Dilma prepara anúncio para COP21
Leandro Mazzini
A presidente Dilma prepara para a COP21, a Convenção do Clima em Paris em dezembro, o anúncio de forte investimento em fontes renováveis no Brasil.
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A presidente Dilma prepara para a COP21, a Convenção do Clima em Paris em dezembro, o anúncio de forte investimento em fontes renováveis no Brasil.
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Leandro Mazzini
A redução do desmatamento na Amazônia foi muito comemorada pelos órgãos federais. Os dados, comprovados por entidades internacionais, saem às vésperas de o Brasil fechar o acordo para a COP21.
Dia 20, a chanceler alemã Angela Merkel desembarca em Brasília e anuncia doação de 32 milhões de euros para preservação de florestas.
O dinheiro deve ser usado pelo Governo brasileiro para criar a Secretaria Especial de Florestas – cujo esboço foi anunciado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no network da Coluna Esplanada semana passada.
Após a passagem de Merkel, a presidente e a ministra vão fechar a proposta que o Brasil levará para a Conferência do Clima de Paris em dezembro.
Leandro Mazzini
Temer tem a difícil missão de convencer a presidente Dilma que sua base se esfacelou e precisa ser recriada. Foto: ABr
O encontro dos líderes da base governista ontem com o vice-presidente Michel Temer foi apelidado de reunião do fim do mundo. Todos se viraram contra o PT e o Governo, até um inesperado PCdoB, maior aliado dos petistas. Temer ouviu um rosário de reclamações.
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) abriu a reunião falando em sistema exaurido, e o do PCdoB, Orlando Silva (SP), fechou citando ‘nova arquitetura’ e ‘recomeçar o jogo do zero’.
O recado da base foi claro: Dilma deve fazer uma reforma ministerial urgente. Temer prometeu levar à presidente e apresentar uma saída. No bojo das reclamações da base está a crise na economia e o ministério montado por Dilma: As emendas não são pagas, e os ministros são da cota dela, não das bancadas.
“Não há qualquer relação dos deputados e senadores com os ministros de seus partidos”, reclama um líder.
Surpreendendo a todos, o ministro de fato da Articulação, Eliseu Padilha (PMDB-RS), avisou que deixa o cargo se nada for “resolvido em 15 dias”.
Rogério Rosso, líder do PSD, foi o mais franco. Virou-se para Temer, na frente de todos, agradeceu seu empenho, mas soltou que “você não vai conseguir resolver isso”.
Michel Temer pediu alguns dias para conversar com a presidente Dilma.
Leandro Mazzini
A arrogância de Luiz Inácio Lula da Silva em não reconhecer anos atrás uma crise mundial que afetaria diretamente o Brasil – “é marolinha” – e a petulância de igual tamanho da atual presidente da República, Dilma Rousseff, em recorrer a atos precipitados sem saber ouvir o mercado – tampouco os conselheiros próximos – deu no que deu: O Brasil mergulhou numa crise com recessão e economia estagnada que, no melhor dos cenários poderá dela sair em dois anos, especulam empresários.
Foi chamado então um homem de mercado e ligado aos bancos que seguram o País, Joaquim Levy, como salvador da Pátria. Mas desde que assumiu, o que Levy encontra é uma série de obstáculos dentro do próprio Governo que o convocou.
Exímio navegador das (sujas) águas da Baía da Guanabara, sua terra natal, Levy usou da metáfora para explicar o seu cenário: é preciso evitar que o barco vá para os rochedos. O que não quis dizer, para não causar tumultos na praça, é que o barco está à deriva e já costeia as rochas. O Brasil pode quebrar se não seguir à risca o pacote esboçado por ele para recolocar a nau no rumo. Mas ninguém, ninguém ajuda o capitão.
A presidente Dilma, que contratou o especialista e lhe deu carta branca, não manda mais no próprio Governo. Este possui três ministros da Fazenda – Levy, o oficial, e outros dois que se metem a dar palpite demasiado na sua pasta: os economistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Barbosa, aliás, fechado com Mercadante, meteu os dedos no rascunho feito pelo inquilino da Fazenda no corte do Orçamento de 2015 e desagradou a Levy. Foi Barbosa quem foi aos holofotes anunciar com pompas o plano do colega de Esplanada. Um episódio lamentável.
E quando o problema não vem do Palácio do Planalto ou colegas de escalão, aparece do Congresso Nacional. Levy tem pacote sério de ajuste fiscal que recoloca o Brasil no eixo do desenvolvimento em dois anos.
Mas não esperava entraves surpreendentes nas duas Casas dos nobres parlamentares. Por mero capricho e interesses não muito claros, os deputados e senadores desfiguram suas propostas – essenciais para reforçar o caixa do Tesouro. Impõem ‘condições’, ora ao Planalto (cobrando liberação de emendas num Governo sem caixa), ora beneficiando setores que bancam suas campanhas, como no caso da manutenção da desoneração da folha de pagamento – o projeto original onera para todos os 56 setores outrora beneficiados, mas alguns, por benesses dos deputados e interesses obscuros, escaparam do aumento da alíquota sobre faturamento.
Presidente do Senado, Renan Calheiros piorou o cenário. Primeiro, informou a Levy que vai derrubar todos os acordos dos deputados nesta questão da folha. Beleza. Volta tudo ao projeto original. Mas o que parecia sensatez tornou-se, aos olhos do Governo, outra jogada: o senador vai esticar para o fim do segundo semestre legislativo a votação do projeto, que renderia este ano R$ 12 bilhões para a União. Conota que, ao derrubar o projeto da Câmara, Renan quer iniciar renegociação com os lobistas dos setores que pedem manutenção das bondades. Um acordo agora pelo Senado.
Com aliados assim, o ministro da Fazenda não precisa de inimigos.
Um Congresso assaltante, uma presidente sem poder, e colegas puxando o seu tapete.
Leandro Mazzini
Leandro Mazzini
Vem aí um livro bomba, escrito por quem o PT menos esperava: o ex-ministro José Dirceu. Condenado no Mensalão, cumprindo hoje pena domiciliar, mas de novo na mira da Justiça e com risco de ser preso no escândalo do Petrolão, Dirceu escreve sua autobiografia.
A amigos que o visitaram em sua casa nos últimos dias, em Brasília, Dirceu desabafou estar ‘muito magoado’ com a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. ‘Eles me deixaram sozinho, me abandonaram’, comentou para um deles, amigo de longa data.
Dirceu confidenciou que levanta material para sua biografia com histórias sobre a sua recente prisão – uma injustiça, na sua visão – e a ‘equivocada’ condenação pelo STF.
O ex-ministro juntará ao livro fotos de arquivo pessoal um amigo de infância de Passa Quatro, um dos pioneiros de Brasília. Já existem esboços de páginas, com fotos, sobre Simone, a atual esposa, e M.A., a filha de quatro anos do ex-dirigente petista, que residem com ele no Lago Sul.
Dirceu pretende lançar a autobiografia o quanto antes, diante da decisão do STF de liberar as biografias não-autorizadas. Ele já foi alvo de uma, do jornalista Otávio Cabral.
Procurado, o advogado do ex-ministro até o momento não se manifestou.
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Tags : autobiografia Dilma josé dirceu Lula
Leandro Mazzini
Líder do PMDB, o senador Eunício Oliveira se vê atualmente em duas missões extra-parlamentares ligadas diretamente a seu nome: emplacar o genro recém-casado com sua filha numa diretoria importante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e se livrar o Movimento Rural dos Trabalhadores Sem-Terra na sua Fazenda Santa Mônica, em Goiás.
A missão-genro está avançada, com aval da presidente Dilma que, uma semana depois de prestigiar o seu casamento numa festa no Lago Sul, descobriu que Ricardo Fenelon das Neves Junior entende tudo de aviação. Resolveu escolher o prodígio para diretor da Anac e ganhar ainda mais a simpatia do senador padrinho.
Recém-graduado em Direito, em 2011, na particular UniCEUB, Fenelon fez TCC (Trabalho de Conclusão de Curso, a antiga monografia) sobre ‘A autorização no transporte aéreo regular’. E só. O caso revolta pilotos que criticam a nomeação, em fóruns online. Procurada sobre a situação e o contato do indicado, a Anac avisou que ‘não possui informações’. Procurada, a assessoria do senador informou não ter o contato de Fenelon.
O novo diretor, se aprovado na sabatina no Senado, terá salário de mais de R$ 20 mil, gabinete com uma dezena de assessores e carro com motorista. Além de passe livre nas companhias aéreas.
A regra da Anac é clara: ‘Os diretores serão de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos’. Genro de político ou não.
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MST
Já o MST é uma dor de cabeça para o senador peemedebista. Mil famílias de sem-terra reocuparam a Fazenda Santa Mônica, que consideram improdutiva e ‘grilada’ – o que o senador já contestou.
A caixinha mensal dos sem-terra é de fazer inveja a muitos parlamentares colaboradores de seus partidos. O MST recebe R$ 20 por mês de cada família, o que se converte em ‘segurança’ no local e compra de sementes e plantações. Também recebem doações de cestas básicas de entidades.
Leandro Mazzini
O PMDB não quer e não vai esperar o fim do Governo para desembarcar. Aproveitará a má fase do aliado PT e já pretende demarcar território com vistas à eleição presidencial daqui a três anos.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), convidou as bancadas do partido na Câmara e Senado para um jantar e passeio pelas obras da administração.
No jantar na Gávea Pequena, na próxima quinta (9), a turma vai saudá-lo como potencial candidato ao Planalto. Na sexta, a ‘press-trip’ peemedebista visita as obras do Porto Maravilha – a maior obra no Brasil do…PAC, financiado pela gestão do PT, iniciado no governo Lula e tocado pela gestão Dilma Rousseff.
O comboio de deputados e senadores também passará pela Vila Olímpica de Deodoro (Zona Oeste) e pelo Parque Olímpico em construção na Barra.
Embora Paes seja saudado como presidenciável, o movimento é mais partidário do que pessoal. Na verdade, o prefeito é candidatíssimo ao Governo do Estado.
Os entusiastas do projeto de independência do partido em relação ao PT e do pré-lançamento de Paes formam um poderoso trio da capital, dois deles com projeções em Brasília: A ideia, com o consentimento do prefeito, partiu dos Picciani – Jorge, o pai, presidente da Assembleia Legislativa; e Leonardo, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados. E com o aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
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BALANÇO
Mas o partido não está unido. Dos 72 deputados federais eleitos – 67 em exercício e cinco licenciados – alguns poucos ainda votam com o Governo e são fiéis ao Planalto. Caso, por exemplo, de Darcísio Perondi (PMDB-RS), que fez coro com o PT contra a redução da maioridade penal.
Entre os 17 senadores, pelo menos três são declaradamente apoiadores da presidente Dilma, mas nem tanto alinhados como no primeiro governo: Edison Lobão (MA), Eunício Oliveira (CE) e Roberto Requião (PR).
Leandro Mazzini
Quem acompanhou a visita da presidente Dilma ao presidente Barack Obama, em Washington, afirma que, de tão antenado à brasileira, em nenhum momento ele perguntou pelo ex-presidente Lula, a quem chamou de The Guy anos atrás. “I love this guy”, dissera em evento na Europa quando conheceu o presidente petista.
Leandro Mazzini
Não bastasse a bola nas costas dada pelo ex-presidente Lula, que assume publicamente o papel de maior opositor na tentativa de dela se descolar, a presidente Dilma Rousseff se vê abandonada pelo corpo diplomático – também mais ‘lulista’.
A maior prova se deu na última quarta-feira (24), quando os convidados notaram a ausência da cúpula do Itamaraty – e até de embaixadores e diplomatas de outros países importantes – no lançamento do Plano Nacional de Exportações. Metade das cadeiras vazias foi retirada do salão.
Lula se reuniu com a bancada do PT ontem à noite em Brasília, enquanto a presidente mantém agenda nos Estados Unidos. Aliados dizem que está inconsolável.
Não é de hoje que o ‘Brahma’ anda bravo. Na noite da vitória na eleição foi visto por empresário, no Palácio da Alvorada, saindo bufando do gabinete da inquilina.
O que aliados entendem da reclamação de Lula é algo que Dilma não pode entregar. Conota que ela deveria ter ingerência sobre o MPF e a PF na investigação da Lava Jato.