Coluna Esplanada

Arquivo : Dilma

Quatro entidades de classe da AGU pedem cabeça do ministro Adams
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Leandro Mazzini

adams

Pelo menos quatro associações de classe da Advocacia Geral da União entregaram à sociedade a cabeça do ministro Luis Inácio Adams – e pedem a sua cabeça, é o que se conota do tom desafiador da nota oficial lançada há dias.

Na nota conjunta, informam que Adams advogou para o PT, “com ótica própria”, e não para o Brasil, desonrando a instituição. “Se afastou dos ditames constitucionais”, cita o documento.

Citam ainda a atuação de Adams sobre as contas da presidente Dilma, e a defesa dele para Graças Foster, então presidente da Petrobras, contra o bloqueio de seus bens na Justiça. “A AGU não se confunde com Luis Inácio”, frisam.

A nota é assinada pelas direções da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (Sinprofaz) e Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia Geral da União (Anajur).

Procurada, a assessoria da AGU informou que não vai se pronunciar.

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Com Feijó na Secretaria de Trabalho, Lula e Dilma seguram fúria da CUT
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Leandro Mazzini

A posse do sindicalista José Lopes Feijó na Secretaria do Trabalho (ex-Ministério) foi articulada pelo ex-presidente Lula (seu amigo de chão de fábrica) e pela presidente Dilma para acalmar as centrais sindicais.

Em especial a Central Única dos Trabalhadores (CUT), de onde é egresso, que resistia à fusão do Trabalho com a Previdência e prometia fechar avenidas de capitais.


Líder do PDT na Câmara deve assumir Comunicações
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Leandro Mazzini

foto: pdt.org

foto: pdt.org

Nas hostes e na bancada do PDT na Câmara, estão todos antenados desde ontem.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), deve ser nomeado o novo ministro das Comunicações.

Ele desconversa – “se houver convite, podemos pensar” – mas já foi fechado na terça-feira no Planalto. O PDT perde, assim, o Ministério do Trabalho.

As tratativas começaram semana passada, quando o presidente do PDT, Carlos Lupi, e Figueiredo visitaram os ministros palacianos em duas reuniões.

À ocasião, chegou-se a cogitar nas conversas manter o ministro Manoel Dias à frente da fusão que se espera dos ministérios do Trabalho com Previdência, mas segundo pedetistas o presidente Lupi descartou.

Lupi, aliás, já devolvera o Ministério do Trabalho há mais de um mês em reuniões com a presidente Dilma e Lula, separadamente. (lembre aqui).

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Pedido de Jader e indefinição na ‘Cidadania’ travam reforma ministerial
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Leandro Mazzini

Jader - O ex-presidente do Congresso voltou forte como senador e tem voz no PMDB. Foto: Band/UOL

Jader – O ex-presidente do Congresso voltou forte como senador e tem voz no PMDB. Foto: Band/UOL

A reforma ministerial não saiu ainda por dois entraves.

Um é protagonizado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), segundo os próprios parlamentares do seu partido.

No plano atual, o filho Helder perde o Ministério da Pesca. Após Jader protestar veladamente, a presidente Dilma cogita manter a pasta para o peemedebista. Mas agora Jader, afinado com o vice-presidente Michel Temer, reivindica a Secretaria de Portos para o herdeiro – uma jogada também para que Portos não perca status de ministério.

E na outra ponta do impasse na ‘reforma’ na Esplanada existe confusão na fusão de três pastas.

Dilma quer unificar Igualdade Racial, Direitos Humanos e Mulheres no Ministério da Cidadania. O desafio é encontrar uma “mulher, negra e homossexual” para comandar o ministério – brincam aliados.

Isso decorre das disputas internas, porque cada grupo dentro do Governo quer um ministro seu: os homossexuais (Direitos Humanos), os negros (Igualdade) e as feministas.

Na tentativa de resolver o problema, o nome por ora é de Miguel Rosseto, que não orbita em nenhuma das categorias – por isso mesmo foi apelidado de extra-terrestre.

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Vice Temer leva ‘bolo’ da presidente Dilma
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Leandro Mazzini

temer
O clima anda tão pesado entre o vice Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff que ela não telefonou para ele em seu aniversário na quarta passada. Anos anteriores, os cumprimentos eram pessoais – apenas 50 metros separam o gabinete dela do anexo da Vice Presidência.

“A presidente Dilma se esqueceu”, desconversou Temer para amigo que perguntou.

É caso preocupante para o cenário atual em que os comandantes em chefe da nação precisam se afinar contra a crise.

Em tempo, os deputados Eduardo Cunha e Leonardo Picciani, o ministro Henrique Alves (Turismo), os senadores Romero Jucá e Garibaldi Alves (mesmo acamado), e o presidente da Central dos Sindicatos do Brasil, Antonio Neto, telefonaram.


DEM e Solidariedade cobram posição de Cunha sobre impeachment
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Leandro Mazzini

Paulinho - ele está irado com a neutralidade do PMDB e de Cunha. Foto: Ag. Câmara

Paulinho – ele está irado com a neutralidade do PMDB e de Cunha. Foto: Ag. Câmara

Atualizada quinta, 24, 14h40 – A oferta aceita pela bancada do PMDB na Câmara para assumir dois ministérios, com articulação velada do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irritou a oposição que estava alinhada com ele nos pedidos de impeachment da presidente Dilma.

Opositor declarado do Governo, Cunha foi cobrado a sós por Paulinho da Força (Solidariedade) e o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), nesta quarta-feira. Eles são os entusiastas do impeachment.

No mais, a manutenção dos vetos presidenciais na sessão de terça-feira, um dos pontos do acordo com o PMDB, mostrou que o partido se engajou na defesa de Dilma e não há contingente com votos para o processo de impedimento.


Manoel Junior e Pansera são os cotados para Saúde e Aviação Civil
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Leandro Mazzini

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Pansera – ele é o deputado mais próximo de Eduardo Cunha

Os deputados federais Manoel Junior (PB) e Celso Pansera (RJ) são os cotados para assumirem os ministérios da Saúde e Aviação Civil, respectivamente.

Para o esperado ministério da Aviação Civil – não há mais certeza do Infraestrutura (Portos + Aviação) – dois disputam a vaga, com prós e contras: Celso Pansera, muito ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e José Priante (PA).

Pansera é o preferido porque é aliado próximo de Cunha, que pretende afagar a base eleitoral. Mas todos os indicados às duas vagas do PMDB nos ministérios são da cota do presidente da Câmara, que atua veladamente, tendo o líder Leonardo Picciani como porta-voz.

Aos holofotes, Cunha nega indicações e parceria com o Governo, mas se reaproximou da presidente Dilma, que indicou aliança com as duas pastas para a bancada do PMDB controlada pelo presidente.

Um fator pesa contra Pansera: ele foi acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Youssef, num depoimento à CPI da Petrobras.

O outro candidato à vaga é o primo do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), José Priante. Ele pode compensar a iminente saída de Jader Filho do Ministério da Pesca. Porém o Planalto sabe que Priante e o senador não estão alinhados. O deputado Newton Cardoso Jr (MG) corre por fora.

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Temer barrou fusão de Portos com Aeroportos
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Leandro Mazzini

O vice-presidente da República, Michel Temer, não gostou da ideia da fusão dos ministérios de Portos e Aeroportos – ambos controlados por apadrinhados seus – e barrou a fusão. A presidente Dilma deve recuar da ideia, e a notícia chegou ontem à noite à bancada do PMDB no Congresso Nacional.

Com a fusão, o esperado Ministério de Infraestrutura ficaria com um deputado da bancada peemedebista, apadrinhado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha – o que Temer contestou entre gabinetes palacianos.

O cenário para os deputados é este: É provável que Edinho Araújo continue à frente de Portos, e um indicado da bancada assuma Aeroportos. Neste caso, Eliseu Padilha bateria ponto no Palácio do Planalto, na Articulação Política, – o que já vem acontecendo há meses.

O senador Eunício Oliveira (MDB-CE), muito próximo da presidente Dilma e de Lula, negou ontem que tenha pedido o Ministério da Integração, hoje com o PT. Aliados de Eunício apontam boatos vindos da Câmara para desestabilizar a situação do partido.

Dilma deve anunciar a minirreforma na Esplanada na sua volta de Nova York, onde participa da Assembleia da ONU.

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Sistema S oferece ao Governo bancar programas federais
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Leandro Mazzini

A sede da CNC em Brasília - a entidade hoje dispõe de patrimônio maior que a CNI.

A sede da CNC em Brasília – a entidade hoje dispõe de patrimônio maior que a CNI.

Na ofensiva contra a tentativa de mordida oficial do Tesouro em 30% dos repasses para o bilionário Sistema S, os presidentes das principais entidades – entre eles Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Senai, SESC – se reuniram na terça-feira com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e ofereceram um acordo para evitar o desconto.

A retenção dos repasses da União para o Sistema S foi proposta pela Fazenda dentro do pacote de ajuste fiscal da presidente.

Os dirigentes indicaram que as entidades podem bancar os cursos e toda a estrutura dos Institutos Federais de Ensino, os chamados IFs, e ajudar o Governo a construir as creches em parcerias com prefeituras.

Mercadante levou a proposta à presidente Dilma, que dará resposta após a reforma ministerial. A oferta é bem vista. Dilma passa longe hoje da promessa de construir 6 mil creches em todo o País.

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Para virar o jogo, Dilma entrega dois ministérios a Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo

Foto de arquivo

O script foi redigido pela presidente Dilma, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Casa, Eduardo Cunha – que a visitou há dias.

Para tentar barrar o processo de impeachment, Dilma chamou Picciani para ser a ponte para negociar com o presidente da Câmara.

Ela ofereceu o ministério da Saúde e um de infraestrutura – que pode ser a fusão de Portos com Aeroportos. Cunha topou.

Os dois lados lançaram suas moedas: Dilma aguarda agora a indicação oficial de deputados da cota de Cunha. Em troca, pediu para manter os vetos aos aumentos de salários dos servidores do Judiciário e a outras pautas que podem desajustar ainda mais as contas do Governo. Espera, obviamente, que com isso os votos do PMDB na Câmara barrem o eventual processo de impeachment, que a oposição forja nos bastidores.

Aos holofotes, os peemedebistas não entregam o jogo jogado. Cunha deve se mostra alheio à situação, mas sob o comando veladamente. Vai manter a posição de “opositor” embora, assim que confirmados os ministérios, trabalhará gradativamente pela neutralidade na bancada.

Ontem à tarde, em conversa com jornalistas, o líder Picciani adiantou a proposta da presidente: “Ela pediu dois deputados (para a Saúde). Temos médicos no partido”. Circula no salão Verde a ironia que o indicado, pelo cenário, pode ser o psiquiatra Marcelo Castro (PMDB-PI).

Diante dos nomes decididos pela bancada no início da noite, vê-se claramente as digitais de Eduardo Cunha nas indicações para as duas pastas. Todos eles ligados ao presidente da Câmara.

Para a saúde, Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e o ex-ministro da pasta Saraiva Felipe (MG). Manoel Junior é o favorito e predileto de Cunha. Esteve com o presidente no gabinete enquanto acontecia a sessão do Congresso Nacional comandada por Renan Calheiros. Saiu muito cumprimentado pelos pares da sala de Cunha. Manoel é próximo de Beto Mansur (PMDB-SP) – ambos tocaram juntos a emenda do famigerado “ParlaShopping”, novo anexo de gabinete e galeria de lojas que será construído com Parceria Público-Privada.

Os nomes cogitados para a pasta de infraestrutura são Leonardo Quintão (MG), Celso Pansera (RJ) e José Priante (PA), este primo do senador Jader Barbalho. Todos próximos de Cunha, mas também de Picciani, que poderá ter influência na futura gestão. O mais cotado é Pansera. Natural do Rio de Janeiro, terra de Picciani e Cunha, foi ele o acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Yousseff, em depoimento na CPI da Petrobras.

CASO HENRIQUE ALVES

Eduardo Cunha determinou à bancada que proteja no cargo o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB). Foi um afago ao padrinho de Henrique, o vice Michel Temer.

O PMDB deve ficar com cinco pastas – Saúde, Infraestrutura (nome a definir com a fusão), Minas e Energia (fica com Eduardo Braga), Agricultura (continua com Kátia Abreu) e Turismo. Neste cenário a presidente mantém a equidade nas bancadas do PMDB, como seu plano: duas pastas para a Câmara, duas para o Senado, e uma da cota do vice Michel Temer.

Os deputados pediam a cabeça de Henrique Alves, o ex-presidente da Casa, no cargo pela cota do vice Temer. Mas Cunha deve segurá-lo.

A situação ainda é indefinida no Turismo. A presidente Dilma estuda fundir o ministério com o Esporte, mantendo sob comando do ministro George Hilton. Desta forma, ela evita crise e desconfiança internacional mantendo o ministro a menos de um ano dos Jogos, e principalmente mantém o PRB na base.

O RISCO PT

A presidente Dilma decidiu ceder o Ministério da Saúde ao PMDB após uma conversa pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Saúde é feudo do PT paulista desde o início da gestão do partido no Planalto. Qualquer passo mal dado na área poderia irritar o partido e ela perderia de vez o apoio da própria legenda.

Não há informações confirmadas de como ela poderá contemplar o grupo que sairá da Saúde para dar a vaga ao PMDB. O ministério é o mais visado da Esplanada pela importância e pelas verbas bilionárias no Orçamento.

Esta coluna foi fechada às 19h10 de ontem e distribuída para os 30 jornais da rede Esplanada, e publicada simultaneamente com o portal UOL.