Coluna Esplanada

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‘Terrorismo eleitoral’ bolivariano na Bolívia, Venezuela e Brasil
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Leandro Mazzini

 

linera

Os mandatários da Bolívia e Venezuela fazem “terrorismo eleitoral” nas TVs, rádios e palanques.

O presidente da Venezuela, que viu sua base perder o controle do Parlamento no último domingo, repete “Preparem-se para um massacre se o bolivarianismo for derrotado”. Fala, evidentemente, de sua eventual derrota nas urnas no próximo pleito majoritário.

O vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, roda seu país conclamando o povo a manter Evo Morales vitalício na presidência da República. (Evo mudou a Constituição com apoio do Congresso, conseguiu o terceiro mandato consecutivo e agora articula uma lei que o permita se reeleger ininterruptamente)

Linera, como mostra o vídeo de um comício, discursa para um povoado que se Evo deixar o cargo os “vendepátrias” e “assassinos” retornarão. E o “sol vai se esconder”.

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AQUI, COMO LÁ

Por aqui, o simpatizante Luiz Inácio, ex-presidente, já soltou que pode conclamar o Exército de Stédile, o dirigente-mor do MST, às ruas.

Lula sabe o que diz. O PT é apontado como o financiador dos sem-terra na invasão da fazenda Santa Mônica, do senador Eunício Oliveira (PMDB), em 2014, para desestabilizar sua campanha ao Governo do Ceará. Até um adversário, candidato a deputado pelo PT, apareceu nas terras em Goiás para fazer discurso.


Deputados acusam Itamaraty de boicotar viagem à Venezuela
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Leandro Mazzini

Foto: blogs.ne

Jungmann – Deputados perderam confiança no Itamaraty. Foto: blogs.ne

Após incidente com o Senado – que barrou sabatina de novos embaixadores enquanto o Itamaraty não divulgasse dados requisitados – agora a ira dos parlamentares contra o Ministério das Relações Exteriores passou para a Câmara.

Os deputados indicam boicote do Itamaraty contra comitiva que há dois meses aguarda informações de apoio na tentativa de visitar Caracas, a fim de conferir denúncias de violações de direitos humanos.

Para piorar o cenário, na tarde desta segunda (15) o senador Ronaldo Caiado acusou o governo de Nicolás Maduro de desautorizar a aterrissagem de um avião da FAB que levaria senadores para visitarem a Venezuela.

O clima é tenso no país vizinho com a greve de fome de Leopoldo López, presidenciável opositor de Maduro detido há meses acusado, sem provas, de agitação popular e complô contra o governo. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, também está preso há meses, mas em regime domiciliar.

No âmbito da Câmara, deputados se sentem incomodados com o comportamento do embaixador Pedro Bório, chefe da Assessoria de Assuntos Federativos e Parlamentares (AFEPA). Reclamam que ele interfere na pauta, pressiona por pareceres favoráveis e até manda e desmanda na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional sob o comando da governista Jô Moraes (PCdoB-MG).

A gota d’água foi na última quarta-feira (10) quando o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão Externa da Câmara que pretende ir à Venezuela, chamou o Ministro Wladimir Valler, interino na AFEPA, de ‘desatencioso’ e ‘desrespeitoso’.

Há dois meses e meio o Itamaraty enrola os deputados que pretendem viajar para dialogar com o governo e a oposição venezuelanas. A data da viagem já foi mudada três vezes e, segundo Jungmann, agora nem retorno o Itamaraty dá aos deputados. Há semanas que não respondem as demandas do parlamentar.

Procurada nesta segunda-feira, a assessoria do Itamaraty até o momento não respondeu à Coluna.

RELAÇÃO TENSA 

Jungmann cobrou da presidente da CREDN, deputada Jô Morais, uma postura independente e deixou claro que os deputados não têm que pedir autorização ao MRE para nada.

O deputado afirmou a um grupo de deputados que a missão externa vai à Venezuela ‘de um jeito ou de outro’. A paciência com o Itamaraty acabou na Câmara também.

Jungmann ameaça ainda convocar o chanceler Mauro Vieira para se explicar na Casa e prometeu levar o caso ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para quem o MRE também não serve para muita coisa.

NO SENADO

Em maio, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), conseguiu congelar as sabatinas de embaixadores porque o Itamaraty ignorou seu pedido sobre os custos de manter mais de 70 representações no exterior abertas apenas entre 2003 e 2010, no governo Lula. As sabatinas retornaram dois dias depois, após o Itamaraty enviar os dados.

Em seguida, o irmão do então chanceler Antônio Patriota, Guilherme Patriota, teve seu nome rejeitado para chefiar a missão do Brasil na OEA, em Washington.

Foi a primeira vez que um diplomata foi recusado pelo Senado. Guilherme Patriota agora procura um posto de cônsul, cargo para o qual não precisa passar pelo crivo dos senadores.

De acordo com vários senadores de oposição, Patriota foi rejeitado depois de rasgar elogios à Venezuela de Nicolás Maduro e ao tutor Marco Aurélio Garcia, considerado pela oposição como o chanceler de fato.


Visita de venezuelanas esconde briga pelo Poder na oposição
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Leandro Mazzini

Mitzy (E) e Lilian - unidas, pero no mucho. Foto: reacionarias.org

Mitzy (E) e Lilian – unidas, pero no mucho. Foto: reacionarias.org

A passagem das venezuelanas Mitzy Capriles e Lilian Tintori pelo Brasil há dias esconde um pouco de uma disputa interna da oposição no país vizinho.

Esposas de Antonio Ledezma e Leopoldo Lópes, respectivamente, elas dividiram holofotes no Congresso Nacional e em São Paulo, mas são peças no jogo de xadrez dos opositores ao governo Nicolás Maduro.

Ex-candidato a presidente, Leopoldo está preso há mais de um ano pelo regime Maduro. Ledezma, atual prefeito de Caracas, foi arrancado do gabinete meses atrás pela polícia do presidente sob acusação de articular golpe. Estão presos por serem opositores – sem qualquer prova apresentada. As esposas iniciaram um périplo internacional para denunciar a ditadura civil.

Quem trouxe as mulheres foi o ex-embaixador da Venezuela no Brasil Milos Alcalay. Ele é entusiasta da candidatura de Ledezma para presidente contra Nicolás Maduro. Levou a esposa dele, Mitzy, ao senador José Serra e ao ex-presidente José Sarney, e ofuscou Lilian.

Foi assim nas agendas pelo País. A prioridade nas agendas foi a senhora Mitzy em detrimento de Lilian. A disputa interna no partido visa alçar a candidato o prefeito Ledezma.

Há uma aproximação clara com o PSDB no Brasil. Mês passado o senador Aécio Neves se reuniu com Mitzy e Lilian em Lima, no Peru.


Intimada e intimidada, deputada da oposição na Venezuela faz apelo
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Leandro Mazzini

Intimação e Intimidação.

Agentes do Serviço Secreto da Venezuela foram à casa da deputada Maria Corína Machado, em Caracas, entregar intimação. Ela foi denunciada pelo presidente Nicolas Maduro por ‘pretensa tentativa’ de derrubar o governo em golpe. Corína é apenas deputada da oposição que denunciou desrespeitos a direitos humanos e desmandos do atual governo.

Este ano ela passou pelo Congresso Nacional, com apoio da oposição ao governo brasileiro, e irritou os venezuelanos.

Corína redigiu carta de desabafo e pedindo apoio a amigos de todo o mundo, e não descarta apelar à Corte Interamericana de Direitos Humanos.


Itamaraty blinda ex-embaixador que deixou a Venezuela
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Leandro Mazzini

Cobrado pelos parlamentares, em audiência pública, sobre a notícia de que o ex-embaixador na Venezuela voltou para Brasília ameaçado de morte, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo desconversou na Comissão de Relações Exteriores da Câmara e blindou o José Marcondes de Carvalho.

A revelação da Coluna mexeu com o Itamaraty, que nega veemente a informação. Mas a Coluna ratifica: Marcondes voltou em Outubro, três anos antes do estipulado, porque sua esposa recebeu ameças de morte. Ela é uma artista plástica peruana crítica do governo Nicolas Maduro.

Para os deputados, o chanceler avisou que é difícil apurar a denúncia sem ter provas contundentes. Obviamente. Marcondes é alinhado ao regime Chavizta, e a esposaagora tem medo de se expor.

Curiosamente, num ato sem precedentes e visto como tentativa de evitar a investigação no Congresso Nacional, o Itamaraty resolveu agraciar com a Medalha Rio Branco o presidente da Comissão na Câmara, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG). Barbosa foi avisado da honraria no dia em que a coluna revelou o caso – o mesmo dia em que houve a cerimônia no Ministério das Relações Exteriores. Outros agraciados receberam o aviso sobre a comenda com mais de 30 dias de antecedência.

Na quarta-feira que vem, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara volta a debater a Venezuela. Vai receber a jornalista Vanessa Silva (Globovisión) e a deputada cassada (na canetada) Maria Corína Machado.

O MEDO DA VOLTA

O Congresso quer dar salvaguarda oficial ao retorno dos três líderes estudantis venezuelanos a Caracas. O senador Álvaro Dias e o deputado Mendonça Filho orientaram os jovens Euzebio Lovera (22), Gabriel Perez (23) e Vicente D’arago (20) a procurarem abrigo na Embaixada em Caracas no sábado, quando retornam ao país. O trio venezuelano passou por Brasília ontem e quarta para denunciar violação dos direitos humanos por parte do governo Nicolas Maduro e da polícia. Foram assassinadas 44 pessoas em protestos pacíficos nos últimos meses. Cinco líderes estudantis viriam a Brasília. Na terça um deles recebeu ameaça de morte e ficou. E outro foi detido pelo serviço de inteligência no Aeroporto de Caracas. O trio que viajou driblou o governo porque embarcou como turista, não como estudante.

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TÁ DOMINADO 

Não faltará transporte na Copa em Brasília, dominada por clandestinos no entorno e Plano. A polícia fecha os olhos. Sem apoio, a ANTT e o DFTRans ficam rendidos.

A LA OBAMA

Dezenas de agentes do serviço secreto chinês já desembarcaram no Brasil para preparar a vinda do presidente Xi Jinping em.. julho. Ele não quer fazer feio na segurança.

COMBO DA ANATEL 

O presidente da Anatel, João Rezende, diz que os consumidores terão boa surpresa em dois meses: as teles serão obrigadas a oferecer preços equivalentes, na mesma região, para os combos de canal a cabo, internet e telefone. Mas o cidadão tem que cobrar.

GRITO DA ALDEIA

A Frente Parlamentar Evangélica, motivada pelo deputado Henrique Afonso (PV-AC), pediu ao líder do PMDB, Eduardo Cunha, urgência na inclusão do PL 1057/07 ( Lei Muwaji – Infanticídio indígena) na pauta de votação no Plenário. A Funai fecha os olhos, por respeito às tradições indígenas, para a matança de crianças por etnias que vivem na região amazônica. Pagés matam recém-nascidos se os considerarem ‘amaldiçoados’. Os que escapam, são adotados por famílias.

LIXO CORRETO 

Recife receberá o projeto “Limpa Brasil – Let´s do it” no próximo dia 10. O movimento de conscientização em relação ao descarte correto do lixo surgiu na Estônia, em 2008, e deve passar por Fortaleza, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro até 2015. O movimento foi trazido para o Brasil em 2010 por Tião Santos, do Movimento Atitude Brasil. Tião é o protagonista do documentário Lixo Extraordinário, de Vik Muniz.

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Embaixador do Brasil deixou Venezuela por ameaça de morte
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Leandro Mazzini

Atualizada Terça, 29, 12h45 – Embaixador do Brasil na Venezuela até seis meses atrás, José Marcondes de Carvalho deixou às pressas Caracas porque ele e a esposa, uma artista plástica peruana ( e não venezuelana, como publicado anteriormente ), foram ameaçados de morte. O Ministério de Relações Exteriores e o governo brasileiro tratam o caso sigilosamente.

Marcondes ficou apenas dois anos em Caracas, dos cinco previstos, e as tratativas para sua substituição foram céleres. O substituto Ruy Pereira, 59 anos, assumiu em Novembro passado.

Marcondes segue a linha do governo na parceria com a Venezuela, mas a esposa, uma crítica ferrenha da era Chávez e do presidente Nicolas Maduro, não segurou a verve e virou alvo de ameaças anônimas. O que motivou o casal voltar junto para o Brasil.

Apesar da identidade com o Chavizmo, comenta-se nos bastidores do Itamaraty que o embaixador brasileiro também não teria conquistado a simpatia do regime, como tinha seu antecessor, o embaixador Antonio Simões.

Simões foi confidente de Chávez, recebeu dele a principal medalha de mérito do País, e hoje ocupa o cargo de Subsecretário-Geral para a América do Sul do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Atualmente, o ex-embaixador José Marcondes é secretário de Ciência e Tecnologia do Itamaraty. É quadro de peso no MRE – foi negociador-chefe do Brasil na ONU sobre Mudanças Climáticas.

A Coluna tentou contato pessoalmente com José Marcondes por três semanas, com pedidos pela assessoria do MRE, mas ele não quis falar. Procurada desde quinta-feira (24), a assessoria não se pronunciou até o momento.

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3º TEMPO

Filiado ao PSB e pré-candidato ao Senado ou Câmara, o presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, revelou a amigo da Coluna que seu maior cabo-eleitoral namora sério e está apaixonado. É o craque Ronaldinho Gaúcho.

GÁ$$

O gás produzido no Brasil pela Petrobras é alvo de disputa judicial no Rio entre a Comgas (Raizen e Cosan) – que distribui gás em São Paulo – e a Petrobras, por conta da diferença de preço cobrada a menor para a outra companhia distribuidora (com 100% de participação da BR), a Gás Brasiliano. A diferença de preços praticados entre as duas concorrentes de São Paulo é considerada muito grande e o grupo Comgas acionou a Justiça para que ela receba o gás também no mesmo preço da companhia associada da Petrobras.

MUNDO CRUEL

Morreram o boxeador americano Rubin Carter, o Hurricane, e o jornalista U Win Tin, em Mianmar. E daí? Carter ficou na cadeia por 19 anos por crime que não cometeu (era o único negro num bar lotado de vigaristas brancos onde três destes morreram). Carter interrompeu uma potencial carreira de sucesso numa época em que o segregacionismo era coisa do passado nos EUA. Já Win Tin passou 25 Natais detido por.. criticar a ditadura de seu país. E esses são os casos mais famosos.

PIADA PRONTA

A estreia-relâmpago do drone da Marinha portuguesa, com tecnologia nacional, parece parceria com o governo do Brasil, que mandou um satélite para a água. Veja vídeo aqui

MOTOQUEIRO FANTASMA 

Um motoqueiro ainda não identificado rasga em alto som e velocidade o Eixão Sul de Brasília quase todo fim de tarde, onde pouco aparecem viaturas da PM.

O APENADO.. 

Depois de passar pela OAB do DF e pelo conselho federal, o processo de cassação do registro de advogado de José Dirceu parou na seccional de SP. Condenado e apenado, Dirceu mantém a carteira da Ordem, que pode lhe garantir trabalho no semi-aberto.

.. E O FORAGIDO 

Já para a OAB seccional gaúcha, a guilhotina funciona rápido. Em poucos dias cassaram o registro do advogado Maurício Dal Agnol por ser indiciado pela PF. Aliás, Dal Agnol, acusado de golpe milionário em 30 mil clientes, continua foragido.

É FATO

Do deputado Hugo Motta (PMDB-PB), o mais jovem do Congresso, sobre a tradicional desconfiança do povo com os trabalhos em Brasília: Agradeça se andar devagar (O Congresso); na maioria dos casos nada anda. E se andar depressa, pode desconfiar.

QUADRIENAL 

A unificação das eleições para cada quatro anos tem ganhando consenso entre políticos. A ficha caiu diante da pressão popular: a cada dois anos deputados e senadores vão para as bases para ajudar a eleger prefeitos e vereadores – seus maiores cabos eleitorais, e cobram deles empenho nas eleições seguintes, quando todos somem de Brasília. Assim a política – e na esteira a gestão pública – paralisa o país por quatro a cinco meses de dois em dois anos.

EM CAMPO 

O procurador da República na Paraíba Duciran Van Marsen Farena lança hoje na Faculdade de Direito da USP o livro A Copa da Corrupção.

DATA VENIA

digitalnews

Foi no programa do jornalista Edgar Lisboa na Rádio Digital News (aqui) que o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes, deu o pontapé contra a malsucedida indicação pelo Congresso do senador Gim Argello (PTB-DF) para o tribunal. Entrelinhas, Nardes indicara que candidato a ministro ali tem que ter ficha-limpa. Como notório, o senador é alvo de seis processos no STF.

PONTO FINAL

O Lula disse que o julgamento do mensalão no STF foi 80% político e 20% jurídico. No Supremo, o que se diz é que Lula é 20% razão e 80% demagogo.

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Deputada cassada acusa diplomata brasileiro de liderar censura na OEA
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Leandro Mazzini

Não fossem as boas relações entre os governos do Brasil e da Venezuela, os países estariam na iminência de uma crise diplomática.

A deputada cassada na Venezuela María Corina Machado revelou a parlamentares de Brasília que o diplomata brasileiro Breno Dias da Costa foi o principal articulador, nos bastidores, na tentativa de barrar seu discurso na Assembleia da Organização dos Estados Americanos em Washington, dia 21 de março – que culminou com sua cassação.

Com aval do Itamaraty, o diplomata articulou para excluir dos discursos da assembleia o tema da crise na Venezuela. Conseguiu apoio de 22 nações, contra votos de Canadá, Panamá e EUA a favor do depoimento de Corína.

Em nota, o Itamaraty informou que o Encarregado de Negócios Breno Dias, da Delegação Permanente junto à OEA, agiu sob orientação do governo brasileiro. Segundo o Itamaraty, não houve ‘qualquer forma de manobra, mas procedimento oficial e transparente (..), o que constitui o procedimento de praxe em reuniões do Conselho’.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, alegou que Corína não poderia representar a Venezuela na OEA e a cassou, em decisão monocrática. Mas à ocasião, segundo relata, Maria Corína discursou não como parlamentar, mas na condição de cidadã venezuelana, na vaga cedida pelo Panamá (lembre aqui).

Parlamentares da Comissão de Relações Exteriores da Câmara preparam uma comitiva para visitar Caracas, a fim de pedir explicações à Assembleia do país vizinho.

Nesta quarta, a ONG Repórteres sem Fronteiras denunciou o sequestro em Caracas da editora de Correspondentes da TV Globovisión, Nairobi Pinto. Ela foi levada no domingo por dois homens encapuzados. Não há notícias até o momento.

A ONG relata que têm sido frequentes atos de violência contra jornalistas por parte de milícias do governo, da polícia e de aliados do presidente Nicolas Maduro (veja mais casos)

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REBELIÃO NO TESOURO

Por pouco a Força Nacional de Segurança não foi chamada ao Tesouro, na reunião entre o secretário gaúcho Arno Augustin e o deputado paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB), sobre o ProInveste de R$ 817 milhões que a União segurou para o governo Beto Richa. Hauly levantou-se no meio e foi embora. Disse que não ficaria para ouvir mentiras. Para justificar o bloqueio do empréstimo, o Tesouro informou que o Paraná não cumpre o índice de investimento na saúde. Mas Hauly no contraponto lembrou que sobra em educação. Arno chegou a pedir que a imprensa se retirasse da reunião.

RINGUE SULISTA

O governo do Paraná alegou que gasta em educação mais que o Rio Grande do Sul, no que Arno soltou: gastasse menos em educação e mais em saúde, e tudo ficaria certo com a contabilidade. Resultado: o caso foi parar no STF, que mandou liberar o dinheiro.

MULHER QUE SE VIRE

Seguranças mulheres que trabalham na sede da Infraero, em Brasília, estão sem armas – ao contrário de colegas homens. Qualquer problema, corra, senhora, corra muito. A empresa terceirizada, segundo relatam, economiza no aluguel de revólveres. A assessoria da Infraero nega, e informa que é praxe mulher sem arma ali..

PRÊMIO SEM MORDIDA

Relator do projeto de lei do Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) propõe a criação da raspadinha Lotex, com uso de imagens dos clubes de futebol, mas sem a mordida do IR como nos outros prêmios.

MEMÓRIAS DO ARAGUAIA

Nestes tempos de Comissão da Verdade e embate entre civis e militares, ganha pauta o caso do massacre da guerilha do Araguaia nos anos 70. Irmãs do desaparecido Antônio Castro, o ‘Raul do Araguaia’, Eliana e Mercês Castro lançaram manifesto nas redes. As irmãs pedem apoio para que os lugares identificados como pontos de tortura e luta sejam tombados pelo patrimônio histórico. Na Casa Azul (Marabá-PA) e as bases militares de Xambioá e São Domingos do Araguaia (Bacaba) podem ter sido torturados mais de 5 mil, com centenas de mortes, relatam.

JB 123

O JB completaria ontem 123 anos. Um livro do ex-secretário de redação Alfredo Herkenhoff tem sido a bíblia de jornalistas e ex-leitores. ‘Jornal do Brasil – Pautas e Fontes’ pode ser adquirido pelo email alfredoherkenhoff@gmail.com

NA PISTA

Na esteira do incentivo ao consumo promovido por Dilma, a Caixa promove de hoje a sábado o feirão de automóveis em concessionárias de 363 cidades, a juros baixíssimos.


Com medo de morrer, ex-deputada da Venezuela apela ao Brasil
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Leandro Mazzini

Em jantar com parlamentares brasileiros há poucos dias em Brasília, a deputada cassada na Venezuela María Corina Machado revelou que só não foi presa ainda a mando do presidente Nicolas Maduro porque ele teme o Brasil e pela pressão internacional sobre seu caso.

Membros da Comissão de Relações Exteriores da Câmara preparam viagem a Caracas, a fim de cobrar uma explicação do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que a cassou numa canetada em decisão monocrática, e agora quer retirar-lhe a cidadania venezuelana.

O jantar ocorreu na casa do advogado Fernando Tibúrcio, que já ajuda no Brasil o senador boliviano Roger Molina, que tenta refúgio no Ministério da Justiça. Corína vai voltar ao Brasil para audiências públicas no Congresso Nacional, a fim de denunciar perseguições políticas e prisões arbitrárias.

Corína foi cassada porque discursou em assembléia da OEA em Washington mês passado, na vaga de um embaixador do Panamá, e criticou a situação de seu país. Diosdado Cabello, presidente da Assembleia e Chavizta, alegou que Corina não poderia ter representado a Assembleia na reunião da OEA e a cassou.

Mas ela não representou. Segundo relatos, o embaixador do Panamá cedeu sua vaga para que ela discursasse.

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BATTISTI & PIZZOLATTO

Advogados das partes acompanham atentos os casos: Há uma ação do MP Federal no Rio que pede a anulação do refúgio concedido pelo então presidente Lula ao italiano Cesare Battisti . Se avançar e o STF acolher, ela abre caminho para que o mensaleiro Henrique Pizzolatto seja deportado e preso no Brasil, em troca do envio de Battisti. O caso de Pizzolatto na Justiça italiana será demorado, por causa do generoso código de processo penal italiano – alguma semelhança com o daqui? – por ser pego com passaporte falso. Enquanto isso, a PF rastreia o dinheiro que o petista lavou no exterior.

LONGE DAS TIETES

Sem bases aéreas militares em todas as 12 cidades sedes, algumas seleções da Copa vão desembarcar nos aeroportos, mas com slots programados e fingers exclusivos, com saída especial e escolta policial. Longe, portanto, dos fãs.

LEMBRETE

Para quem reclama do SUS: a ONG Médicos Sem Fronteiras atende a 6 mil pessoas acampadas no entorno de um hospital em Goré, no Senegal, refugiados de guerras civis.

PODER DAS ÁGUA$

O BNDES vai financiar US$ 1,1 bilhão para construção da hidrelétrica Tumarín, promessa de… Daniel Ortega, na Nicarágua. A obra é da Queiroz Galvão.

VISTAS GROSSAS 

Deve-se repetir com autoridades aeronáuticas da Malásia a punição que houve com militares no caso do acidente com o Boeing da Gol e o Legacy em 2006. O porta-voz das Forças Armadas de lá admitiu que foi detectado no radar objeto não reconhecido se movendo em direção ao Ocenao Índico, fora da rota, mas nada fizeram.

FESTA E PUXÃO DE ORELHA

O governador Beto Richa, do Paraná, comemora a liberação de R$ 817 milhões do ProInveste para o Estado, por decisão do STF. Alega perseguição, porque o caso passou pelo Palácio do Planalto e pela então ministra Gleisi Hoffmann, sua futura adversária. Segundo o Tesouro Nacional, o órgão cumpre ‘rigorosamente a liminar’ expedida pelo STF, mas afirma que o empréstimo não foi concedido porque o Paraná ‘descumpre o limite mínimo de pagamento com saúde’. Com a palavra, o governo. E a briga segue.

MICHELLE & DILMA

A presidente chilena Michelle Bachelet virá a Brasília na primeira viagem, de volta ao cargo. Pediu ao ex-embaixador no Brasil Heraldo Muñoz que organize a agenda.

PONTO FINAL 

O Nicolas Maduro precisa… amadurecer seu governo.


Cassada na Venezuela, deputada da oposição quer vir ao Brasil
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Leandro Mazzini

corina

A deputada venezuelana María Corina e Fernando Tibúrcio, advogado no Brasil do senador boliviano Roger Molina

Perseguida pelo governo de Nicolas Maduro, a parlamentar considerada a maior resistente ao governo e crítica dos desmandos e da crise democrática, María Corina Machado, avisou que quer vir ao Brasil nos próximos dias e soltar o verbo.

Depois de prender o opositor Leonardo López, por liderar protestos nas ruas, os chaviztas a enquadraram nesta segunda-feira (24). O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, aliado do presidente Maduro, cassou por decreto o mandato da deputada.

Hoje, em Lima, num seminário realizado pelo escritor Mario Vargas Llosa, a deputada encontrou-se com o advogado Fernando Tibúrcio e disse que pretende vir ao Brasil. Tibúrcio é advogado do senador boliviano Roger Molina, perseguido como opositor do governo Evo Morales, e que tenta refúgio no Brasil.

Para o advogado, Corina disse estar surpresa com o silêncio do governo do Brasil diante da crise venezuelana: ‘A indiferença é o mesmo que a cumplicidade’.

Na última sexta-feira, Maria Corína pediu a palavra no Panamá, em sessão da OEA, para criticar o governo. Foi proibida por comitiva venezuelana, em manobra regimental. Perdeu o mandato porque, segundo Diosdado, descumpriu duas normas da Assembleia Nacional. Mas foi por decreto, seu caso sequer foi levado a plenário.

O calvário da parlamentar após a passagem pelo Panamá começou no aeroporto de Caracas. A deputada teve dificuldade para embarcar no aeroporto de Maiquetía. Autoridades dificultavam seu embarque, para averiguação de documentos, mas à falta de uma restrição legal, a liberaram. Enquanto voava para Lima, Diosdado Cabello anunciava sua perda de mandato pelo caso do Panamá. Resultado é que Corina decolou deputada e aterrissou em Lima sem mandato.


Com tiros e pedras, jornalistas sofrem atentados em série na Venezuela
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Leandro Mazzini

A situação continua tão tensa para a imprensa na Venezuela, na onda de protestos populares contra o governo, que até repórter de TV simpatizante do presidente Nicolas Maduro foi atacado na rua. O cinegrafista de TV estatal Jilfredo Alejandro Barradas foi ferido a balas num protesto.

Os jornalistas venezuelanos e estrangeiros sofreram ataques e atentados nos últimos dias, relata a ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Karen Méndez, do El Comercio, do Peru, foi atacada a tiros (!). María Iginia, da Globovisión, foi agredida a pedradas. Um grupo de black blocs atacou com bombas a sede da VTV. A polícia Madurista incrementa os números: prendeu Rafael Hernández (Revista Exceso) e o blogueiro independente Ángel Matute enquanto apenas cobriam as manifestações.

A jornalista brasileira Elianah Jorge, que vive em Carancas, traz detalhes para a Coluna de como a onda de protestos começou no País:  “As manifestações começaram no estado Táchira, mo noroeste, quando estudantes se mobilizaram com a tentativa de estupro de uma aluna da Universidade de Los Andes. Eles protestavam basicamente contra a insegurança que, há anos, reina no país”.

Elianah conta que o movimento tomou as ruas da capital a partir da violência policial contra pequeno grupo de oito estudantes, “presos e levados a presídios em outro estado sem qualquer julgamento prévio. Até mesmo os presidiários manifestaram alegando que os estudantes eram inocentes”.

A partir da divulgação destas prisões arbitrárias da polícia do estado, aliada do presidente Maduro, os protestos se espalharam pela Venezuela e as ruas foram tomadas por multidão que reclamava da repressão policial e expôs também insatisfação contra o governo.

“Desde outubro, já havia um descontentamento da população pelos altos preços que posicionam o país com a mais alta inflação do Continente (56,8% a acumulada de 2013). Os protestos sao (ou eram) movidos basicamente por estudantes, mas a repressão está fazendo com que outros grupos da sociedade se somem”.

IMPRENSA 

Além da situação dos venezuelanos, que convivem com altos preços devido à inflação e restrição cambial, a jornalista brasileira também relata a situação delicada da imprensa venezuelana, que transfigura a insegurança – chegou ao aperto contábil, estratégia do governo Maduro.

“A imprensa local não tem papel para imprimir jornais porque o governo não libera os dólares preferenciais (cotados a 6,30 bolívares. O dólar no paralelo está hoje cotado em cerca de 85 bolívares)”.

Anteriormente opositor, o maior canal de TV, a Globovisión, foi vendida há dois anos para empresários simpatizantes do governo, restando poucas emissoras pequenas independentes.

O presidente Maduro avisou pelos canais oficiais que vai radicalizar a repressão aos manifestantes nas ruas caso a onda continue nas ruas.

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