Coluna Esplanada

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‘UFC Chapelaria’ vira piada: base quer motorista para bater na oposição
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Leandro Mazzini

taka

Virou piada nos salões do Congresso Nacional o ‘UFC Chapelaria’ protagonizado pelo deputado federal Takayama (PSC-PR) e pelo motorista do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Marcos Aurélio de Almeida, o Marcão – de 2m de altura por 1m de largura.

Após discussão por incidente bobo na entrada do Congresso, o nipo-brasileiro, há muito apelidado nos corredores de ‘Samurai Esquentado’, deu um tapa no funcionário e foi nocauteado, indo ao chão com dois safanões pela mão pesada de Marcão.

Agora, no melhor estilo ‘Te pego lá fora’, os deputados da base governista brincam, veladamente, que pretendem contratar Marcão para bater também em Eduardo Cunha, Mendonça Filho (DEM-PE) e outros líderes da oposição que azucrinam o Governo.

O caso ocorreu na terça (6) à noite e até esta tarde de quinta o deputado Takayama continuava internado até esta tarde sob cuidados num hospital da capital.

Segundo relatos de funcionários do Senado, teria chamado de ‘macaco’ o motorista. A Polícia Legislativa ainda apura o caso.

Não é de hoje que parlamentares apanham de servidores da Casa. Há muitos anos, o esquentado cantor e então deputado Agnaldo Timóteo foi nocauteado no plenário por um funcionário do Congresso, após lhe dar um safanão por engano.

Chefe do motorista, o senador Delcídio justificou que ‘Marcão é um pouco esquentado mesmo’, piorando a situação. Deputados fizeram fila no microfone do plenário para protestar a agressão e as palavras do senador.

Mas Takayma também tem histórico entre colegas de ser um parlamentar de sangue quente. Há poucos anos, numa histeria, quis demitir todo o gabinete, mas recuou ao fim do dia. Semana passada, bateu boca com a deputada Érika Kokay (PT-DF). Ele, evangélico conservador, e ela feminista progressista, discordam sobre os direitos homossexuais.


Para congressistas, economia só retoma crescimento em 2017
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Leandro Mazzini

Congressistas da base governista começaram a espalhar nos salões azul e verde das Casas um recado que a presidente Dilma recebeu da equipe econômica e que ecoa do Planalto para o Legislativo.

A melhor previsão de recuperação da economia passou para 2017. Com chances de o País respirar um pouco em março de 2016. Se tudo der certo e o Congresso ajudar no ajuste fiscal – o que não tem ocorrido.

Renan Calheiros, o presidente do Senado, por exemplo,  já avisou que vai segurar a oneração das alíquotas incidentes na folha de pagamento, o que renderia pelo menos R$ 10 bilhões ao Tesouro ainda este ano. Se passar, a previsão de reforço de caixa é para primeiro semestre de 2016.


Ninguém ajuda o capitão Levy
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Leandro Mazzini

foto extraída do sindicatoseguradoras.com.br

foto extraída do sindicatoseguradoras.com.br

A arrogância de Luiz Inácio Lula da Silva em não reconhecer anos atrás uma crise mundial que afetaria diretamente o Brasil – “é marolinha” – e a petulância de igual tamanho da atual presidente da República, Dilma Rousseff, em recorrer a atos precipitados sem saber ouvir o mercado – tampouco os conselheiros próximos – deu no que deu: O Brasil mergulhou numa crise com recessão e economia estagnada que, no melhor dos cenários poderá dela sair em dois anos, especulam empresários.

Foi chamado então um homem de mercado e ligado aos bancos que seguram o País, Joaquim Levy, como salvador da Pátria. Mas desde que assumiu, o que Levy encontra é uma série de obstáculos dentro do próprio Governo que o convocou.

Exímio navegador das (sujas) águas da Baía da Guanabara, sua terra natal, Levy usou da metáfora para explicar o seu cenário: é preciso evitar que o barco vá para os rochedos. O que não quis dizer, para não causar tumultos na praça, é que o barco está à deriva e já costeia as rochas. O Brasil pode quebrar se não seguir à risca o pacote esboçado por ele para recolocar a nau no rumo. Mas ninguém, ninguém ajuda o capitão.

A presidente Dilma, que contratou o especialista e lhe deu carta branca, não manda mais no próprio Governo. Este possui três ministros da Fazenda – Levy, o oficial, e outros dois que se metem a dar palpite demasiado na sua pasta: os economistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Barbosa, aliás, fechado com Mercadante, meteu os dedos no rascunho feito pelo inquilino da Fazenda no corte do Orçamento de 2015 e desagradou a Levy. Foi Barbosa quem foi aos holofotes anunciar com pompas o plano do colega de Esplanada. Um episódio lamentável.

E quando o problema não vem do Palácio do Planalto ou colegas de escalão, aparece do Congresso Nacional. Levy tem pacote sério de ajuste fiscal que recoloca o Brasil no eixo do desenvolvimento em dois anos.

Mas não esperava entraves surpreendentes nas duas Casas dos nobres parlamentares. Por mero capricho e interesses não muito claros, os deputados e senadores desfiguram suas propostas – essenciais para reforçar o caixa do Tesouro. Impõem ‘condições’, ora ao Planalto (cobrando liberação de emendas num Governo sem caixa), ora beneficiando setores que bancam suas campanhas, como no caso da manutenção da desoneração da folha de pagamento – o projeto original onera para todos os 56 setores outrora beneficiados, mas alguns, por benesses dos deputados e interesses obscuros, escaparam do aumento da alíquota sobre faturamento.

Presidente do Senado, Renan Calheiros piorou o cenário. Primeiro, informou a Levy que vai derrubar todos os acordos dos deputados nesta questão da folha. Beleza. Volta tudo ao projeto original. Mas o que parecia sensatez tornou-se, aos olhos do Governo, outra jogada: o senador vai esticar para o fim do segundo semestre legislativo a votação do projeto, que renderia este ano R$ 12 bilhões para a União. Conota que, ao derrubar o projeto da Câmara, Renan quer iniciar renegociação com os lobistas dos setores que pedem manutenção das bondades. Um acordo agora pelo Senado.
Com aliados assim, o ministro da Fazenda não precisa de inimigos.

Um Congresso assaltante, uma presidente sem poder, e colegas puxando o seu tapete.

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Para base e oposição, Michel Temer segura o País
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Leandro Mazzini

Dilma, Temer e Levy - o trio que manda no País hoje

Dilma, Temer e Levy – o trio que manda no País hoje

Em conversas no Congresso nesta quarta-feira, políticos da base e oposição chegaram à conclusão de que a presidente Dilma perdeu o controle do País, e que o vice Michel Temer assumiu papel importante na condução da articulação entre Poderes, e no diálogo para acalmar o empresariado.

Não bastasse o cenário, Dilma foi abandonada publicamente pelo ex-presidente Lula, que expõe as críticas a ela e à gestão. E é com Temer que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem despachado mais – não só para tratar do ajuste fiscal.

Aliados dizem que Dilma está instável. Em evento recente citou que ‘comunga mandioca com milho’, e ‘estou saudando a mandioca’ como uma das maiores conquistas do Brasil.

O fator saúde ainda entrou na conversa. Para um médico parlamentar, a presidente pode estar com o emocional afetado. Há suspeita de que medicamentos para emagrecer causem distúrbios na presidente. Um deputado lembra o surto flagrado de Gilberto Kassab contra um ambulante, quando prefeito de São Paulo. Kassab culpara remédios para a dieta.


Ainda incrédula, base governista cobra fatura do Planalto
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Leandro Mazzini

Temer e Levy, no Palácio ontem - um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Temer e Levy, no Palácio ontem – um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Chegada a hora de pagar a conta, o Planalto não consegue quitar a fatura com a base governista e coloca em risco o ajuste fiscal. Cresce a reclamação, entreouvidos, de deputados e senadores.

A demanda recebida pelo vice-presidente Michel Temer da base governista prioriza três pontos: nomeação para cargos em estatais, liberação de restos a pagar de emendas dos deputados veteranos e liberação das emendas dos deputados novatos, mas o caixa apertado travou o andamento.

Muito pouco disso aconteceu, reclamam parlamentares principalmente do PT e do PMDB – partido do vice. E para piorar o cenário, muitos deles dizem que o Ajuste Fiscal não salva o Governo.

Governistas terão outra rodada de negociação ainda nesta semana com Temer e o ministro Eliseu Padilha, da Aviação e também articulador, para tentar destravar as demandas.

O PMDB do Rio de Janeiro, por exemplo, pediu a Temer o controle da companhia Docas. Em São Paulo, parte do PMDB e o PSB controlam o porto de Santos.

Este é o destaque da Coluna desta quarta, enviada ontem às 19h para os jornais da Rede Esplanada e reproduzida no UOL


Promulgação da ‘PEC da Bengala’ terá desfile de presidentes das Cortes
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Leandro Mazzini

Todos os presidentes das Cortes superiores confirmaram a Renan Calheiros (PMDB-AL) presença na assinatura da promulgação da ‘PEC da Bengala’. O presidente do Congresso Nacional agendou para esta quinta, às 11h, no plenário do Senado Federal.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), votaria a PEC em 2º turno só em Junho. No salão verde da Câmara, há quem aponte a antecipação da votação para a última terça por causa da operação da PF no gabinete do presidente, alvo da Lava Jato, no mesmo dia pela manhã.

No jantar no qual foi recebido no Palácio da Alvorada, Cunha avisara pessoalmente à presidente Dilma que aprovaria a PEC e ela perderia as futuras indicações para as Cortes.  A proposta, agora promulgada, aumenta de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dos ministros do Judiciário e do TCU.


Com Renan e Cunha arredios, Eunício vira o queridinho do Palácio
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Enquanto os presidentes da Câmara e Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, respectivamente, atacam o Palácio, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afaga.

Mais calmo há dias, com a retirada dos sem-terra de sua fazenda em Goiás, Eunício se cacifa como o interlocutor da presidente Dilma no Congresso e no PMDB.

É apontado como futuro bombeiro do Palácio para eventuais – e não surpresas, pelo cenário – crises institucionais e partidárias.


Renan, sobre possível ida à CPI: ‘Claro que não!’
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Leandro Mazzini

Renan 'Claro que não' Calheiros: sua defesa será o ataque. Foto: ABr

Renan ‘Claro que não’ Calheiros: sua defesa será o ataque. Foto: ABr

Do senador e presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo da lista do PGR Rodrigo Janot e de investigação no STF, indagado se será voluntário a depor na CPI da Petrobras: ‘Claro que não!’

Ao contrário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, colega de partido e também alvo de investigação, Renan não pensa nem em passar perto da ala das comissões da outra Casa.

Sua estratégia continua a mesma: negar tudo, e acusar o procurador-geral de perseguição política, mesmo discurso de Cunha.


Cunha faz seu protesto na Av. Paulista e conquista o PIB
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Leandro Mazzini

Foto: ciesp.com.br

Foto: ciesp.com.br

No dia seguinte aos protestos contra a presidente Dilma e o PT que tomaram a Avenida Paulista, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), maior desafeto do governo, pisou na pista e subiu a sede da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Em almoço com os líderes representantes do maior PIB nacional – muitos deles financiadores de campanhas eleitorais – Cunha ouviu aplausos demorados e elogios de ‘maior líder político da atualidade’. E emendou para uma rodinha da cúpula: ‘O PT não tem adversários, o PT tem inimigos. O PT não quer aliados, quer servos’.

Ouviu do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, filiado ao PMDB, que o partido deveria entregar todos os cargos no governo.

Cunha direcionou o discurso e falou o que a turma queria ouvir: desancou o PT, o governo Dilma e a política econômica e fiscal equivocada.

Também se disse contra o modo como o Governo revê as desonerações a setores, e adiantou que a presidente terá de negociar muito com o Congresso.

A agenda de Cunha extra-Câmara tem priorizado o diálogo com o setor empresarial, o que falta ao Palácio do Planalto, dizem os magnatas e até aliados da presidente Dilma. Cunha foi ao almoço a convite do aliado Paulo Skaf. O encontro ocorreu uma semana após aplaudido almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro.


PMDB quer a cabeça do ministro Pepe Vargas
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Leandro Mazzini

Pepe - insatisfação geral ou troco? Foto: ABr

Pepe – insatisfação geral ou troco? Foto: ABr

O PMDB quer a cabeça do ministro das Relações Institucionais da Presidência, Pepe Vargas (PT-RS). E começou a enviar mensagens diretas.

Não bastasse o hoje todo-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não conversar com o ministro palaciano e o criticar publicamente, ontem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a dica ao devolver para o Planalto a Medida Provisória 669, a que aumentava alíquotas de contribuição previdenciária sobre receita bruta das empresas.

Um recado não apenas à presidente Dilma pela insatisfação da bancada com o governo, mas em especial com os ministros palacianos.

A cúpula do PMDB no Congresso Nacional ainda não imagina com quem poderia ter boa interlocução com o Planalto além de Pepe. Mas reservadamente deputados acreditam que um ministro de um partido neutro – sem um do PT – seria o ideal, como alguém do PP, do PSD ou do próprio PMDB.

MORDE E ASSOPRA

Renan conseguiu algo inédito em sua biografia. Com exceção do PT, todos os outros partidos aplaudiram sua posição – até o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem bateu boca calorosamente em plenário há dias.

GENI 

A presidente Dilma se tornou a Geni do Congresso. Além das críticas de aliados da base para todos os lados, e da devolução da MP – que logo se tornou Projeto de Lei enviado pelo Planalto – o senador Fernando Collor (PTB-AL) atacou o ‘inchaço’ do governo num discurso ontem da tribuna.