Coluna Esplanada

Arquivo : janeiro 2015

Romário na marca do pênalti
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Leandro Mazzini

Voltemos a fita na memória. Julho de 1994, a chegada do avião da Seleção Brasileira em Brasília após a conquista do Tetracampeonato na Copa da FIFA. Mal o avião concluiu o taxiamento e da janela do comandante desponta a figura de Romário, o craque daquele torneio, segurando com orgulho a bandeira do Brasil. Foi comovente, encantador, momento histórico.

Stop na fita memorial. Os anos que se passaram nos mostraram o que a alma do craque, e que o tempo consolidou: Romário dentro e fora de campo sempre foi um marqueteiro, e assim tornou-se um bom político. E vice-versa, desde que assumiu o mandato na Câmara dos Deputados em Brasília.

Como na Copa de 94, os ‘jogadores’ do tapete do Salão Verde não deram a mínima para ele, desdenharam de seu potencial talento na ‘grande área’ do plenário e, quando acordaram, Romário já os driblara e marcara seus gols como fazia em campo. Surgiu em momentos oportunos para ‘chutar’ para a Mesa seus projetos e da Tribuna comemorar com a plateia – e por que não torcida.

Contrariando todos os prognósticos dos descrentes, Romário tornou-se um deputado exemplar, muito diferente do perfil e da vida de farras antes do mandato. Foi assíduo em plenário e ativo nas comissões das quais participou, debateu, cobrou, e destacou-se pelos projetos de apoio aos deficientes físicos e de fiscalização dos clubes de futebol.

Não por acaso, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro e enterrou a pretensão de Sérgio Cabral de voltar à Casa Alta. E se o leitor ainda está incrédulo daí da arquibancada, assistindo a tudo, prepare-se para conhecer em breve – em meses ou ano – a grande jogada. Romário é candidato ao Governo do Rio, e, se eleito, será candidato a presidente da República. Sim, ele entra na grande área devagar e vai cavar seu pênalti, como fazia com maestria no futebol.

E com chances, independentemente de futuras conjunturas. Tudo depende de sua atuação, porque os cenários conspiram a seu favor. É plausível, pelo seu notório perfil de campeão, marrento e gozador, Romário soltar hoje um ‘Aí Deus apontou o dedo pra mim e falou: tu vai ser presidente!’. Inimaginável – ou, espera-se tamanha indignação de eleitores – se a frase sair de Aécio Neves, Lula, Marina Silva ou outro qualquer potencial presidenciável. Se Romário fala, a galera vibra, ironiza, bate palma (e leva a sério). Para qualquer outro político pretensioso como ele, a vaia.

Antes de qualquer tentativa que o leve a eventual candidatura nacional, não será surpresa Romário se candidatar à Prefeitura do Rio ano que vem. Já citou isso para amigos e aliados. É outro ponto a favor: estrela em ascensão no PSB, com apoio incondicional da executiva nacional do partido e a certeza de um mandato no Senado de oito anos, não tem nada a perder, só a eleição.

E isso faz parte do jogo. Perde ganhando, como num campeonato de pontos. Mesmo que saia das urnas derrotado, dá um ‘empate’ no projeto político. Ele garante a vitrine por meses na capital e um bom recall de votos para uma futura candidatura à reeleição ou ao governo do Rio de Janeiro.

Romário candidato ou presidente não é exagero. A literatura política mundial já nos revelou nomes outrora inimagináveis concretizados nas cadeiras de mandatários. Foi assim com Ronald Reagan, o ator de filmes de segunda categoria dos Estados Unidos que chegou à Casa Branca. Arnold Schwarzenegger foi eleito governador da Califórnia, e só não foi candidato a presidente por bloqueio dos próprios republicanos – e pela má fama de, casado, revelar ser pai do filho na empregada doméstica.

Eleitores não perdoam traidores assim (Aqui também ‘pulada de cerca’ pega mal, te cuida, Romário). E se toda uma horda de políticos, entre aliados e adversários, não tivesse barrado a pretensão do apresentador Silvio Santos na década de 90, provavelmente ele teria passado a faixa de presidente da República para Fernando Henrique Cardoso.

Pão e circo compõem o espetáculo da política desde que mundo é mundo, e somados a futebol, com um personagem vitorioso e polêmico, podem render um bom show.


Sérgio Cabral, a Rio 2016 e a disputa pela prefeitura
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Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – aliedo.blogspot.comrocura-se o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

Por onde anda o sumido político líder do PMDB do Rio, que ‘elegeu’ o sucessor no cargo e anteriormente o prefeito Eduardo Paes?

Queiram ou não reconhecer adversários e aliados, Sérgio Cabral ainda é hoje o maior líder político do Rio – ninguém, porém, até hoje, foi maior que o caudilho Leonel Brizola, que espalhou discípulos por mandatos no Rio: Cesar Maia, Saturnino Braga, Garotinho e Rosinha, e indiretamente os próprios Cabral e Paes, embora tucanos inveterados escondidos no PMDB.

A despeito de sua renúncia para o governo do Rio, em baixa aprovação depois da revelação das farras de Paris e MonteCarlo; de sua ligação de amizade com o enrolado Fernando Cavendish da Delta Construtora; e da agora assombrosa citação de seu nome na delação de Paulo Costa, ex-Petrobras, como um dos recebedores de propina.

Sérgio Cabral ainda dá as fichas veladamente na política municipal e estadual. Apesar de ter desistido da volta ao Senado para não ser derrotado vexatoriamente por uma estrela em ascensão, o ex-deputado Romário (PSB), o ex-governador prepara seu grande lance.

Cabral será candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Nunca dirá abertamente até o registro de candidatura em 2016. É o seu sonho. Foi a única eleição que perdeu até hoje (disputou em 1992 e ficou em quarto lugar, quando foi eleito Cesar Maia).

E será um candidato legítimo, alçado a um dos realizadores dos Jogos Olímpicos que vão ocorrer a menos de dois meses do futuro pleito. Cabral vai usar as Olimpíadas como trunfo e mote de campanha. Ele foi o patrocinador maior da candidatura do Rio.

Não haverá cenário melhor para seu lance. Mas a maratona será grande. Ainda desfila no imaginário carioca com um invisível guardanapo na cabeça, como seus asseclas de Paris.


ADPF teme a volta da ‘Polícia dos Governadores’ pelo pacto do Sudeste
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Leandro Mazzini

Autoridades policiais de gabarito em Brasília veladamente pedem cautela na boa vontade de os quatro Estados do Sudeste proporem ao Ministério da Justiça uma ação conjunta, no bojo da lei, no combate ao crime na região. Citam o perigo da volta da “polícia dos governadores”.

Entre as instituições que alertam para o risco está a Associação Nacional de Delegados de PF (ADPF). Considera boa a iniciativa, mas veem a abertura de um precedente perigoso de sobreposição de deveres, responsabilidades e jurisprudência.

O esforço conjunto foi registrado pela Coluna na véspera da reunião dos governadores Pezão (Rio), Pimentel (Minas), Alckmin (SP) e Hartung (ES) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Brasília.

“É louvável a iniciativa de se elaborar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que a União passe a dividir com os Estados a responsabilidade da condução das políticas de segurança pública, todavia nos preocupa a possibilidade de os Estados implantarem legislações próprias na fase de inquérito, conforme discussão realizada na reunião ocorrida no dia 7 de janeiro de 2015 entre Governadores da Região Sudeste e o Ministro da Justiça para definir um planejamento operacional e uma atuação integrada entre as forças federais e estaduais de Segurança Pública no combate ao crime organizado”, informa o presidente da ADPF – Associação Nacional de Delegados de PF, dr. Marcos Leôncio.

Há o risco, segundo as autoridades experientes, da volta da famigerada ‘Polícia de Governadores’, muito comum décadas atrás, com o País ainda não amadurecido, com total ingerência política do Executivo no comando de inquéritos e operações.

“Dotar porém os estados de competência para legislar sobre inquérito, polícia judiciária e investigação criminal preliminar é retroceder à época da “polícia dos governadores”, modelo que já foi testado e reprovado pela sociedade antes da unificação, ocorrida com o Código de Processo Penal, em 1941, uma vez que havia transformado as polícias estaduais nas “polícias dos governadores”, continua a nota.

Para a ADPF, “esse fracionamento da competência para legislar sobre processo penal entre Estados e união apenas dificultará a integração, a padronização e a uniformidade de atuação em âmbito nacional das forças de segurança, ao contrário do que se pretende com a Proposta de Emenda à Constituição de autoria da Presidência da República”.


Comandante Wagner traça plano de defesa para 2018
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Leandro Mazzini

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Charge de ALIEDO – aliedo.blogspot.com

O comandante Wagner É emblemática a escolha do ex-governador da Bahia Jaques Wagner para ministro da Defesa. Ele passou a ser o novo queridinho da presidente Dilma, com quem já mantinha boas relações quando ministro da Previdência, e ela no de Minas e Energia. E sempre foi homem de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Então Lula e Dilma – os dois presidentes do Brasil (nunca antes na História deste País houve dois presidentes) – decidiram colocar no ministério civil que controla as três Forças Armadas alguém de muita, muita confiança para comandar um orçamento conjunto muito, muito bilionário.

Para citar apenas alguns casos de grandes aquisições das Forças que estão em andamento – e pagamento:

. O submarino nuclear cuja tecnologia foi adquirida do governo da França (Ainda constroem no Rio o estaleiro adaptado ao projeto, ao custo de mais de US$ 1 bilhão só a ‘oficina’); Ainda para a Marinha, há o projeto de encomendar dois porta-aviões para os caças suecos Gripen que começam a aterrissar no Brasil em 2018.

. Por falar nos caças, a compra mais vultosa é a da Força Aérea Brasileira, via Ministério da Aeronáutica: US$ 10 bilhões, por baixo, para a aquisição de 36 caças supersônicos de primeira linha. Menciona-se, ainda, os helicópteros EC725 franceses encomendados. E ainda há os cargueiros os jatos de quatro turbinas KC-390, fabricados pela Embraer, já encomendados pela FAB para substituir os robustos quadrihélices Hércules.

. Por fim, o Ministério do Exército toca projetos não menos bilionários de compras de equipamentos – tecnologia, armas, tanques, caminhões, etc – para o SISFROM, o sistema de monitoramento das fronteiras, uma prioridade da Força, em especial para a base já criada e em início de operação próximo a Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira.

O Comandante Wagner passa a ser um dos ministros mais importantes do atual governo, incluído no rol de Joaquim Levy (Fazenda) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), pelo montante de contratos que podem chegar a US$ 100 bilhões.

E também pelo potencial cargo de futuro coordenador de campanha presidencial em 2018. Como leitor é bom soldado, vai entender a estratégia desse QG governamental.


Dilma sanciona lei que institui o Dia do Humorista
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Leandro Mazzini

Na esteira da comoção internacional sobre o ataque terrorista à redação da revista satírica Charlie Hebdo, a presidente Dilma Rousseff decidiu ontem o sancionar a lei que cria o Dia Nacional do Humorista.

Pela Lei 13.082, aprovada no Congresso Nacional, fica instituído o 12 de Abril como a data em homenagem aos humoristas. A proposta tramitava no Congresso desde 2008 e foi aprovada em 2013.

A data foi escolhida por ser o dia de nascimento do saudoso humorista Chico Anysio, considerado um dos maiores que o País já conheceu, por sua notória carreira.


Dilma tenta salvar a maior fornecedora da Petrobras para o pré-sal
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Leandro Mazzini

Numa reunião no Palácio do Planalto ontem pela manhã, a presidente Dilma Rousseff comandou uma operação de salvamento da Sete Brasil, maior empresa parceira da Petrobras criada para fornecer plataformas para a exploração do pré-sal – os contratos giram em torno de US$ 27 bilhões.

Mas por quê?

A Sete tem dinheiro de fundos de pensão estatais, do BNDES, e do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, novo amigo de infância do ex-presidente Lula – que continua a mandar no Governo. Lula e Esteves se tornaram amigos, e o banqueiro já contratou o ex-presidente para palestras no País e exterior, em eventos bancados pelo BTG. É no jatinho de Esteves também que Lula tem assento garantido a qualquer momento que precisar.

Foi com vistas a esta reunião que há poucos dias a Sete de repente pediu à CVM – Comissão de Valores Mobiliários a permissão para abrir seu capital, sem venda de ações ainda na Bolsa (por ora). Nos corredores da sede da empresa e do Planalto a cifra citada é a mesma: a Sete precisa urgente de US$ 700 milhões para respirar.

No encontro de ontem, participaram além de Dilma o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e membros do governo. Com o esperado aperto nas contas, sem ter como injetar mais dinheiro na empresa, o Governo vai buscar parceiros para a Sete no mercado.

A Sete é a principal fornecedora das futuras plataformas de exploração do esperado óleo do pré-sal em alto-mar. E com dinheiro da União. Seu ex-diretor, Pedro Barusco, é alvo da Operação Lava Jato e suspeito de desvio de quase US$ 100 milhões.

Pelo visto, a Sete está à deriva nesse mar de dúvidas sobre seu futuro, cujo comando fica a milhares de quilômetros da costa, no cerrado brasileiro.


Pezão: ‘Quero economizar para me adaptar à queda dos royalties’
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Leandro Mazzini

O governador atento ao noticiário online, em seu gabinete.

O governador atento ao noticiário online, em seu gabinete.

Será um ano difícil, de ajustes na economia no plano nacional e regional, diante da recessão na economia – um desafio comum para a presidente Dilma e para os governadores. Em um papo com o repórter nesta terça-feira à tarde, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), citou a meta de cortes em torno de R$ 1,5 bilhão anunciada ontem, e adiantou o que fará em algumas áreas.

Comandante do terceiro colégio eleitoral do País e do maior produtor de petróleo do Brasil, o peemedebista, que ascendeu ao Poder sob as bênçãos do ex-governador Sérgio Cabral (que sumiu do mapa político), elenca o controle do custeio, a segurança, a saúde como temas prioritários da gestão que se inicia após sua reeleição (assumiu o governo em maio do ano passado, com a renúncia de Cabral por motivos pessoais, numa jogada estratégica).

CORTES

“Vou cortar no custeio, como em contratos terceirizados, assessorias, contas de telefone, aluguel de carros. Quero economizar o máximo para me adaptar à queda dos royalties (de petróleo). Estávamos trabalhando com previsão de barril a US$ 105 e está por volta de US$ 40”.

Um detalhe, quando Cabral assumiu o Estado em 2006, o seu secretário da Fazenda foi Joaquim Levy, que anunciou um corte drástico nos custos da máquina e equilibrou as contas, tal como o agora ministro da Fazenda tentará no governo federal.

aliedo-uol

Charge de ALIEDO – aliedo.blogspot.com

MARACANÃ

“A Procuradoria do Estado estudo se haverá necessidade de fazer uma nova licitação”. A operação do novo estádio ficou cara para o governo. Ainda não há parceiro. O estudo inicial, muito antes da Copa, previa a demolição do parque aquático Julio Delamare e do Museu do Índio, o que não aconteceu. Isso daria viabilidade econômica ao projeto da nova arena, porque no local seria construído um shopping.

HOSPITAIS

“Vou conversar com o ministro (Artur) Chioro, da Saúde, para pedir a reabertura das emergências dos hospitais federais no Rio e uma integração mais forte. Também pedirei à presidente Dilma reforço no ‘Mais Médicos’ para o Rio”. Segundo o governador, a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, lançada por Cabral para desafogar as emergências dos hospitais, é um programa de sucesso, mas há a necessidade de este reforço na parceria com as emergências das unidades federais.

SEGURANÇA

“O foco é o combate ao crime e aos armamentos. O Rio é cercado por rodovias. Precisamos da atuação forte da Polícia Federal e da Rodoviária Federal. Talvez uma operação de três a quatro dias de início (nas divisas dos Estados do Sudeste)”. O governador esteve ontem em Brasília com os colegas Paulo Hartung (ES), Geraldo Alckmin (SP) e Fernando Pimentel (MG) para reivindicar um plano conjunto com o Ministério da Justiça e as Forças Armadas.

 

 


Governadores do Sudeste vão a Brasília por pacto pela Segurança
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Leandro Mazzini

Atualizada terça, 6, 19h25 – Capitaneados pelo governador Luiz Fernando Pezão (Rio), os governadores do Sudeste desembarcam em Brasília nesta quarta-feira (7) para reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e com os comandantes das três Forças Armadas.

Pezão, Paulo Hartung (Espírito Santo), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Fernando Pimentel (Minas Gerais) vão juntos ao gabinete do ministro à tarde para pedir uma pauta conjunta com a União por investimentos pesados em Segurança Pública.

O quarteto vai usar da influência da região mais rica no PIB do País para requerer um pacote de investimentos na Segurança envolvendo as polícias locais, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, e a inteligência das Forças Armadas no combate ao narcotráfico, em ações nas divisas dos Estados com o Centro-Oeste e Sul, e no combate à lavagem de dinheiro do crime organizado.

A pauta vem sendo tratada discretamente há semanas, mesmo antes da posse, entre os governadores envolvidos, em reuniões preliminares no Rio de Janeiro, onde Pezão, no cargo, recebeu Hartung e Pimentel.


‘Pamonhada’ do MST na fazenda de Eunício vai coroar estreia de Patrus
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Leandro Mazzini

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já comemora a conquista da mega fazenda Santa Mônica, no interior de Goiás, de 20 mil alqueires, de propriedade do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Os sem-terra preparam uma ‘pamonhada monstro’ para as próximas semanas, como alguns deles definem a futura festa, com a primeira colheita da plantação de milho na parte da fazenda ocupada há cinco meses pelo movimento.

Outra novidade vem da ‘Casa Grande’ do parlamentar. Conforme noticiou a Coluna, ele avisou ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que está disposto a negociar a fazenda, disseram fontes do instituto. Já a assessoria do senador negou ontem qualquer negociação.

Detalhes surgiram ontem, por parte dos sem-terra: Eunício quer ficar com a sede (cerca de 200 alqueires) e negociar com o governo uma boa indenização pela desapropriação dos outros aproximados 19.800 alqueires. Ou negociar 80% da propriedade. Mas o INCRA não aceitou a proposta e quer a fazenda inteira. E nisso está o impasse.

Na Santa Mônica, há criação de milhares de gados para corte, e plantação de soja que seria terceirizada. A fazenda é tão grande que abrange terras em três municípios goianos.

A se confirmar o assentamento, como preveem os sem-terra e o INCRA, o episódio coroa a estreia do ministro Patrus Ananias no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Patrus, que andava sumido do mapa político, voltou ao governo na segunda gestão de Dilma.

Uma curiosidade, o petista é amante de literatura e mestre na obra de Guimarães Rosa.

Atualizada terça, 6, 15h15 – De acordo com a assessoria do senador, a Fazenda Santa Mônica é produtiva, inclusive lavrou-se certidão do INCRA a confirmando ‘altamente produtiva’, não podendo ser desapropriada. O INCRA está com edital para comprar (outras) terras na região como forma de resolver o impasse.


Delegados de PF comandam secretarias de segurança em oito Estados
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Leandro Mazzini

A credibilidade de uma das instituições públicas mais respeitadas na sociedade tem elevado a Polícia Federal a posição de destaque nos governos de Estado há alguns anos.

Oito delegados federais, sete ativos e um aposentado, foram nomeados secretários de Segurança Pública de governos empossados dia 1º de Janeiro, comemora a ADPF – Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.

“Todas as cinco regiões geográficas do Brasil contarão com ao menos um Delegado Federal no comando da pasta de segurança pública em algum estado. No Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame permanece no comando da secretaria, onde já realizou profundas transformações na gestão do combate à criminalidade”, informa a APDF, em nota.

Segundo a ADPF, “no Nordeste, dos nove Estados, quatro terão Delegados Federais nas secretarias de segurança pública. Na Bahia, em Pernambuco e na Paraíba os DPFs Maurício Teles Barbosa, Alessandro Carvalho Liberato de Mattos e Cláudio Lima continuarão no cargo. No Ceará, quem tomou posse foi o DPF Delci Teixeira”.

Outros nomes são Joaquim Cláudio Figueiredo Mesquita (Goiás), Sérgio Fontes (Amazonas) e Wantuir Jacini (Rio Grande do Sul).

Delegados de Polícia Civil também foram nomeados no Maranhão, Rio Grande do Norte, Rondônia e Acre.