Coluna Esplanada

Arquivo : apartamento funcional

PF instalou escutas na casa de quatro senadores, diz agente Legislativo
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Leandro Mazzini

> Instalação em apartamentos funcionais foi operação hollywoodiana da Federal, e atrapalhada pela Legislativa

> Informações sigilosas à Coluna são de agente legislativo que fez varreduras; PF não comenta oficialmente

> DEPOL do Senado tem aparelho high tech Oscor, de varredura de escutas ambientais

> Quatro senadores alvos da Lava Jato utilizavam semanalmente os serviços da DEPOL para varreduras em gabinetes e residências

> Polícia Legislativa tem autorização por regimento para fazer varreduras

Atualização sexta, 21, 11h47 – A Polícia Legislativa do Senado Federal pagou o maior mico e cometeu o maior erro de sua História: interferiu numa investigação policial-judicial federal e retirou escutas instaladas na casa de pelo menos quatro senadores, conta em sigilo um agente que participou das varreduras.

Os quatro parlamentares – que não tiveram seus nomes divulgados , por sigilo judicial – são alvo da Operação Lava Jato. A PF, com autorização judicial, fez um trabalho hollywoodiano de instalação das escutas nos apartamentos funcionais, e a Legislativa descobriu e as retirou, a pedido dos senadores que desconfiavam de escutas ambientais. Os senadores solicitaram as varreduras nas residências e descobriram os aparelhos.

Uma fonte da Polícia Legislativa revelou à Coluna que o comando do Senado – leia-se inclusive presidente Renan Calheiros – sabia dessas operações externas da DEPOL. Eles utilizam o aparelho OSCOR, numa maleta com antenas, adquirida pelo Senado há poucos anos.

Esse aparelho é utilizado constantemente em gabinetes dos senadores, em especial desse quarteto alvo da PF.

MALETA & CONTRAINTELIGÊNCIA 

O regimento do Senado Federal autoriza a DEPOL a fazer varreduras antigrampo nas dependências do Congresso e afins – o que inclui as residências dos parlamentares. É a Resolução nº 59 de 2002 e atualizada pela Resolução nº 14 de 2015.

A Polícia Federal, em operação nesta manhã de sexta-feira (21), prendeu quatro agentes da Polícia Legislativa do Senado, e fez buscas e apreensão de documentos no Senado e nas dependências da DEPOL.

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Indiciada, Lélis pede 5 dias à Polícia para apresentar ‘suas provas’
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Leandro Mazzini

O ‘House of Feliciano’ e o ‘Lélisgate’, que tomou as redes sociais após as publicações da Coluna, já está virando um ‘C.S.I. São Paulo’.

Confrontada hoje pelo delegado Luís Hellmeister (3º DP, Campos Elísios) e agora indiciada, a jornalista Patrícia Lélis pediu cinco dias com a advogada para ‘contar toda a verdade’ e, segundo a defesa, apresentar as provas de que fala a verdade.

No inquérito em SP, ela foi indiciada por falsa comunicação de crime e extorsão, ao tentar ganhar dinheiro por seu silêncio, segundo vídeos e prints periciados nas mãos da Polícia. Nos episódios está envolvido Talma Bauer, o ex-chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano.

A advogada informa que levanta as provas neste caso em defesa da jovem – de que supostamente era coagida a gravar vídeos a favor de Feliciano.

Em Brasília, na denúncia que corre na PGR, ela mantém acusação ao deputado Feliciano de agressão, assédio e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional em Brasília.

Então fica a pergunta, nas mãos das diligências da PGR e, possivelmente, da Polícia Federal em breve: Patrícia entrou inventou casos e aumentou suas versões, apesar das evidências reveladas? E por que Feliciano pagaria até R$ 300 mil pelo silêncio da garota?

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Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Leia aqui os prints das conversas sobre negociação de R$ 300 mil

Feliciano telefonou para ela, e pediu para caprichar em vídeo em sua defesa

Veja aqui o cronograma da denúncia


House of Feliciano & Lélisgate: agora é com a PGR, o STF e as polícias
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Leandro Mazzini

felicianoepat

Atualizada quarta, 17/8, 22h55 – Passados 15 dias de denúncia revelada aqui, na qual  a jornalista Patrícia Lélis denuncia o deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) por assédio, agressão e tentativa de estupro, a Coluna faz um balanço dos pontos contraditórios para os dois principais personagens dessa novela da vida real.

Diante das exacerbadas paixões ideológicas políticas e religiosas despejadas nas redes sociais, por defensores dos dois lados, vale ressaltar que a publicação não foi ‘coisa da esquerda’ ou do ‘capeta’. Foi simplesmente Jornalismo.

Ouvimos todos os envolvidos, publicamos todas as versões, vídeos, áudio, prints de mensagens. A Coluna revelou a denúncia e também foi a primeira a antecipar que Patrícia negociava dinheiro por seu silêncio ao viajar para São Paulo. ( Aqui, vale lembrar, a partir do momento que vai a SP passa de vítima a vilã do enredo; será indiciada por extorsão e falsa comunicação de crime, e a Coluna antecipou com prints e vídeos, oriundos da investigação policial, que negociava seu silêncio )

Agora, o caso está com a Polícia de SP, a Procuradoria Geral da República (PGR) – que deve encaminhar para o Supremo Tribunal Federal e este, acionar a Polícia Federal para as investigações, para saber quem está mentindo nesta história cheia de contradições: Feliciano, Patrícia, ou ambos.

O QUE PESA CONTRA FELICIANO

1 – Os ‘prints’ das mensagens salvas por Patrícia atribuídas ao celular dele. Ela diz que resgatou as mensagens no ICloud porque teclavam pelo chat secreto no Telegram – cujas mensagens se apagavam automaticamente em 10 segundos.

2 – O áudio gravado por Patrícia na conversa de 57 minutos com Talma Bauer, o chefe de Gabinete de Feliciano, no qual ela detalha a agressão e ele pede para ela esquecer o assunto, que vai resolver sua situação no partido.

3 – Feliciano exibe um vídeo e foto em que em tese comprovam sua visita ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, aliado e também evangélico. Porém o deputado não divulga sua agenda após as 10h da manhã do dia 15. Patrícia disse que se reuniu com ele no apartamento entre 9h30 e 11h daquele dia – não sabe citar os horários cravados. Na Câmara, a agenda das comissões em que deveria comparecer pela manhã registram ‘ausência não justificada’.

4 – A Câmara informou que não há mais os vídeos do hall do bloco H da Quadra 302 Norte, onde reside o deputado. Apenas dois meses depois do ocorrido. E não há backup de imagens. Algo curioso em se tratando de segurança de autoridades federais. A PGR já solicitou os vídeos, a despeito dessa posição da Polícia Legislativa.

5 – Há uma pressão do PSC, de seus membros, de Feliciano e de sua equipe em tentar desqualificar a denúncia da garota, questionando o seu perfil e o interesse financeiro. Mas em nenhum momento, nenhum deles pede investigação policial do caso em Brasília.

6 – Se Feliciano está seguro de sua inocência, por que pagaria alto – até R$ 300 mil, segundo consta nas investigações – pelo silêncio da mulher?

7 – Feliciano mentiu ao dizer que não sabia dos passos do chefe de gabinete – um vídeo divulgado pela Coluna mostra Bauer passando o celular para Patrícia num dia em que estava em SP. Era Feliciano ao telefone, confirma o próprio assessor, que o anunciou, e confirmam Patrícia e Emerson Biazon, que fez o vídeo escondido.

8 – O deputado divulga em suas redes sociais parte editada da entrevista que concedeu ao SBT no programa Conexão Repórter. E trata o assunto por encerrado, indicando que o programa seria seu atestado de inocência. Um desrespeito à emissora e ao repórter Roberto Cabrini, que mostrou na íntegra do programa contradições de ambos os personagens. Além disso, a equipe de Feliciano editou o programa de forma a preservar o deputado dos questionamentos.

9 – No esforço de desqualificar a garota, Feliciano usa até um áudio de comentário do jornalista da TV Globo Alexandre Garcia, em que este diz que o diretor da faculdade onde ela estuda a chama de picareta. O áudio viralizou na internet. Patrícia diz que não foi ouvida pelo repórter para se defender. E garante que o dono da faculdade é amigo próximo de Feliciano, o que teria relatado o próprio deputado para ela certo dia. O episódio indica um papo de compadres entre Feliciano, o dono da faculdade e Garcia.

Atualizada sexta, 19/8, 10h45

OS PONTOS CONTRA PATRÍCIA

1 – A garota cai em contradições ao relatar a denúncia, em momentos distintos – desde o encontro com o repórter até o segundo registro de B.O. Ela começa com ‘mordida na boca’. Depois evolui para ‘soco na boca’ e enfim no B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília inclui que o deputado usou ‘uma faca’ ao trancá-la no quarto.

2 – Patrícia tem um histórico notório de mitomania, relatado por amigos e colegas que com ela conviveram. O portal Metrópoles, de Brasília, fez ampla reportagem sobre seu perfil . ( leitores aguardam também o perfil de Feliciano, ouvindo pelo menos 24 deputados aliados ou oposicionistas ).

3 – O suposto crime teria ocorrido dia 15 de junho. A denúncia só veio a público dia 2 de agosto, após ela relatar ao repórter quatro dias antes. A pergunta fica: se queria justiça, por que não fez B.O. no dia da agressão, e por que não fez corpo de delito?

4 – A viagem de Patrícia para SP evidencia que ela passou a negociar seu silêncio por muito dinheiro. Ela envolveu até um intermediário no Rio, para receber a bolada. A extorsão fica clara nos vídeos e ‘prints’ de conversas pelo whatsapp revelados pela Coluna e em perícia na Polícia Civil de SP.

5 – Patrícia errou os endereços citados do apartamento nos dois B.O. que fez, em SP e em Brasília. Algo considerado estranho pela polícia, e atacado pela defesa de Feliciano, embora a garota diz saber chegar à quadra 302 e ter descrito a decoração do apartamento.

 

 

O QUE A PF PODE INVESTIGAR

Se a PGR acionar o STF e a PF entrar no caso, os agentes federais e o delegado responsável têm competência e tecnologias suficientes para descobrir parte da história – e quem fala a verdade.

Será impossível provar o crime de estupro e agressão. Porque Patrícia não fez B.O. à ocasião, e porque não há imagens de dentro do apartamento. Ficará a palavra dela contra ele. Além disso, o principal álibi de Patrícia pode ter sido apagado – o vídeo do hall e do elevador do prédio de Feliciano, de competência da DEPOL da Câmara.

Porém a PF pode conseguir alguns dados numa investigação envolvendo a tecnologia. O Instituto Nacional de Criminalística – elogiado até pelo FBI – com equipamentos de última geração, pode periciar os telefones e os ‘prints’ das mensagens trocadas entre Patrícia e Feliciano (as atribuídas a ele), diante da quebra de sigilo telefônico.

E a PF também consegue, com autorização da Anatel e das operadoras envolvidas, rastrear os sinais dos celulares do deputado e de Patrícia no dia do suposto crime – e conferir se em algum momento eles se encontraram. Essa tecnologia, já usada na operação Lava Jato, traz com precisão a localização de seus usuários. Isso mostraria se o deputado e a jornalista se encontraram naquela manhã. Em entrevista ao SBT, Feliciano garantiu que ela nunca pisou no apartamento. Ela garante que foi lá quatro vezes, e até descreveu a decoração do imóvel.

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Caso Feliciano: Filmes são apagados, PGR exige vídeo e mulher aposta na PF
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Leandro Mazzini

Lábios de fel – parte 2 – ou ‘House of Feliciano’

> Mistério – Exatos dois meses após o suposto crime, Polícia Legislativa informa não ter mais vídeos do prédio de Feliciano

> Deputadas que denunciaram caso à PGR  não se convencem e requisitam filmagens; MPF também já requisitou vídeos

> PGR deve pedir abertura de inquérito no STF

* * *

> Patrícia Lélis diz que PF pode confirmar sua presença no apartamento com rastreamento de sinais dos celulares dela e do deputado

> Jovem diz que perícia nos celulares poderá comprovar veracidade dos ‘prints’ das mensagens de Feliciano no Telegram e Whatsapp

 

A Justiça começa a esboçar as investigações sobre a suposta tentativa de estupro e agressão do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) contra a jovem jornalista Patrícia Lélis, que o denunciou. Exatos dois meses após o suposto episódio, relatado com detalhes por Patrícia, a Câmara informou à Coluna nesta segunda (15) que não tem mais os filmes da portaria e do elevador do bloco onde reside o parlamentar.

Extraoficialmente, a resposta é que os vídeos automaticamente são apagados após 22 dias, porque o servidor de tecnologia não comporta o conteúdo produzido. E não haveria backup.

A Procuradoria Geral da República ainda analisa a denúncia de um grupo de 22 deputadas federais sobre o caso, mas há informações de que a PGR deve pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura do inquérito contra o parlamentar. A PGR também já requisitou os vídeos à Câmara, para comprovar se a garota passou pelo apartamento do deputado – o que ela garante ter ocorrido.

Nesta terça, a deputada federal Érika Kokay – que capitaneia a bancada feminina que pediu a investigação – vai oficiar a DEPOL – Polícia Legislativa para pedir os vídeos, a despeito de o órgão já ter afirmado, informalmente, que não há conteúdo mais.

PF SERÁ CRUCIAL

Com a iminente abertura de inquérito no STF, a Polícia Federal entrará no caso com as diligências de praxe e poderá ser fundamental no esclarecimento da denúncia – quem está falando a verdade, Patrícia ou Feliciano?

Em entrevista exclusiva ao SBT na madrugada de segunda, Feliciano afirmou categoricamente que Patrícia nunca pisou no apartamento – ela diz que foram pelo menos quatro reuniões com o deputado no imóvel, e o descreveu em detalhes para o jornalista Roberto Cabrini.

Mesmo sem o seu maior álibi – as imagens do circuito de segurança da Câmara no hall do prédio e no elevador – a jovem aposta nas investigações da PF, em duas frentes: ela quer disponibilizar seu aparelho de celular para quebra de sigilo telefônico e perícia do aparelho, em relação aos aplicativos Telegram e Whatsapp, os quais podem comprovar, segundo conta, que são verdadeiras as mensagens recebidas atribuídas ao celular do deputado Feliciano – para tanto, o aparelho dele também terá de ser averiguado.

Em outra frente de investigação, a fim de dirimir dúvidas sobre a presença dela no apartamento do deputado na manhã do dia 15 – o qual ele nega – a PF tem tecnologia para rastrear os sinais dos celulares dele e de Patrícia, e os mesmos podem confirmar o local exato onde estavam.

VERSÕES DA DEFESA

O deputado garante que estava em reunião com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e mostrou ao SBT imagens de circuito de TV e fotos com o ministro – embora a agenda oficial do ministro não tenha reunião com o parlamentar.  Mas depois que deixou o ministério a agenda de Feliciano é um mistério. Ele tem ausências não justificadas em comissões da Câmara às quais deveria comparecer. Patrícia garante que estava com ele até 11h daquela manhã, quando teria ocorrido o crime.

Outro detalhe a favor de Patrícia é o áudio que ela gravou em conversa de 57 minutos  com o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, numa cafeteria de Brasília sete dias após o suposto crime. Nele, Patrícia ratifica tudo o que relatou à Coluna, e Bauer, entre outros pontos comprometedores para ele e o chefe, pede para que ela coloque ‘uma pedra em cima’ do caso e esqueça tudo.

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Leia aqui os prints das conversas sobre negociação de R$ 300 mil

Feliciano telefonou para ela, e pediu para caprichar em vídeo em sua defesa

Veja aqui o cronograma da denúncia


Caso Feliciano tem duas investigações: No DF, é suspeito. Em SP, todos são
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Leandro Mazzini

A polêmica envolvendo o deputado federal e Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) se desdobra em dois cenários para investigação desde o registro de boletim de ocorrência em São Paulo, feito por Patrícia Lélis, contra o parlamentar.

Numa frente, está a Delegacia da Mulher de Brasília, e agora a Procuradoria Geral da República, para investigar o parlamentar acusado de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. Há indícios contra o político, e as autoridades vão pedir à Polícia Legislativa as imagens de vídeos das câmeras instaladas no prédio, corredores e elevadores onde mora o parlamentar.

Em outra frente, segue a investigação no 3º DP de São Paulo, onde Patrícia fez B.O. contra Talma Bauer, o chefe de gabinete, por suposto cárcere privado. Esta história continua confusa – inclusive para o delegado Luis Hellmeister.

Este caso de SP envolve uma negociação de R$ 50 mil na tentativa de comprar o silêncio da garota, script no qual todos se tornaram suspeitos – a jovem, o jornalista Emerson Biazon, e o chefe de gabinete de Feliciano. Leia aqui para entender. 

Com a palavra, as polícias de SP, DF e a PGR.

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


House of Feliciano: Os suspeitos do ‘sequestro’ e bastidores da negociação
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Leandro Mazzini

Atualizada segunda, 8/8, 20h35 ( importante – esta reportagem foi divulgada antes da conclusão da polícia de que Patrícia mentiu sobre a coação e sequestro, e sua versão foi desmascarada pela própria Coluna – veja aqui )

> Episódios envolvem ‘amigos’ conhecidos pela internet, jovem advogado que tentou ganhar dinheiro, falso agente da Abin e troca de farpas num Café em Brasília

> A armadilha: Garota recebeu oferta de emprego para TV em SP, segundo relata, mas caiu nas mãos de chefe de gabinete

> Hotel estava pago para 11 dias

> Contatos da Polícia Federal ajudaram na investigação jornalística para desmascarar versão dos autores da suposta coação

> Entrada da mãe na história foi fundamental para salvar jovem em hotel de SP

> R$ 50 mil era o ‘presente’ para o silêncio da mulher – que diz não ter pedido dinheiro

feliciano

Os bastidores da misteriosa viagem de Patrícia Lélis para São Paulo, onde caiu nas mãos de Talma Bauer, chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), envolvem mentiras, ‘amigos’ conhecidos pela internet, ofertas de emprego em TV de SP, hotel pago para uma semana e recados intimidadores até a jovem parar no 3ª Distrito Policial paulista para denunciar a todos.

Neste domingo à noite, ela confirmou as denúncias ao registrar mais dois B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília.

Patrícia, como notório, acusa Feliciano de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional do deputado em Brasília, numa história recheada de vaivéns cujo script já é chamado nas redes sociais de ‘House of Feliciano’ – numa alusão ao seriado de sucesso da Netflix que envolve Poder e outras tramas.

OS TRAPALHÕES

Para situar melhor o leitor sobre o cerne da viagem a SP, é necessário contar detalhadamente os personagens e episódios desde o primeiro contato da jovem com a Coluna.

Após vários contatos por telefone e whatsapp entre este repórter e a jovem, foi agendada uma reunião numa cafeteria do Setor Sudoeste em Brasília para ela relatar pessoalmente os detalhes da acusação. O repórter lembrou que a denúncia teria mais consistência para publicação se ela fizesse o B.O. – até para proteção de sua integridade.

Neste meio tempo, apareceram dois personagens curiosos – para não dizer desastrados ou interesseiros – que se aproximaram da garota, prometendo ajuda, com interesses obscuros. Do Rio, ligou um homem identificado como A.M., se apresentando como agente da Abin ( A Agência Brasileira de Inteligência ), sabe-tudo e algo mais, para ajudá-la no caso, mas perguntou demais e ela desconfiou. Eles já se conheciam pela internet. Desmascarado pela Coluna após breve contato com fontes da Abin e da Asbin (Associação de Servidores do órgão de inteligência ), este rapaz agora está na mira dos órgãos de inteligência do Governo.

No outro dia surge um advogado conhecido de Patrícia, que também insistiu com ela para que segurasse o registro de B.O. Segundo ela, após uma reunião a portas fechadas num escritório com os sócios do advogado, Patrícia percebeu que havia ali o interesse financeiro na questão, e não em protegê-la judicialmente. Após pressionarem para que ela entregasse as provas, ela deixou um pen-drive vazio, e correu da sala. Foi então que decidiu procurar a Coluna para a denúncia oficial.

O CONTATO NO CAFÉ ‘TROCADO’

O Broune Café no Sudoeste. Local estratégico - para todos

O Broune Café no Sudoeste. Local estratégico – para todos

Patrícia, no entanto, insistiu durante três dias em segurar o registro policial porque já era orientada, de São Paulo, por um homem identificado até agora apenas como Marcelinho, que propôs ser seu empresário; Marcelinho contou o caso para o jornalista Emerson Biazon, que entrou na história como um gestor de crise – não se sabe para que lado. Ambos a convenceram a não fazer B.O. até que Emerson a encontrasse pessoalmente.

Desconfiado dos interesses dos dois homens com a jovem, e por não conhecê-la pessoalmente até saber de suas verdadeiras intenções, o repórter se precaveu – chamou o advogado da Coluna e marcou um café com Patrícia e Emerson na Monjolo, no Setor Sudoeste ( mas nos posicionamos a 20 metros, numa outra cafeteria, a Broune Café, para avistarmos com quem ela chegaria ). E surgiu a primeira surpresa – também desconfiado, Emerson escolheu a mesma cafeteria em que estavam o repórter e o advogado da Coluna para avistarem as movimentações ao longe. Resultado – estavam todos em mesas vizinhas, e se apresentaram.

O trato era Patrícia apresentar o B.O. à ocasião e relatar a acusação, mas ela recuou. “Só quero recuperar a minha vida”, disse cabisbaixa. Foi quando Emerson, reticente em apresentar seus interesses, provocou o repórter:

“Quanto vale uma matéria dessa?”

“Eu não trabalho assim, não compro nem vendo, meu interesse é jornalístico”, respondeu este repórter, o que instigou a provocá-lo também, já desconfiado, naquele momento, dos interesses do paulista, e este repórter retrucou:

“Você me ofende, assim, e me dá liberdade para te perguntar: quanto você está ganhando de alguém em São Paulo só para vir aqui calar a boca dessa menina!?” – Patrícia e o advogado da Coluna, frente a frente, apenas assistiram o embate.

Ânimos mais calmos, a conversa fluiu. Emerson se disse assessor de um partido em SP, o qual não se confirmou depois. Após mais de uma hora de conversa, Patrícia pediu um tempo e disse que decidiria no sábado, era para o repórter aguardar que ela enviaria o B.O.

Mas ela escondeu o jogo que fechara com o novo amigo de SP. Dali, a dupla se dirigiu à sucursal do SBT e tentou vender a história por R$ 10 mil ( agora, Patrícia e Emerson se acusam mutuamente sobre o interesse financeiro ). No SBT, a iniciativa de negociação partiu de Emerson, segundo relatam a jovem e um repórter da TV. Não rolou.

A VIAGEM PARA A ARMADILHA

O San Raphael, no Arouche, em SP - o provável'cativeiro'

O San Raphael, no Arouche, em SP – o provável’cativeiro’

Diante das investidas fracassadas de Emerson ou Patrícia ( isso a polícia vai apurar ) para lucrar com a história, segundo relata a jovem, Emerson Biazon propôs levá-la para São Paulo, com todas as despesas pagas. “Ele me ofereceu emprego na Record de Campinas, onde tinha contatos”, diz a jovem.

Por ser uma conhecida youtuber, anti-feminista e declaradamente de direita, Patrícia angariou milhares de seguidores Brasil adentro. Até o polêmico caso da suspeita de agressão, ela tinha quase 100 mil seguidores numa página do Facebook (que misteriosamente foi derrubada). Daí ela se interessar na proposta do novo amigo.

Segundo Patrícia, Emerson pagou o bilhete aéreo da Avianca Brasília-Congonhas ( voo 6063 ) dia 30 de julho, sábado. A jovem enviou o print da compra do bilhete para o repórter. Questionada pelo aplicativo para onde estava indo e com quem, ela se resumiu a dizer que estava com Emerson, que faria o B.O. em SP e ficaria por lá. Também disse que um subscretário de Segurança Pública lhes buscaria no aeroporto. Ainda desconfiado, o repórter perguntou o nome, e depois de uns minutos surgiu “João Batista”.

Balela. Sem jurisdição, ela não poderia fazer um boletim de ocorrência em São Paulo por caso ocorrido em Brasília. Primeiro alerta. O repórter acionou uma importante delegada da Polícia Federal para sondar sobre ‘João Batista’. Não existia esse nome. E na Polícia Civil, também questionada, ninguém na corporação sabia quem era. Foi o segundo alerta e principal motivador para o início da reportagem diante de um cenário mal contado.

A partir daquele sábado (30) até a segunda-feira à noite Emerson e Patrícia não responderam mais os telefonemas do repórter, e as suspeitas de que algo poderia ter acontecido circularam no seleto grupo dos que sabiam do caso Patrícia x Feliciano. A ponto de um ex-professor seu soltar no Facebook a história, temendo por sua vida.

Patrícia então apareceu. Estava com a voz visivelmente nervosa ao telefone, ligou seguidas vezes para este repórter para convencer o professor a apagar o registro – e também telefonou para ele, se dizendo bem – descobriu-se, dias depois, que não.

Foi quando o repórter decidiu soltar o que Patrícia o entregara de evidências de provas. Após consultar webdesigners experientes e programadores, e constatar, inicialmente, que não havia indícios de fraudes nos ‘prints’ das trocas de mensagens, foi divulgada a primeira matéria na terça-feira – a denúncia relatada em detalhes pela jovem, e os ‘prints’ das conversas reveladoras e chocantes atribuídas ao deputado Feliciano.

Antes, tentamos uma reunião pessoalmente com Talma Bauer, que faz papel também de assessor de imprensa de Feliciano. Em resposta, Bauer disse que não poderia encontrar o repórter porque estava indo para São Paulo ( detalhe, era uma terça-feira, quando os deputados chegam a Brasília, e não dela se despedem ). Descobriu-se, depois, pelo relato da  polícia, que Bauer retornara a SP porque Emerson entregaria Patrícia no hotel San Raphael. E lá começou o suposto sequestro qualificado e coação.

A CASA CAI 

O delegado Hellmeister - Com 40 anos de polícia, toca a investigação com cautela

O delegado Hellmeister – Com 40 anos de polícia, toca a investigação com cautela

A Polícia de SP já descobriu que o hotel tinha diárias pagas para Patrícia para 11 dias, até esta próxima quarta (10), e investiga quem pagou os custos – suspeita-se que seja Bauer, o chefe de gabinete.

Quando o caso veio à tona, na 3º DP, Patrícia relatou à Coluna: “Emerson me levou diretamente para o hotel e, para minha surpresa, quando eu cheguei lá, encontramos o Bauer na recepção”. Patrícia alega que a todo momento, no saguão, Bauer pede um abraço e a afaga, e ela corresponde. Mas a sós, no apartamento do hotel, ou sentados no saguão lado a lado, ele começou a fazer as ameaças.

A falta de protocolos e o linguajar amigável entre Emerson e Bauer, relata a jovem, chamou sua atenção e ela começou a desconfiar da armadilha. “Emerson então pediu para eu subir e o esperar no apartamento, que ele e Bauer conversariam”. Nesse intervalo também começou a visitar o hotel o Marcelinho, o ‘empresário’.

Depois disso, de acordo com a mulher, começou a suposta coação. Ela não sabe o teor da conversa entre os dois homens, mas garantiu no B.O. em São Paulo e em Brasília, lavrados contra Emerson e o tal Marcelinho, que todos a obrigaram a gravar os vídeos desmentindo a denúncia na Coluna. Em certo momento, Bauer teria dito que se ela não o fizesse, “um mal maior” poderia acontecer a ela – palavras repetidas pelo delegado Luis Hellmeister, da 3ª DP.

A essa altura, os vídeos de Patrícia – um deles ao lado do próprio Bauer – começaram a viralizar nas redes sociais e a confundir os leitores – afinal de contas, quem estava falando a verdade, e por que a garota mudara de ideia tão repentinamente.

O repórter então decidiu procurar os pais da garota – e encontrou sua mãe através de uma rede social. A mãe, que se revelou também preocupada com a misteriosa viagem e o paradeiro e companhia da filha, resolveu aparecer. Agendou-se um café na Casa do Pão de Queijo do Pátio Brasil Shopping na Quarta-feira à tarde – ela apareceu com uma amiga, e o repórter novamente com o advogado.

Maria Aparecida Lélis ouviu os relatos – só sabia de parte da história, a filha contou a agressão apenas na véspera da viagem, e omitiu o episódio por 48 dias. Ao assistir a um dos vídeos em que Patrícia aparece no banco de trás do carro, de olheiras, a mãe soltou: “Não é minha filha, ela está sendo forçada”. Foi então que a tese do sequestro ganhou força entre os envolvidos na história – desde a Coluna, passando por amigos e familiares.

Na mesma tarde, após o encontro com a mãe da garota, a Coluna soltou o áudio revelador em que Patrícia gravou, dia 22 de junho, Talma Bauer. Foi a resposta para mostrar que ela mentia – por conta própria, ou por força maior.

Para despistar a coação e o suposto sequestro qualificado, os ‘tutores’ da jovem deixaram ela atender telefones de alguns conhecidos, como a mãe, e o namorado. Também a deixaram sair para shoppings, mas sempre monitorada e sem acesso às suas redes sociais e telefones, como denunciou à Polícia. Aceitaram a ida da mãe para não prejudicar o andamento de eventual negociação sobre o silêncio da mulher.

Maria Aparecida viajou na quinta-feira para São Paulo e encontrou a filha no hotel, e lá descobriu que ela era mantida sob poder de Bauer e Emerson, segundo relatou à Coluna. Como ela saiu de lá e avisou a polícia, e o que se desdobrou depois disso, você vê aqui.

GUERRA DE VERSÕES

Desde a entrada da polícia paulista no caso começou uma guerra de versões. Confrontados pelo delegado Luís Hellmeister – 40 anos de polícia, 30 deles como delegado – os atores foram entregando episódios e personagens com detalhes surpreendentes.

Dr Hellmeister pisa em ovos, experiente em investigações, para “não cometer injustiças”, segundo já relatou à Coluna no primeiro contato, na sexta-feira. Bauer é investigador aposentado da Polícia de SP, e tem um irmão que está na ativa. Hellmeister tem investigado o caso em várias frentes sem receios, com a responsabilidade de descobrir a verdade.

Já era tarde da noite da última sexta (29), Bauer e Patrícia estavam na 3ª DP, comandada por Hellmeister, quando a jovem envolveu diretamente Emerson Biazon no caso. O delegado o mandou comparecer na delegacia. Ele entregou seu Ipad, que continua apreendido, e confessou que recebeu R$ 20 mil de Bauer como parte dos R$ 50 mil que negociavam.

Aí começa a guerra de versões. Segundo Bauer, ele não sabe de dinheiro algum. Emerson diz que o IPad tem provas de uma negociação do dinheiro, envolvendo até Patrícia, e a jovem nega que tenha aceitado qualquer quantia para se calar. Na quarta, a Coluna publicou que a mãe da Patrícia, em conversa com o repórter, revelou que a filha pedira conta com CNPJ para depósitos, o que, segundo a mãe, não ocorreu.  

No depoimento, Patrícia ressalta que foi a SP atrás do emprego prometido por Emerson. Pressionada pelo delegado, contou o que repetiu à Coluna: “Eu disse a Emerson que eu não queria dinheiro algum. Se ele quisesse dinheiro do Bauer, que ele negociasse para ele, mas não para mim”.

Como se vê, até agora, os R$ 20 mil apreendidos continuam sem dono numa gaveta da 3ª DP. O delegado Hellmeister estava decidido a pedir a prisão temporária de Bauer naquela noite, até Emerson aparecer com esta versão. O delegado então decidiu soltar Bauer e recolher o Ipad de Emerson para começar, com calma e a minúcia com que a Polícia deve apurar, para chegar à verdade: quem está mentindo no jogo.

Emerson virou um personagem chave nesse script. Após virar alvo da Polícia paulista, agora passa a ser investigado pela Delegacia da Mulher em Brasília. Bauer continua solto e deve aparecer em Brasília para suas funções esta semana. Após quatro dias de silêncio, o deputado Feliciano gravou um vídeo em que se defende e alerta que foi falsa comunicação de crime por parte da jovem – que voltou para Brasília e o denunciou de novo. Feliciano será cercado pela Delegacia da Mulher do DF e pela Procuradoria Geral da República.

 

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Veja aqui o cronograma da denúncia


Vídeo comprova encontro de assessor de Feliciano com mulher
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Leandro Mazzini

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Um vídeo obtido na noite deste sábado pela Coluna comprova que o chefe de gabinete do deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, conheceu a jornalista Patrícia Lélis – até o momento ele negou que a conhecesse e que tenha havido a reunião entre os dois.

O vídeo, feito por um amigo da jovem, é do dia da conversa gravada por ela com Bauer – o assessor também negou que a voz fosse dele, quando ela relata com detalhes a acusação feita contra Feliciano.

Esse encontro, segundo relatou Patrícia, foi no Frans Café da Quadra 209, bloco D, da Asa Norte, no dia 22 de junho – uma semana após a suposta agressão, relatada ontem em oitiva à Polícia.

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Bauer foi detido ontem em São Paulo por agentes da Corregedoria – ele é investigador aposentado – e levado para prestar depoimento na 3ª DP (Campos Elysios). Ele foi liberado nesta madrugada de sábado. O caso está com o delegado Luís Alberto Hellmeister.

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Veja aqui o cronograma da denúncia


Caso Feliciano – O cronograma da denúncia e o áudio que desmascara a mulher
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Leandro Mazzini

Diante da polêmica envolvendo a denúncia contra o deputado federal e pastor Marco Feliciano, a Coluna registra um breve cronograma, para melhor entendimento do leitor, diante de viralização de vídeos gravados pela jovem que o acusou – e que misteriosamente, após ir para São Paulo e se aliar a assessores do parlamentar, passou a desmentir.

Vale ressaltar que a Coluna tem todas as evidências de provas entregues por meio eletrônico e pessoalmente, diante de duas testemunhas.

24/7 – A Coluna menciona o episódio sem citar deputado

24/7 – Mulher procura editor pedindo socorro, pelo whatsapp

24/7 a 1/8 – Reuniões com a vítima, apurações, contatos, evidências de provas entregues

30/8 – Mulher vai para SP levada por homem ligado a partido de Feliciano, que a proibiu de fazer B.O. em Brasília

2/8 – Coluna denuncia o caso, com evidências de provas entregues por mulher

2/8 – De SP, mulher muda versão e ataca jornalista

2/8 – Editor se encontra com mãe da vítima, num café num shopping de Brasília. Ela revela que foi buscar a filha machucada na faculdade, com boca e perna direita manchadas por pancadas, à ocasião da descoberta da agressão relatada.

2/8 – De SP, tutelada por Feliciano e chefe de gabinete ( o qual ela gravou em conversa ), a jovem grava vídeos contra jornalista e falando que a denúncia ‘é coisa da esquerda’ para prejudicar o deputado.

3/8 – Coluna divulga áudio da própria mulher denunciando Feliciano ao seu chefe de gabinete (entregue por ela). Por questões de preservar pessoas alheias ao caso, citadas no áudio, divulgamos parte do áudio.

3/8 – Com áudio, a garota é desmascarada, sob suspeita de ter se aliado a Feliciano.

Atualização sábado, 6, 19h30 – Na reviravolta do caso, a mulher denuncia Feliciano e o chefe de gabinete do deputado à Polícia de SP por coação.

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“Ele me levou a fazer coisas à força”, diz mulher sobre Feliciano em áudio
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Leandro Mazzini

“Se vale um conselho, manda o Feliciano aquietar o pintinho dele , guardar o pintinho dele”

“Eu não sou uma menina burra. Eu tenho provas, tenho conversas, que saíram do telefone dele”

“Provavelmente eu não fui a primeira, e não sou a última. Eu serei a primeira que vai falar! Eu não aceito nada em troca. O que ele fez foi impagável”.

“Ele não me deixou sair ( do apartamento ), fez coisas à força, eu tenho a mensagem dele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri”

“Se você conhece o Marco Feliciano e trabalha com ele, você com certeza deve saber da conduta dele, da índole dele. Não sejamos hipócritas”.

“Eu corri atrás de todos os pastores para pedir ajuda e não posso sair prejudicada. Porque se eu sair prejudicada, eu vou à delegacia”.

* * *

“Eu não levei à delegacia ainda porque eu sou cristã, eu amo a minha igreja! (.. ) eu não fui para a delegacia porque eu sei que isso vai prejudicar não só a igreja, não é só o ministério do Feliciano, mas todo o evangelho. Eu amo a igreja”.

“Você está fazendo um bem, de você perdoar, e posso pedir para você por uma pedra em cima? O partido vai continuar tudo igual para você” (voz atribuída a chefe de gabinete de Feliciano)

audio

Atenção – Por questões de preservar pessoas alheias ao caso, citadas no áudio, divulgamos parte do áudio, o suficiente para confirmar a versão que a jovem relatara pessoalmente à Coluna

A polêmica começa quando a Coluna solta uma nota sobre assédio sexual de um deputado federal a uma jovem de Brasília – caso que se revelou muito mais grave, após ela relatar pessoalmente, diante de duas testemunhas, o que houve. Ela procurou este repórter pelo whatsapp, número passado por um amigo em comum, com a mensagem: “Oi. Preciso de ajuda”. Era dia 24 de julho.

Desde então o repórter passou a trocar mensagens de whatsapp com a mulher de 22 anos que acusou de agressão e assédio sexual o pastor Marco Feliciano, deputado federal, líder do PSC e do Ministério do Avivamento, um braço evangélico que criou. A Coluna tem as evidências de provas passadas pela menina – na troca de mensagens repete que faria o B.O. na polícia – e numa reunião. Diante de um jornalista paulista e do advogado da Coluna, ela confirmou tudo. Ontem, a Coluna revelou o caso.

A menina que se diz vítima entregou os prints das trocas de mensagem que atribui a Feliciano – confirmamos em áudio com dois funcionários do PSC que se tratava do telefone pessoal dele – e também um áudio, o qual revelamos agora. Nele, a jovem diz que se reúne com o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, em Brasília – e na conversa confirma tudo o que denunciou ao repórter e o que foi publicado.

A garota está fora de Brasília, sem os pais. Bauer confirma que esteve com a jovem, ‘numa conversa como de pai para filha’, para orientá-la, mas sobre o áudio, apesar de não ter ouvido, diz que pode ser montagem. ( Detalhe, as vozes coincidem, a garota confirmou para o repórter e testemunhas que o gravou, e enviou o áudio por whatsapp para a Coluna. Não há indícios de montagem e não há qualquer interrupção no mesmo. Vamos publicar os primeiros 28 minutos dos 57 minutos da conversa reveladora).

Após sair de Brasília, misteriosamente a garota mudou toda a versão, apesar das provas entregues à Coluna e das testemunhas. Ela gravou vídeo para o youtube chamando Feliciano de ‘bacana ( confrontada por este, ela o retirou do ar ).  E agora espalha que foi usada e o repórter mente. Gravou outro vídeo que circula agora pelo whatsapp, dizendo ser ‘coisa da esquerda’, e ao lado de quem? Do querido novo amigo Bauer, alvo dessa gravação e a quem deu seguidos recados de que não poderia ficar abandonada.

Isso é só parte da verdadeira história.

Atualização quinta, 11/8, 00h33 – Com os leitores, a prova da denúncia. Parte da transcrição abaixo, e parte no canal da Coluna Esplanada no Youtube, do áudio gravado segundo ela no dia 22 de junho.

 

Homem – Sou chefe de gabinete do Feliciano, sou um conselheiro dele. Eu pediria a você para dirimir qualquer dúvida.

Mulher – Se você conhece o Marco Feliciano e trabalha com ele, você com certeza deve saber da conduta dele, da índole dele. Não sejamos hipócritas. Não estou aqui para ganhar nada de ninguém. você não é a primeira pessoa que me procurou.

(..)

Conheci o Feliciano dentro da Câmara. Ele simplesmente chega nas pessoas e usa o que ele tem. Todo mundo erra, mas uma coisa é você ser hipócrita.. eu só perco e me exponho, eu não sou uma menina burra. Eu tenho provas, tenho conversas, que saíram do telefone dele.

Homem – Sim, eu etendo. Você se sentiu prejudicada.

Mulher – Lógico que me senti.

Homem – Qual o dano que te causou?

Mulher – Moral. Ele falou para muita gente. (..) Eu me considero uma pessoa honesta, e não estou mentindo.

Homem – É.., quando a gente conversa assim olho no olho a gente não mente.

Mulher – Eu não tô aqui para falar de você. Tô aqui para falar do Feliciano. (..) Ele usou de um cargo público para se aproximar, tenho provas, são provas concretas, com base. Não quero prejudicar ninguém, mas não quero sair prejudicada.

Homem – Eu tô com você em gênero, número e grau.

Mulher – A primeira coisa que não tô mentindo é que procurei pastores, não tô mentindo, se estivesse mentindo não chegaria aonde eu cheguei. O que coloco é o seguinte: Marco Feliciano errou, Marco Feliciano continua errando. O senhor está com ele há quantos anos?

Homem – Quinze anos.

Mulher – Então o senhor sabe o que ele faz. Eu estou falando em questão de mulheres. Custo acreditar que não saiba. Por mais que seja uma relação profissional. (..) Provavelmente eu não fui a primeira, e não sou a última. Eu serei a primeira que vai falar! Eu não aceito nada em troca. O que ele fez foi impagável.

(..) Ele usou um cargo de influência, de deputado e de pastor, para aproximar. Ele abusa desse cargo para chegar e ele veio conversando comigo de formas estranhas, colocando ‘a gente poderia se encontrar’. Não é cantando, é descaradamente dando em cima.

Homem – eu sou homem, tenho minhas vontades. tenho que ser sutil. (..)

Mulher – É por isso que a gente não tá aqui falando de você. Você tem noção. Quer entender com todas as letras o que aconteceu? Ele deu em cima de mim de forma descarada, tá bom?, Me levou a fazer coisas à força – tenho a prova disso. Dentro da casa dele. Falou que estava tendo reunião da UNE, eu fui para lá e não estava tendo, ele não me deixou sair, fez coisas a força eu tenho a mensagem ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri. Sim, aonde eu falo ‘a minha boca ficou roxa’, saiu do número dele, cujo qual ele usava, não sei se usa mais; Ele fala ‘ah, passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas, o que estou falando consigo sentar com o senhor e provar.

Homem – Mas ninguém está duvidando de você;

Mulher – (..) Quando a gente fala uma coisa, principalmente quando a gente está incriminando alguém, por eu estudar direito eu sei que a gente tem que ter provas. E eu tenho todas as provas. A maior prova que eu tenho até o momento é que o Feliciano está preocupado..

Homem – Isso fica, eu estou preocupado!

Mulher – Mas ele está a ponto de ligar para as pessoas, e inventar histórias que não existem. Olha para mim, você sabe quem o Feliciano é? Então você sabe o que o Feliciano faz.

Homem – Às vezes pelo fato .. você tem uma beleza diferente.

Mulher – Mas senhor.. isso não justifica! eu tô falando de uma pessoa que é casado, deputado, pai de três filhos. Eu poderia ser a Gisele Bündchen.

Homem – Eu te asseguro (..) que eu, o que te prejudicou eu conserto. No partido, quem ficou triste com você, eu conserto.

Mulher – No partido está todo mundo sabendo da história!

Homem – Pra você, estou pedindo desculpa em nome da família.

Mulher – Eu não levei à delegacia ainda porque eu sou cristã, eu amo a minha igreja! (.. ) eu não fui para a delegacia porque eu sei que isso vai prejudicar não só a igreja, não é só o ministério do Feliciano, mas todo o evangelho. eu amo a igreja. (..) Eu corri atrás de todos os pastores para pedir ajuda e não posso sair prejudicada. Porque se eu sair prejudicada, eu vou à delegacia.

Homem – Você está com meu telefone, ele fica ligado dia e noite, vou seguir sua orientação para consertar. Por exemplo, no partido você vai ter acesso direto e reto, você vai ter espaço..

Mulher – Se vale um conselho, manda o Feliciano aquietar o pintinho dele, é guardar o pintinho dele. Eu não estou fazendo favor a ninguém.

Homem – Você falou a verdade, não está fazendo favor a ninguém, você está fazendo um bem, de você perdoar, e posso pedir para você por uma pedra em cima? O partido vai continuar tudo igual para você, e para melhor. (..) está pior para ele do que para o partido.

Mulher – A partir do momento que eu ver que não vou mais ser prejudicada – eu não estou falando mais em nome do Feliciano não, em nome da igreja, em nome da bandeira que defendo. Pensa bem se levo isso para uma delegacia, com que cara vou chegar numa comissão?


Jovem acusa deputado federal de assédio sexual
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Leandro Mazzini

Blocos na quadra 302 Norte, a dos apartamentos funcionais

Blocos na quadra 302 Norte, a dos apartamentos funcionais

Uma jovem militante de um partido acusa de assédio sexual um importante deputado federal de São Paulo. A Coluna teve acesso às provas.

O episódio da agressão ocorreu semana passada em Brasília.

Ele a convidou para uma reunião no apartamento funcional alegando ser encontro da militância e ela se viu sozinha com o parlamentar, que propôs bom cargo comissionado se a mulher de 25 anos fosse sua amante – e informou que é comum isso na Casa, e que já tem uma outra amante.

Com a recusa da garota, o político a agarrou, forçou um beijo e machucou os seus lábios.

Ela sofre ameaças para não denunciar o caso à Polícia, e família, amigos e advogados estudam as próximas ações.

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