato direto com o governador Marconi Perillo (PSDB).

O senador e o governador aguardam o melhor momento (político) para acionarem a Justiça e despejar o grupo. Dúvida é o preparo da PM de Goiás para o caso.

Eunício não esconde para aliados a indignação com o caso. Aponta movimento político de petistas do Ceará na organização da invasão.

A Fazenda tem plantações de soja, de perderem de vistas, que são arrendadas. E criação de 7 mil cabeças de gado para corte, negociados com um frigorífico.


Sheik dos Emirados Árabes perde dinheiro com Petrobras
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Leandro Mazzini

A cúpula da Petrobras desconfia de que o Sheik de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, está por trás da ação de investigação contra a estatal na Justiça dos Estados Unidos.

A diretoria da petroleira descobriu que uma das advogadas que toca a ação é norte-americana Theresa Farah, especialista em transações internacionais que representa o árabe em seus negócios americanos.

O príncipe comprou ações ADRs nível 2 da Petrobras na Bolsa de Nova York há alguns anos. ADRs são Recibos de Depósitos Americanos. É a forma em que a ação da estatal é negociada na Bolsa NY, via instituições financeiras de corretagem. Há muito bilionário investidor revoltado com a petroleira.

Com o caso de polícia na estatal, a queda no valor de mercado da empresa e das ações, Al Nahyan já teria perdido US$ 1 bilhão, segundo informações de bastidores.

Em suma, o caso deixa a Petrobras em polvorosa: o homem da ‘terra do petróleo’ caiu no conto da estatal brasileira.

AQUI E LÁ

A situação é delicada para a petroleira porque pode abrir precedente: se comprovada a ligação da corrupção com a queda das ações, espera-se enxurrada de processos de indenização.

Embora empresa estatal e de controle brasileiro, vale lembrar que a Petrobras tem capital aberto e milhares de investidores estrangeiros que perderam dinheiro.

PROSPECÇÃO JUDICIAL

Curiosamente, acontece hoje o GP de Abu Dhabi de F-1, também patrocinado pela Petrobras. Enquanto isso, o Departamento de Justiça dos EUA toca investigação: em nome dos acionistas, quer saber se houve pagamento de propinas na Petrobras, se alguém do país violou a lei anticorrupção na negociação da refinaria de Pasadena, e se isso afetou diretamente o desempenho da estatal.

O fato de a Petrobras e executivos serem novos alvos da operação Lava Jato e o adiamento do anúncio do balanço trimestral da petroleira semana passada irritaram profundamente investidores estrangeiros. Eles já teriam recebido o report trimestral da Petrobras e não gostaram nada dos números.

FOSTER FICA

A despeito de toda a encrenca, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, fica no cargo. Ela é nome de confiança da presidente Dilma. Em tempo: há tanto investidor gringo que a estatal já pagou até 68% de seus dividendos na Bolsa de NY. Foi em 2008.


Levy acalma o mercado, e será o ‘Choque’ de Dilma
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Leandro Mazzini

A chega de Joaquim Levy ao Ministério da Fazenda do governo Dilma é um sinal positivo que o mercado esperava – de que a presidente está disposta a mudanças.

O nome de Levy traz a certeza ao mercado de que ele já negociou carta-branca com a futura chefe para mudar o que é preciso e alavancar a economia novamente.

Levy é nome de consenso junto aos bancos no Brasil e aos organismos internacionais. Ele foi consultor do Banco Mundial após deixar o governo Lula, tem bom trânsito em Washington e foi o homem do ‘choque de gestão’ do primeiro governo de Sérgio Cabral no Rio.

O economista promoveu o choque de gestão à carioca – no primeiro governo Cabral, fundiu secretarias, cortou custos e em seis meses colocou as contas em ordem, sem sacrificar a gestão. Havia déficit bilionário.

O nome de Joaquim Levy também é consenso na Febraban, a entidade que agrega os bancões privados e estatais. Só seu anúncio ontem já fez o dólar cair e a Bovespa subir.

VAIVÉM

A ida de Nelson Barbosa para o Planejamento corrobora o que a Coluna publicou: a ministra Miriam Belchior quis pular do barco, apesar dos apelos de Dilma para ficar.

PRÊMIO

A futura nomeação de Armando Monteiro para o Desenvolvimento Econômico cai como luva – ele foi presidente bem avaliado da Confederação Nacional da Indústria.

Também é prêmio de consolação de Dilma e Lula para Armando, que gastou uma nota e perdeu o governo de Pernambuco, mas ajudou a presidente a vencer a eleição no Estado.


No Facebook, PCdoB se solidariza com ditadura sanguinária da Coréia
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Leandro Mazzini

reprodução da pág. do partido no Facebook

reprodução da pág. do partido no Facebook

O aguerrido PCdoB tem perdido a noção e o bom senso.

Empurrado pelo PT, para não ficar na mira da imprensa, o projeto de regulação da mídia foi encampado pelo partido, num debate especificamente político e ideológico por ora.

Agora, sua página no Facebook, fez uma homenagem ao governo do ditador-mirim da Coréia do Norte.

Na rede social, o PCdoB soltou nota de solidariedade com a ditadura de Kim Jong-un, contra ‘Os imperialistas estadunidenses e seus fantoches sul-coreanos’, sobre a resolução da ONU que pede a punição do miniditador no Tribunal Penal Internacional.

Kim Jong-un é aquele menino que herdou o País com a morte do pai, e, entre outras atrocidades, ordenou a prisão e execução do tio, da tia e dos filhos do casal por suspeitas de traição. A exemplo do pai, Kim Jong-un também manda fuzilar opositores – fez isso quando assumiu o poder, retirando-os do Parlamento escoltados.

A ONU aprovou há poucos dias uma resolução que condena a cúpula do governo da Coreia do Norte por violações dos direitos humanos. Baseado em relatório de fevereiro, no qual aponta variadas atrocidades, a ONU pede a abertura de um inquérito por crimes contra a humanidade. A decisão será do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Investigado pelo TCU, Cofen investe em contratos com ministros do órgão
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Leandro Mazzini

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Tribunal de Contas de União (TCU) insistem numa relação estranha.

O Cofen contratou por R$ 19,8 mil o ministro-substituto Weber de Oliveira para palestras para associados, num evento na praia de Cumbuco (CE), que se realiza desde quarta-feira. Enquanto isso, a entidade continua sob investigação do… TCU.

Não é amoral, nem ilegal, e respeita-se o currículo do ministro. Mas conota claro conflito de interesses. Autarquia, o Cofen é alvo da Procuradoria Geral da União, do Congresso Nacional e investigado por malversação de verbas no TCU (Processo nº 001.320/2014-9). O tribunal informou que o ministro não é relator de processos do Cofen. A entidade não se pronunciou.

Atualização sexta, 21, 20h42 – O ministro contratado, pelo que se tem notícias do evento, não apareceu em Cumbuco. O evento se encerra hoje.

MEMÓRIA

Não é a primeira vez que o Confen dá uma de esperto na tentativa de aproximação com o TCU. Em Março deste ano, a entidade contratou o ministro-substituto André Luiz de Carvalho para palestra num evento, que foi cancelado após denúncia da Coluna.


Condução Coercitiva salva governadores da cadeia
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Leandro Mazzini

Enquanto manda sem dó para a cadeia lobistas, secretários de governos, vereadores e afins, a Polícia Federal tem sido cautelosa quando as operações contra a corrupção chegam a governadores.

Eles têm sido poupados dos constrangimentos de voz de prisão e a PF tem usado o termo ‘condução coercitiva’ – quando o alvo não é detido, mas é obrigado a acompanhar os policiais para ‘prestar esclarecimentos’.

Foi assim ontem com o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), e em maio com o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB).

A Operação Plateia, deflagrada ontem com foco em Rondônia, foi a maior da PF nos últimos anos, comemorou a corporação: 193 mandados, entre busca e prisão. Não se descarta que outras grandes autoridades – de prefeitos a governadores – sejam alvos de próximas operações.

MEMÓRIA

Silval Barbosa foi alvo da operação Ararath, em que 59 pessoas, muitas ligadas ao governo do Estado, foram alvo de investigação contra crimes financeiros e lavagem.


Rejeitado por universitários, Oscar agora vai falar para enfermeiros
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Leandro Mazzini

Reprodução de página do D.O.U.

Reprodução de página do D.O.U.

Após frustrar estudantes de uma universidade em Caruaru (PE), o ‘Mão Santa’, Oscar Schmidt – maior jogador de Basquete do Brasil até hoje – terá a oportunidade de se mostrar o ‘boa praça’ que sempre surgiu nas quadras e na televisão.

Ele fará nova palestra para um encontro de profissionais de enfermagem no Ceará.

Recém-saído de um tratamento contra um câncer, o ídolo do basquete percorre o País como conferencista. Oscar Schmidt foi contratado pelo presidente do Conselho Federal de Enfermagem para uma palestra de motivação a associados, num hotel da bela praia de Cumbuco (CE), onde foi aberto hoje o encontro nacional da categoria.

O cachê foi de R$ 45 mil. Não há informação se a palestra é nesta quinta ou sexta. No site do Cofen não há programação do evento. A Coluna tentou contato com dois telefones da assessoria de Oscar, sem sucesso.


Operação em Rondônia é a maior da PF nos últimos anos
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Leandro Mazzini

A Operação Plateias, deflagrada hoje pela Polícia Federal em Rondônia, é a maior da corporação nos últimos anos, levando-se em conta o número de mandados: são 193.

A PF investiga o desvio de verbas públicas no Estado em licitações fraudulentas, e até o governador Confúcio Moura (PMDB) foi levado por condução coercitiva a depor.

“Com apoio da Controladoria Geral da União e do GAECO, a PF tem como objetivo desarticular organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos responsável por desvio de verba pública e direcionamento de licitações. O prejuízo aos cofres públicos do Estado de Rondônia ultrapassa R$ 57 milhões”, informa nota da Polícia.